Eflúvio
por Louie B.


Morango e hortelã. Fumaça de cigarro. Martíni de cereja. E 212 Sexy. Astoria era tantos aromas que se tornava fácil se perder entre um e outro. Mas nenhum deles superava o real cheiro de sua pele. Cheiro de Astoria. A melhor das fragrâncias. Perfume de mulher.

Draco inspirou profundamente, a cabeça encaixada na curva do pescoço dela, fazendo-a arrepiar e sorrir ao mesmo tempo. Astoria enlaçou a cintura dele com as longas e esguias pernas quando o jovem ameaçou mudar de posição. Ela gostava dele ali, entre seu coração e sua cabeça. Fazia sentido. Pois Draco alimentava um misto entre sua razão e seus sentimentos.

Ela moveu-se sob o peso dele e a fragrância de seus cabelos loiro-cinzentos logo atingiu as narinas de Draco. Astoria tinha trocado de shampoo, ele percebeu rapidamente. Aquele novo era de maçã-verde e o loiro achou-o mais apropriado que o antigo, de uva. Ela era ácida e doce, como maçã-verde. Sempre um paradoxo.

Astoria acendeu um cigarro e o levou à boca, tragando-o preguiçosamente. Era um cigarro que ela não queria em uma situação em que ela não devia. Ela afrouxou o aperto da cintura de Draco, permitindo que este sentasse. E sorriu novamente, um sorriso encantador e cheio de mistérios.

"Fumar causa impotência sexual" declarou o loiro, tentando manter uma expressão séria enquanto ela sentava e tentava passar a mão livre do cigarro pela manga da camisa social dele que há mais de uma hora estivera esquecida no chão ao lado do sofá.

"Então eu devo estar agradecida com o fato de você não ter adquirido esse meu hábito desagradável" ela fez, apagando o cigarro no cinzeiro sobre a mesinha de cento e, em seguida, plantando um selinho nos lábios do noivo. Astoria era sinônimo de imprevisível. E o imprevisível era definido por ela.

A loira estava, então, tentando abotoar a camisa e Draco não conseguiu conter o sorriso que brotava em seus lábios. Agora, ela teria também o cheiro dele. E ele ficou feliz por saber disso. Estava-a marcando como sua de mais uma maneira. E era o mais próximo que ele chegaria de possuí-la realmente. Porque o perfume que exalava de Astoria, o mais forte deles, o dela era o que mais dava a ele a certeza e que Astoria não era sua nem de ninguém. Era um eflúvio de liberdade.


N/A: Este é o primeiro drabble de uma série. Ainda não sei quantos drabbles terão, no total, mas todos irão conter algum slytherin, como o título pode, obviamente, mostrar. Se tiverem idéias, frases ou fotos que inspirem plots, me mandem por review ou me adicionem no MSN. XOXO, L.