N/A: Mundo Alternativo aonde Kurt não se mudou para Dalton. A música é HURT, da Christina Aguilera, sugiro que escutem ela quando a fanfic sugerir! :)
– Você tem certeza, Kurt?
– Prove, pai.
Pai e filho já estavam há mais de duas horas naquela maldita loja do shopping da cidade procurando algum terno que se encaixasse nos tons ameixa que decorariam a igreja no dia do casamento. A decoração havia sido escolhida toda por Kurt, assim como a programação e todo o resto.
Burt saiu do provador usando um paletó de giz riscado cinza e uma calça preta. A peça era um pouco apertada e Kurt podia jurar que nos primeiros passos de dança as roupas iriam se rasgar e deixar seu pai nu no meio dos convidados.
– Isso é impossível, Kurt. Eu acho que devemos ir para a casa. - Burt resmungou, entrando no provador novamente.
Kurt iria discordar do pai, mas realmente estava ficando cansado de entrar em dezenas de lojas e nunca encontrar o traje perfeito. Até agora o garoto havia planejado toda a cerimônia sem ajuda de ninguém, e isso estava começando a encher.
Mesmo depois de ter suas planilhas jogadas no lixo da escola pelos valentões do time de futebol, Kurt não desistiu. Todo aquele casamento sairia perfeito por sua causa, mas isso não o contentava mais.
Kurt se mantinha sorrindo. Seu pai estava feliz se casando mais uma vez. Não era como se Carole fosse substituir o lugar de sua mãe, mas o garoto as vezes não se sentia confortável em ter uma nova família.
– Pai, eu acho melhor nós irmos. - Disse Kurt recolhendo seu sobretudo e fotos de ternos que haviam espalhadas pela sala de provas.
– O último, Kurt. - Burt saiu do provador com um terno fino, preto. O paletó havia dois botões também pretos, e também tinha um bolso discreto aonde um pequeno lenço repousava. As calças um pouco largas, não muito, apenas o suficiente. Por debaixo do paletó, uma camiseta branca com finas listras cinzas e uma gravata preta num tom mais forte que o próprio terno.
– Pai... - Kurt ficou sem palavras. Era como se visse seu pai na sua imaginação. Era assim que o garoto imaginava Burt se casando. - É esse.
– Consegui sua aprovação? - Brincou Burt.
– Se você não o comprar, eu compro.
Burt deu o primeiro sorriso daquele dia estressante e voltou para dentro do provador aonde tiraria seu mais novo terno. Mal podia esperar para o dia chegar, para ver sua futura mulher e falar para ela seus votos, aonde jurariam ficar juntos até a eternidade.
Poucos minutos depois Burt saiu do provador com suas roupas antigas. Nada mais que uma camiseta branca de uma marca de pneu que usava na oficina e uma jaqueta jeans, aonde contrastava com sua calça e seu tênis marrom chutado.
– Não sei como Carole se apaixonou por você assim. – Brincou Kurt, fazendo o pai sorrir mais uma vez. Quando o assunto era Carole, Burt sorria igual criança pequena.
– Ficaremos com este. – Entregou uma sacola para a atendente que sorriu ao ver qual era. Quem viu um homem um pouco sujo de graxa e de boné entrar na loja não diria que ele poderia pagar por um terno tão caro.
Pagaram em dinheiro vivo – que Burt estava economizando – e saíram da loja com um sorriso enorme no rosto. Finalmente aquele dia iria terminar. Kurt jurava que se tivesse que entrar em mais uma loja de roupas, iria enlouquecer.
Satisfeitos, entraram na pequena caminhonete estacionada na área central do estacionamento do shopping e decidiram voltar direto para a casa.
– Dia estressante. – Bufou Burt enquanto dirigia.
– Se está pra você, imagina pra Carole que deve ter passado o dia todo assinando os convites... – Kurt ao mesmo tempo que procurava algum CD bom para colocar no pequeno radio.
– Você tem razão. Ela merece ser recompensada... – Burt foi freando o carro, e quando Kurt desviou o olhar do porta-cds se deparou na frente de uma floricultura. Nada foi preciso ser dito. O garoto apenas saiu do carro e entrou no estabelecimento, voltando alguns minutos depois.
– Pensei que você voltaria com um buquê enorme e você me trás meia dúzia de flores. – Burt reclamou ao ver Kurt entrar no carro segurando um pequeno buquê de lírios brancos.
– Buquês são para datas comemorativas. Carole vai amar, afinal, são suas flores prediletas. Podemos ir?
Burt assentiu com a cabeça, sem entender muito o significado de tudo isso. Pra ele, Carole merecia um buquê. Ou melhor, uma floricultura inteira. Apesar de não entender, Burt estava orgulhoso de seu filho. Ele havia preparado todo o casório sozinho. E de repente, aquele pequeno garoto não parecia tão pequeno assim.
Enquanto Burt se orgulhava de seu filho, Kurt achava o cd perfeito para aquela tarde que estava quase virando noite.
Seems like it was yesterday when I saw your face
You told me how proud you were, but I walked away
If only I knew what I know today, ooh ooh
– Obrigado por me ajudar hoje, Kurt. – Burt soltou, como se fosse preciso.
– Não precisa agradecer, pai. – Se olharam por breves instantes, sorrindo, antes de Burt voltar a olhar para a rodovia.
I would hold you in my arms
I would take the pain away
Thank you for all you've done
Forgive all your mistakes
There's nothing I wouldn't do
To hear your voice again
Sometimes I wanna call you
But I know you won't be there
Um estrondo. Gritos, e logo um silêncio ensurdecedor.
Ooh, I'm sorry for blaming you
For everything I just couldn't do
And I've hurt myself by hurting you
Tudo aconteceu muito rápido. Segundos atrás estavam trocando olhares, agor nada mais se via. O silêncio permanecia naquele lugar.
Some days I feel broke inside, but I wouldn't admit
Sometimes I just wanna hide, cuz it's you I miss
And it's so hard to say goodbye when comes to this, ooh yeah
O que havia acontecido? Era o que se passava na cabeça de todos. Qual seria o motivo?
Would you tell me I was wrong?
Would you help me understand?
Are you looking down upon me?
Are you proud of who I am?
There's nothing I wouldn't do
To have just one more chance
To look into your eyes
And see you are looking back
Ooh, I'm sorry for blaming you
For everything I just couldn't do
And I've hurt myself, ooh ooh
E aqueles lírios que estavam sendo segurados com carinho e amor, agora estavam jogados à estrada, junto com um rastro de sangue.
If I had just one more day
I would tell you how much that I missed you since you've been away
Ooh ooh, It's dangerous
It's so out of line to try and turn back time
I'm sorry for blaming you
For everything I just couldn't do
And I've hurt myself... By hurting you