Final de tarde na Organização Hellsing. Walter, andando distraidamente pelos corredores da mansão em busca de sua mestra para avisar que o jantar estava pronto, ouve uma conversa no mínimo suspeita.
— Como se sente, minha mestra? Isso traz prazer ao seu corpo?
— Oh... Hmm... É claro que sim. Pode fazer isso com mais força? Ah, isso.
— Você está muito tensa, Integra. Relaxe um pouco.
Walter parara de andar no ato, aproximando-se mais um pouco da porta e tentando espiar pela pequena fresta. Para sua decepção, uma chave ocultava sua visão.
— Hmm. De qualquer forma, continue.
— Assim está bom?
— Ah... Mais para cima. Aí. Sim! Ah... Dor.
— Estou a machucando, mestra?
— Minha nossa... — Walter exclamou baixinho, encostando o ouvido contra a porta.
— De forma alguma. Continue! Isso é... Ah... Isso! Bem aí! Oh, nossa... Oh, Alucard... Você é tão bom nisso...
Alucard riu.
— É claro, minha mestra. Tenho séculos de experiência.
'Mas que diabos? Eles não estão... Estão?' Walter desesperava-se, tentando arranjar uma forma de espiar o que se passava no interior da sala, aproximando-se ainda mais da porta para ouvir melhor.
— Walter-san! — Chamou Celas. Walter ergueu a mão, mandando que parasse.
— Sim, Alucard! Isso! Isso!
Celas e Walter trocaram um olhar tenso. A vampira, surpresa, aproximou-se rapidamente da porta. Pip logo apareceu no corredor, acenando para Celas. Sua expressão mudou ao ver a vampira e o mordomo próximos à porta, escutando atentamente.
— O que está havendo? O que vocês dois estão...
— Shhhhh!
— Silêncio, minha mestra. Nós deveríamos estar trabalhando, lembra-se? Ninguém pode saber o que estamos fazendo.
— Oh, meu... — Murmurou Walter, aproximando o rosto da porta.
— Não... — Celas arregalou os olhos.
— 'ta que pariu — soprou Pip, imitando a atitude de Walter.
— Hmmm... Sente dor?
— Hm, sim, ainda estou desconfortável.
— Já resolvo.
— Hmm... Bem aí... Oh!
— É tudo uma questão de prática, Integra. Logo, logo você acostuma e não vai mais sentir dor. Melhor forma para relaxar, não acha?
— Agora entendo porque tantas pessoas gostam disso.
— Poderemos fazer isso mais vezes?
— Certamente. Após o trabalho eu sempre fico tensa. Pode vir aqui e me ajudar a relaxar desse jeito.
— W-Walter-san, o... O que é isso? — Exclamou Celas, com o rosto tão vermelho quanto o sobretudo de Alucard.
— Shhh! Escute!
— O que? Ah, é claro. Você provavelmente está querendo chupá-lo agora, não é mesmo?
— Oh, não só chupá-lo. Mordê-lo, lambê-lo, e com força.
'Wow, Integra-sama é agressiva em muitas outras formas!', pensou Pip, sorrindo discretamente.
— Sempre que o ponho na boca sinto ondas de prazer espalharem-se pelo meu corpo. É uma lástima que eu não tenha tido mais oportunidades de chupá-lo.
— O quê? — Espantou-se Walter, falando em um fio de voz. — Ela já havia feito isso antes?
Celas olhou para o mordomo, concordando.
— Sempre imaginei que Integra-sama fosse virgem...
— Bem... Chupar não te faz deixar de ser virgem — comentou Pip, pondo uma mão no queixo. Os três calaram-se ao ouvir as vozes novamente.
— Ahhh... Tão doce...
Celas e Walter olharam-se novamente. Desta vez, um olhar tenso, enquanto Celas parecia corar violentamente.
'Yay! Vai nessa, Integra!', pensava Pip, com um sorriso enorme no rosto.
— Isso é muito melhor do que eu podia imaginar... Tão delicioso...
'Isso é horrível', pensou Walter.
'Isso é... nojento!', pensou Celas.
'Isso é incrível!', pensou Pip, contendo o sorriso que se alastrava pelos lábios.
— Bom... Já estou quase acabando.
— Que pena... Só amanhã.
— Se quiser mais antes de dormir, também é muito agradável. Eu me disponho.
— Hmmmm... Ah, ótimo! Vou tomar um banho então, depois continuamos. Só me deixe terminar aqui.
— Claro, fique à vontade.
—... Maravilhoso. Uma delícia.
— E-eu preciso de um banheiro. Vou vomitar! — Exclamou Celas.
O mordomo desviou as atenções para a jovem vampira, dando uma olhadela para porta e seguindo-a.
— Eu também não aguento mais isso!
Pip, pareceu não escutar. Estava concentrado demais ouvindo a continuação do diálogo dos dois.
— É mesmo, mestra? É tão bom assim?
— Se isso é bom? Eu estou no paraíso! Mais forte! Mais forte, Alucard! Mais forte!
— SIM, ALUCARD, SEU BASTARDO SORTUDO! MAIS FORTE! MAIS FORTE! — Exclamou Pip, incrivelmente empolgado com a história toda.
Silêncio. Silêncio vindo daquela sala depois de tantos comentários duvidosos não era um bom sinal. Celas, Walter e Pip trocaram um breve olhar, até que a porta foi aberta por ninguém menos que o próprio Alucard.
— O que precisa de mais força, Pip? — Perguntou Alucard, com uma expressão confusa. Olhou para os outros dois. — E o que vocês estão fazendo aqui?
— Alucard? — Perguntou Integra, saindo de dentro da sala com um pirulito na boca. — Mas o que significa isso? — Perguntou novamente, desta vez mais séria. — Será que nem mesmo seus mestres podem ter privacidade?
O mordomo, depois de um silêncio comunitário constrangedor, resolveu se manifestar.
— Eu estava vindo chamar a senhorita para o jantar mas, quando cheguei aqui, ouvi coisas estranhas e preferi não interromper.
Alucard começou a rir. Integra reprimiu a vontade de rir e voltou a ficar séria.
— E prefere ficar escutando a conversa ao invés de interrompê-la, estou certa?
— Integra-sama, por favor, não pense mal de mim. Eu imaginei que os dois, er...Bem...
Alucard e Integra se olharam, explodindo em risadas descontroladas. Pip, Celas e Walter trocaram um olhar confuso.
— Alucard estava fazendo massagem em mim — explicou Integra, resoluta.
Os três encararam Integra por alguns instantes, e seus olhos pularam para Alucard em seguida, em busca de uma explicação.
— MASSAGEM? — Exclamou Pip, desapontado. — Uma simples e inocente massagem?
— É que... Bem, parecia outra coisa — admitiu Celas.
— É por causa disso — disse Alucard, tirando um saco de pirulitos do bolso de seu sobretudo. — Integra adorava esses quando era mais nova, e nunca mais havia chupado um. Talvez ela tenha se descontrolado um pouco, mas admito que tenho uma parcela de culpa.
Integra fuzilava o vampiro com o olhar.
— Alucard disse que eu andava muito tensa por causa do trabalho e disse que tinha uma solução para isso. Massagem. Satisfeitos? — Perguntou Integra, irritada.
Os outros se olharam mais uma vez, suspirando pesadamente e sentindo-se envergonhados.
— Sim. Desculpe, Integra-sama — disseram, em coro.
Integra cruzou os braços, com um sorriso vitorioso nos lábios.
— Ótimo. Se me der licença, Walter, vou tomar um banho antes de descer para o jantar.
O mordomo assentiu, dando espaço para sua mestra passar, seguida por Alucard.
— E vocês dois, voltem ao trabalho. Não os chamei aqui.
— A-ah... Sim! — Concordou Celas, imediatamente, batendo continência e arrastando o rapaz junto a ela.
Integra deu mais alguns passos, observando os empregados que se afastavam e aguardando pelo momento certo de falar.
— Acha que acreditaram? — Sussurrou finalmente, direcionando-se ao vampiro vestido de vermelho.
— Caíram como patinhos — riu-se Alucard, enlaçando Integra pela cintura e conduzindo-a pelo corredor.
— Hmm... Bom saber — sorriu Integra para si mesma, ajeitando os cabelos. — E, sobre a sua proposta... Está aceita.
Alucard olhou para sua mestra, com um sorriso malicioso em seus lábios.
— Ótimo. Espero por você em seu quarto — sussurrou sedutoramente, roçando seus lábios nos lábios da loira.
