Disclaimer: Jesse pertence a Suzannah, Suzannah pertence ao Jesse e Meg Cabot sabe o que fez pra cada um deles. Eu não tenho nada a ver com isso!

Dead Or Alive

(JESSE's POV)

Ela estava olhando para mim. Isso mesmo, na minha direção. O que era impossível, já que ninguém me olhava daquela maneira há um século e meio provavelmente. Sua expressão não era amigável, e ela sabia que eu estava lá, sentado no assento da janela do quarto reformado. Obviamente era a única que podia perceber a minha presença, contemplar meu rosto, a minha morte.

Paralisado, observei-a dar as costas. Estava me ignorando como se eu fosse simplesmente uma poeira.

Era estranho. Anormal.

Eu esperei pacientemente até que Suzannah virou seu rosto para mim. Zangada, era como estava. A culpa, pelo visto, parecia ser minha.

– Ok – ela suspirou, meio inconformada. Seu comportamento era mais estranho ainda. Suas roupas tão diferentes, com um estilo próprio que a caracterizava. Mas, o mais estranho de tudo mesmo, ficava olhando para mim. Como se eu existisse. Como se eu realmente estivesse lá, fosse algo real, algo vivo.

Mas eu não era. Eu estava morto há muito tempo. E ela parecia ter muita consciência disso.

Mesmo assim ela estava falando comigo.

– Quem diabos é você? – me perguntou. No entanto, eu podia garantir que minha curiosidade era maior do que a dela.

O modo como agia indicava que estava acostumada com mortos. Mas eu não estava mais acostumado com humanos percebendo a minha presença. Aquilo me assustava, e era bastante interessante. Interessante demais.

Eu precisava exclamar, dizer alguma coisa. Nem mais reconhecia minha voz quando murmurei perplexo:

Nombre de Dios...

Então ela começou a falar um monte de coisas, mas eu não entendia nem metade delas. Nossa conversa – a qual esforcei-me para parecer menos burro e mais conectado ao tempo de Suzannah – foi estranha. Mas uma coisa pior aconteceu logo depois. E se eu soubesse que aquilo aconteceria, teria fugido, aceitado a proposta de Suzannah e me mandado daquele quarto.

Mas ela disse que eu era um caubói.

Aquilo me deixou profundamente irritado.

Quando alguém me ofendia, as coisas ao redor tremiam. Eu as fazia tremer para demonstrar a raiva que sentia ao ser chamado de caubói.

Apontando meu dedo, eu tentei tirar satisfação. Mas ela agarrou meu dedo, e mesmo que tenha se arrependido daquele ato esdrúxulo ainda se aproximou de mim. Nos encaramos, eu perplexo, mas ela se esforçando para se apresentar mais durona e corajosa do que aparentava ser. Humanos não podem sentir o toque de um fantasma, mas ela podia. Por que Suzannah era diferente.

A força como apertava meu dedo era imperceptível. Desejei a vida para poder sentir a dor que ela prometeu causar em mim.

E de repente falou baixinho. Só para que eu escutasse.

E eu não conseguia deixar de escutar. Ela estava perto demais.

"Se fizer isso de novo será um dedo quebrado, Jesse", ameaçou.

Singelo, sem nenhuma intenção; foi apenas um toque que não teria significado nada se eu não fosse um fantasma. Mas de qualquer maneira, não sei como, eu senti. Para um morto, eu senti muito mais do que deveria ter sentido.

Eu não ouvi o que ela disse a seguir quando nos afastamos. Eu contemplava meu dedo, horrorizado, confuso, assustado. Não era possível.

Isso me deixou confuso. Eu estava morto ou vivo? Pois me sentia como se estivesse vivendo outra vez.


N/A: E aí, o que acharam?! Deixem suas reviews :D