N/A: Porque eu não consigo ficar muito tempo longe dos meus amores. Adoro a forma como eles se alfinetam, mas não conseguem manter-se afastados. E sim, eu tenho noção de que o Deathmask aqui ficou meio... eloquente demais... e até meio meloso. Mas às vezes eu acho que, por debaixo de toda aquela casca, tem alguém muito mais inteligente do que ele deixa transparecer. Tentei transmitir essa impressão da mlehor forma possível. espero que tenha conseguido.

Avisos: Melodrama barato pelas palavras de Máscara da Morte de Câncer. Mas não tem sexo. Só um mimimi interminável porque o MdM tem medo de espinhos. =P

Direitos: É tudo do Kurumada. Infelizmente, porque ás vezes eu tenho a impressão que ele é que nem o George Lucas, tem ideias maravilhosas, mas na hora do "vamo ver", só faz cagada...


Passos leves. Elegância. Um perfume intoxicante, o som de um violino afinado com perfeição por voz, melodiosa. E também venenosa.

Um olhar destrutivo guardado, reservado com gosto para aqueles a quem despreza. E eu me pergunto, a quem ele não despreza? Tenho medo de um dia ser alvo desse olhar.

Falando em olhares... Quando foi que passei a ver você de forma diferente? Procuro na memória, mas não acho. Perco-me em momentos que passei do seu lado, sem saber como classificar cada um deles.

Talvez eu tenha me perdido no primeiro minuto em que te vi. Ferido, acuado, desconfiado de tudo e todos. E veio você com toda a sua beleza, mesmo tão novo, suas mãos delicadas cuidando de mim. E eu, sem saber, permiti a aproximação de alguém que tanto poderia me ferir como curar, assim como o veneno das dedaleiras é usado para tratar corações agonizantes, como você mesmo diz, em suas intermináveis palestras sobre flores. Rio para as paredes, ao pensar em como a comparação é adequada, apesar de suas flores favoritas serem outras.

E aí... Vejo como você trata as pessoas à sua volta. Penso que, talvez, eu não devesse me importar tanto. Eu mesmo não faço muito melhor. Ou talvez faça até pior. Mas por algum motivo, vê-lo dispensando atenção a qualquer outro me deixa... Agoniado. Como um coração precisando do seu veneno pra se curar.

Sei que aos outros, você não dá nada mais além de palavras cortantes. Que somente à minha pessoa você reserva os seus momentos de reflexão, ou de companhia sincera. Mas não aguento quando responde com a sua maldita língua ferina algum comentário de um otário desavisado.

Eles não merecem, não vê?

Nem o seu veneno eles merecem. Nada mesmo. Nem o seu suspiro de tédio.

Sei que você não é rosa de estufa. Que morreria, se cortassem os seus espinhos. Se impedissem o vento de soprar as suas pétalas. Mas o que eu posso fazer, alma bruta, endurecida, que é a minha? Só sei me alimentar de violência e dor, mas ainda assim, quero você só pra mim, sentir você debaixo das minhas mãos calejadas e quentes.

E nem coragem de revelar tudo o que passa dentro do meu peito eu tenho. Sofro de um medo absurdo, só de imaginar a sua resposta. Sei que sou só um grosso, sem outros talentos além de matar, e de me gabar das atrocidades que cometi, e ainda cometerei. Como poderia encostar meus dedos na sua pele tão branca, e nos seus cabelos macios?

E aí, eu finalmente veria em toda a sua glória a frieza dos seus olhos azuis, ao mandar na minha direção o seu desprezo, do qual até então eu jamais havia sido um alvo.

O seu olhar de escárnio.

Deboche.

E aí eu saberia, respeitadas as devidas proporções, a dor imensa que as minhas vítimas sentiram em seus últimos suspiros. Pois dor maior para mim seria perder você, do que ter arrancada a cabeça do meu corpo.

Um poeta louco já havia dito: "Que ironia é amar a rosa, pois não há como senti-la e acariciá-la, sem arriscar-se a ferir a palma da mão."

Que a minha mão sangre até o dia de minha morte, melhor que cair em batalha.

Prefiro ser alvo dos seus espinhos do que do frio dos seus olhos.