Shinsegumi

Naruto e seus personagens não me pertencem mais, perdi no pôquer para Masashi Kishimoto, mas quase posso provar que ele estava roubando. Uma das provas disso é que baba no Sasuke! Aposto que ele é se auto-representa como Orochimaru, porque esse, obviamente, não é um personagem que eu criaria!

Essa é uma fic YAOI, que quer dizer: dois meninos lindos juntos fazendo coisinhas pervertidas um com o outro! É by Li Morgan, esperavam o que?

Contem Lemon, se não curtem, ups, tchau!

Não aceito criticas e opiniões mal educadas, não obriguei ninguém a ler, então se seguirem, que seja por sua conta e risco!

Ps: É um Universo Alternativo, não são ninjas, mas samurais. Basicamente se passa no inicio da criação da Miburo, ou Lobos de Mibu. Já que não sou uma perita, tive como base o anime Peace Maker Kurogane, e usei muitas informações da Wikipédia. É nesse mundo ditado pela espada que eles estão. Modifiquei um pouco (geral) a historia deles. Um mundo completamente OCC, mas...

Shinsengumi

"Não é permitido se desviar do caminho que um homem deve trilhar"

"Não é permitido sair do Shinsengumi"

"Não é permitido arrecadar dinheiro para proveito próprio"

"Não é permitido se envolver em processos jurídicos de terceiros"

"Não é permitido se envolver em lutas de caráter particular"

As leis que seguiam ecoavam em sua cabeça enquanto se irritava naquele lugar. Não sabia porque se deixara arrastar, não gostava de lugares assim, não apreciava as mulheres, quanto mais as fáceis que se ofereciam e se esfregavam a eles como se fossem cadelas no cio. As bebidas eram de procedência duvidosa, as mulheres ainda mais e ainda tinha que presenciar o espetáculo de ver Gaara disputando uma delas com um desconhecido? Não, ele não tinha, tinha pernas e um cérebro dotados de mobilidade e razão, por isso se levantou de seu lugar, deixando cair as moedas que pagariam pela bebida e comida quase intocadas.

- Naruto – a voz baixa de Sai chegou até ele, inexpressiva como sempre que estavam em publico – já vai?

- Não deveria ter vindo – Naruto falou passando por Sai e olhando duro para a mulher que lhe agarrava a perna. Só então viu Gaara e o desconhecido o olhando – solte-me, nee-san.

A mulher agarrou ainda mais a perna musculosa e então ergueu os olhos, se assustando com o profundo e belo azul cheio de asco. As palavras haviam sido gentis e a voz era suave, seu possuidor era mais belo do que qualquer uma das mulheres ali, mais do que qualquer uma que ela já vira, mas ela sabia quem era aquele loiro. Ouvira falar dele, mesmo que não estivesse com seu uniforme. Por isso beijou a mão parada a seu lado, desculpando-se por tê-lo tocado.

- Já vai? – Gaara perguntou puxando a mulher para seu colo, salvando-a dos abismos azuis que eram os olhos de Naruto naquele momento – tão cedo?

- Não fui feito para esse tipo de divertimento – Naruto deu de ombros dando mais um passo e sem se virar falou – também não preciso que me acompanhem, não sou uma criança perdida.

Sai sorriu de leve, cinicamente, aceitando que a mulher que o servia lhe enchesse o copo que esvaziara ao pensar em acompanhar Naruto.

- Hai – falou cínico como seu sorriso – infelizmente cresceu para se tornar um respondão.

Isso gerou um sorriso fugaz em Naruto, que virou o rosto para vê-lo pelo canto dos olhos antes de sair da sala esfumaçada pelo incenso doce que ocultava o cheiro acre das mulheres. A pele dourada do outro foi iluminada pela lua, brilhando saudavelmente enquanto ele puxava a porta para abri-la. Um lampejo azul sonhador quando ergueu os olhos para a imensa e cheia lua que o iluminava, e um sorriso verdadeiro antes de fechar a porta e partir.

Gaara libertou a mulher ainda olhando para a porta. Seu sangue fervia, ainda mais porque sabia que Naruto não havia feito de propósito, estava sendo apenas Naruto.

- Vinte e nove minutos – Sai falou sorrindo – até que ele agüentou bem, não?

- Maldito seja – Gaara resmungou puxando a garrafa de Naruto e o copo que ele levemente levara aos lábios – me tirou completamente o gosto.

A mulher sorriu então para o desconhecido, que lhe foi indiferente. Por isso suspirou.

- Sai-san – chamou a dona do lugar, servindo mais sake para o moreno – porque ainda trás o menino até aqui? Ele não gosta e acaba completamente com o desejo de Gaara-san.

- Por que será? – Sai perguntou cínico, vendo ela lhe sorrir cúmplice.

- Ele é tão bonito quanto uma garota – a mulher disputada e desprezada falou – tão lindo quanto uma mulher.

- Fale isso perto dele e prepare-se para encontrar seus ancestrais – Gaara falou entre os dentes – maldito!

Sai apenas riu do grito do amigo e então o apito soou. Logo ele e Gaara estavam correndo pela noite, os dois desconhecidos que estavam com eles os acompanhavam. Naruto estava sozinho, uma presa fácil para o ataque.

- Espadas – Gaara gritou ouvindo o barulho do metal contra o metal e eles o seguiram, com as mãos em suas katanas, prontos para o combate, para descobrirem Naruto agitando a sua antes de embainhá-la.

O loiro se virou alerta e então voltou à posição normal, voltando a andar sem se importar em pisar nos corpos dos que acabara de matar.

- Frio – o desconhecido que disputara a mulher com Gaara falou sorrindo arrogante.

Gaara olhou os desconhecidos e então viu Sai voltando para a casa onde estavam.

- Vou com Naruto – Gaara falou.

Sai sentiu os dois desconhecidos o acompanharem, mas não se virou ao ouvir Gaara.

- Ele não vai perdoá-lo – anunciou Sai – e ainda quer sangue, não se importara de ser o seu.

Gaara suspirou, sabia daquilo, mas mesmo assim seguiu Naruto, alcançando-o e caminhando ao seu lado.

- Agora o que os Uchiha de Osaka querem comigo? – Sai perguntou ao entrarem na zona de prostituição demarcadas pelas lanternas vermelhas nas portas, perdera completamente o gosto pela noite, por isso voltara apenas para pagar pelo que haviam consumido – ou será que foi coincidências dois espadachins estarem na mesma sala que nós?

- Aquele loiro – o que parecia mais velho deles perguntou sereno – quem é?

- O chamam por muitos nomes – Sai falou serio, vendo a senhora daquela casa já o esperando, e foi a ela entregou o dinheiro que cobria suas despesas e as de Gaara – arigato.

A mulher sorriu, tocando de leve o rosto de Sai e vendo o perigo nos olhos negros. Por isso se afastou depois desse toque.

- Minha casa está sempre aberta para recebê-los, Sai-san – ela disse suavemente baixando a cabeça – mesmo quando não nos deseja.

Sai apenas sorriu cinicamente mais uma vez antes de se virar para os dois Uchiha.

- O que desejam? – perguntou.

- Fomos enviados para cá – o mais velho falou enquanto o outro olhava Sai com arrogância – sou Uchiha Itachi e esse é meu irmão Uchiha Sasuke.

Sai os olhou com desinteresse antes de indicar o caminho.

- Então querem se unir ao Miburo? – Sai perguntou – ou é apenas uma desculpa para poderem desafiar nossos integrantes?

Sasuke soltou uma risada de escárnio ao ouvir o outro, como que não os julgasse merecedores de tal honra e Sai sorriu ao vê-lo examinar os corpos cortados sobre o pavimento quando passaram por eles. Naruto tinha um temperamento doce e afável, quando não era ameaçado, mas quando isso acontecia, a morte era o único fim para quem o desagradasse. E o loiro estava irritado hoje, o afastamento dele e de Gaara não era recente, o abismo que se formava era cada vez mais profundo. A amizade e cumplicidade ainda existiam, porem o fogo que havia nos olhos deles quando se encontravam com os do outro havia se extinguido, e Sai não sabia o porque. Via que Gaara estava mais aberto às gueixas, já começava a ter suas preferidas, e que Naruto era indiferente a isso. Concordava que fora demais para Naruto ver Gaara disputando uma mulher vulgar, e entendia o loiro, que conhecia desde sempre. Levara Naruto para analisar o relacionamento dos dois e acabara percebendo que Gaara deveria ter feito algo errado, algo que afastara Naruto de vez de seus braços. Porque a chama ainda estava em Gaara e a simples visão de Naruto entre as mulheres tirava do ruivo o prazer por elas.

- Vamos nos juntar – Itachi falou serio, quando Sai parou enfrente a casa que usavam como quartel-general em Kyoto – se nos aceitarem.

- Hai – Sai falou cínico – amanhã poderão provar suas habilidades.

Sai abriu o portão, ouvindo o barulho de espadas se chocando.

- Por que não agora? – Sasuke perguntou prepotente e então viu o ruivo ser chutado e parar aos pés de Sai.

O loiro veio como um raio, seu rosto estava sereno, mas olhos eram fendas profundas e Sasuke sacou a espada antes mesmo de pensar sobre isso, algo em seu sangue rugia para que lutasse, mas então a idéia de provar a superioridade do estilo Uchiha se ouviu em sua mente, numa voz bem parecida com a de seu pai. Os olhos azuis se fixaram nela e a luta começou.

- Ototo baka – Itachi falou sereno – sempre mordendo mais do que pode mastigar.

- Até que ele é bom – Sai falou analisando Sasuke e sua técnica – mas não é bom provocar Naruto quando ele quer sangue.

- Maldito – Gaara falou sorrindo e se levantando – ele está a toda.

- Não o provoque mais – Sai falou e quando Naruto desarmou Sasuke e estava com a katana em seu pescoço, usou sua própria bainha para parar o golpe – chega!

Naruto picou atordoado e então se afastou, movendo rápido a katana e limpando-a de qualquer resíduo antes de guardá-la e reverenciar Sai.

- Gomen – disse baixo antes de se virar.

- Naruto – Sai chamou – esses são Uchiha Itachi e Sasuke, eles entrarão para a Miburo.

Naruto concordou, mas não se voltou.

- O que achou da técnica de Sasuke? – Itachi perguntou curioso.

- Fraca – Naruto então se voltou – ele é só ataque, não tem nenhuma defesa. Sua base não é centrada e perde o equilíbrio fácil. A maneira que segura a espada não é a mais indicada para ele. Junta muito as mãos e perde a estabilidade do fio com isso. A katana é boa, acredito que nunca vi uma melhor, por isso não quebrou ainda. O som que produz é suave, embora medonho para um conhecedor.

- Dobe, quem você pensa que é para falar isso? – Sasuke perguntou insultado e viu o loiro suspirar.

- Ninguém importante – Naruto falou reverenciando – com licença.

Sai suspirou também.

- Porque o provocou? – perguntou a Gaara.

- Queria arrancar alguma reação dele – Gaara falou guardando a espada – não suporto vê-lo apático.

Sai suspirou novamente e então olhou questionador para Gaara.

- E ele está certo – Gaara apontou Sasuke – ele não tem base, e segura a espada errado. Força demais e não tem graciosidade.

- Pode matar – Sai falou.

- Mas não com a graça com que Naruto faz – Gaara apontou sorrindo – apesar de ser difícil alguém matar com tanta graça e leveza.

- E quem você é para dizer isso? – Sasuke perguntou, revivendo a rivalidade da noite – perdeu para o loirinho assim como eu.

A risadinha traquina foi ouvida e Sasuke viu o loiro contraído, soube então que era ele quem tinha aquela risada gostosa.

- É, mas Naruto estava particularmente espirado hoje, né kitsune? – Gaara falou e o loiro parou e se virou sorrindo – sou Sabaku no Gaara, Uchiha Sasuke, e talvez nos encontremos amanhã, em seu teste.

Dizendo isso, Gaara seguiu Naruto, que o esperava e a Sai.

- Pode ir na frente – Sai falou ao ver Naruto o olhando – eu os levarei até os aposentos deles e então o encontrarei.

Naruto concordou com mais um sorriso e seguiu para a parte mais afastada.

- Então aquele é o kitsune – Itachi falou sorrindo serenamente, entendendo agora porque o loiro era descrito como Bela Morte – não entendo porque o apelidarem de raposa.

- Verá amanhã a luz do sol – Sai falou abrindo um quarto – encontrarão tudo que precisam ai. Amanhã um de nós virá os guiar até o refeitório e depois aos testes, isso definira em que divisão e nível ficarão, assim como em que prédios serão alojados.

Itachi concordou e reverenciou o outro, Sasuke fez uma meia reverencia debochada.

- Já aviso – Sai falou – não é por ser um dos bastardos de seu pai, que aceito desrespeito ou futilidades. Mantenha essa postura, e não impedirei a espada de Naruto da próxima vez.

Itachi sorriu ao ver o moreno seguir até o prédio afastado onde o loiro esperava na porta. Observou a forma como o moreno Sai passou a mão na cintura do loiro e como esse se acomodou em seu ombro antes de entrarem. As silhuetas dos dois continuaram juntas como uma até passarem pela luz da lamparina que iluminava o quarto, mantendo em segredo o que faziam depois disso, porem Itachi sabia muito bem o que faria com tal beleza se estivesse no lugar de Sai. Então, ao analisar seu pensamento, desconsiderou, o moreno Sai era forte, senão não seria Sub-comandante dos Lobos de Mibu, e era seu meio-irmão, mesmo que bastardo. O loiro era dele, não poderia ou deveria se meter entre eles.

- Maldito – Sasuke resmungou se jogando em um canto, dormiria sentado ali, como era seu costume em lugares estranhos.

Itachi apenas suspirou pelas infantilidades do irmão e fechou a porta, indo pegar no armário o futon e arrumou a cama. Tirou as vestes negras e deitou despido, ignorando os resmungos do ototo. O cansaço pela longa viagem o dominava e por isso ele fechou os olhos, lembrando do lindo loiro a luz da lua, dos belos olhos ao luar e da bela técnica que mostrara ao lutar contra o irmão.

- Uchiha-san – a voz doce soou no ouvido de Itachi, que abriu de leve os olhos para admirar o loiro inclinado sobre ele, com os cabelos longos presos em um rabo-de-cavalo caia pelo ombro delgado, vestia agora o uniforme azul-claro, que era apenas um tom mais claro que aqueles lindos olhos, e então viu as três marcas em cada bochecha dourada, dando ao loiro um ar de raposa – que bom que já acordou, o café logo vai se iniciar.

Itachi viu o loiro se afastar e então se sentou na cama, vendo que era muito mais alto do que o loiro, que estava ajoelhado ao seu lado. Afastou as cobertas e pegou suas roupas, vendo que o loiro o olhava enquanto fazia isso.

- Gosta do que vê? – Itachi perguntou olhando o loiro que concordou com a cabeça.

- A pele pálida é de familia, não é? – Naruto perguntou sem se alterar – assim como os cabelos e olhos escuros.

- Hai – Itachi sorriu sedutor – alguns traços também. Os Uchiha são conhecidos por seus olhos negros, e cabelos em vários tons escuros. Também somos conhecidos por outros detalhes, como você já deve saber.

- Entendo – Naruto se levantou então, passando as mãos pelas vestes e desamassando-as antes de andar até a porta e abri-la – Sai não gostará dos comentários que começarão.

Itachi seguiu o pequeno, vendo que as mãos pareciam delicadas demais para segurar uma espada e que todo ele era pequeno e delicado, entendia porque dos boatos dele ser uma mulher disfarçada circulavam. Porem sentia também uma energia puramente masculina vinda dele, assim como aquele cheiro doce e quente, tão exótico quanto seu dono.

Entraram me um refeitório amplo, onde muitos espadachins já estavam sentados. Itachi lançou um olhar feroz ao irmão que apenas riu e então continuou seguindo o loiro, até dois lugares livres, sentando-se ao lado do ruivo da outra noite enquanto Naruto ao seu lado dividia espaço com Sai.

- Quando parte em patrulha? – Gaara perguntou com uma breve e ausente reverencia a mulher que colocava a comida a sua frete – que hora volta?

- Após o café – Naruto falou e sorriu para a mulher – arigato, nee-chan.

- Coma tudo, Naruto-kun – a garota falou maternal, acariciando a ponta dos cabelos loiros de Naruto – anda comendo pouco.

Naruto sorriu começando a comer.

- Não respondeu quando voltava – Gaara falou irritado.

- Quando souber de que lugar aqueles ratos saíram – Naruto falou comendo – não estrague meu café da manhã, Gaara.

O ruivo olhou irritado para o loiro, que mostrou a língua de forma infantil e o fez sorrir de lado. as contradições daquele uniforme de luta sobre o corpo pequeno e quase infantil, ressaltando a absoluta beleza de Naruto, dando mais vida aos olhos celestes do loiro. Poderiam até pensar que a cor fora escolhida para Naruto, se não se soubesse que já estavam há anos em uso.

- Coma tudo – Sai pediu impedindo Naruto de jogar as verduras em seu prato – disse ontem que não era mais criança.

- E não sou – Naruto falou fazendo um beicinho dengoso – não vou crescer mais, não importa quanto dessa porcaria me façam comer.

- Não o vejo reclamar do leite – Sai falou malicioso.

- Leite eu gosto – Naruto sorriu engolindo quase sem mastigar as verduras e vendo sua divisão já em formação lá fora, comeu o resto rápido e bebeu todo o leite – Uchiha-san, muito boa sorte em seu teste. Sai, enviarei alguém com noticias se necessário.

- Arigato – Sai e Itachi falaram juntos, mas o loiro já saia da sala, dando ordens aos homens que o seguiam.

- Não é perigoso mandar somente a divisão dele? – Gaara perguntou olhando Sai.

- Ie – Sai sorriu – Naruto dará conta sozinho, a divisão é só para mostrar número e para evitar que eles desobedeçam às ordens e sigam Naruto, sabe como sãos os homens da Segunda e sua adoração por seu Capitão. Nenhuma outra unidade é tão unida entorno de seu líder, nem tão conhecida.

Itachi terminou de comer com calma e seguiu o moreno para o dojo, vendo seu irmão se juntar a eles. O ruivo também os acompanhava. Lá encontraram outros que iria fazer o teste.

- Sabaku no Gaara, capitão da Primeira Divisão será o adversário hoje – Sai anunciou ouvindo suspiros e reclamações – podem desistir agora se desejarem, isso nos pouparia tempo.

- E Naruto-san? – um dos aspirantes perguntou – esperava lutar contra ele.

- Saiu em patrulha – Gaara falou – mas não teriam melhor sorte com ele do que terão comigo.

Itachi viu os olhos verde-água do ruivo marcarem aquele que perguntara de Naruto, e pensou sobre isso. Imaginara que a relação de Naruto e Sai era amorosa, e via que a de Naruto e Gaara deveria ter sido assim também, pois o ruivo se mostrava possessivo com relação ao loiro, alem de protetor. Sai ao contrario, parecia bem à vontade, sem se importar em superproteger ou em perceber a admiração que Naruto causava. O moreno apenas sorria falsamente, observando e julgando as lutas.

Acabou achando engraçado lutar com Gaara, fora deixado por ultimo, mas o ruivo não parecia ofegante ou cansado. Ele possuía uma técnica muito boa, era defensivo ao extremo e quando atacava, quase sempre o fazia com perfeição quase absoluta, o que o tornava um adversário mortal. Claro que a disputa foi finalizada por Sai quando percebeu que os dois estavam excitados demais pela batalha que começava a ficar séria e só acabaria em sangue derramado e adversário morto.

Talvez por isso estivesse agora na onsen, relaxando na água quente com Gaara ao seu lado.

- Não reconheci o estilo com que luta – Gaara falou – apesar de ser muito harmonioso.

- É o estilo próprio de minha familia, modificado por mim – Itachi falou – nunca vai ver alguém fazendo igual.

- Agora entendo o porque de seu irmão se mostrar tão ruim ontem – Gaara falou – ele tenta adaptar o estilo para ele e está perdido. Não foi muito melhor hoje, mas estava diferente.

- Cada um com suas dádivas e limitações – Itachi falou e então viu o ruivo ficar alerta, mas não deu importância – vai sair?

- Hai – Gaara falou se levantando – fique a vontade.

E Itachi ficou, fechando os olhos e relaxando todo o corpo, até ouvir:

- Ie – a voz suave soou brusca – solte.

- Onegai – Gaara pediu baixo, mas Itachi tinha ouvidos apurado – só mais uma vez? Uma ultima vez, Naruto.

- Ie – Naruto o afastou e jogou o balde de água sobre o corpo se levantando – você fez sua escolha, eu faço a minha.

Naruto então caminhou até a onsen, entrando na água quente e fechando os olhos bonitos, sem se importar com Gaara que saía furioso.

- Você o trocou por Sai? – Itachi se viu perguntando e olhando o loiro, que era realmente lindo.

- Ie – Naruto falou baixo – eu e Sai nos conhecemos desde sempre. Nossas historias são parecidas, nossos destinos próximos como os de irmãos de sangue.

- Bastardos? – Itachi perguntou usando o tom leve.

- Órfãos – Naruto disse suavemente – eu nunca conheci os meus pais, provavelmente sou um rejeitado ou exposto. A mãe de Sai me encontrou bebê, Sai já tinha uns cinco anos, me aceitou como irmão e juntos nós a perdemos.

- Como ela morreu? – Itachi perguntou chegando mais perto do loiro, que se mantinha relaxado, com os belos olhos fechados.

- Foi assassinada por um mercenário – Naruto falou – eu tinha dez anos. Foi quando matei pela primeira vez. Sai chegou pouco depois e nos encontrou. Incendiamos a casa com nossa mãe dentro e nos unimos ao Shinsengumi.

Itachi acariciou de leve o rosto dourado, vendo os olhos azuis se abrirem confusos.

- Que bom que o matou – Itachi falou.

- Foi seu pai quem o enviou – Naruto disse – para levar Sai até ele, a oka-san não permitiu e ele a matou. Usei uma faca de cozinha para acabar com ele, foi no Shinsengumi que recebi minha primeira espada de verdade e parecia que minhas mãos haviam sido feitas para empunhá-las. Foi então que descobri que tinha sido feito para matar. Seu pai me conduziu a isso.

Itachi sorriu então.

- Meu pai era um homem idiota às vezes – Itachi falou – ele cobrava a perfeição. Quando desenvolvi um estilo próprio, desprezando o antigo estilo da familia, ele se voltou para Sasuke, que possui a sua idade. Um menino de dez anos não poderia contentar meu pai, talvez por isso quisesse Sai com ele.

- Fiquei feliz quando soube que ele morreu – Naruto falou olhando bem o rosto de Itachi, que não deu indícios de que sentia algo por isso – ele deu as costas a Sai e a oka-san, que era uma mulher muito boa, não tinha o direito de vir exigir Sai, muito menos de tirar a vida da oka-san.

- Não, ele não tinha – Itachi acariciou mais uma vez o rosto dourado – mas ele achava que sua palavra era lei.

Naruto concordou e então voltou a fechar os olhos, saindo da onsen.

- Eu te desejo – Itachi falou vendo o loiro o olhar surpreso – achei que você era de Sai e por isso nunca iria te tocar. Mas você é irmão dele e eu sou apenas alguém com que ele partilha parte de seu sangue.

- O que quer de mim? – Naruto perguntou olhando questionador para Itachi.

- Já disse – Itachi falou olhando bem naqueles olhos – mas posso repetir, eu te desejo. Eu te quero em minha vida e cama.

- O que espera me falando isso? – Naruto estava confuso agora.

- Nada – Itachi sorriu sedutor – apenas estou te revelando algo, e te dando a oportunidade de me procurar por conta própria e se entregar a mim.

Naruto concordou de leve e saiu da água, caminhando até as toalhas limpas e pegando uma para se secar. Itachi o admirava ainda na água e então o seguiu. Viu o loiro se secar com pressa, depois viria a saber que esse era um habito de Naruto. O loiro vestiu o kimono limpo que um menino jovem, um dos muitos serventes trouxera e a katana da qual parecia nunca se separar, saindo da área de banho pensativo. Itachi o seguiu, vendo que ele ia para o quarto de Sai, que o esperava com chá na varanda.

- Como foi a patrulha? – Sai perguntou não estranhando Itachi ali, o moreno era habilidoso e fora acomodado no quarto vago ao lado do seu – algum dos seus se feriu?

- Cortes superficiais – Naruto falou se sentando sobre as pernas e pegando a xícara de chá oferecida – encontramos eles aqui perto. Desorganizados, mas em maior numero do que o aceitável.

- Quantos para cada um? – Sai perguntou.

- Um para cada – Naruto sorriu assoprando o chá e sorvendo um pouco.

- Sua divisão saiu com vinte homens – Sai ponderou – quantos você pegou?

- Uns dez, pode ser mais ou menos, não contei – Naruto falou suspirando – porque me faz perguntas se já sabe de todas as respostas?

- Porque gosto de te ver se debatendo entre se vangloriar e calar – Sai falou sorrindo falsamente – Gaara passou por aqui cuspindo fogo.

Naruto apenas o olhou e então voltou os olhos para seu chá, mostrando que não queria falar sobre isso e não comentaria o comportamento do ruivo.

- Isso tem algo a ver com sua súbita vontade de partilhar o quarto comigo? – Sai questionou vendo Itachi olhar fixamente para Naruto, que continuava olhando o chá – se não me disser o que houve, eu não vou saber o que pensar e vou continuar insistindo.

- Ele aceitou – Naruto falou simplesmente bebendo o chá e olhando Sai – aceitou o noivado.

- Entendo – Sai falou e então mudou de assunto – está cansado?

- Hai – Naruto falou terminando o chá e vendo Sai bater em seu colo, então sorriu inocente – posso?

Sai adorava quando Naruto olhava para ele assim. Era como ter de novo seu ototo alegre e enérgico. Infelizmente isso acontecia pouco agora. Anos matando cobravam seu preço e o deles era o sorriso de Naruto. Odiava Uchiha Fugaku por ser o causador daquilo, ficara realmente feliz quando a noticia da morte de quase todo o clã Uchiha, bem como seu patriarca chegara e sabia que Naruto havia partilhado aquela alegria com ele. Observou então Naruto deitar no chão, encostando a cabeça em suas pernas e suspirando com um sorriso nos lábios. Naruto sempre pedira e se acomodara em seu colo quando pequeno, porem agora isso era raro e quase sempre era Sai quem oferecia.

Sorriu então ao sentir Naruto de olhos fechados pegar sua mão livre e a esfregar em seus cabelos. Como um animalzinho pedindo carinho. Fez a vontade do loiro, acariciando os cabelos loiros e macios, tão agradáveis de se tocar e viu a forma faminta como Itachi olhava Naruto.

Apenas o observou até Gaara aparecer, mais controlado.

- Vim comunicar minha dispensa – Gaara falou – assuntos de familia me chamam para casa.

- Pode ir – Sai falou lendo o pergaminho que Gaara lhe entregava e depois o devolvendo – tem uma semana. Algo grande está se formando, e precisaremos de todos os nossos lideres de divisão.

- Hai – Gaara concordou – é algo rápido, não levarei mais do que cinco dias.

- Vá com cuidado – Sai falou – e boas núpcias.

Gaara voltou os olhos para Sai e então olhou Naruto, como se um simples gesto do loiro fosse o necessário para ele mudar de idéia.

- Boas núpcias – Naruto falou e sorriu – que kami lhes de muita alegria, fertilidade e fartura.

Gaara concordou, mas em seu rosto estava a mesma expressão de quando via Naruto perto das gueixas e perdia o prazer. Virando-se, partiu rumo ao estábulo onde seu cavalo estava pronto para partir.

- Não vai lutar por ele? – Sai perguntou então – ele parece desejar isso.

- Já há luta demais em minha vida – Naruto falou fechando os olhos e voltando a relaxar – algumas coisas devem ser entregues de livre e espontânea vontade. Luto porque acredito pelo que lutamos, sou Shinsengumi, sou Miburo. Luto pelo meu senhor, luto pela minha vida, mas não lutarei por amor, aniki. Ainda mais porque quando eu luto, sangue corre.

- Um casamento não prende um homem a uma mulher, nem mesmo mostra sua preferência – Itachi falou observando o loiro, percebendo que ele se mantinha relaxado apenas por sua força de vontade – quase sempre é escolhido por outros e apenas um mal necessário.

- Quando estou com alguém – Naruto falou suavemente – sou apenas daquela pessoa, nenhuma outra me atrai ou me tem. Seria errado pedir o mesmo? Você aceitaria me partilhar com uma esposa e os filhos que ela me desse?

Itachi sentiu possessividade e ciúme, Naruto tocara um ponto certo e real. Não permitiria tal afronta, não dividiria o que era por direito seu. Porque já sabia que Naruto seria seu, não importava quando, mas seria. Seria porque ele assim queria e faria tudo para tê-lo.

- Você está certo – Itachi falou – se você se entrega todo, deve receber o mesmo. Ele é um tolo por não perceber.

- E o magoou sem saber – Sai falou acariciando os cabelos loiros – você pelo menos disse a ele?

- Não com essas palavras – Naruto falou abrindo os olhos – mas disse que talvez me casasse também e então nossos filhos poderiam crescer e treinar juntos.

- E ele? – Sai sorriu imaginando a cena e ouviu Naruto resmungar.

- Quase me bateu – Naruto falou – disse que não admitiria me dividir com uma mulher qualquer.

- E você? – Itachi perguntou curioso.

- Simplesmente perguntei o que ele ia fazer quanto ao noivado – Naruto falou – quando ele me disse que já havia mandado a resposta positiva, o deixei. Nunca mais permiti que ele me tocasse. Nem meu corpo, nem meu coração.

- Mas ele ainda lhe persegue – Itachi falou – lhe pediu mais uma vez no banho.

Sai olhou predatoriamente para Itachi e então olhou Gaara que passava pelo portão agora. Gostava do ruivo, era seu amigo e de Naruto, mas ele não tinha o direito.

- Uma ultima vez – Naruto falou – ele aceitou que eu me negasse, embora tenha se enfurecido. Sabe como eu penso e sabe que não vou mudar meu modo de pensar. E está com ciúme.

- Ciúme? – Sai olhou para Naruto, e então para Itachi e ouviu a risada de Naruto, que o alegrou.

- Ele se convenceu que eu e o teme vamos ter alguma coisa – Naruto falou rindo – imagine, só porque eu corrigi sua postura hoje pela manhã, antes do café.

- O teme seria Uchiha Sasuke? – Sai perguntou sorrindo – Gaara não percebe o que está a sua frente?

- Ie – Naruto sorriu – "não entendo como levou a serio aquela luta com ele ontem à noite, seu adversário era eu", imagine, como se eu fosse ignorar uma espada?

- Ainda mais depois de matar – Sai falou baixo e Naruto olhou para cima, erguendo as mãos e tocando no rosto do outro, como se fosse uma criança – você é bonito demais para a paz de Gaara, desejado demais para que ele não saiba do que abriu mão.

- Sou? – Naruto perguntou inocente – dizem que pareço uma mulher. Há boatos que sou uma disfarçada. Será que é isso que esperam? Que por baixo dessas roupas haja um corpo feminino? Que por trás de minha espada esteja uma mulher?

- Idiotas aqueles que pensam assim – Itachi falou.

- Isso pode ter atraído Gaara no inicio – Sai falou – mas não foi o que o fez ficar ao seu lado.

- Porem ele teve a oportunidade de escolher – Naruto falou – e escolheu uma mulher. Eu sou homem, não posso dar filhos a outro homem, apenas prazer.

- Alguns matariam para ter você – Sai falou se vergando e beijando a testa de Naruto – alguns nem imaginam os prazeres que você pode dar.

- Talvez – Naruto falou pensativo – filhos são tão importantes assim? Se são, porque eu não os desejo? Gosto de crianças, elas me divertem e fascinam, mas não desejos crianças minhas, eu não entendo.

- Para alguns – Itachi ponderou – filhos são uma continuidade, uma extensão deles mesmos. Para outros uma obrigação, para manter o nome de familia vivo.

- Então, no final, eu sempre serei trocado – Naruto olhou Itachi e depois para Sai – né?

- Ie – Sai falou – o homem certo não o deixaria por nada, chibi kitsune.

Naruto deixou uma risada infantil sair, causada pelo uso de seu apelido de infância.

- Isso é verdade – Itachi falou – se eu o tivesse, não o deixaria partir, por nada. Eu o teria todo para mim, e seria todo seu.

- Uma afirmação com som de promessa – Sai falou – você está interessado em meu ototo?

- Ototo? – Sasuke perguntou chegando perto deles, vinha displicente e arrogante, com seu uniforme novo, mesmo que ainda não estivesse engajado em nenhuma Divisão – então ele é seu irmãozinho?

- Hai – Sai falou sério – eu o ganhei aos cinco anos.

- Sua mãe era mesmo uma va...

Sasuke arregalou os olhos ao sentir a espada novamente em seu pescoço. Não deveria falar assim da mãe do sub-comandante, muito menos da do capitão da unidade em que queria entrar.

- Continue – Naruto ordenou em com voz firme – fale, Uchiha, diga o que pensa daquela que seu pai usou e depois matou!

Sasuke sentiu o filete de sangue escorrer por seu peito.

- Naruto, isso não é necessário – Sai falou, ainda calmamente sentado – a opinião dele não muda o que e quem nossa mãe era.

- Naruto foi adotado pela mãe de Sai – Itachi repreendeu o irmão – isso os torna irmãos. Ela foi morta por um subordinado de nosso pai que deveria levar Sai para ele. Naruto o matou, aos dez anos.

- Hai – a voz de Naruto soou bem no ouvido de Sasuke – desde então, tenho me aprimorado nisso, quer testar?

- Ie – Sasuke falou, sentindo mesmo que tinha falado demais e de coisas que não sabia – minha mãe sofria com as traições de meu pai. Eu aprendi a culpar as mulheres dele por isso.

Naruto tirou a espada do pescoço de Sasuke, e estendeu um lenço que o moreno aceitou.

- Nossa mãe terminou tudo com seu pai quando esse me rejeitou e a ela quando eu nasci – Sai informou vendo Naruto guardar a espada e voltar a deitar em seu colo – vivíamos do que produzíamos em nossas terras.

- Verduras nojentas – Naruto falou – e flores.

- Você adorava as flores – Sai lembrou – viva correndo por elas.

- Hai – Naruto sorriu saudoso – você estava sempre comigo, a não ser quando ia até a feira vender o que produzíamos a mais. Eu ficava com as flores, enquanto você e a oka-san vendiam tudo.

- Hai – Sai sorriu.

- Porque não ia com eles? – Sasuke perguntou e Itachi imaginava o porque.

- As pessoas do vilarejo não gostavam de mim – Naruto falou tranqüilo – diziam que a oka-san tinha feito errado ao me pegar. Para eles eu era um amaldiçoado.

- Exposto – Sasuke falou baixo – mas e seu sobrenome?

- Uzumaki? – Naruto perguntou sorrindo então e olhou para Sai, que sorriu para ele ao ver Naruto abrindo bem os olhos – ainda estão ai?

- Hai – Sai sorriu e viu Itachi puxar com delicadeza o rosto de Naruto e olhar seus olhos – redemoinhos.

- Por isso Uzumaki Naruto – Itachi passou o dedo gentilmente no rosto dourado – e as marquinhas?

- Naruto já as tinha – Sai falou – sempre as teve. Era pequeno e jovem demais quando o encontramos, e não havia indícios de que haviam sido causadas por corte ou queimadura. Eu acredito que ele nasceu com elas. Um filhote de raposa feito gente.

- Hai – Naruto riu deitando de lado e esfregando o rosto nas pernas de Sai, que sorriu verdadeiramente para ele – o aniki tem um cheiro bom, sempre teve um cheiro bom.

Sai observou Naruto começar a ficar sonolento, a batalha, o sangue e excitação sempre o deixavam letárgico depois. Podia lutar por horas sem perder o vigor, podia passar horas rindo e brincando, ou treinando sem querer parar, mas bastava uma breve pausa e ficava sonolento. Logo seria tragado para o sono, e era adorável de se observar os olhos lutando para se manterem abertos, a boca vermelha e carnuda abrindo em um bocejo, as mãos pequenas se aproximando do rosto, isso sempre fora assim, Naruto sempre, desde pequeno, adormecia da mesma forma.

- O dobe parece criança – Sasuke falou sorrindo, ainda segurava o lenço no pescoço, estancando o pequeno corte – gomen por falar de sua mãe.

- Tudo bem – Sai falou sem tirar os olhos de Naruto – eu a amava, muito, ela era minha mãe. Mas Naruto, que nunca conheceu os pais e que era rejeitado por todos, ela era o céu, a terra e o mar. Quando o encontrei, ele estava chorando abraçado a ela. Sujo pelo sangue dela e pelo dele. Naruto era apenas um menino pequeno, aos dez anos, parecia ter seis ou sete, mas teve força para matar um homem adulto e forte. Usei toda a minha força para tirar ele de perto dela e então toquei fogo em tudo. Naquela noite eu aceitei fazer parte do Shinsengumi, fiz isso para aprender a nos proteger e para ter como alimentar e manter Naruto comigo. Ele fazia pequenos serviços, chá, lavar roupa, limpar o dojo. Sempre foi bonito demais para não ser notado e uma noite, enquanto eu estava em patrulha, três aspirantes o encontraram no dojo. Quando chegaram, os três estavam retalhados, e Naruto com a katana na mão. Aprendera a usar espadas vendo os treinos, depois disso, ele começou a treinar com os iniciantes, em dias estava com os graduados e então era parte do Miburo. Desde então uma katana sempre está próxima de sua mão, ele dorme com ela próxima a ele, com uma wakizashi debaixo do travesseiro.

- Não é uma vida fácil – Sasuke falou olhando o loiro que parecia um menino ainda. Naruto tinha sua idade, dezoito anos, mas havia uma enorme diferença entre os físicos e alturas dos dois – o tamanho dele, não interfere?

- Ie – Sai sorriu – peça a ele para lutar com você amanhã. Mas seja gentil, para ele não cortar seu pescoço novamente, e ele lhe mostrará. Naruto é forte, mais do que se imagina, seu corpo pequeno é ágil, flexível. É o matador mais completo que já vi. Pode usar quase qualquer coisa como arma, mas prefere as espadas.

- Talvez eu o chame – Sasuke falou – ele me deu umas dicas essa manhã, quando me viu me aquecendo. Percebi que minha lamina não vibra tanto se mantiver as mãos mais afastadas. Qual é o estilo dele?

- Nenhum – Sai falou – ele aprendeu vendo vários estilos e os condensou para ele. Por ser pequeno, pode usar muitos movimentos que nós não podemos, ele possui graça, leveza.

- Gaara falou isso ontem à noite – Sasuke lembrou – mas é que ele parece tão frágil.

- Muitos foram enganados por isso – Sai falou tirando a cabeça de Naruto de suas pernas e colocando no chão, antes de o pegar no colo, Naruto resmungou algo enquanto Sai o carregava e colocava na cama, tirando-lhe sua katana e a deixando a seu lado antes de o tapar – ainda há aqueles que pensem que contra Naruto será uma luta fácil, que ele está na posição em que está porque é meu irmão ou por se entregar para subir de posto. Esses tolos quase sempre acabam mortos ou profundamente machucados. Não seja um tolo, Sasuke, o adversário nunca deve ser subestimado. Naruto pode muito bem usar sua beleza para matar, assim como usa todas as outras características.

- Bela Morte – Itachi falou se levantando do chão – já ouvi sobre ele.

- Espalham historias sobre nós – Sai sorriu cinicamente – principalmente sobre ele. Naruto já realizou missões para o Shogun, usando sua beleza para se infiltrar e sua adaga para matar. Muitos dizem ao vê-lo que ele é feminino demais para ser um homem.

- É impossível alguém que o tenha visto lutando acreditar que é uma mulher – Sasuke desconsiderou.

- Então me explique porque os homens dele ficam mantendo guarda na frente da sala de banhos quando ele está se banhando? – Itachi perguntou ao irmão.

- Isso evita que tenham que limpar o sangue daqueles que tentam seduzir ou obrigar Naruto a aceitá-los – Sai revelou fechando o quarto depois de acender a lamparina – a divisão de Naruto é fiel ao seu capitão, é motivo de orgulho ser escolhido por ele, os homens sobre suas ordens se sentem honrados por terem um capitão bonito e forte. Dariam a vida por Naruto se necessário, embora saibam que nunca devem se colocar entre Naruto e sua espada, e que as ordens de Naruto são absolutas. Os homens normalmente são separados por nós e enviados as Divisões, os capitães podem escolher os homens que querem, a Segunda é diferente. Apenas homens que Naruto escolheu estão nela.

Sasuke pensava sobre isso ao entrar no refeitório. Agora somente os aceitos estavam ali.

- Sai, e Naruto? – o comandante perguntou.

- Dormindo – Sai falou sentando em um dos cinco lugares vagos – Gaara partiu para casa.

- Hai – o comandante sorriu bondosamente – ele pediu dispensa por uns dias, voltara um homem casado. Logo os filhos dele estarão batendo a nossa porta para se unir a nós.

- Hai – Sai sorriu cinicamente para a garota que servia o jantar.

- Naruto comeu antes do banho – ela informou sorrindo – ele parecia cansado, comeu em pé, na porta da cozinha, ainda sujo de sangue.

- Naruto-san – um dos homens gritou e mais dezenove gritaram juntos em homenagem a seu capitão.

- Isso é típico dele – Sai falou começando a comer com calma – comeu direito pelo menos.

- Ramen – a garota que estava se retirando falou – três pratos imensos.

Sai suspirou, pensando que Naruto nunca mudaria mesmo.

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Havia se estabelecido uma rotina, quando Naruto não estava em patrulha, estava treinando com seus homens e Sasuke, que ainda não estava em nenhuma divisão, mas era sempre chamado para se unir a Primeira. O mais jovem dos Uchiha melhorava a olhos vistos e Itachi se alegrava por isso. Sasuke começara a ter mais confiança, não só presunção. Estava aos poucos se tornando mais gracioso, porem nunca poderia se igualar ao modo como Naruto lutava. O loiro realmente parecia ter sido feito para a espada, pois ela e ele pareciam um só.

Itachi sempre saia um pouco antes de terminar os treinos quando estava ali para assisti-los e ia para a sala de banho, onde esperava por Naruto na onsen. Eles conversavam sobre o dia, sobre os planos da Miburo e Naruto permitia que ele lhe tocasse os cabelos e rosto. Depois o loiro saía da água, se secava rapidamente e ia tomar chá com Sai, às vezes ele dormia, outras jantava com eles.

A espera por Naruto estava o matando, Gaara parecia ter mil olhos desde que voltara, mas Naruto o tratava sempre como um amigo querido e somente isso. Itachi estava em seu quarto, pensando em Naruto quando ouviu a voz do loiro o chamando com voz rouca. Sabia que Sai saíra para o shogunato e só retornaria amanhã à tarde. Naruto estava sozinho no quarto ao lado, chamando seu nome e tudo que os separava era seu orgulho e uma porta de correr.

Itachi se levantou da cama, abrindo a porta silenciosamente e entrou no quarto de Sai, que já conhecia. Naruto estava na cama a um canto, adormecido, ainda chamando seu nome e tão adorável naquela yukata branca que se desprendia de seu corpo, que não haveria orgulho no mundo que o fizesse voltar para seu quarto agora. Caminhou até o loiro com um sorriso nos lábios e pegou a tira de seda que anteriormente prendia a roupa de Naruto e atou suas mãos sobre a cabeça, antes de abrir totalmente a yukata e começar a beijar, lamber e acariciar aquele corpo dourado e delicioso. Era tão adorável, tão absolutamente contraditório com os músculos trabalhados pelos treinos constantes e formas arredondadas quase femininas.

Naruto gemia baixinho, começando a acordar, enquanto Itachi era inundado pelo cheiro doce e quente de Naruto, um cheiro que parecia misturar infância e sedução, um cheiro único que marcava Naruto e suas coisas. E que era tão atrativo quanto o loiro deitado, a sua mercê.

- Itachi – Naruto chamou sonolento, abrindo os olhos azuis que brilhavam em sono e luxuria – não é um sonho?

Itachi sorriu, lambendo a barriga plana antes de alinhar seus olhos aos de Naruto.

- Não mais – Itachi falou – você demorou demais, kitsune, vim então tomar o que é meu.

Naruto o olhou confuso e Itachi sorriu, tomando sua boca e língua, marcando seu primeiro selo de posse sobre Naruto. Que correspondeu ao beijo com igual ímpeto, fazendo Itachi sorrir. Libertou aquela boca depois de sentir Naruto ofegante ao extremo, e então sugou aquele lábio inferior carnudo, antes de voltar a provar o corpo de Naruto. Deu atenção quase igual aos mamilos rosados e delicados, adorando os queixumes de Naruto, que se esfregava nele com audácia. Estava tão envolvido com o loiro, quanto Naruto com ele. A demora, as preliminares os estavam matando, e a maior prova disso eram os membros eretos e pulsante, dolorosos em excitação.

Itachi, porem, havia esperado demais para ter Naruto, acabara tento que ir até ele e o faria pagar por isso. Depois daquela noite, só haveria ele no mundo de Naruto. Não haveria passado e futuro se ele não estivesse presente. Ao chegar no baixo ventre do loiro, o viu abrir muito as pernas, num convite sedutor que resolveu interpretar de outra forma, por isso lambeu os testículos fazendo Naruto gritar de susto e prazer, antes de baixar a língua para aquela entrada rosada e perfeita. Lambendo-a e penetrando-a com sua língua, inundando-a de saliva para introduzir um dedo, sentindo que embora elástica, ainda era estreita demais para ele. Estava louco para se enterrar naquele corpo, sonhava com isso, mas teria paciência, pois não queria machucar Naruto mais do que o necessário, e queria provocá-lo até o limite. Essa seria sua paga.

- Não precisa – Naruto falou gemendo ao sentir o segundo dedo enquanto Itachi o masturbava lentamente – entre. Quero você todo dentro de mim, com força...

- Ie – Itachi falou colocando o terceiro dedo e os abrindo um pouco, fazendo Naruto gemer – você poderia ter escolhido como queria, mas nada fez, agora é a minha vez.

Naruto o olhou espantado, como se não compreendesse o porque.

- Você me deseja – Naruto apontou confuso – quer estar dentro de mim, não quer?

- Morreria por isso – Itachi falou sorrindo.

- Então porque se contem? – Naruto perguntou e fechou os olhos ao sentir Itachi girando os dedos dentro dele – porque não vem?

Itachi sorriu, Naruto não parecia ter sido amado da forma apropriada antes. Reconhecia que era algo difícil, precisava de todo seu autocontrole para não sucumbir perante tanta beleza e o tomar com desespero. Mas ele também não era um menino que poderia se deixar levar por seus desejos. Queria Naruto e o teria, há sua maneira, do seu jeito, e o loiro jamais olharia outro homem em sua vida. Isso ele se prometia, e se o preço por isso eram aqueles longos minutos que pareciam dias, então pagaria com um sorriso nos lábios. Logo estaria dentro daquele corpo pequeno e quente, logo marcaria Naruto como seu, totalmente seu e faria com que Naruto aproveitasse tanto ou mais do que ele.

- Eu vou – Itachi falou e Naruto sorriu lânguido, se roçando ainda mais a ele – quando você estiver pronto para me receber.

Naruto olhou confuso para Itachi, mas não insistiu mais. O moreno sabia o que queria e o que estava fazendo com seu corpo era bom demais. Nunca fora assim com Gaara, ele era um bom amante, mas sempre o tomava rápido e forte, somente depois é que o acariciava e mimava. Gaara fora seu primeiro amante de verdade, foi o primeiro a quem se entregara, era a única base de comparação que possuía. Não fora até Itachi porque algo nos olhos dele lhe diziam que não estaria preparado para a intensidade do moreno. Agora via que era verdade, Itachi abria um novo mundo para ele, mas não iria se render sem lutar.

- Eu sonhei com você – Naruto falou suavemente, com pequenos gemidos de prazer pelos toques e beijos que Itachi espalhava por seu corpo, pelas mordidas em seu ombro e pescoço – sonhei que você me tomava, com força e brutalidade. Em quase todos os lugares, desde a onsen até os cantos mais escuros. Sonhei que me puxava para o escuro e me afastava as roupas, entrando em mim e me machucando, provando assim seu desejo por mim, sua mão tapava minha boca, para que meus gemidos não nos denunciassem.

Itachi estava vidrado olhando para os olhos azuis cheiros de luxuria. Sonhara com aquilo também, e ainda faria aquilo, mas ouvir a sedutora voz de Naruto falando, enquanto estava nu, com seus dedos dentro dele e a prova da excitação de ambos latejando entre suas pernas foi quase demais. Porem, ainda era Uchiha Itachi e era dono e senhor de sua razão e corpo, e os dominava. Mas, sorriu, tirando os dedos de dentro de Naruto e acomodando-se entre as pernas musculosas e roliças, encaixando-se com cuidado antes de sua glande umedecida pelo pré-gozo penetrar naquela entrada tão estreita.

- É grande demais – Naruto gemeu de dor, mordendo o tecido que mantinha suas mãos presas e unidas – me rasga.

Itachi foi cuidadoso, ainda mais porque Naruto não havia visto sua ereção em nenhum momento, havia sentido, roçando de leve nele, mas não o tamanho e calibre. Sabia que era grande, se orgulhava do corpo forte que possuía, proporcional em todos os aspectos, e ainda mais de sua masculinidade, potente e viril. E sabia que Naruto era estreito demais para ele, sentia como se estivesse desvirginando Naruto.

- Me queima – Naruto gemeu, parecendo estranhamente excitado com a dor que sentia, passando as mãos atadas pela cabeça de Itachi e puxando-o para perto – me rasga, me sinto sangrar.

Itachi beijou aqueles lábios petulantes e vermelhos, tragando os gemidos de Naruto enquanto entrava aos poucos, até estar todo dentro dele. Foi então que Naruto entrelaçou a pernas em sua cintura. Possuindo-o como era possuído.

- Onegai – Naruto pediu mordendo o lábio inferior de Itachi – se mova, me de toda a dor e todo o prazer. Onegai, seja meu.

Itachi suspirou, colando as bocas novamente antes de se mover com ânsia. Naruto se agarrava a ele, com desesperado prazer, movendo os quadris dourados e ajudando-o no ritmo. Quando sentiu que Naruto já estava mais acostumado a ele, os girou, fazendo Naruto acabar sentado sobre ele. Os pulsos atados libertaram sua cabeça e as mãos pequenas e calejadas pela espada tocaram seu abdômen, em busca de equilíbrio antes de Naruto começar a cavalgá-lo de forma selvagem. Observou, recebendo um prazer incrível, a expressão de prazer do loiro, que mantinha aquela boca vermelha e carnuda aberta, deixando gemidos e ofegos guturais cadenciarem seus movimentos, enquanto as mãos atadas iam até os longos cabelos loiros e os seguravam, como que para estabelecer uma realidade no meio do prazer que sentia. Naruto lhe inundava de prazer.

Naruto era lindo, sempre vira isso, mas era ainda mais lindo agora, com o corpo dourado brilhando pelo suor, com as faces coradas delicadamente pelo prazer, com a boca inchada e ainda mais vermelha pelos beijos dele, movendo-se sobre seu corpo e causando e procurando ainda mais prazer. Foi então que segurou os quadris de Naruto e começou e ajudá-lo, investindo com força, precisando de mais, assim como Naruto precisava de mais.

Sentindo que logo gozaria, mudou o ritmo e tirou Naruto de sobre ele, colocando-o de quatro e entrando mais uma vez naquele corpo, percebendo o filete de sangue que escorria rubro contra a pele dourada da coxa sedosa. Mais tarde pensaria nisso, se prometeu ao investir em Naruto e ouvir seu grito de prazer. Agora não havia mais hesitação, agora era somente o instinto mais básico que gritava, posse e redenção. Por isso segurou firme o membro de Naruto, movendo a mão no mesmo ritmo frenético com que o penetrava. Ouvindo fascinado os murmúrios e gemidos que o loiro soltava formarem o seu nome, rendido, entregue, submisso e completamente seu. A contração do corpo de Naruto ao gozar, o levou junto com o loiro e quando voltou de sua viagem ao mundo alem dos mundos, onde só havia satisfação, sentiu que esmagava Naruto com seu peso. Girou então os dois, acomodando o loiro sobre seu peito e ouviu o resmungo dele antes de Naruto se esparramar em seu peito, como se ali fosse o seu lugar.

- Eu o sangrei realmente – Itachi falou levemente preocupado, não por ter possuído Naruto, mas por tê-lo machucado - sangrou como um virgem.

Itachi falou pegando o lençol e limpou o filete de sangue da perna e entrada de Naruto, que gemeu. Mostrou então o lençol a Naruto, que sorriu

– Acha isso bom? – perguntou Itachi em duvida, tentando impedir o sorriso arrogante.

- Hai – Naruto falou – e você me fará sangrar outras vezes essa noite, não? Me fará sangrar muito, até que meu corpo esteja acostumado a você e que o receba facilmente. Vai me tomar na onsen, aqui, em todos os lugares possíveis. Não vai?

- Hai – Itachi sorriu beijando Naruto muito de leve e então o loiro colocou os pulsos a sua frente, em um pedido mudo que o desamarrasse, o que o fez rir baixinho – não queria te dar tempo para pegar a katana ou a wakizashi.

Naruto simplesmente sorriu vendo Itachi o desamarrar, não pegaria nenhuma delas, estava sonhando com Itachi, estava o chamando, esperando por ele.

- Por que demorou tanto para se entregar a mim? – Itachi perguntou, sentindo as mãos libertas de Naruto em seu corpo.

- Quarenta e cinco dias – Naruto falou baixo, como se fosse um desrespeito e Itachi sorriu.

Quarenta e cinco dias era o período de luto que deveria se manter por um cônjuge morto. Naruto estivera afastado de Gaara e de qualquer outra pessoa, por isso lhe permitia apenas os leves toques.

- Muito tempo – Itachi falou – se me dissesse antes, eu acenderia incenso.

- Hai – Naruto gemeu lânguido, escorregando pelo peito de Itachi e se acomodando ao lado dele, com a perna entre as dele e descansando em seu ombro – me sinto rasgado.

- E se depender de mim – Itachi falou no ouvido do loiro, sentindo que estava no céu por ter aquele corpo junto do seu – vai me sentir o rasgando e sangrando para sempre.

Naruto sorriu, beijando Itachi com paixão. As mãos pequenas passeavam por aquele corpo másculo e sensacional, sentindo os contornos dos músculos desenvolvidos de Itachi. Itachi era todo homem, todo viril. Nada nele era andrógeno ou feminino, e isso o encantava. Era a perfeição de formas masculinas, com um belo rosto e enigmáticos olhos negros, que pareciam tragar a luz.

- Mais uma vez – Naruto pediu ofegante quando o beijo findou – onegai...

Itachi mordeu o queixo delicado e virou Naruto de costas para ele, os dois deitados de lado, entrando naquele corpo ainda mais apertado pela posição. Adorara ouvir Naruto lhe pedindo por mais, assim como estava adorando agora lhe fazer as vontades e sentir o corpo do loiro se movimentar, enquanto movia seu corpo investindo em Naruto, sentiu o loiro gingar os quadris de leve, em movimentos giratórios que lhe arrancavam a razão. Adorando ouvir Naruto balbuciar seu nome, tão ou mais desejoso do que ele. Foi fazendo a vontade de Naruto aos poucos, até realmente não agüentarem mais, e então masturbou o loiro até que ele gozasse e mais uma vez gozou dentro dele. Seu selo de posse, plena e total.

- Itachi – Naruto perguntou, ainda ofegante, girando-se e se escondendo no peito do moreno, como uma criança atrás de calor e proteção – você vai me deixar? Vai um dia me trocar por uma mulher?

Itachi sorriu, erguendo o rosto de Naruto e vendo o real receio ali, nunca poderia causar dor e desespero aquele anjo adorável e sensual. Nunca encontraria alguém tão perfeito e especial para ele. Não havia mulher no mundo que chegasse aos pés de Naruto, nunca existiriam filhos que compensassem essa perda. Vendo que os olhos azuis se inundavam de lágrimas pela demora na resposta, sorriu mais uma vez, beijando de leve aqueles lábios antes de Naruto se agarrar a ele, como um náufrago ao salva-vidas.

- Jamais te deixarei – Itachi falou acariciando os cabelos loiros e macios – e jamais permitirei que me deixe. Não haverá filhos de Uchiha Itachi e Uzumaki Naruto, não haverá descendentes, nem esposas, nem concubinas, nem amantes. Você selou seu destino e eu o meu. Jamais vou dividi-lo com nada, nem ninguém.

- Somente com o Miburo – Naruto falou olhando nos olhos negros – somente com o Shinsengumi.

- Hai – Itachi reconheceu a contra gosto – é essa será a única exceção.

Naruto então o beijou feliz e sorriu sonolento ao sentir Itachi os tapando com a manta macia. Beijou de leve Itachi e se virou mais uma vez, se acomodando contra o corpo do outro antes de bocejar e levar as mãozinhas fechadas para perto do rosto.

Itachi observou fascinado o sedutor dar lugar ao menino, que feliz adormecia em seus braços. Observando Naruto assim, poderia se enganar ao imaginar que não havia existido sofrimento na vida dele, que ele era apenas um rapaz normal, com uma vida normal. Tão plácido ele parecia adormecido, que Itachi poderia jurar que era inocente das maldades humanas. Sorrindo, aspirou o cheiro doce de Naruto, misturado ao seu almiscarado. Aquele era um bom cheiro, decidiu, era o cheiro certo, e foi assim que adormeceu, com um anjo saciado e feliz em seus braços.

Nota da Li:

Há algum tempo estou com lemon na cabeça e não tinha historia para o encaixar (podem chamar de pervertida, eu sei, eu tenho consciência disso), estava de bobeira em casa, vendo algo puro e belo, que não tinha nada de pervertido: Ouran Host Club. Minha mente vagou, e vagou e eu lembrei do filme Tabu Gohatto, e misturei tudo, bati, bati e juntei o lemon que eu tanto queria! Na verdade é que eu gostei do uniforme da Shinsengumi que aparece no capitulo 20 de Ouran, ainda mais do que eles falaram e...

É isso, não há mais justificativa e então tive vontade de postar!

O casal é principal, e é claro que é casal principal, já que minha mente perversa não pode imaginar esses lindos juntos que já vira orgia. Como eu dizia, antes de me perder, o casal principal é para a Mary-neechan, embora essa ainda não seja a historia que gostaria de dedicar a ela! espero que ela goste, porque ainda há mais dois capítulos para postar!

Lembrando sempre que os loucos e os excêntricos possuem liberdade artística,

Beijos da Li.