Eu tinha as bases desta historia há muitos anos. Mas dantes não era para ser algo tão sombrio. Ontem e hoje finalmente decidi deitar para o papel a raiva, a dor e todos os sentimentos negativos que tenho sentido da injustiça humana.

Há pessoas que nos levam há loucura, depois depende de cada pessoa, a maneira como luta contra isso.

Aviso que aqueles que não gostam de dramas não leiam.

Se gostarem digam, se não gostarem digam também. Quero comentários para poder melhorar nas minhas proximas fics...

Esta está dividida em apenas dois capitulos pois fiz mesmo para ser pequena. O segundo capitulo virá, se acharem que vale a pena vir =) Mas aviso o segundo capitulo e a fase da loucura ^^


Se te amo? Amo.

Se isso muda algo? Não e não creio que alguma vez mude.

Sou um ser pertencente à terra, livre como o vento, instável como o fogo... Mas por outro lado sou quebrável como o gelo e a minha mente guarda segredos que não consegues sequer imaginar.

Por tua causa lutei, lutei contra o inelutável, contra a propria natureza do meu ser.

Dei-te tudo para que tu não me desses nada.

Passaram-se dez anos. Dez anos desde que tudo começou, desde que te entreguei a minha alma, desde que sofri e me embalas-te nos teus braços. Agora sofro por tua causa. Os últimos dez anos foram de puro ódio por ti, mas agora cheguei a conclusão que o ódio só faz com que continue á tua procura, que não te tire da minha mente, que persiga todas as tuas pegadas.

Hoje apercebi-me que o ódio que sentia era apenas porque te amava, e não me posso permitir a continuar a amar-te.

FlashBack

"Ino..."

"Larga-me!..." A rapariga de cabelos empurrou o rapaz com agressividade, mas ele nem se mexeu. " Que queres mais? Tu e os teus amiguinhos não se divertiram já o suficiente?"

" Espera."

" Pelo que? Já fizeste de tudo comigo e nunca fiz nada para o merecer. Nunca! Tu continuas, sabes que não faço nada, que vou continuar aqui a levar com tudo o que faças... Vocês são horríveis, dizem que não fizeram nada para merecer a maneira como vos tratam no entanto agem como animais selvagens!..." Nesse momento o rapaz ruivo curta-lhe a palavra.

"Não somos animais selvagens. Fazemos aquilo que temos de fazer para sobreviver. Mas se tens essa ideia de nós, do que nós somos, do que nós fazemos, então vai. Volta para a tua família, para aqueles que consideras teus amigos. Mas se pensas que eles querem saber de ti... Faz o que quiseres" Dizendo isto virou costas.

O ruivo, cabelos ruivos, ar carrancudo, negro, carregado desapareceu pela floresta tão negra quanto ele, deixando a rapariga, de cabelos loiros para trás sozinha, entregue a ela mesma. Uma figura deslocada do seu cenário. Um poço de luz no meio da escuridão.

Fim do FlashBack

Que interessa o que tivemos? Que interessa se o que tivemos foi mágico? Que importa tudo o que lutamos?

Nada a ti nunca te importou, não como eu pensei que importasse. E ao voltar a este local, a este "esconderijo", onde ficamos só os dois durante meses lembro-me de tudo, de todas as promessas, de todas as palavras. Como podes ter mudado tanto, como é que alguém pode mudar tanto? Ou será que tudo o que dizes-te e fizeste eram apenas mentiras?

O sofá á frente da lareira onde nos costumava-mos sentar. Eu enroscava-me nos teus braços enquanto mexias nos meus cabelos sussurrando palavras nos meus ouvidos. O sofá, onde dantes passávamos tanto tempo está poeirento, velho, com buracos.

O som de vidro a partir-se de baixo dos meus pés atrai a minha atenção para o chão. Uma imagem... uma fotografia... um passado que trás memórias.

FlashBack

"Amo-te" As palavras saíram baixo, como se ele tivesse medo que alguém ouvisse. Mas ela ouviu. Ao inicio apenas olhou para ele de olhos arregalados. Não esperava que ele viesse atrás dela, muito menos que lutasse por ela. No entanto apesar de tudo o que ele estava a fazer, aquela palavra ela não esperava. Não vindo dele. Não naquele momento. Porque é que ele estava ali?

" Ele está ali!" Berros furiosos vieram de trás dele

Ele puxou-a e num salto voou para o negrume da noite deixando para trás uma multidão de pessoas a gritar. Ela ainda não conseguia dizer uma palavra. Ele não era o mesmo que a deixara na floresta, não podia ser. Os seus olhos continuavam profundos e impenetráveis mas havia algo nele diferente... ele olhava para ela com... carinho?

Estiveram no ar durante alguns longos minutos sem nenhum dizer uma palavra. Ela já não voava com ele há muito tempo, já não estava habituada ao desconforto, ao frio, ao enrijecer dos músculos... Ele ao aperceber-se do estado da rapariga decide descer colocando-a no chão gentilmente. Ela não olhava para ele, não se mexia ou dizia uma palavra. Apenas tremia com o frio. Ela tinha saído da cama a correr naquela noite, apenas com a camisa de noite que lhe dava pelos joelhos.

"Estás a tremer..."

"Está frio." As primeiras palavras desde que o vira, no entanto continuou sem olhar para ele. Viu os pés dele saírem do chão e ele desaparecer no ar. O medo apoderou-se dela, ele ia deixa-la novamente no meio do nada. Olhou á volta, em pânico. Durante alguns minutos não ouviu nada, não viu nada. Sentiu algo nos ombros e saltando gritou com medo.

"Sou apenas eu..." O medo que sentia fez com que se agarra-se a ele, esquecendo tudo o que se tinha passado naquele momento. Ele não a podia deixar novamente sozinha, apenas não podia. Lágrimas escorreram-lhe pela face, como pequenos cristais cortando um pedaço de veludo.

"Calma..." O rapaz não sabia porque é que a rapariga chorava, apenas a abraçou até ela se acalmar. Finalmente ela acalmou e num gesto carinhoso ele levanto-lhe a cabeça ate os seus olhos se encontrarem. "Que foi?"

"Nada..."

"Ino..."

"Apenas..." ela respirou fundo, sabia que ele não ia desistir até lhe dizer o que lhe ia na mente "deixaste-me sozinha outra vez"

As palavras cortaram-no como uma faca no coração.

"Desculpa... fui apenas buscar paus para uma fogueira. Desculpa..." Não sabia mais o que dizer. Que direito tinha ele de a ter se apenas a fazia sofrer?

Ele juntou os paus que tinha na mão no chão e com pedras fez uma fogueira. Em pouco tempo a fogueira iluminava aquela área onde estavam, tornando-se ainda mais assustadora, com todas as sombras e sons característicos da noite.

Passaram-se longos momentos com ambos em silencio, finalmente o céu começava a clarear e a fogueira já lutava para sobreviver com o resto dos paus que tinha, mas nem isso fez com que se mexessem, ou falassem. Tinham passado toda a noite sem pronunciarem uma palavra, sem um som, um movimento.

"Está a ficar de dia. O sol vai nascer não tarda... " Ino, não sabia se estava pronta para falar, mas não podia deixar que ele ficasse ali ou brevemente não teria sequer hipótese para esclarecer a situação.

"Sim..." Ele continuava sem se mexer do local, nem tinha intenção de o fazer.

"Gaara..."

"Eu não me vou embora. Não te vou deixar novamente. Não me interessa se o sol está a nascer, se me queima, não me interessa que doa... não te volto a deixar." As palavras saíram rapidamente como se ele tivesse tentado dizer aquilo toda a noite.

"Tens de ir. Se algum raio de toca..." Parou um bocado para pensar no que dizer a seguir "Eu não quero pensar."

"Eu não te vou deixar." Ele continuava a repetir as mesmas coisas. Tinha desejado que ele tivesse dito isto durante tanto e ele nunca dissera. Agora meses depois de a ter deixado naquela floresta, estava finalmente a mostrar que a queria, que ela lhe importava. Era estranho, era diferente, era bom mas ao mesmo tempo complicado. O sol ia nascer brevemente. Tinha que o tirar dali.

"Se ficares aqui, vais me deixar... desta vez para sempre. Não podes ficar aqui, não podes. Não posso permitir!"

"Vem comigo. Não quero ir sem ti. "

Aquele não era o mesmo que a deixara na floresta sozinho sem olhar para trás. Não podia ser. Mas não tinha tempo para pensar nisso naquele momento. E as palavras saíram da sua boca quase automáticas.

"Ok" Ela também não queria que ele a deixa-se.

Fim do FlashBack

Sinto que nunca fui feliz, mas ao olhar para tudo isto que me rodeia... custa-me a acreditar... parece que foi tudo um sonho... Um sonho que se transformou num pesadelo como tudo o resto na minha vida.

Oiço um som do lado de fora da cabana. Todos os meus sentidos ficam instantaneamente em alerta, o mínimo movimento e apanho-o. Alguém está a correr, alguém está a fugir... de mim.

Ele costumava ser silencioso, cauteloso... Seria ele? Quem mais poderia fugir de mim? O meu coração bate rapidamente enquanto me esquivo pela porta silenciosamente. Busco no chão por pistas. Vejo pegadas pequenas em direcção á cidade. Se ele pode voar porquê correr?

Talvez me esteja a guiar para algum lado, talvez seja uma armadilha... Tenho de estar atenta.

Vejo uma silhueta ao longe, no entanto é mais pequena do que estou a espera, o facto choca-me. Estou a poucos metros, o ser que foge de mim é uma criança... mas porque?

Num movimento rápido viro-o para mim. Aqueles olhos. são os olhos dele!

FlahsBack

Ela estava ali sozinha, na casa que era dos dois. Que ela tinha decorado á sua vontade. Ele apenas a queria feliz, e ela era feliz.

Ouviu um som vindo do lado de fora e soube instantaneamente que era ele, levantou-se do sofá num pulo e o seu rosto iluminou-se num sorriso largo e verdadeiro. A porta abriu-se no momento em que ela atravessou a porta da sala, correndo para ele beijando-o.

"Tive saudades" Ele sorriu agarrando-a pela cintura e beijando-a de volta.

"E eu tuas"

"Porque demoras-te tanto?"

"Tive de passar num sitio." Ela olhou-o nos olhos. Os seus olhos verdes brilhavam, eram incrivelmente profundos, e neles havia algo que ela não conseguia decifrar por mais que tenta-se. Talvez daqui a muitos anos... mas mesmo assim, ela sabia que provavelmente nunca iria compreender.

Ele tirou do bolso um pequeno colar.

"Passei por uma loja para comprar o fio. O coração pertencia à minha mãe, que mo deu antes de morrer. Quero que o uses."

Na mão dele estava um fio de prata com um pingente em forma de coração também ele em prata com pequenos diamantes. Era bastante simples no entanto ao olhar para aquele coração, ela sentia como se ele fosse a origem de toda a felicidade. Ela sorriu ao olhar para ele, perdendo-se novamente nos seus olhos, enquanto ele lhe ponha o colar ao pescoço.

Ao ver-se ao espelho, Ino sentiu-se mulher pela primeira vez ao lado daquele que era o seu homem. Virando-se para trás beijou-o. E nessa noite, tornaram-se apenas um pela primeira vez. Ambos esperavam aquela altura há muito, apenas não o sabiam. Mas aquele era o momento, era o momento em que o seu amor se elevava ainda mais.

Fim do FlashBack

"Largue-me!" O rapaz contorcia-se sobre a minha mão forte. Tentei largá-lo mas os meus músculos não respondem. Não tenho a certeza do que estou a fazer, as palavras não saem da minha boca enquanto observo os seus olhos perplexa. Aquela criança… Aqueles olhos… tantas lembranças.

"Takara!" Uma mulher corre na minha direcção… ou na do rapaz. Ela tem cabelos rosa, e olhos verdes… eu reconheço-a. Reconheço o seu semblante apesar dos anos que passaram. A mesma voz, a mesma expressão. E ela ao correr na minha direcção pára. Tenho a certeza que me reconheceu. Eu não devia estar ali, Eles não deviam estar ali. Eu quero sair dali, quero me ir embora, mas aquela criança…Passaram-se dez anos e ali estava ele.

Os meus olhos enchem-se de lágrimas. Há quantos anos eu não chorava? Há dez anos que era pura raiva e ódio. Tinha de me controlar. Sentimentos são perigosos.

A mulher continua a andar na minha direcção devagar.

"Ino?"A voz sai-lhe baixa e insegura. Não quero que ela me veja assim.

Durante os últimos dez anos lutei, treinei para o destruir, para o eliminar de vez. Para acabar com todos da raça dele e agora estou aqui indefesa, despida de todas as protecções que criei para mim mesma. Se alguém me atacasse agora eu cairia por terra num instante. Eu sabia disso, então porque não conseguia mexer-me.

"Ino!" Ela agora tem a certeza que sou eu, assim como tenho a certeza de quem ela é e de quem é esta criança. Ela corre para a criança que ainda se contorce para que eu a largue, e puxa-o da minha mão. No entanto ela não tem a força necessária para me fazer largá-lo, eu sei disso. Eu largo-o finalmente. As lembranças assombram-me, desorientam-me.

Não. Tenho de me ir embora. Num último esforço impulsiono-me para o meio da floresta novamente. A minha velocidade é superior á dela por isso sei que nunca me irá apanhar. Desapareço da sua visão, enquanto a oiço gritar.

"Naruto!"

Sei que não vai demorar muito até que todos na aldeia procurem por mim, Irão vasculhar cada pedaço daquela floresta, dentro de cada toca, por baixo de cada pedra…

Tenho que me ir embora.


Bem aqui está a primeira parte.

Certamente que tem erros porque eu perdio o contacto da minha beta, porque tive muitos anos sem escrever. Peço desculpa por isso :s

COMENTEM PLEASE