Notas: Essa fanfic é a continuação de "Sede de Vingança". Caso não tenha lido, dê uma olhada, se não você não vai entender nada.

E essa fic é uma mistura de vários eventos que acontecem na série a partir da quarta temporada com coisas que eu inventei e não se encaixa exatamente em nenhuma linha do tempo de Supernatural. Mas não chega a ser um Universo Alternativo, sacaram?

Boa leitura! =D

Capítulo 01 – Pressentimento

-Vamos tirar dois de férias?–Dean parecia animado, enquanto sentava-se a mesa para o café da manhã.

-O que? –Sam deixou o queixo cair. –Por acaso ficou maluco?

-Claro que não... –o loiro arqueou as sobrancelhas, como se sua proposta fosse completamente normal. –Sei lá... Depois do que aconteceu com o Mephisto, andei pensando que não seria tão ruim tirar dois dias para descansar.

-Dean, estamos enfrentando uma situação delicada e você só consegue pensar em se divertir? –o caçula largou o garfo no prato. –Não acredito...

-Ah, que isso Sammy! Há quanto tempo não temos um dia de "férias"? –ele estava convencido a não ceder. –Desde nunca! Então, um tempo para nós não pode ser uma má idéia, certo?

Sam baixou o olhar para o sanduíche que estava no prato, pensativo. Até que Dean tinha razão, eles nunca se preocuparam com suas próprias vidas, pelo menos uma vez poderiam deixar as preocupações de lado.

-Só tem uma condição. –ele esboçou o sorriso que exibia as covinhas. –Se algum caso sobrenatural surgir nesses dois dias, nós deixamos as férias de lado e resolvemos o problema.

-Tudo bem. –o mais velho não conseguiu esconder a felicidade que sentia. –Só uma pergunta... Para onde vamos dessa vez?

-Estava pensando em São Francisco. –Sam acabou de comer o sanduíche e levantou-se. –Nunca conhe...

-Entra no carro e pára de falar. –Dean saiu da lanchonete e foi na direção do veiculo.

A única coisa que fizeram antes de deixar aquele lugar sem olhar para trás, foi deixar uma mensagem na caixa postal de Bob, avisando que estariam fora por um tempo, mas que se ele precisasse de alguma coisa, poderia ligar sem problemas.

Pela primeira vez, depois de muito tempo, não sentiam aquela pressão colossal sobre seus ombros. Decidiram dar uma pausa no ritmo frenético dos acontecimentos, assim poderiam respirar com mais calma e pensar claramente sobre o que poderiam fazer.

O ronco do motor do Chevy Impala parecia necessitado por mais velocidade, conforme se aproximavam da costa leste dos Estados Unidos e a paisagem mudava lentamente.

Passaram o dia viajando, mas também não tinham pressa de chegar ao lugar. Pelo contrário, os dois aproveitavam cada minuto. O pôr-do-sol apenas ajudou a revelar a linda beleza natural do lugar, com suas montanhas à beira do Oceano Pacifico, cobertas por uma vegetação selvagem e tom predominantemente verde.

Para chegar à cidade, tiveram de atravessar a famosa ponte Golden Gate, o mar quebrando nas pedras logo abaixo e as gaivotas voando pelo céu alaranjado. São Francisco era completamente diferente do que estavam acostumados, de qualquer lugar das ruas tinham uma visão privilegiada da baia com o mesmo nome da cidade.

Apesar do clima ameno que a região costuma ter, aquele dia estava quente e os irmãos foram obrigados deixar suas jaquetas de lado e vestir apenas camisetas. Depois de rodarem um pouco pelas ladeiras, procurando um lugar para passar a noite, resolveram tomar uma cerveja em um bar na esquina.

O bar ficava em uma rua arborizada, onde o principal estilo de construção eram os antigos sobrados com pequenas varandas e lojas embaixo, além das casas em estilo vitoriano.

-Quente, não? –Sam comentou, enxugando o suor que escorria pelas têmporas.

-É... –Dean girou os olhos, parecendo irritado. –Estamos no meio de setembro, pelo amor de Deus!

Como estava quente demais para ficarem parados no bar bebendo, resolveram andar pelas ruas e aproveitar a brisa noturna que vinha do mar, enquanto tomavam suas cervejas.

Era muito bom ficar um tempo à toa, sem ter que se preocupar com os outros. Às vezes, se eles não tomassem essas pequenas atitudes "egoístas" nunca teriam a oportunidade de aproveitar os momentos felizes que a vida proporcionava.

Estariam sempre mergulhados nos problemas alheios e deixando os próprios em segundo plano.

-O que aconteceu lá? –Dean perguntou, antes de colocar os lábios no gargalo da cerveja.

-Como assim? –Sam olhou curioso para o irmão, não entendendo aonde ele queria chegar.

-Ainda não fiquei convencido sobre o que aconteceu com o Mephisto. –o loiro mantinha o olhar focado no mar. - Você está escondendo algo?

-Já disse tudo... –ele não deixava de encará-lo. –Não confia em mim?

-Não é isso. –Dean voltou seu olhar para o caçula, as sobrancelhas franzidas. –Só queria saber por que ele disse que Bob havia chegado tarde demais.

-Sei lá, você sabe como demônios mentem. –Sam tentou parecer o mais seguro possível. –Talvez ele quisesse apenas nos desestabilizar...

-É... –o mais velho tomou outro gole de cerveja. –Pode ser...

Sam sentia que o cerco estava se fechando ao seu redor, sabia que não conseguiria sustentar aquelas mentiras por muito tempo. Era péssimo em esconder as coisas do irmão, que o conhecia tão bem e sabia quando algo estava errado. Resolveram dar mais algumas voltas pelas ruas, antes de voltarem para a pensão.

No dia seguinte, foram novamente à praia e aproveitaram para conhecer o porto, com seus restaurantes de frutos do mar. Desde aquela conversa na praia na noite anteiror, Dean passou a observar mais atentamente o irmão, sem que ele percebesse.

Antes mesmo que Sam pudesse notar, seu comportamento mudou. No começo, foram transformações sutis, que chamavam cada vez mais a atenção de Dean, até que por fim resultasse em algo completamente inesperado.

Durante aquela tarde, enquanto comiam no restaurante a combinação do calor do solo californiano e do frio do Oceano Pacífico foram os responsáveis por uma fina névoa que tomou conta da cidade. A temperatura baixou um pouco, ficando mais agradável.

Mesmo assim parecia que a temperatura corporal de Sam estava sempre alta, como se estivesse com uma febre continua, pois apresentava uma sudorese fora do comum.

-Você está bem, Sammy? –Dean perguntou, enquanto deixavam o restaurante.

-Sim... –o caçula esboçou um leve sorriso.

-Tem certeza? –o loiro se aproximou, olhando-o mais de perto. –Não está tão quente assim para você suar tanto.

-Estou com calor, apenas isso. –ele respondeu rapidamente, não dando tempo de ser contrariado. –Então, que tal ir numa sorveteria?

Dean continuou parado, enquanto Sam andava à frente, parecendo despreocupado. Havia algo muito estranho nisso tudo e ele iria descobrir a verdade, nem que fosse à força.