Hello, everyone! Saindo do forno uma fic dorlin, porque não tem jeito de se salvar de um ship tão antigo quanto esse, hahaha - For the people who can't read in portuguese I'm gonna translate this fic to english very soon. Thanks for coming!
Procurando Nemo/Dory e suas personagens não me pertencem.
Saindo mais cedo do trabalho, por conta da proximidade, Marlin resolveu fazer hora andando na praia enquanto aguardava dar o horário de ir buscar seu filho Nemo. Geralmente era Dory quem o pegava, pois saía do trabalho no mesmo tempo que Nemo deixava a escola, dessa vez ele queria fazer uma surpresa ao filhote.
Ele sorriu ao lembrar de Dory. Já tinha mais de um ano que ela morava com eles. Era como ela havia dito: eles eram uma família. Mas apesar disto até então não havia passado a cabeça de Marlin ver Dory como "algo mais". Ela era sim um membro da família, mas era mais algo como uma grande amiga que morava na mesma casa. Marlin tornou-se inseguro. E se ele estivesse interpretando Dory de forma errônea? Sem se dar conta havia dado de cara com uma cadeira no meio do caminho e pulou pra trás.
- Mil desculpas, eu não vi para onde estava andando... – Marlin começou a se explicar. O homem sentado na cadeira se arrumou e levantou a mão dizendo para Marlin se calar.
- Tudo bem, colega. Acontece mais vezes do que eu gostaria... – Ele respondeu e soltou um suspiro de cansaço. Marlin deu uma boa olhada no homem e percebeu que foi em Hank que ele havia batido.
- Hank? O que faz por aqui?
- Marlin? Uh, o que se faz numa praia com um sol bom desses, oras? – Hank perguntou não esperando por respostas, arrumando o óculos escuro e voltando ao seu banho de sol. Marlin se repreendeu pela pergunta idiota. Ele não sabia como lidar com Hank apenas. Era o melhor amigo de Dory (depois dele, é claro), mas era completamente o oposto dela. Costumava ser ranzinza, introvertido e fugir da vida e contato social. Tinha o corpo coberto de tatuagens e trabalhava com isso em um estúdio. Dory sempre dizia que apesar da aparência ele era um cara muito tranquilo e amoroso e por isso gostava tanto de estar com ele.
Marlin coçou a nuca. Hank parecia ter esquecido da existência dele ali parado, mas ele ainda se sentia mal pelo ocorrido. Ele imaginou se poderia conversar com ele sobre Dory.
- Hey, Hank... – Marlin chamou. No fundo Hank já imaginava o que seria. Suspirou novamente e retirou os óculos antes de olhar para Marlin.
- Sim?
- Você se dá muito bem com a Dory, não é?
- E daí?
- É que eu estou passando por uns problemas e talvez você pudesse me ajudar. – Marlin falava de forma tímida, Hank já tinha uma boa ideia do que se tratava e se levantou da cadeira antes que Marlin continuasse.
- Marlin, olha bem pra mim. Eu lá tenho cara de guru do amor? – Marlin surpreendeu-se com a resposta e piscou várias vezes. Era tão nítido assim o sentimento que ele sentia pela Dory? – Okay, okay, o que exatamente você quer perguntar?
- Huh... Você sabe se ela por algum acaso estaria interessada em alguém? Em você talvez? – Marlin questionou meio sem jeito, já aceitando a derrota. Hank pausou por um momento antes de responder, nem se deu ao trabalho de fazer uma careta de surpresa.
- Tá brincando com a minha cara, né? Por que Dory teria interesse em mim?
- Ah, bem, claramente você é um cara descolado, é um artista, tem uma barba legal. Ela sempre fala bem de você e... – Hank deu uma risada abafada.
- Ela fala bem de todo mundo, Marlin, ela é um poço de ternura. E ela com certeza não me vê como um interesse amoroso. Eu sou mais como um irmão mais velho, sabe? Eu a trato como minha irmãzinha também, é um sentimento fraterno mútuo.
- Certo, desculpe ter te interpretado mal. É que eu fiquei ponderando sobre chamá-la pra sair, mas...
- Mas o quê?
- Eu acho que não é certo fazer isso.
- Tá de brincadeira? A azulzinha é louca por você, cara. Não para de falar de você um momento sequer. As vezes é bem irritante, se quer saber... – A essa altura da conversa, Hank já havia sentado em sua cadeira novamente, com Marlin sentando ao seu lado, usando o paletó como toalha de praia. Marlin ouviu aquelas palavras cheio de dúvidas. Dory nunca havia dado a entender que o amava, bom, não dessa maneira que Hank dizia. Bom, ela havia dito que eles eram uma família, não é? Isso o fazia retornar para a dúvida inicial de ele estar interpretando mal Dory. Mas então quer dizer que ele estava errado?
- Você acabou de dizer que ela sempre fala bem de todos. Como pode estar tão certo disso? – Marlin o questionou, desconfiado.
- Marlin, cara, ela sempre almoça comigo lá no estúdio de tatuagem. Ela sempre tira uma soneca antes de voltar ao trabalho, okay? Ela mora com você, já deve saber que ela murmura enquanto dorme. – Marlin afirmou com a cabeça. – Então, sabe o que ela murmura? O seu nome. Todas as vezes... Tudo bem que ela murmura sobre um tal de Carlos também, mas ele não tá aqui agora. Quem tá aqui é você. – Marlin refletia sobre o que tinha escutado.
- Mesmo assim... O que eu faço agora?
- Como assim o que você faz? Esqueceu como se namora, cara? Chama a Dory pra sair!
- Não é assim tão fácil. Quer dizer, ela mora comigo. Isso não seria estranho?
- Tá, então a põe pra fora e depois a chama pra sair.
- O quê? – Hank suspirou, ninguém entendia seu sarcasmo.
- Olha. Se me permite dizer, estranho é que ela more com você por tanto tempo e nada tenha acontecido entre vocês dois. – Marlin não respondeu. Ele lembrou das várias vezes que saiu para fazer compras com ela e encontrava algum conhecido. Eles sempre perguntavam se ele e Dory estavam juntos e ele respondia que eram apenas bons amigos. Todo lugar que ele ia com ela era assim, com o tempo ele deixou pra lá ou as pessoas aceitaram que eles preferiam não falar no assunto.
- Marlin, colega, não deixa pra depois. Liga agora pra ela e leva ela naquele restaurante novo de frutos do mar que inauguraram. Ela ficou a semana inteira me enchendo o saco pra irmos lá. Você é quem devia levá-la.
- Ok, mas e o Nemo? Eu preciso buscá-lo. E não há quem eu possa pedir pra ficar com ele a essa altura. – Hank estendeu a mão.
- Me dá sua chave, eu fico com o garoto. Eu já o busquei umas vezes junto da Dory, eu sei onde a escola e sua casa ficam... – Ele explicou antes que Marlin o fizesse. Marlin ponderou sobre, ele mal conhecia Hank, mas Dory o adorava e confiava nele. E ali na praia ele estava disposto a ajudá-lo com Dory. Ele pegou as chaves do bolso e as entregou ao homem. – Liga pra ela, agora.
Marlin não perdeu tempo e pegou o celular. Discou o número e esperou ser atendido. Do outro lado da linha a voz de Dory tinha um som de preocupação.
- Marlin? Eu não esqueci o Nemo, eu juro. Eu já estava saindo do Instituto e...
- Tudo bem, Dory. Olha, não precisa ir buscá-lo hoje, okay? Só me espera no portão de entrada do Instituto, certo?
- Por que? Aconteceu alguma coisa? –Sua voz levava ainda mais preocupação, enquanto a de Marlin estava recheada de nervosismo. Ele olhou Hank de relance e o viu mexendo as mãos para que continuasse a conversa.
- Não, é que, huh, eu quero me encontrar com você. Quer dizer, quero sair num encontro com você...
- Agora? Num encontro? Puxa, que legal! Onde vamos?
- Huh, no restaurante novo que você queria ir... O que acha?
- Sério? Nossa, quero muito! Mas e o Nemo?
- Já cuidei disso. Só me espera no portão de entrada, okay?
- Pra quê?
- Pra... – Marlin quase ia repetir tudo de novo, mas ia perder tempo demais. – Só me espera aí, tudo bem?
Dory pausou por um momento.
- Okay, te espero aqui seja lá para o que for... – E com isso Marlin desligou o telefone.
- Obrigado, Hank! Muito obrigado! – Ele agradecia enquanto corria de volta para a calçada. Hank se levantava e começava a guardar suas coisas para ir buscar Nemo.
No caminho até o Instituto, Marlin parou na rua abruptamente e se deu conta que não estava realmente arrumado para um encontro. Estava suado pela correria e seu paletó sujo de areia. Ele pensou em voltar atrás, mas já havia demorado demais para chegar a este patamar. Era agora ou nunca.
