BLACK DESIRE
Autora: Kuchan.1
Sinopse: Sirius volta para casa depois de concluir seu quarto ano, apenas para ser informa de que seus pais assinaram um contrato de casamento e ele se casaria em menos de duas semanas. Sirius não está feliz. Ele não quer se casar. Para ele, Lorde Peverell é apenas mais um bruxo de sangue puro esnobe e ele já o odeia por isso... mas, às vezes, o desejo pode ser enlouquecedor.
Notas: Harry Potter não me pertence. Essa é uma fanfic de reencarnação+timetravel.
Capítulo 1
— Vocês fizeram o quê?! – Exclamou Sirius, pulando da cadeira e olhando para seus pais. Ele não tinha que ter ouvido errado. Não era possível… não tinha como…
— Você está noivo. Assinamos um contrato de casamento para você há duas semanas. – Repetiu Orion, olhando para seu filho detrás de sua mesa no escritório, sua expressão perfeitamente estoica, enquanto sua esposa mantinha uma expressão de desgosto parada em pé ao seu lado.
Demorou um par de minutos, para que Sirius fosse capaz de superar o choque e a incredulidade pela notícia. Quando ele o fez, a raiva e a frustração queimaram em seu peito. Ele não podia acreditar… como seus pais tinham a audácia de colocá-lo em um contrato! Sirius deveria ter suspeitado, no momento em que seu pai se aproximou dele na Plataforma 9 ¾, avisando que ele não passaria o verão com os Potter. Desde seu primeiro ano, Sirius tinha ficado com a família de seu melhor amigo, o mais longe possível de sua própria família. Em nenhum momento, Orion ou Walburga tinham se importado com isso. Afinal, eles nunca esconderam o desgosto que sentiam por ele, assim como Sirius não fazia questão de esconder o quanto desprezava sua família.
— EU NÃO VOU ME CASAR! DESFAÇA ESSE MALDITO CONTRATO! VOCÊ NÃO PODE ME FORÇAR! – Gritou, sua voz ecoando pelo escritório com uma potência que poderia até mesmo superar os gritos de sua mãe.
Orion estreitou os olhos.
De fato, seu primogênito tinha herdado os pulmões e as cordas vocais de sua mãe. Contudo, ele era Lorde Orion Black. Ele apoiaria a inclusão da cultura trouxa em sua sociedade, antes que deixasse um fedelho de quinze anos lhe fazer algum tipo de exigência.
Sirius arregalou os olhos quando, em um segundo, ele se viu forçado a ficar sentado na cadeira outra vez, incapaz de produzir uma única palavra.
— Você vai calar a boca e me escutar, seu fedelho ingrato. – Em nenhum momento, Orion ergueu a voz, mas nem por isso ele soava menos perigoso. – Você tem ideia em que tipo de… situação, essa família se encontra? Em algum momento, você se deu ao trabalho de parar e pensar, o que tudo isso significa não apenas para nós, mas para todas as gerações que virão depois de você?
Oh, Sirius sabia exatamente o tipo de situação em que sua família estava, mas de seu ponto de vista, não tinha nada haver com ele. Sua família, assim como muitas outras famílias antigas, tinha expressado abertamente seu apoio a Voldemort na última década. A guerra tinha se tornado ainda mais frenética nos últimos anos, ataques contra trouxas e seus simpatizantes tinham sido mais e mais violentos. Havia uma insegurança crescente das autoridades, e governos em todo o mundo exigiam que a Inglaterra solucionasse o 'problema' de uma vez, antes que arriscassem uma exposição. A tenção estava muito alta, até que tudo mudou há pouco mais de seis meses. Foi quando as manchetes no Profeta Diário começaram. Durante um mês inteiro, o Profeta publicou artigos exclusivos sobre Voldemort. Não eram artigos sobre seus ataques, mas sobre o próprio Voldemort. Foi um verdadeiro choque para todos os apoiadores, quando o 'Lorde das Trevas' e o 'Herdeiro de Slytherin', tinha sido revelado como nada menos do que um mestiço, filho de um aborto, Merope Gaunt, e um trouxa, Tom Riddle. Oh, isso era apenas o começo da 'queda' de Voldemort. De fato, Voldemort, ou Tom Marvolo Riddle (como tinha sido revelado), era descendente de Slytherin…, mas não da linha principal e sim de um bastardo, filho de uma prostituta trouxa, que Salazar Slytherin nunca tinha assumido. Sirius tinha pensado que era muito engraçado e tinha rido por horas, ao pensar em sua mãe desagradável e sua prima Bellatrix, quando soubessem que seu amado 'Lorde das Trevas' era um simples mestiço filho de um aborto e um trouxa.
Obviamente, Voldemort tinha retalhado. Seus ataques tinham sido mais ferozes e cruéis. Mesmo alguns Comensais da Morte tinham sido mortos pelo bruxo das trevas, que pertenciam a famílias que não estavam felizes por descobrirem que ele era um mestiço. Era evidente que Voldemort estava tentando recuperar sua influência por meio do medo. Isso não tinha funcionado.
Tudo terminou no solstício de primavera que, coincidentemente ou não, também era um dos fins de semana de visita a Hogsmead. Era pouco depois do meio dia, o momento em que a maioria do corpo estudantil estava na aldeia, quando Voldemort e mais de quatro dúzias de Comensais da Morte apareceram na aldeia, começando a lançar maldições para todos os lados. Sirius estava na aldeia naquele dia, junto com seus amigos.
Tinha sido o caos.
Havia apenas um par de professores na aldeia e pouco mais de dez alunos do sétimo ano. Não era o bastante… alguém tinha sido enviado para trazer o diretor, mas ele estava demorando. Foi quando uma maldição da morte foi lançada na direção de Lisa Williams, uma nascida trouxa do terceiro ano da Ravenclaw, quando, o que teria sido o pior e mais cruel ataque de Voldemort, sofreu uma grande reviravolta. Um homem aparatou entre Lisa e a Maldição, deixando-se ser atingido pela magia letal. Contudo, ele não morreu. De alguma forma que ninguém sabia explicar, o homem, não apenas absorveu a magia, como a tinha refletido de volta contra vários seguidores de Voldemort.
O duelo que se seguiu foi o mais formidável da história, algo que Sirius soube mais tarde, pelos comentários excitados de seu professor de feitiços. A maioria dos feitiços lançados eram desconhecidos para os estudantes e até mesmo para os professores. Depois de longos vinte minutos de duelo, Voldemort encontrou seu fim nas mãos do homem desconhecido, que aparatou para longe no momento em que o corpo de Voldemort foi reduzido para uma pilha de cinzas.
Os jornais tinham tido um dia de campo depois disso. Jornalistas falando com cada testemunha, tentando descobrir a identidade do homem que tinha derrotado não apenas Voldemort, mas dezenas de seus seguidores sozinho. Uma semana depois, a identidade do homem misterioso foi revelada, em uma entrevista exclusiva feita por uma repórter novata, Rita Skeeter. O artigo era quase uma biografia completa do 'Conquistador', como ele estava sendo chamado nos jornais. Lorde Hadrian Peverell, o último descendente do ramo principal da antiga família Peverell, tinha se formado na Academia de Magia Sairen (que, segundo um artigo especial, publicado na semana seguinte, era a realmente a melhor do mundo e muito seleta, ao ponto de que os alunos que desejavam frequentá-la precisavam passar em um teste escrito cuja dificuldade era semelhante aos NOMs), 22 anos, órfão e criado por sua tia materna. Era um praticante dos Velhos Caminhos e das tradições, não aprovava a integração da cultura trouxa na sociedade mágica e defendia leis mais severas para aqueles que arriscavam o Estatuto de Sigilo.
Depois de ler o artigo, Sirius tinha sido um pouco decepcionado. No início, ele tinha pensado que Peverell era um defensor da luz, mas ele não passava de mais um aristocrata de sangue puro.
Já faziam três meses, desde a derrota de Voldemort e o mundo estava se encaminhando para a normalidade… com exceção das famílias que tinham apoiado o Lorde das Trevas abertamente. Famílias como a sua. Essas estavam correndo para todos os lados, desesperadas para tentarem se recuperar do prejuízo político e social, que suas escolhas tinham acarretado. A escolha mais comum da maioria, era se casar com famílias neutras ou de luz. E, ao que tudo indicava, parecia que era isso que seu pai queria fazer.
— Se quer tanto assim, se recuperar do prejuízo, por que não faz um contrato para Regulus? Ele não é o seu filho perfeito. – Falou, assim que sentiu o feitiço silenciador sobre ele desaparecer. Porém, dessa vez, Sirius se controlou para não gritar.
Walburga bufou ao escutá-lo.
— Tentamos. – Respondeu irritada. Oh, eles tentaram. Walburga tinha ficado horas falando das qualidades de seu segundo filho. A última coisa que sua família precisava, era da vergonha de um filho rechaçado. Algo que certamente aconteceria, se Sirius fosse o escolhido. Infelizmente, por mais que ela tentasse, ainda assim, Sirius foi o escolhido. – Lorde Peverell faz questão de tomar você como seu consorte.
Sirius estava pronto para zombar, do fato de que o filho 'perfeito' de seus pais tinha sido recusado, quando ele registrou a última frase de sua mãe.
— Lorde… Peverell? Consorte…? – Murmurou sem folego, ficando perigosamente pálido conforme entendia o significado daquelas palavras.
Walburga sorriu ao ver o pânico na expressão do filho.
Não havia posição melhor, para alguém tão irritante e indisciplinado, quando a de um consorte de um Lorde. Oh, depois de conhecer Lorde Peverell, Walburga sabia que iria se divertir muito vendo seu filho ingrato se contorcendo e tentando lutar em vão.
— Sim. Você foi prometido para Lorde Peverell, como seu futuro consorte. – Afirmou Orion, mantendo a voz firme e lançando um olhar de canto para sua esposa. Ele sabia que Walburga não era a mãe mais orgulhosa, quando se tratava de Sirius. Ele próprio tinha problemas em se orgulhar de qualquer coisa que seu primogênito fazia. Desde criança, Sirius era rebelde demais e revoltado contra as crenças da magia e as tradições, essa atitude apenas piorava a cada ano. Internamente, ele esperava que Lorde Peverell conseguisse concertar a atitude rebelde de seu filho.
— Não! Eu não gosto de homens! – Exclamou Sirius, tentando se levantar da cadeira, apenas para descobrir que o feitiço que o mantinha preso na cadeira, ainda estava ativo.
— Isso não importa. Já assinamos o contrato. – Declarou com tranquilidade, ignorando o desespero do filho, enquanto lhe entregava um rolo de pergaminho. – Essa é uma copia do contrato. O original está com Lorde Peverell.
Tremulo, Sirius agarrou o pergaminho e começou a ler o que estava escrito. A cada palavra que lia, sua pele se tornava cada vez mais pálida. O contrato de casamento era um verdadeiro pesadelo. O contrato havia sido assinado usando sangue e magia familiar, isso significava que ambas as partes deveriam cumpri-lo, ou seriam despojados de sua magia e, consequentemente, mortos. Havia uma clausula de fidelidade completa, ao ponto de que Sirius não poderia nem mesmo olhar para fotos de revistas eróticas, ou mesmo se masturbar sem a presença ou o consentimento de seu futuro marido. Por ser o mais jovem, estava explicito que ele seria o único a passar pelo doloroso e desagradável processo de formar um útero mágico, antes do casamento. A clausula sobre filhos era ainda pior, pois afirmava que, se não houvesse nenhum tipo de complicações de saúde que colocariam a vida de Sirius em risco, Lorde Peverell seria o único a decidir quantos filhos eles teriam. E, é claro, havia a clausula para o sexo e o contato íntimo. Eles precisariam dividir o mesmo quarto todas as noites e ter sexo, pelo menos, quatro vezes na semana.
Existiam outras clausulas, que estabeleciam que Sirius deveria acompanhar seu futuro marido em qualquer festa ou evento, assim como também ser um anfitrião adequado, para qualquer tipo de festa ou reunião feita pelo Lorde Peverell. Sirius queria gritar e chorar. Ele não podia acreditar que isso estava acontecendo. A única coisa que o deixava feliz, era que ele ainda teria dois anos, antes que tivesse que se casar com esse homem. Talvez, até lá, ele encontrasse uma forma de escapar daquele contrato, sem perder a sua magia ou morrer.
— A data da ligação já foi marcada. Será uma ligação tradicional, durante o dia de Litha.
Sirius arregalou os olhos.
Litha era um dos principais sabbats, festividades que os tradicionalistas associavam com a ascensão plena do Deus Sol. Porém, isso não era o mais importante, e sim que Litha acontecia no dia 21 de junho. Isso era em menos de duas semanas!
— Eu não vou me casar! – Gritou, tentando se contorcer e se libertar do feitiço que o mantinha preso. – Eu só tenho 15 anos! Você não pode me obrigar!
Orion estreitou os olhos de forma perigosa.
— Sim, você vai se casar. E sim, eu posso te obrigar. É uma ligação tradicional. Seu consentimento não é nem mesmo necessário. Assim, como a sua idade não importa e você sabe disso. Mesmo que a maior parte dos casamentos ocorram quando ambas as partes sejam maiores de idade, isso é apenas pela inconveniência de que um ou ambos ainda tenham que frequentar a escola. Lorde Peverell quer o casamento o quanto antes e será assim. – Mais uma vez, sua voz estava perigosamente tranquila. Não importava o que Orion tivesse que fazer, ele teria certeza de que Sirius iria se casar. Orion se recusava a perder a oportunidade de se unir a família Peverell. – Você vai começar a dosagem com as poções essa noite. Amanhã, Madame LeBlanc virá para tirar suas medidas para suas vestes de ligação. Até que chegue o dia, eu mesmo irei ter certeza de que você não irá aprontar nada. Sem se comunicar com seus amigos baderneiros. Estarei confiscando sua varinha. Você não sairá de casa e, se ainda assim, quiser causar problemas, ficará confinado em seu quarto.
Sirius rosnou e comprimiu a mandíbula ao escutar aquilo. Ele estava fervendo de raiva. Ele não aceitaria isso. Ele nunca iria aceitar!
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Hadrian Peverell, anteriormente conhecido como Harry James Potter, não podia esconder seu próprio sorriso, enquanto desfrutava de um copo de uísque. Todos os seus planos estavam acontecendo de forma perfeita.
Menos de um ano depois da derrota de Voldemort, o mundo tinha sido jogado em um verdadeiro caos. Os trouxas tinham sido histéricos após a destruição da ponte de Londres, exigindo uma explicação do governo. O Primeiro Ministro Trouxa tentou manter a ordem, foi quando um nascido trouxa, que pensava saber mais do que todos outros (lê-se Hermione Granger), pensou que seria melhor simplesmente revelar ao mundo a existência da magia. A idiota realmente acreditava na baboseira de Dumbledore, de que os trouxas e os bruxos poderiam viver em harmonia. Ela fez tudo de uma forma que obliviatar fosse impossível. Uma grande coletiva de impressa ao vivo, onde ela não apenas transfigurou uma mesa em um tigre e um repórter em uma árvore, mas também trouxe para a dita coletiva um filhote de dragão! Hadrian ainda não sabia como ou onde Granger tinha conseguido o maldito filhote, mas isso não mudava o resultado de tudo.
Caos puro e simples.
Talvez Granger não tivesse a intenção de começar uma guerra entre mágicos e trouxas, mas foi exatamente isso que aconteceu. Dizer que os bruxos não tiveram uma chance, seria o eufemismo. Havia mais de mil trouxas para cada bruxo. Sem uma maldita varinha, mais da metade dos bruxos não poderia nem mesmo aparatar. Crianças mágicas poderiam fazer mais magia, do que um bruxo adulto e totalmente treinado nessas condições! E os trouxas? Eles tinham armas automáticas, bombas nucleares, tanques e tecnologia para rastrear as áreas mágicas, (parecia que aqueles que conjuraram as alas protetoras, tinham esquecido de atualizá-las, para enganar os satélites). Tinha sido um genocídio. Não importava se eram crianças, mulheres ou idosos… se fosse mágico, era morto imediatamente. Hogwarts e todas as outras escolas de magia foram bombardeadas… o Ministério da Magia e outros órgãos do governo mágico… aldeias inteiras destruídas por bombas. Nem mesmo as criaturas mágicas tinham conseguido escapar. Goblins, centauros, lobisomens, elfos, vampiros e tantos outros…
Não foi uma surpresa que a magia tinha começado a morrer.
Antes de tudo isso, Hadrian tinha guardado um grande ressentimento contra os trouxas. Em algum lugar, dentro de sua mente, ele sabia que deveriam haver bons trouxas no mundo, mas ele nunca tinha encontrado com um trouxa bom. Depois que a guerra começou, seu ressentimento se transformou em ódio puro e simples. Ele os odiou, não apenas por destruírem seu mundo sem uma razão real, mas por destruírem a própria magia.
Hadrian tinha conseguido se esconder no Largo Grimmauld. Ele sabia que não havia como lutar, com a própria magia morrendo, nada mágico sobreviveria muito mais tempo. Tudo o que lhe restava, era esperar por sua morte. Foram os mais longos cinco anos de sua vida. Esse foi o tempo que demorou para terminar a comida, e ele morrer devido a fome.
Ironicamente, apesar de todo o seu ódio, seu último pensamento não foi voltado para os trouxas. Seu ultimo pensamento foi voltado para a tristeza que sentia pelo fim da magia. E isso fez toda a diferença. Não importava quanto ódio e ressentimento ele carregava em seu coração, Hadrian não lamentava seu destino, mas o destino da magia. Foi isso que lhe deu uma nova chance. Quando ele acordou após morrer, ele estava deitado em um campo de grama seca e flores murchas e céu cinzento. Esperando-o, estava uma mulher idosa, em roupas velhas e rasgadas, que lutava para se manter em pé apoiando-se em uma bengala de madeira.
Ela era Lady Hécate, a senhora da magia. E aquele lugar era o berço da magia.
Lá Hadrian aprendeu muito mais do que qualquer um tinha lhe ensinado. Hécate lhe explicou sobre o ciclo da magia, de como a magia era reciclada e nutrida a cada feitiço feito. Sempre que um tipo de magia não era praticada, ela enfraqueceria e poderia até mesmo atrofiar. Sobre como a prática das tradições e dos velhos caminhos nutriam a própria magia. Ela lhe disse que, antes dos trouxas começarem a influenciar a sociedade mágica, e todos seguiam as velhas formas, aquele campo triste e moribundo era vibrante e cheio de beleza, assim como ela própria possuía uma aparência muito mais jovem. Foi assim que os números de abortos tinham aumentado tanto nas últimas sete décadas, assim como a grande dificuldade de famílias com afinidade com a magia das trevas de conseguirem ter filhos.
Foi quando Hécate lhe fez a proposta.
Hadrian renasceria no passado, no lugar de uma criança que teria morrido antes mesmo de nascer. Sua missão não seria apenas deter Voldemort, mas impedir a influência trouxa de se alastrar na sociedade mágica e impedir o declínio da magia.
Foi assim que Hadrian Peverell, filho de Lorde Richard Peverell e Katherine Peverell nee Beckett, milagrosamente nasceu. Um milagre, pois seus pais tinham, ironicamente ou não, sido emboscados por cinco nascido trouxas enquanto voltavam da ópera. Sua mãe estava grávida de sete meses e incapaz de usar magia normalmente. Por melhor dualista que seu pai fosse, ele não foi capaz de lutar contra os cinco agressores e proteger sua mãe ao mesmo tempo. Os aurores chegaram apenas dez minutos depois do ataque começar. Três dos atacantes foram presos, um deles foi morto por uma maldição de corte de seu pai, enquanto o quinto atacante foi levado para o hospital com a mão da varinha decepada. Seu pai tinha sofrido muitas maldições escuras, ao ponto de que seu próprio núcleo mágico entrou em colapso minutos depois de ter dado entrada no hospital. Sua mãe tinha sido atingida por uma maldição necrotizante, que já tinha se espalhado por mais de 20% seu corpo. Os curandeiros tinham pensado que Hadrian já estava morto, apenas para descobrirem não só que ele estava vivo, mas protegido por uma misteriosa barreira dourada.
Hadrian tinha sido mantido em coma mágico durante quatro meses, tanto para lhe dar o tempo necessário para crescer, mas também para que os curandeiros tivessem certeza de que ele não apresentaria nenhuma sequela, devido as maldições escuras que ele tinha sido exposto. Se qualquer coisa, Hadrian era muito mais forte e saudável do que qualquer outra criança mágica já registrada. Depois de ser liberado do hospital, ele foi entregue a sua parente mais próxima. Por mais irônico que fosse ela ser sua tia materna, Roselie Beckett não se parecia em nada com Petúnia Dursley.
Sua tia o amava verdadeiramente e o via como um presente de Hécate, para ajudar a superar a perda devastadora que a morte de sua irmã e cunhado tinha lhe causado. Muito diferente de sua vida anterior, Hadrian foi criado com muito amor, recendo a educação e orientação necessária. Ansioso não apenas para cumprir sua missão, mas também para retribuir toda a dedicação que sua tia lhe dava, Hadrian acabou por se mostrar um verdadeiro prodígio, ao ponto de conseguir ingressar na Academia de Magia Sairen aos 9 anos, um feito nunca registrado antes.
A Grã-Bretanha era mais cega do que ele tinha pensado, ao ponto de dizer que Hogwarts era a melhor escola de magia do mundo. Comparada com Sairen, Hogwarts era tão difícil quanto o jardim de infância. A escola se localizava em uma ilha na Grécia, todo o castelo era construído em mármore branco, era muito mais bonito do que Hogwarts. Ao total, eram doze aulas obrigatórias e vinte eletivas, das quais cada estudante deveria escolher, pelo menos, cinco. Sem mencionar as classes avançadas, reservadas apenas para aqueles que demonstravam o potencial para elas. Muito diferente de Hogwarts, Sairen não apenas aceitava criaturas mágicas como seus alunos, mas também as contratava. As tradições e os velhos caminhos também eram, não apenas ensinados, mas praticados em seu total. Qualquer alunos nascido trouxa que reclamava era rapidamente silenciado, ao serem lembrados que eles eram bruxos e que, se quisessem continuar agindo e pensando como trouxas, deveriam voltar para o mundo trouxa.
Foi uma verdadeira lufada de ar fresco, estudar nessa escola.
Graduado com louvor aos 16 anos, com as melhores notas já registradas na escola, condecorado como Monitor Chefe e Capitão do time de quadribol, assim como um histórico impecável, Hadrian recebeu centenas de convites para aprendizados em diferentes áreas. Ele aceitou cinco: Defesa, Poções, Cura, Runas e Forja Mágica. Ninguém acreditou que ele aguentaria cinco aprendizados juntos, mas Hadrian não só aguentou, mas os concluiu em cinco anos tornando-se um mestre em cada uma das artes. Propostas de emprego surgiram ainda mais fácil, mas Hadrian respondeu a todos da mesma forma: que depois de tanto estudar e se dedicar a sua formação, ele agora desejava viajar um pouco e, talvez, encontrar uma boa esposa ou consorte. Sua tia tinha ficado feliz com ele querendo relaxar para variar e nem mesmo havia questionado para onde estava indo, apenas pedido para que mantivesse contato, assim como a avisasse sobre qualquer pretendente que encontrasse.
É claro que a viagem tinha sido apenas uma desculpa. Hadrian estava com 21, quase 22 anos. Ele precisava cuidar do incomodo que era Voldemort. Ele demorou um pouco para rastrear as horcruxes, assim como também reunir provas sobre o verdadeiro status de sangue de Riddle. Ele não iria apenas matá-lo, mas desmoralizá-lo. Assim os apoiadores mais poderosos iriam recuar. Todos os seus planos ocorreram de forma perfeita. Ele tomou o cuidado de vigiar Voldemort, enviando Dobby (que ele tinha comprado da família Malfoy antes de tudo) para segui-lo. Hadrian queria que o confronto entre os dois fosse épico, algo que seria testemunhado pelo maior número de pessoas possível. Ele conseguiu isso no equinócio de primavera, quando Riddle decidiu atacar Hogsmead durante a visita dos alunos a aldeia. O fato de que Dumbledore estava… charmosamente atrasado, devido a uma pequena distração que Dobby tinha feito a seu pedido, tinha sido ainda mais perfeito.
Então, depois de matar Riddle, Hadrian convenientemente aparatou de volta para a antiga Mansão Peverell no sul da Inglaterra, e esperou. Não demorou muito para os jornais e o povo implorar que ele aparecesse e se identificasse. Foi quando Hadrian visitou a jovem Rita Skeeter e… gentilmente, a convenceu que ela ganharia muito mais popularidade se ela trabalhasse com ele. Rita tinha escrito não um, mas vários artigo magníficos, contanto inúmeros fatos sobre ele. O primeiro, uma entrevista formal e perfeita sobre quem ele era e o que o tinha feito desafiar o mais poderoso Lorde das Trevas da história. Os outros artigos continham fatos públicos sobre ele, como o terrível ataque que levou a morte de seus pais, enfatizando que os culpados eram nascidos trouxas, que tinham sido demitidos de seus trabalhos no Ministério Grego, depois de ofenderem seu pai, chamando-o de 'pagão nojento', após suas exigências para a libertação dos elfos domésticos ter sido negada. Havia artigos com várias entrevistas com seus amigos, ex-colegas e professores, assim como seus tutores de aprendizado.
Não foi nenhuma surpresa, quando Hadrian foi condecorado com uma Ordem de Merlin, Primeira Classe no final de maio. O ministério inglês estava quase lhe implorando para ficar no país, lhe oferecendo qualquer emprego que desejasse. Hadrian tinha controlado a situação com perfeição, deixando uma insinuação sutil de que, antes de pensar sobre uma possível carreira, ele gostaria de encontrar um conjugue adequado. O efeito foi imediato. Na manhã seguinte, ele foi bombardeado por corujas, com inúmeras propostas. Hadrian não tinha aceitado nenhuma, ao invés disso, ele mandou sua própria proposta para o Lorde Orion Black, desejando desposar o primogênito da família Black.
Poderia parecer estranho, principalmente, devido ao fato de que, em outra vida, Sirius Black tinha sido seu padrinho. Mas ele confessava que sempre tinha pensado em Sirius como atraente e imaginado o que poderia ter sido, se não fossem padrinho/afilhado. O fato de que Hadrian tinha visto o jovem Sirius algumas vezes (enquanto invadia Hogwarts para pegar o diadema, e de relance durante o duelo contra Voldemort), apenas o tinha tornado ainda mais apaixonado. E, dessa vez, não havia nenhum impedimento para que algo acontecesse. Além do mais, ele queria corrigir a visão distorcida que Sirius tinha do mundo.
Lorde Black estava mais do que disposto a assinar o contrato de casamento, mas ele estava relutante em lhe dar Sirius. Na verdade, Lady Black tinha tentado persuadi-lo durante horas a escolher o filho mais novo do casal, até que Hadrian recusou firme e ameaçou ir embora sem concluir o acordo. No final, ele tinha o contrato mais perfeito possível assinado com o sangue e a magia da família Black, o que garantiria que Sirius teria de se casar com ele.
Hadrian já tinha enviado os convites para a cerimônia, que ocorreria na Mansão Peverell na Inglaterra. Ele já tinha preparado suas vestes para o casamento, avisado sua tia e providenciado a lua de mel. Dobby já tinha começado a preparar os jardins da mansão para o grande dia, a diretora de Sairen, Sra. Truffaut, já tinha sido convidada para ser a cerimonialista. Ele tinha convidado sua tia, dois amigos e seu antigo tutor de runas para dar a benção.
Tudo estava perfeitamente encaminhado…
Não demoraria muito, para que Hadrian fosse capaz de fazer seu próximo movimento. Afinal, ele ainda não tinha terminado, sua principal missão não tinha sido concluída.
