Bleach não me pertence XD Ele é única e exclusivamente de propriedade de Tite Kubo!

Essa é uma história ambientada antes dos acontecimentos do mangá e do anime. É a história de Hisana, irmã de Rukia, depois de abandoná–la e conseguir entrar na Academia de Shinigami, onde conheceu Byakuya.


CAPÍTULO 1: FLOR SOLITÁRIA, CORAÇÃO DE GELO.

Era o primeiro dia de primavera.

Uma jovem observava o florescimento de uma ameixeira, em frente a uma mansão. Era de estatura pequena, vestia uma calça vermelha e uma blusa branca, os cabelos curtos e negros, com uma mecha caindo–lhe no rosto. Seus olhos eram violetas e tristes. Suspirava.

– Acabou o inverno, enfim... – suspirou.

Caminhou distraidamente pelas ruas da Sereitei. Finalmente conseguira uma vaga na Academia de Shinigami, estava cada vez mais perto de realizar um grande sonho, ou melhor, de reparar um erro.

Uma carruagem passou rapidamente por ela, levando–a ao chão. Ela caiu de mau jeito, machucando o pulso. A carruagem saíra da mansão que ela observara. Na placa da porta, mesmo distante, dava para ler o nome Kuchiki.

A moça bufou de indignação.

– Nobres! Acham que podem tudo! Quem quer que seja, tomara que tenha um péssimo dia!

Apertou os passos. Não podia se atrasar. Quem chegasse atrasado, seria automaticamente eliminado da Academia. E isso não poderia acontecer. Correu o mais rápido que pôde. Em quarenta minutos, ela chegou ao pátio, praticamente na hora, pois os portões estavam prestes a serem fechados. Dez segundos, era o tempo que separava a realidade da decepção.

Ajoelhou–se no chão; estava sem fôlego. Uma outra jovem, com os longos cabelos numa trança que caía em seu colo, estendeu a mão.

– Quer ajuda? – perguntou a moça

– S–sim... obrigada. – disse a outra, segurando a mão da primeira.

– Meu nome é Unohana Retsu. E o seu?

– E–eto...

Ela não tinha sobrenome, e quando se inscrevera para a Academia, usara o nome da aldeia Rukongai onde vivera, um passado distante que a perseguia. Temerosa, ela respondeu:

– Inuzuri¹ Hisana.

– Inuzuri – repetiu Unohana – Isso significa que você veio de Rukongai, não é?

Hisana desviou os olhos. Se sentia inferiorizada.

– Não precisa ter vergonha. Boa parte dos alunos da Academia também são do Rukongai. – disse Unohana com um sorriso doce.

Sem saber porquê, Hisana se sentiu melhor ao ver aquele sorriso. Esperava que a moça se afastasse dela como o diabo da cruz, e a atitude dela a deixou feliz.

– Ah, por acaso já se matriculou? As aulas começam em cinco minutos.

– AH!!!

Ela havia esquecido completamente! Mais do que depressa, correu até a mesa de matrícula, mas um rapaz estava a sua frente.

– Com licença.

Mas antes que pudesse falar com o secretário, um homem mal encarado a afastou.

– Não está vendo que está atrapalhando, mulher? Saia de perto de Kuchiki–sama!

"Não acredito!", pensou Hisana. "Esse nome de novo!" Realmente, ser um nobre em Sereitei era como ser um deus. Logo no seu primeiro dia, iria se atrasar. E tudo devido a um nobre metido a besta! Com a raiva fervendo em suas veias, Hisana se desvencilhou do braço do homem e empurrou o rapaz a sua frente com uma das mãos.

– Vim fazer minha matrícula! – disse, com autoridade.

O secretário olhou para Hisana, surpreso com tamanha ousadia.

– Aguarde um momento, por favor, minha jovem, pois Kuchiki–sama...

A moça notou que ele a dispensaria, então esticou o braço sobre a mesa e pegou alguns papéis que ali estavam.

– Então, se não se importa, eu mesma me matricularei!

– Não, isso não é per...

– Tudo bem – disse o rapaz – Eu já consegui a informação que queria.

E quando ele passou próximo a Hisana ela pôde sentir um grande força vinda dele. Mas não quis ver seu rosto. Ele era alguém que se considerava importante apenas por ser nobre e isso a irritava. "Tomara que ele tenha um péssimo dia!" pensou a moça pela segunda vez.

E entregou a ficha para o secretário.

– Você só precisa assinar e mais nada.

– Isso é contra as regras.

– Eu não quero levar bronca no primeiro dia de aula só porque um nobre idiota estava na minha frente na mesa de matrícula! Agora eu já posso ir?

O secretário olhou para ela com cara de poucos amigos, mas deu de ombros.

– Tudo bem.

– Obrigada.

E saiu correndo pelo grande salão, chegando aos corredores. Estava tão concentrada em chegar a tempo na sala de aula que nem notou quando passou pelo jovem Kuchiki novamente. Este levantou os olhos e observou longamente aquela menina de cabelos negros que não se intimidara com a sua presença, até ela desaparecer numa das portas.

– Foi a primeira vez que vi alguém agir assim comigo... – murmurou o rapaz consigo mesmo.

E levou a mão direita ao braço esquerdo, onde a mão de Hisana o tocara quando esta o empurrou.

"Eu ainda sinto o seu toque."

E foi pensando nisso que entrou na sala de aula da 1ª Classe. E lá estava ela, à frente da turma, ainda se apresentando, com as mãos às costas, esfregando–as de nervosismo.

– Meu nome é... Inuzuri Hisana. Eu espero que sejamos amigos e ...

No momento em que ele entrou, o professor rapidamente deu por encerrada a apresentação de uma Hisana surpresa e indicou uma das carteiras vazias, bem na frente, que por sinal era ao lado da de Unohana.

– Sente–se aqui, Kuchiki Byakuya– sama. – disse o professor, indicando a primeira carteira da fila do meio.

Apenas a pronúncia do nome Kuchiki fez que todos da classe prendessem a respiração. Ele nem precisou se apresentar, pois todos sabiam que ele era o herdeiro da mais poderosa família das 4 casas nobres da Sereitei.

– Perdoe–me, professor – disse – Eu desejo sentar um pouco mais atrás.

– Como queira – disse o professor com um sorriso forçado.

E Byakuya sentou duas carteiras atrás de Unohana.

Hisana cerrava os punhos, inconformada.

"Droga! Droga!! DROGA!!! É a terceira vez que ele me atrapalha!!!"

E jurou para si mesma que odiaria Kuchiki Byakuya para o resto da vida.

"Até o dia da minha morte!", pensava a garota, roendo–se por dentro.

Byakuya levantou os olhos, mas ao contrário do que se poderia pensar, sua atenção não estava voltada para o professor...

Era para ela...


Continua


Notas:

¹ Inuzuri, como foi dito, é o nome da aldeia para onde Hisana e Rukia (ainda bebê) foram enviadas depois de morrerem no mundo dos vivos. Isso é dito por Byakuya para Rukia no mangá, no final da saga Soul Society. E como ninguém sabe o sobrenome delas (só o Kubo, se é que ele pensou nisso ¬¬), e é costume das almas assumirem o nome da aldeia como sobrenome (vejam Kenpachi e Yachiru, por exemplo), inventei essa licença poética, hehehe

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