A guerra já havia acabado a cerca de três anos.
Há três anos não via o medo nos olhos de cada bruxo que passava por si na espera de que o Lorde das Trevas o atacasse ali mesmo, há três anos deixara de temer que um amigo fosse morto em campo, há três anos não tinha pesadelos com Voldemort, há três anos não era incomodado pela perseguição da imprensa, há três anos viviam em paz...
Há três anos não via mais aqueles olhos tempestuosos, só Merlin sabia o quanto sentia falta deles, o sexto ano pra si fora um verdadeiro inferno. Enquanto sua mente lhe dizia que apenas o seguia por que sabia que ele estava planejando algo extremamente ardiloso, como realmente estava. Seu coração lhe repetia mil vezes mais que estava perdidamente apaixonado pelo outro. O via em cada canto de Howgarts, em cada rosto procurava suas pedras preciosas, de tom acinzentado que somente ele tinha. Naquele ano aprendeu a desenhar, verdadeiras obras primas, todas eram ele, seus lábios, seus olhos, seu nariz extremamente arrogante, seus cabelos, tudo...
De noite acordava suado sem ao menos se lembrar do que sonhara, mas sempre havia um nome em seus lábios.
Lembrava-se dos últimos dias em que o vira, ainda durante as aulas, em uma noite qualquer, não se recordava da data exata, mas recordava-se cada segundo depois que virou o corredor que dava para sala precisa , fora menos de meio segundo, mas vira os cabelos platinados voando enquanto seu dono entrava na salva e a porta se fechava atrás de si.
Naquele momento tivera plena certeza de que o pegaria dessa vez. Conforme era a regra passara três vezes em frente da parede que no momento não aparentava haver nada.
A porta que desejara estava a sua frente, mas ao colocar a mão na maçaneta algo o impediu de vira-la, seu coração palpitava de forma extremamente descompassada, um gelo subia de sua mão, passava pelo braço e espalhava-se pelo corpo. Era como se agulhas perfurassem levemente todo seu corpo, sua visão começa a embaçar, tinha plena certeza de que iria cair duro no chão ali mesmo, e foi isso que aconteceu quando tudo escureceu, ou foi o que achou ao menos...
Um estalo alto o fez acordar de supetão, ainda estava completamente escuro, mas podia ouvir o som de água ao longe, e também de folhas sussurrando com o vento, sentiu algo quente e macio tocar seus lábios por meros segundos antes de desmaiar novamente.
Quando acordara de vez, notara que estava deitado em uma espécie de pufe gigante, cabia pelo menos umas quatro pessoas ali, ao seu lado havia uma cômoda de madeira muito bem feuta, visivelmente esculpida a mão. Em cima da cômoda havia um papel dobrado e um copo de suco de abóbora.
Pegou o papel com cuidado, antes de abri-lo olhou em volta para reconhecer o local, entretanto nunca havia visto algo do tipo.
O pufe estava dentro de um clareira, havia diversos tipos de arvores envolta de si, do seu lado direito havia um caminho quase imperceptível, mas se olha-se com atenção perceberia que ali tinha uma pequena cachoeira de seis ou sete metros de altura, ainda podia ouvir o canto de algum pássaro que estava embrenhado entre as arvores a sua volta.
Pegou o papel, que em algum momento de sua contemplação tinha guardado no bolso, ao abri-lo deparou-se com uma belíssima letra que dizia:
"O veneno que foi inserido em seu corpo é forte, porem serve apenas para desacordar uma pessoa por algumas horas, mas em caso de grandes doses do mesmo pode causar sensação de desconforto, enjoos e tontura, o suco de abobora em cima da cômoda vai ajudar a passar o efeito. Não preocupe se, não esta envenenado.
Assim que tomar o suco e sentir-se um pouco melhor, retire-se imediatamente e não volte aqui.
A porta fica atrás da arvore ao lado esquerdo do pufe."
Mesmo sentindo-se exatamente como o outro descrevera recusava-se a tomar o suco, não confiava em nada que ele pudesse lhe oferece. Foi até a cachoeira que ficava a poucos metros do pufe, agachou perto da beira do lago e jogou um pouco de água em seu rosto, o bastante para manter-se acordado até chegar a seu quarto.
Deixaria passar o efeito por si só, se o que havia dito sobre o suco, pela manha tomaria um e pela tarde já estaria melhor, do contrario passaria na Madame Pomfrey. Mas contar a seus amigos estava fora de cogitação. Confia plenamente neles, mas estava ficando insuportável como reagiam cada vez que fazia algo que considerasse "perigoso".
Ao sair da sala precisa percebera que faltava poucas horas para começar o café da manha, deveria se apresar para estar na cama quando todo mundo acordar. Infelizmente o veneno ainda estava lhe deixando com sono, e seus passos estavam tão rápidos quantos o de uma lesma.
Graças a isso teve tempo o bastante para pensar em sua pequena ilusão durante o sono, onde sentira alguém lhe beijar. A pergunta era quem e por que. Pois com certeza ele não teria nada a ganhar fazendo isso.
Ao notar já estava de frente para mulher gorda.
- Pirulitos de estrela do mar. – disse com a voz rouca. – 'Da onde eles tiram essas senhas eu não faço ideia...'
Sem fazer muito barulho para não acordar seus colegas de quarto, ajeitou-se na cama e caiu no sono dos anjos.
Desde o dia em que derrotara de uma vez por todas Voldemorte, não o vira mais. Podia ver claramente o alivio nos olhos que tanto gostava. Finalmente ele, como todos os outros, estava livre daquele tirano desprezível.
Se soubesse que aquela seria a ultima vez que veria aqueles olhos, teria corrido até ele e se declarado, ali mesmo, na frente de todos. Se soubesse que nem mesmo em seu próprio julgamento o veria. Se ao menos soubesse... Teria feito tudo tão diferente.
Por Merlin como o procurara, sem o conhecimento de seus amigos e por vezes contra própria vontade, fora pessoalmente a cada cidade, de pessoa a pessoa, em todas as ruas, tudo que pudesse indicar que ele esteve ali um dia se que da sua vida. Descobrira tudo sobre ele, menos seu paradeiro. O caçara até onde somente uma formiga poderia se esconder. Mas nenhuma de sua tentativas dera certo até hoje, continuava a procura-lo, mas sua esperança de que o mesmo estivesse se quer vivo já era quase nula.
Poderia dizer com plena certeza, Draco Malfoy não estava em qualquer canto da Inglaterra ou da Europa.
Bom gente, essa é primeira fic Drarry que eu faço então sejam bonzinho comigo okay, pelo menos um review pode ser? XP
Nessa fic não ninguém morreu, além do tio Volti e do Dumbledore!
Espero que gostem pessoal...
Kissus!
