Disclaimer: Os personagens dessa história não me pertencem, etc.

Conteúdo: Romance e Lemon Jensha(Jensen/Misha). Se não curte, nem precisa ler.:3

Beta: Nobody.

Sinopse: Uma festa a fantasia, uma mente mirabolante e dois corpos sedentos por matar saudades.

Nota 1: A fic era para ser Oneshot, mas como ela não ficou pronta até hj(Dia das Bruxas), resolvi postar o que já tinha escrito, ao invés de postar tudo para depois e ficar totalmente ''fora da data comemorativa''. Pretendo postar toda a fic ainda essa semana, se God!Cas quiser.

Capítulo 1

Lá estavam eles, marido e mulher, passeando pelo salão amontoado entre esbarrões e empurrões. Era Halloween, a boate estava cheia, todos fantasiados à caráter.

Danneel Harris, a mulher, vestia um espartilho marrom e um vestido de época medieval, amarelo. Calçava sapatos marrons desgastados. A pele fora maquiada para parecer pálida, o batom borrado propositalmente nos cantos dos lábios. Uma tiara de prata no topo dos cabelos ruivos, combinando com as lentes de contato opacas.

Jensen Ackles, o homem, vestia uma roupa de tecido leve, cinza, mas um tanto apertado no corpo, que realçava suas curvas. Calçava botas pretas e luvas da mesma cor. Uma máscara que cobria parcialmente seu rosto, com dois chifres, cobria sua cabeça. A capa negra, colada na região dos ombros, esvoaçava e era motivo de pisões e esbarrões. O cinto amarelo extravagante, a cueca preta vestida em cima da calça e o desenho de um morcego no centro do peito completavam o visual excêntrico.

-Aí estão vocês!- Uma voz entusiasmada puxou a mulher pelo ombro.

-Oh, estávamos procurando vocês agora mesmo!- Jensen anunciou.

O segundo casal, também marido e mulher, usavam fantasias ainda mais exuberantes que o primeiro.

Victoria Vantoch, a mulher, vestia uma máscara verde-escura, repleta de detalhes entalhados, que cobria tanto suas feições quanto a mascara de Jensen. Os cabelos foram penteados e amarrados em dois coques, assimilando a imagem de dois chifres. A vestimenta da fantasia era de um verde musgo uniforme, que começava acima dos peitos e terminava no calcanhar, com desenhos em forma de folhas de árvores e relvas. As sapatilhas eram de um verde-claro berrante. As lentes de contato tinham um estranho tom de rosa - avermelhado.

Misha Collins, o homem, usava um uniforme de lycra azul-claro, combinando com a cor de seus olhos, com um emblema em forma de diamante, com a insígnia ''S'', vermelho e amarelo, no peito. As botas eram vermelho-sangue, assim como a capa esvoaçante que pendia de seus ombros. Os cabelos foram empapados de gel e arrumados em um topete um tanto metrossexual. Um cinto grande dourado prendia uma cueca vermelha, usada pelo lado de fora da calça.

- Somos nós que estávamos loucos atrás de vocês! – Misha sorriu, e Jensen captou o recado nas entrelinhas. – Quase fizemos cartazes de ''Procura-se um... Batman e Viajante do Tempo!'' Sério?

-Noiva do Drácula. - Corrigiu Danneel.

-Prazer, Super-Homem. - Misha cumprimentou, brincando. -E esta é a...

-Hera Venenosa, ao seu dispor. – Victoria continuou a brincadeira do marido, enviando um beijinho imaginário para os dois.

-Nossa, vocês capricharam na fantasia, hein! – Danneel admirou os detalhes da vestimenta de Victoria. - Eu fico até envergonhada de estar vestindo esse trapo aqui...

-Obrigada. – A mulher agradeceu. – Mas a fantasias de vocês até que não está ruim. Vocês deveriam ver a fantasia da Genevieve ...

-Aliás, onde está o Jared? – Jensen mudou de assunto. – Pensei que o anfitrião devesse receber os convidados à porta.

-Bom, esse lugar não é exatamente dele, não é? – Misha disse. – Quero dizer, ele nos convidou e tudo o mais, mas a boate está funcionando normalmente hoje.

-Pensei que ele a tivesse alugado. – Comentou Danneel. – Sabe, com toda a bolada que anda recebendo ultimamente...

-Mas eu não duvido nada que a Genevieve esteja sugando essa grana até o talo. –Victoria continuou a fofoca.

Jensen estava quase mudando de assunto quando uma voz brincalhona o salvou.

-Olha quem chegou!- A voz disse.

Era um grupo de três homens.

Sebastian Roché, o que anunciara a presença dos três, vestia uma peça única de roupa, que cobria da gola do pescoço até a ponta dos pés, vermelho-vivo. Um arco com dois chifres vermelho-sangue e fluorescentes, em forma de ponta, despontava de sua cabeça. Segurava um tridente vermelho nas mãos e tinha as faces pintadas com a mesma cor.

Mark Pellegrino, ao lado do primeiro, usava uma roupa em fiapos, rasgada. O blazer estava sujo de tinta vermelho-negra, a camisa com furos na barriga, e a calça rasgada na altura dos joelhos. Os dedos dos pés despontavam dos sapatos marfim furados. A maquiagem era pálida como a de Danneel.

Matt Cohen, mais distante, usava uma roupa de lycra preta e verde, com um emblema de uma estranha ampulheta no peito, a vestimenta moldando seu corpo. Calçava botas e luvas brancas, tendo um anel grosso e verde-esmeralda, fluorescente, em um dos dedos. Uma máscara verde-escura cobria a região ao redor dos olhos.

-Melhor tarde do que nunca, srs Zumbi, Lanterna Verde e Diabo!- Brincou Danneel.

-O trânsito tava de matar... -Justificou Jensen.

-Trânsito atrasou vocês, é? Tá bom... -Caçoou Matt.

-Pelo jeito a coisa tava boa. – Continuou Misha.

-Oh, se tava! – Jensen entrou na brincadeira, sorrindo para o moreno de olhos azuis.

Sebastian pigarreou.

-Jensen, posso falar com você um instante?- Sebastian segurou em seu ombro.

-Já não está falando? – Jensen brincou.

Sebastian não respondeu, apenas puxando-o pelo ombro para uma conversa a sós.

-O que foi? – Jensen perguntou, apreensivo.

-Jensen, você ficou maluco?

-Como é?

-Olha, eu concordei em guardar segredo sobre você e o Misha, - Sebastian argumentou. Embora, Jensen sabia, ele fora obrigado a guardar segredo, após o francês dar em cima de Misha e este recusá-lo. Sebastian ainda tentou insistir, na ocasião, dizendo que ''casamento não valia nada'' e alegando que Misha tinha a fama de ser aventureiro na cama, o que obrigou o bostoniano a confessar que já tinha um compromisso com outro homem. O francês persistiu, e Misha fora praticamente obrigado a revelar que estava tendo um caso com Jensen. – mas vai ficar difícil disfarçar se você ficar comendo-o com os olhos e sorrindo feito bobo para ele.

-O quê? Seb, acho que você ta ficando meio paranóico. Eu sei bem me comportar, ok?

Sebastian retrucaria se, nesse exato momento, duas figuras não tivessem irrompido no meio da conversa.

O primeiro, Corin Nemec, vestia um uniforme vermelho e azul, detalhado com linhas transversais pretas. Uma aranha negra, bordada, se encontrava em seu peito. Botas de cano curto, vermelhas, completavam a fantasia.

O segundo, Julian Richings, vestia um manto negro com capuz, que cobria-o de cima abaixo, de modo que seus pés eram invisíveis e ele parecia estar flutuando pelo salão. Tinha o rosto pintado de branco e desenhado com linhas escuras, dois globos pretos ao redor dos olhos. Tinha uma foice às costas, amarrada com uma tira de couro cru.

-Até que enfim você chegou, hein, Jensen!- O homem vestido de Homem-Aranha falou.

-Já suspeitávamos que tivesse se perdido. -Comentou o outro, vestido de Morte.

-Eu tive alguns contra-tempos. – Justificou Jensen.

-Hum, a Danneel está junto com você, né?- Perguntou Julian.

-Sim, porquê?

-Você vai precisar de carona hoje, cara!- Corin brincou.

-Não entendi...

-O Sebastian não te falou do ponche especial que o Jared deixou reservado no bar? Cara, aquilo ta uma loucura!

-Não tive tempo... - Murmurou Sebastian.

-É... depois eu tomo, obrigado! – Jensen disse, sem-graça.

-Depois nada, você vai tomar é agora!- Corin advertiu. - Deixamos uma taça preparada pra você, uma das últimas, lá. É melhor tomar antes que acabe...

-Eu... – Jensen começou.

-Jensen!- Corin insistiu.

-Ok, ok...- Jensen disse, mal-humorado.- Seb, depois continuamos a nossa conversa, ok?

Mas Sebastian já se fora.

Halloween Jensha

Jensen ainda tentou voltar para o primeiro grupo de pessoas. Este, porém, não se encontrava mais no local em que Jensen os vira pela última vez. O loiro, então, decidiu por ir beber a bendita taça de ponche, antes que Corin e Julian o encontrassem novamente e o torrassem a paciência. Procuraria Danneel e os outros depois.

Ao chegar no bar da boate, Jensen se deparou com quatro figuras conhecidas.

Jim Beaver, encostado no balcão, vestia um terno surrado marrom-escuro, calça social azul-escuro rasgada e sandálias pardas nos pés. Tinha a pele pintada de um tom verde-musgo. Um arco na cabeça, com dois pregos cinematográficos em cada ponta. Um legítimo monstro de Frankstein.

Mitch Pillegi, sentado em um dos bancos do balcão, vestia uma calça cáqui surrada, camisa xadrez azul-claro e chinelos de dedo. Cobria a pele com um pêlo artificial e parte do rosto com uma máscara de lobo. Não precisava ser nenhum gênio para saber que a fantasia representava um Lobisomem.

Eric Kripke, sentado em uma cadeira de rodas, vestia um terno risca de giz pardo, blusa da lã com a gola cobrindo o pescoço e calça social preta. Um cobertor leve cobria parte das pernas. Jensen quase chegou a perguntar se ele sofrera algum acidente, mas desistiu quando percebeu que Eric colocara uma espécie de prótese na cabeça, para esconder os poucos fios de cabelo que ainda lhe restavam. Sem dúvidas, a fantasia de Charles Xavier/Professor X era um tanto inusitada.

Sera Gamble, bebericando uma taça de ponche, estava vestindo um manto negro, de tecido leve. Calçava um chapéu pontudo na cabeça e botas escuras nos pés. Os cabelos foram cuidadosamente desarrumados e bagunçados. Pintara a pele de verde-limão. Próteses de nariz pontudo com verruga e unhas quebradiças faziam parte do conjunto. Uma vassoura ornamentada encontrava-se ao seu lado, encostada no balcão. Parecia que a Bruxa Má do Oeste havia caído do Mundo de Oz e tombado na Terra.

-Uma taça de ponche especial, por favor? Eu sou um convidado do Jared., e Corin Nemec e Julian Richings deixaram uma reservada para mim. - Jensen anunciou ao barman. O homem concordou com um aceno de cabeça, indo atrás do que lhe foi pedido.

-Se atrasou esse ano, hein, Batman? – Mitch brincou. -Problemas com o Batmóvel?

-Acho que alguém passou tempo demais hibernando na Batcaverna. - Jim continuou.

Jensen riu.

-Um pouco dos dois.

-Estava na Batcaverna todo esse tempo com quem, Robin ou Mulher-Gato?- Sera caçoou.

-Para ter vestido a cueca por cima da roupa, acho que foram os dois. - Eric continuou, rindo.

Jensen sorriu.

-Eu não caçoaria tanto na sua situação, Professor. – Jensen retrucou, brincalhão. –Afinal, vai saber o porque de você ter perdido o movimento das pernas e estar de cadeira de rodas? Talvez o magnetismo do Magneto tenha sido muito forte...

Eric riu.

-Falando em Magneto, ficou sabendo quem conseguiu arranjar um tempinho para a festa desse ano? – Perguntou Sera.

-Não, quem?- Jensen perguntou.

Quando Sera abriu a boca para responder, porém, o barman a interrompeu, uma taça de ponche cheia na mão.

-Prontinho, Sr.- O barman repassou a taça.

-Obrigado. – Jensen agradeceu. Voltou-se para Sera. – Continue...

-Ninguém menos que...

Sera foi interrompida novamente, dessa vez pelo próprio Jensen. Sentira seu celular vibrar, guardado no cinto multiuso da fantasia.

Era uma mensagem de texto, e Jensen não precisou ver o número para saber de quem era. Apenas o corpo da mensagem já delatava quem a mandara:

''Me encontre no segundo andar, subindo pela escada do depósito, porta vermelha próxima da saída, só para funcionários (estará aberta). Tenho uma surpresinha para você. Beijos do homem que te ama. ;*''

Jensen sorriu feito criança lendo a mensagem. Surpresa de Misha? Interessante. Fazia um bom tempo em que não se encontravam intimamente, por assim dizer. Os culhões de Jensen se retesaram só de pensar no que Misha iria aprontar para ''matar a saudade''.

-Quem é? – Perguntou Será, se aproximando para ler o corpo da mensagem.

Jensen fechou o visor do celular no exato momento.

-Ninguém importante. -Desconversou.

-Era o Robin, não era? – Jim brincou.

Jensen sorriu.

-Não, não era o... Robin!- Jensen fitou o par de figuras se aproximando do grupo.

Jared Padalecki, definitivamente a figura maior, vestia um figurino medieval: calça verde-escuro peluciada, uma camisa branca desbotada, coberta por um colete verde, e um chapéu de formas triangulares, verde-escuro, semelhante aos chapéus do Exército, com uma pena vermelha colada na lateral. Uma máscara fina cobrindo ao redor dos olhos, como um óculos, estava em sua face. Tinha um arco preso nas costas, com uma tira de corda, assim como flechas em uma bainha. Robin Hood parecia ter crescido amedrontadoramente naquela noite.

Genevieve Padalecki, atrás de Jared, vestia uma camisola branca simples, com um borrão de tinta vermelha na parte íntima. O cabelo fora desgrenhado pavorosamente e os cantos dos olhos pintados de um roxo-berrante, assim como uma ou outra ferida em seu rosto. Jensen teve que se segurar para não rir da mulher vestida de Garota do Exorcista.

-Jensen! – Cumprimentou Jared, com um abraço.

Genevieve adquirira um olhar inquisidor após o cumprimento, direcionado para Jensen.

-Oi, Jay.- Cumprimentou Jensen.

-Porque demorou tanto? Estávamos quase começando o Jogo do Halloween sem você!

-Ah, essa foi por pouco, então!- Jensen brincou, tentando mostrar que se importava com aquele estúpido jogo.

Odiava ter que participar daquela porcaria, todo santo ano. O jogo em si não era difícil, se resumindo em conseguir flertar e conquistar, sempre utilizando da frase ''Gostosuras ou Travessuras?'' para indicar aos alvos que era um participante do jogo. Os alvos, por sinal, eram escolhidos a esmo, a maioria eram pessoas desconhecidas que estivessem freqüentando a festa sem ter um convite de Jared. Se o flerte desse certo, o alvo deveria entregar um doce, entregue quando a pessoa topasse participar da brincadeira. Os participantes tinham sacolas no formato de abóboras para recolher os doces, se dividindo em duas ou três equipes. Naturalmente, a equipe que terminasse com mais doces, vencia. O prêmio era uma noite na boate por conta de Jared, com todas as despesas pagas.

Jensen não tinha problemas para conquistar alguém com um flerte, mas odiava ter que aparentar fazê-lo com sabe deus lá quem. Não era do tipo super-tímido, mas odiava essa intimidade exagerada que um flerte requeria, tanto que foram Danneel e Misha quem deram o primeiro passo para o loiro tem um relacionamento amoroso.

-Porque demorou tanto? – Genevieve perguntou, azeda. Mas Jensen entendeu a pergunta de outro modo, ''porque não demorou mais?''.

-O trânsito me atrasou. - Jensen justificou, bebericando do ponche distraidamente.

Jared de repente arregalou os olhos e abriu a boca, parecendo ter visto um fantasma ou coisa assim.

-O que foi? – Jensen perguntou.

-Quem te disse sobre o ponche?

-Julian e Corin, por quê?

Jared franziu os cenhos.

-Porque ele não era para ser servido para os participantes do Jogo. Lembra da confusão que deu ano passado, quando o Richard, que por sinal anda sumido essa noite, encheu a cara e comeu todos os doces, não lembra?

-Jared, eu não sou fraco para bebida, e você sabe disso. – Jensen sorriu, se divertindo com o outro estar levando aquela baboseira tão a sério.

-Não, não, não, Jen. – Jared pegou a taça de suas mãos. - Nada de ponche super-batizado hoje, ok?

-Mas...

-Jay, deixe que ele entupa o rabo de bebida, vai! – Genevieve alfinetou. Daria tudo no mundo para ver Jensen passar vexame bêbado, como há dois anos, quando quase transara com Misha na frente dos amigos.

-Não, Jen. Você não vai beber hoje, estamos entendidos?

Jensen ainda retrucaria, teimoso que era, se não fosse pelo seu celular vibrar novamente. Outra mensagem de Misha, dessa vez menor:

''Cadê você?''

Jensen fechou o visor.

-Era o Robin de novo?-Alfinetou Mitch, de um canto.

-Quem?- Genevieve perguntou, fitando o marido. Como se Jared pudesse ter feito a mágica de ligar para o celular de Jensen sem usar as mãos.

-Eu tenho que ir. - Jensen argumentou, deixando o grupo de lado. Não ligou para os protestos que se seguiram a sua partida. Achou que Misha tivesse reservado algo para mais tarde da noite, mas o moreno parecia ter urgência. Tinha que aproveitar o momento, com Danneel longe, sabia disso. Seu próprio corpo lhe impeliu para que fosse rápido, o estômago dando voltas de excitação.

Haloween Jensha

Jensen passou, quase correndo, por entre os dançantes da boate. Sentia que iria explodir antes mesmo de chegar ao seu destino. Foi quando tombou com duas moças que andavam para a direção oposta. Por pouco não perdera o equilíbrio e caíra com a bunda estatelada no chão.

Cindy Sampson, a figura mais próxima, usava uma espécie de armadura feminina greco-romana, preta e dourada, detalhada com curvas que davam molde ao seu corpo, e uma saia de tiras de couro preto. Botas de cano alto, igualmente pretas e douradas, se encontravam em seus pés. Uma espada grande, de prata, estava presa às suas costas. Usava lentes de contato azul-piscina.

Alona Tal, atrás da primeira, usava uma fantasia mais simplória. A saia avermelhada era de um tecido como camurça, rasgado e vestido como a pele de algum animal. A blusa, amplamente decotada e com a mesma forma da parte de cima de um biquíni, era do mesmo tecido e cor - este, entretanto, tinha uma espécie de rede com fios transversais por cima do tecido. Usava sandálias de couro. A barriga de fora chamava a atenção de alguns homens ao redor.

-Desculpe, Xena e... Athena! - Jensen se recompôs.

-Gabrielle. - Corrigiu Alona.

-Jensen? É você? - Perguntou Cindy.

-Sim, sou eu. – Jensen resistiu ao ímpeto de continuar sua corrida.

-Quando chegou?- Cindy persistiu.

-Já pegou a sua sacola? Julie está feito louca atrás de você... Sabe, ela é a líder do time esse ano. - Alona comentou.

-Com licença. - Jensen adiantou, vendo que a conversa seria longa. -Preciso ir. Banheiro.

Não esperou que as duas lhe puxassem a orelha. Voltou a correr desembestadamente ao encontro de Misha.

Halloween Jensha

Quando estava à quase dois metros de distância da porta vermelha restrita para funcionários, outra figura esbarrou em Jensen.

Richard Speight Jr caiu de bunda no chão com o impacto. Vestia uma roupa de burguês, uma espécie de sobretudo verde fechado, cheio de babados e rendas, e uma calça de tecido apertado. Tinha dois sapatos um tanto apertados nos pés. Pintara um bigode em forma de ''Ss'' horizontais em cima dos lábios. Numa das mãos, calçava uma luva branca, na outra, havia um gancho de aço no lugar do seu pulso e mão. O chapéu da fantasia, achatado, caíra com o esbarrão.

-Desculpe, Richard. - Jensen segurou a mão que ainda lhe restava e ajudou-o a se levantar.

-Richard? Quem é Richard? Me chamo Capitão Gancho, Sr. Orelhas de Gato. – Richard fez uma mesura, teatralmente. – Por acaso viu a Sininho ou o Peter Pan por aí?

-Jared ta te procurando. – Jensen cortou, virando-se e partindo em retirada.

-Jared? Quem é Jared? – Ouviu Richard ainda perguntar.

Por sorte, ninguém topara no restante do caminho até a porta. Abriu-a, o suor da corrida escorrendo entre a máscara da fantasia.

Halloween Jensha

Subiu a escadaria de metal, ainda arfando. Uma luz iluminava o seu caminho, vinda de alguma sala próxima. Jensen se encaminhou até a sala. O nó no estômago retornando.

Abriu a porta sorrateiramente. O cômodo parecia ser um depósito de bebidas. Havia caixas e mais caixas por todos os lados, empilhadas em estantes. Engradados aqui e ali. Mas, o que mais lhe chamou a atenção não foram as bebidas, e sim um balcão pequeno, quase um criado-mudo, com uma maleta preta em cima.

-O quê?- Jensen se encaminhou para a maleta, que sua intuição dizia ser do Misha, já esperando encontrar mil e um utensílios de sex-shop lá dentro. Mal tocara na maleta, porém, quando uma figura o surpreendeu, enlaçando os braços em sua cintura e beijando o lóbulo da orelha. O ar pareceu se encher de um aroma de cravo.

-Surpresa! – Uma voz grave e ao mesmo tempo brincalhona disse em seu ouvido.

Jensen sorriu.

-Desculpe pela demora. –Jensen virou o rosto para o lado, beijando os lábios de Misha.

-Não tem problema, eu não iria fazer isso sem você mesmo. – Misha retribuiu os beijos.

Aos poucos, os beijos foram se tornando mais quentes. Jensen virou-se de frente para Misha e enlaçou seu pescoço.

-Estava com saudades dessa boca, sabia? – Jensen deu-lhe um beijo francês ardente e profundo.

-Só estava com saudades da boca? – Misha perguntou, brincando.

Jensen riu.

-Não. Estava com saudades das bochechas, do pescoço, do peito. – Jensen depositava beijos em cada parte do moreno que citava.

Foi quando Jensen se ajoelhara e beijara as partes do outro que percebeu um fator estranho: Misha havia trocado de fantasia.

O moreno vestia uma calça e uma camiseta de lycra uniformes, azul-escuros. No peito da camisa havia uma grande estrela branca e no torso uma tarja branca, com listras vermelhas verticais. O antebraço da camiseta também era branco, entrando em contraste com as luvas vermelhas, que chegavam quase até a região do cotovelo. Calçava botas igualmente vermelhas, de cano alto. Vestia uma máscara da mesma cor predominante no uniforme, que deixava apenas a região da ponta do nariz até o queixo descobertos, com dois arranjos no formato de asas brancas, como dois chifres, e um ''A'' branco na região da testa. Tinha um escudo preso às costas com uma espécie de cinto transversal no peito, que Jensen sabia muito bem que seria uma imitação da bandeira americana, com circunferências vermelhas e brancas, o centro azul com uma estrela branca. Todo o azul-escuro da fantasia realçava os orbes azuis que eram os olhos do bostoniano.

-Misha? - Jensen perguntou, se levantando.

O moreno pareceu se recompor de algum delírio que estava tendo com os beijos de Jensen.

-Abra a maleta. - Ele pediu.

-Porque se trocou?- Jensen perguntou.

-Abra a maleta. – Repetiu Misha. – Você vai entender.

Jensen fez o que lhe foi pedido. Ao abrir a maleta, se deparou com um amontoado de roupas emboladas.

-O que é isso?

-Troque sua fantasia, Jen. –Misha tinha um sorriso faceiro no rosto.

-A maleta é sua, certo?

-É sim, fazia parte da minha fantasia de Super-Homem. Na verdade, a fantasia era de Clark Kent, com o uniforme por baixo. Mas eu senti calor e troquei.

-E como você escondeu isso aqui? Digo, sua esposa, no mínimo, deve ter reparado...

-Que a maleta sumiu? Sim, eu contei para ela que não ia usá-la, mas inventei a desculpa que iria guardá-la no carro.

-E não guardou por que...?

-Porque a vestimenta do Clark não foi a única coisa que eu havia guardado na maleta. Antes de vir, eu pus duas fantasias extras nela.

-Hum, e uma é a de Capitão América que está vestindo, certo?- Jensen revirou as peças de roupa da maleta. Pegou um chapéu achatado, marrom, do tipo que eram moda nos anos 40. –E a outra é de gângster?

-Freddy Krueger, na verdade. Eu ia dar a de Capitão América para você vestir, mas você demorou demais, e ela era tão maneira...

-E porque eu tenho que me vestir de Freddy Krueger? –Jensen interrompeu.

-Porque o pessoal já viu que você veio de Batman, é claro.

-Como...?- Jensen já começara a desconfiar que Misha andara bebendo demais naquela noite.

-Vai querer um disfarce para essa noite, não é?

-Para...?

-Para escapar daquele maldito joguinho do Jared, para começar, afinal, você não vai ser o Jensen essa noite, ou ao menos não o Jensen que Jared e os outros conhecem.

-Eu serei... Freddy Krueger!

-Não, bobo. – Misha se aproximou, voltando a enlaçar o outro. – Você vai ser o Sr, Jensen Namorado de Misha Collins, entendeu?

De repente um clarão pareceu irromper na mente de Jensen, que teve sua energia repassada para um sorriso branco de orelha para a orelha. A troca de energia seguinte veio por meio de um beijo apaixonante no outro.

-Misha. - Sussurrou Jensen, sem parar de sorrir.

-Sim?

-Você é um gênio, e eu amei a surpresa.

-Calma, Jen.- Misha beijou-o.- A noite só está começando...

Nota do Autor: Não me perguntem dá onde que eu tirei essa piração, mas está aí. Coloquei alguns ''EasterEggs'' quanto as fantasias de cada personagem, modéstia a parte, e espero que todos ''descubram'' a maioria delas. Enfim, si avisando que os próximos capítulos pretendem ser ainda mais ''pirativos''..-.