Capítulo I - Prólogo
Domingo, 10 de junho
Em uma praia qualquer... bem longe da Escola.
Tudo começou quando eu decidi ser curandeira. Bem que meu pai me avisou:
"Ginny, curandeiro não é profissão de gente! Vá ser auror!"
Mas eu não quis ouvir e deu nisso. Não foi de todo mau, mas vamos pôr em evidência o lado mau do negócio.
Era meu sonho desde pequena. Eu queria salvar vidas, ajudar as pessoas, mas não como auror, queria ser curandeira. Sempre quando alguém estava no St.Mungos e eu ia visitar, eu tinha mais certeza que aquela era a profissão certa para mim.
Lutei muito para conseguir entrar no curso superior. Estudei para ter os níveis mais altos nos N.O.M's e nos N.I.E.M's e enfim consegui ingressar. Depois lutei contra toda minha família que era contra a minha escolha, meu pai sonhava que eu fosse auror (já que nenhum dos outros filhos quis isso); minha mãe preferia que eu fosse trabalhar na loja dos Gêmeos, assim eu dormiria todo dia em casa e ela teria a filhinha querida dela por perto; Rony preferia que eu nem trabalhasse, não queria que a irmãzinha dele conhecesse marmanjos mal intencionados; Gui me chamou para trabalhar no Gringotes, mas com certeza eu não tenho/tinha/terei vocação para isso; Carlinhos queria que eu cuidasse de dragões, assim como ele, o que ele não sabia era que eu morria de medo de Dragão (com a exceção de um); Fred e Jorge me queriam na loja, mas nem morta que eu vou mofar atrás de um balcão; Percy me indicou para ser assistente dele no Ministério, mas, alô, Percy, eu não te agüento nem em casa, imagina no trabalho também!
Eles achavam que podiam mandar em mim e talvez tenha sido por esse motivo que eu escolhi o curso mais longe possível: nos Estados Unidos.
E agora, depois de um ano longe, eu acho que tomei a decisão errada. Se eu tivesse ficado no lugar em que estava, não teria sofrido tanto... e não o teria reencontrado...
Mas você não deve estar entendendo nada, não é, Diário? Por isso vou contar tudo...desde o começo...
Um domingo chuvoso. Era o primeiro dia do mês de setembro. Assim como em Hogwarts, as aulas começavam no dia 02 e tínhamos que, obviamente, viajarmos no dia anterior. Como a Escola era em outro país cada aluno tinha que se virar para chegar até lá. Visto que não se podia aparatar lá e com certeza não dá para ir de trem, eu tive que optar pelo transporte aéreo trouxa. Meu vôo saía pontualmente às 8h e chegava ao destino às 14h (N.A: Eu não sei quantas horas ao certo, então finjam que está certo o tempo da viagem). Do aeroporto fui para a Escola de táxi. Pedi ao homem para que parasse em frente a um prédio abandonado, o motorista me olhou estranho, mas não procurou saber o motivo da minha descida ali. Esperei o táxi sair e sumir da minha vista para entrar. Procurei uma chave de portal ou algo parecido, mas não existia nada, somente uma cabine telefônica logo na entrada. Entrei na cabine e coloquei o fone no ouvido, antes que pudesse falar algo uma voz feminina disse:
"Por favor, informe seu nome completo e data de nascimento."
"Ginevra Molly Weasley. 11 de agosto de 1981."
A voz sumiu por uns instantes, até completar:
"Seja bem vinda, Srta. Weasley. Pode entrar pela porta lateral à sua esquerda."
Eu olhei para o lado e vi a porta, abri-a e entrei em uma recepção. Atrás do balcão estava uma mulher magra de aparência arrogante. Apresentei-me e ela me indicou o quarto em que eu ficaria, me deu meus horários e, rapidamente, me disse as regras da "casa" que eram:
a)Não chegar depois das 22h;
b)Não beber nas dependências da Escola;
c)Não fumar nas dependências da Escola;
d)Não aparatar nas dependências da Escola;
e)Não usar ervas suspeitas nas dependências da Escola;
f)Não fazer experimentos nas dependências da Escola;
Eu não liguei muito para as regras, eu não costumava fazer nada disso nem nas dependências nem fora da Escola, então tudo bem. Fui para o quarto e lentamente desfiz minhas malas e arrumei tudo no pequeno guarda-roupa que tinha no quarto. Além do guarda-roupa, havia uma cama de dossel, uma mesinha de cabeceira, uma escrivaninha e o banheiro (que ficava numa porta lateral).
Depois que tudo estava arrumado, tomei banho e vesti meu pijama. Peguei o horário que a recepcionista tinha me dado e olhei a primeira aula que ia ter no dia seguinte: poções seguida de anatomia (N.A:Como curandeiro seria o mesmo que médico, eles devem saber pelo menos o básico do funcionamento do corpo humano, né?). Estava ansiosa para aprender coisas novas, por isso dormi logo, ansiosa pelo dia seguinte.
Acordei no dia seguinte bem cedo. Ainda era 6h e as aulas só começariam às 8h. Levantei e tentei passar o tempo escolhendo qual roupa usar ou arrumando, pela milésima vez, minha mochila com os pergaminhos e as penas que eu tinha comprado especialmente para essa nova fase da minha vida. Enfim chegou a hora de começar a aula e eu não poderia estar mais emocionada. Meu coração batia forte a cada passo que dava a procura da sala. Quando a achei, sentei-me bem na frente, não queria perder nenhum detalhe sequer. Coloquei um pergaminho na mesa e as penas com os tinteiros de cores diferentes. Estava pronta. A aula poderia começar. Muitos minutos depois o professor entrou e percebia-se que ele era bem mais simpático do que Snape fora em todos os anos em que estudei em Hogwarts. Atrás dele entrou um rapaz alto, vestido todo de preto que sentou na última cadeira da minha fila, ele parecia bem estranho. Ignorei o rapaz e dei toda a atenção à aula. Anotei todos os detalhes das poções que iríamos estudar no ano, a função de cada componente e o modo de preparo. Na aula de anatomia a sala devia se dividir em duplas, por mais estranho que possa parecer, todos se conheciam e eu acabei sobrando (como já era costume acontecer em Hogwarts). Já tinha aceitado ficar sozinha, quando o professor me informou que outra pessoa "sobrara", era o dito estranho. Ele se juntou a minha mesa e durante toda a aula não trocamos nenhuma palavra.
Olhando de soslaio para ele, percebi que era um homem muito bonito. Seus cabelos eram lisos e castanhos com alguns fios mais claros, tinha os olhos de uma tonalidade de azul diferente, era o que se podia descrever como "azul acinzentado" e o tom de pele era branco. Mas por alguma razão eu o achava familiar, será que o conhecia de Hogwarts? Ele era grifinório? Não, pelo ar concentrado parecia ser corvinal. Desviei minha atenção do estranho e me concentrei na explicação do professor. Somente no fim da aula eu tentei manter alguma conversa com o desconhecido.
"Oi. Qual seu nome?"- eu disse sorrindo.
Ele me encarou sem mexer um músculo da face e depois disse:
"Michael Clark."
"Prazer, meu nome é..."
"Ginevra Weasley, eu já sei e digo que não é um prazer conhecê-la."- disse saindo logo em seguida.
Eu o vi se distanciar e até aquele momento não entendia o porquê de me destratar. Eu nunca tinha conhecido nenhum Michael Clark, tentei lembrar, mas tinha certeza que aquele nome me era totalmente estranho. Ignorei o acontecido e segui para o refeitório, Michael Clark não ia acabar com meu dia.
Não mesmo.
Mas se eu soubesse quem ele realmente era eu perceberia logo que ele não acabaria somente com o dia, mas com tudo o que eu tinha sonhado.
Nota da Autora: Gente! Mais uma fic:) Essa é uma idéia que não é baseada em nada, a não ser o nome que eu me baseei no filme UM PRINCIPE EM MINHA VIDA, só isso:) Espero que gostem!
Beijos!
Manu Black
