Disclaimer: Sailor Moon claramente não me pertence.


Sonhos não fazem promessas

"Sonhos não fazem promessas."

Era o que ela mantinha escrito em tinta vermelha, sublinhado duas vezes na contracapa de sua agenda de compromissos.

Era uma frase bem estranha para a agenda de uma cantora famosa, de vida dita glamorosa, cujos sonhos pareciam todos realizados. Pensavam suas secretárias e agentes.

Não que tivesse motivos para reclamar da vida, afinal, boa parte de seus sonhos tinham sido sim realizados e era ainda adolescente quando a última horda de vilões malucos tentou, sem sucesso, matar sua princesa e/ou dominar/destruir o planeta que era agora seu lar e de todas as pessoas que amava. Não que fosse melancólica, a tristeza nunca lhe caíra bem e a despeito de ser a reencarnação da deusa do amor e de acordo com Arthemis, Rainha Suprema do Drama, deixava para Ami, ou às vezes até mesmo Rei, o papel de mulher idealizada saída dos velhos e fatalistas poemas românticos.

Havia muita vida nela e ninguém poderia negar, mesmo com tudo que passara, não era de se lamentar, talvez porque tivesse medo de que se uma lágrima caísse, todas viessem finalmente à tona, e disso ela tinha muito medo, há coisas que o fio de sua espada de senshi não pode derrotar e nem o cristal de prata e o infinito amor de Usagi poderiam curar.

Não tem como colar de volta um coração cuja metade se perdeu há tanto, tanto tempo.

"Sonhos não fazem promessas."

Mas ela se permitia sonhar. Sempre.

Com cabelos e olhos prateados. E seu brilho sob as estrelas.

O contraste de uma pele bronzeada sob suas mãos. Arrepios.

A armadura fria, os dedos quentes o peito firme. Como se ele fosse seu porto seguro e não um castelo de cartas.

As juras secretas e beijos roubados. Fugas noturnas e bilhetes apaixonados.

O amor de muito tempo atrás. Seu conto de fadas esquecido.

Não pensava na traição, na dor, em quantas vezes fora forçada interromper a vida do objeto de seus sonhos, o motivo pelo qual seu coração batia...

...não era o mesmo pelo qual se levantava a cada manhã, pelo qual desistira de seu nome e seu lar, pelo qual jurara morrer, matar.

Afastava as dores, seus sonhos deveriam ser doces. E os eram.

Afinal, eram só sonhos.

Desapareceriam como a relva da manhã, subjulgada pelo potente calor do sol.

Sua luz, como espadas, transpondo ilusões bobas de ter de volta um amante há muito perdido.

"Sonhos não fazem promessas."

E mesmo se fizessem, ela não acreditaria em nenhuma delas.


N/A: Voltei com o Angst de cada dia hohoho Se bem que esse está mais para algo mais agridoce, do que simplesmente Angst.

Culpem a Ayashi Purple, essa ideia simplesmente pulou no meu cérebro pro Word assim que eu terminei de ler o cap novo da fic dela. Eu diria para vocês lerem também, mas sejamos honestos, a única pessoa que vai ler essa fic e essa nota escandalosamente grande será a própria kkkkkkkkkkkkk

Mas se mais alguém ler essa fic, leia também "Sunflower", ok?

A frase título é do Neil Gaiman, para quem ainda não sabe, meu marido, como diria a própria Minako (no anime, sobre a Chibichibi ser filha da Usa rs), do futuro-futuro LOL

Provavelmente saiu de Sandman, mas não tenho certeza.

Vou dormir, são quase duas da manhã, eu tenho que está na facul 8:30hs amanhã e ainda estou acordada =S

Kisses