N/A: Essa Fic surgiu só porque meu namorado me acordou de manhã nesta
quinta-feira... Vocês não imaginam como isso me dá inspiração rs. É sério,
eu adoro quando ele faz isso... Por isso e por tudo o mais eu dedico essa
fic inteiramente a ele (Amor, você sabe que eu tô escrevendo para você,
né?). Assim sendo, no final do dia eu já tinha dois capítulos dela prontos.
Eu sei exatamente o que vai acontecer do início ao fim, espero poder
atualizar o mais rápido possível. E a minha beta vai me matar porque eu
coloquei no ar sem betagem, mas ela sumiu hoje e eu tava doida para colocar
a fic no ar (a "bestagem" fica pra próxima, Má rs). Espero que gostem e
comentem. Bjims da Lú.
Proposta Indecente
- Você tem mesmo certeza de que esse corredor vai dar em Hogsmeade? - ele franziu a testa e bufou irritado.
- Tenho sim... Quantas vezes você vai perguntar isso de novo? - ela fez uma expressão de desentendida e deu de ombros.
- Não sei, deixa eu ver... Quantas vezes mais eu precisar perguntar para EU ter certeza? - ele riu, e ela não conseguiu mais sustentar a cara de séria e riu junto.
- Gina Weasley você é mesmo uma figura, sabia? - ao contrário do que se poderia pensar ela não corou, mas inflou o ego de orgulho.
- Quer dizer que eu sou uma figura? - ela ergueu o rosto de forma imponente e ele prosseguiu.
- É claro que você é... Eu ainda não acredito que você tenha jogado a sua poção no Snape... - ela ficou repentinamente séria.
- Bem, Harry aí eu terei que defender a minha honra e dizer que eu não joguei a poção no professor Snape... - ela fez a maior cara de santa que conseguiu e Harry virou-se com atenção para ela, que continuou. - Digamos que o caldeirão tenha caído acidentalmente na cabeça dele...
- Sei bem como foi esse acidentalmente. Tipo os acidentes que "Fred e Jorge" provocavam "sem querer"... - ele retrucou de brincadeira enquanto elevava mais a varinha para iluminar o caminho deles.
- E depois... - Gina continuou após pensar por mais alguns instantes. - Foi muito bem feito por ele ter falado sobre o seu padrinho daquela forma. Quem o seboso pensa que é afinal? E o que ele poderia fazer comigo? Me matar? - Harry se sentiu um tanto quanto culpado.
- Não. Mas por causa disso você perdeu o direito de ir a Hogsmeade, e ainda pegou detenção... - ela riu.
- E recebi meu primeiro berrador da mamãe, não se esqueça... - disse divertida. - O que na verdade é um recorde para um Weasley, já que estou no quinto ano. Fred e Jorge receberam um no primeiro ano e depois não pararam mais... Se bem que o Percy nunca recebeu um, mas aquele lá deve ter sido adotado... - Harry riu.
- É verdade, Harry. Já não era sem tempo... Eu acho que a mamãe me poupou tanto por que eu sou menina, por que se eu fosse menino... - eles riram um pouco mais. - E além disso eu não perdi o passeio. Graças à você e ao seu mapa e capa eu vou poder aproveitar à vontade a festa de aniversário da Hermione no 3 Vassouras, como sempre você me salvando a vida, pela terceira vez, não? - Harry franziu a testa.
- Terceira? - ela acenou e respondeu em tom explicativo, enumerando cada uma.
- Bem, a primeira eu não preciso falar, né? a Segunda lá no Ministério quando você ficou na minha frente e não deixou a Lestrange me torturar e essa agora... - Harry ergueu as sombracelhas, mas antes que ele dissesse que não havia como comparar perder a festa com perder a alma ou ser torturada, Gina emendou. - Eu ia morrer de tédio se ficasse lá em Hogwarts sozinha... - Harry não conseguiu evitar de rir.
- É, mas você sujou a sua ficha mocinha... - ela deu de ombros.
- Não me importa. Aquele narigudo deveria saber que não pode falar dos meus amigos na minha frente... - Harry sorriu e suspirou profundamente.
- Eu sei, mas mesmo assim eu sinto muito... - ele disse sincero.
- Sente? Pois eu não. Não me arrependo. Só lamento que a poção não tivesse cor ou fosse gosmenta... - ela sorriu e Harry fez uma expressão enigmática ao invés de rir das bobagens que ela dizia como sempre.
- Gina? - Harry parou de andar de repente, e a garota fez o mesmo.
- Sim, Harry? - ficou curiosa por perceber que havia algo incomodando o amigo. - Você é minha amiga certo? Muito minha amiga certo? - ela rolou os olhos.
- Se eu não fosse não estaria aqui com você nesse corredor escuro me esgueirando escondida estaria? - ela percebeu que soou um tanto quanto estranho. O comentário havia parecido melhor na mente dela, mas Harry não notou e continuou.
- Bem, se você é tão minha amiga assim. Eu acho que posso te pedir uma coisa, certo? - ela deu de ombros novamente.
- Se for algo que eu possa fazer... - ela pareceu avaliar o que ele teria em mente. Harry continuou um pouco tímido, afastando a luz da varinha para que não revelasse o quanto ele estava apreensivo.
- Sabe, desde que eu namorei a Cho ano passado... - Gina fez uma cara de paisagem para disfarçar o quanto não gostava de Cho, até porque a corvinal havia roubado o namorado dela.
- Sim e o que tem o seu namoro com a Cho? - ele respirou fundo.
- Bem, na verdade eu não... Digo, eu ainda não tinha me interessado novamente por uma garota... - Gina ficou curiosa com a revelação.
- E agora você se interessou por alguma menina? - ele ficou vermelho como um Weasley, confirmando a desconfiança dela mas ela fingiu que não percebeu e continuou. - Certo. E quem é a menina?
Ele encarou o chão completamente sem graça, e virou-se para ela nervoso.
- Isso não vem ao caso, Gina. O problema não é a menina. O problema sou eu... - foi a vez dela erguer as sombracelhas.
- Você? O que há de errado com você? Quem é essa menina que você não se acha digno de namorar, Harry? Que absurdo. É claro que o problema não é você... - ela disse cheia de revolta e indignação.
- Sou eu sim, Gina... - ela colocou a mão na cintura.
- Por quê? - ele sussurrou algo inintelegível em resposta enquanto encarava o chão.
- Harry, fala mais alto por que eu não estou com as orelhas extensíveis aqui comigo. Estamos sozinhos aqui. Apenas as formigas podem nos ouvir... - ele repetiu de novo, mas ainda em tom baixo, impossível de ser ouvido. Ela colocou as mãos em forma de concha no ouvido, para que ele falasse o segredo. Harry aproximou os lábios e disse com a voz trêmula e hesitante.
- Eu... Eu não sei beijar... - a voz saiu em um fio, causando arrepios à menina.
- Por isso preciso de sua ajuda... - ele prosseguiu timidamente.
Ela pareceu avaliar a situação e tentar pensar em algo que pudesse ajudar o amigo a talvez melhorar a auto-confiança, mas por fim acabou dando-se por vencida e disse tristemente.
- Ai, Harry. Não sei como eu posso te ajudar... - disse aflita. - Eu queria muito ter alguma idéia ou saber como, mas infelizmente eu...
- Eu até tenho uma idéia... - ele disse interrompendo-a de repente, ainda encarando o chão.
- Que idéia, Harry? - Por que será que eu acho que não vem coisa boa por aí?, ela pensou. - Harry pigarreou.
- Bem, Gina. Você se lembra de como eu te ajudei nas férias a treinar para ser artilheira do time? - ela confirmou com a cabeça e fez uma expressão de impaciência.
Se me lembro... Você me deixou exausta. Me fez praticar horas de tiros a gol com o Rony nos aros. Eu não agüentava mais treinar e... - ela entendeu de repente, pelo sorriso que se formou no rosto do rapaz qual era a idéia dele.
- Harry! - ela dessa vez corou furiosamente. - Você quer dizer que a sua idéia é praticar? É para isso que precisa de mim? Isso é uma proposta muito da indecente, sabia? - ele também corou mas respondeu com o máximo de naturalidade que conseguiu no momento.
- Nesse caso o que pode ser melhor do que a prática, Gina? E não me diga livros, por que nem a Hermione deve ter um livro sobre beijos, ou talvez tenha... - ela suspirou.
- Mas, Harry...
- E, depois, quem melhor do que uma amiga para me ajudar?
- Harry, eu sinceramente não...
- Tá bem. Você ia preferir que eu pedisse isso à Hermione? - Gina arregalou os olhos subitamente.
- Eu pediria, mas o seu irmão...
- Não! - ela disse subitamente. - É claro que você não poderia pedir uma coisa dessas para a Mione...
- E a Luna, bem a Luna...
- NÃO! - ela gritou de repente. - A Luna de jeito nenhum. Ela é maluquinha demais para isso. De Lua demais pro meu gosto. Você ia acabar virando manchete no pasquim: Harry Potter não sabe beijar... - ela disse de modo prático, ficando calada em seguida.
- Então me resta você, Gina... - Harry sorriu maliciosamente. - E então? - ele perguntou. - Você vai ou não me ajudar? - Gina olhou do chão para Harry e respirou profundamente.
- Está bem, Harry... Eu vou ajudar você, e que Merlin nos ajude... - ele sorriu satisfeito. - Mas ninguém precisa saber disso não é? - ela disse tímida.
- É claro que não vamos contar para ninguém. Muito obrigado, Gina. Isso vai ser ótimo... - ele deu um passo à frente. - Bem, então... - ela recuou.
- Harry, você já quer começar agora? - perguntou assustada. ele deu de ombros.
- Bem, eu imaginei que poderia ser uma boa oportunidade já que estamos aqui sozinhos e não corremos risco de ninguém nos ver aqui... – a garota pareceu avaliar por alguns instantes. – Mas você é quem sabe, Gina... – continuou de modo displicente. – Podemos começar uma outra hora... – terminou recomeçando a andar pelo corredor escuro. Mas Gina o deteve pelo braço.
- Você tem razão... Tudo bem a gente pode começar agora. É só que... – Harry olhou fixamente para ela que pareceu aflita.
- O que foi, Gina? – ela ficou muda e ele continuou. – Gina, se você não quiser a gente não precisa fazer isso. Eu posso procurar a Luna e ver se ela...
- Não, Harry – a imagem mental que Gina fez de Harry beijando Luna a fez sentir subitamente um peso dolorido no estômago. – Eu vou conseguir te ajudar sem problemas... Okay, estou pronta. Vamos...
Harry deu um sorriso satisfeito e se posicionou na frente da menina. Aproximou o rosto do dela, virando-se para a esquerda. Mas Gina fez o mesmo e os dois colidiram os narizes no processo. Um pouco sem graça os dois viraram o rosto para o lado oposto, só que ao mesmo tempo e a situação se repetiu e se esbarraram novamente. Gina riu nervosa e empurrou Harry de leve, enquanto afastava o rosto do dele quando ele finalmente havia aproximado bem os lábios dos dela a ponto da menina sentir o hálito quente do rapaz.
- Gina, o que foi? – ele perguntou de forma doce e compreensiva.
- Me desculpe, Harry. Não é nada com você. É só que... – ele pareceu ser capaz de entender qualquer coisa que ela pudesse dizer, até porque havia acabado de se expôr para a menina. – Faz tanto tempo que eu não dou um beijo em alguém... – Harry sorriu para ela.
- Gina, eu só dei um único beijo na vida... – ela se espantou.
- É mesmo? Do jeito que a Cho parecia ser é difícil de acreditar nisso... – Harry riu.
- Bem, eu creio que se fosse por ela não teria sido só um... Mas é que foi tão horrível com ela chorando e pensando no Cedrico o tempo todo que eu realmente não tinha a menor vontade de ficar beijando ela... – Gina riu.
- Agora eu entendi o que você quis dizer com ajuda. Eu ficaria traumatizada com um primeiro beijo desses... – Harry acenou com a cabeça concordando. – Eu vou te ajudar sim, Harry. Nem que seja para tirar a má impressão e limpar o nome das meninas... – ele sorriu.
- E se você quiser você pode fingir que eu sou o Dino Thomas... – Gina riu.
- Harry, de onde você tirou isso? É claro que eu não vou fingir que você é o Dino. Por que eu faria algo assim? – sacudiu a cabeça negativamente impressionada com a idéia absurda do amigo.
- Bem, o Ron vive dizendo que... – ela caiu na gargalhada.
- Harry, se o Rony te dissesse tudo o que eu já disse só para provocá-lo, só para ver as orelhas deles fumegarem, você iria se espantar...
- Eu já estou bem espantado...
- Eu tenho algumas maneiras de provocar o meu irmão. E dizer que eu tentaria namorar o Dino foi uma delas... – Harry sorriu aliviado.
- Talvez seja melhor assim. Desse jeito você não vai se envolver emocionalmente nisso. Só precisa me emprestar os seus lábios... – Gina sorriu.
- É. Eu não preciso sentir... Nada... – ele balançou a cabeça concordando. Gina respirou profundamente e parou na frente dele, relaxando os braços, a boca e o pescoço. – Muito bem, Harry. Vamos logo com isso, antes que dêem pela nossa falta em Hogsmeade e façam perguntas demais... – Fique aqui... – ela colocou Harry bem de frente para ela. – Ponha as mãos aqui... Deste jeito... – ela fez com que ele colocasse as mãos ao redor de sua cintura. Foi a vez de Harry engolir em seco.
Gina virou o rosto dele com as mãos para a direita, deixando-o num ângulo adequado e confortável para que ela se encaixasse. Ficou nas pontas dos pés enquanto passava os braços em volta do pescoço dele para se equilibrar.
Então os dois começaram a se aproximar aos poucos. Os olhos verdes dele fixos nos castanhos dela, desviando às vezes apenas para verificar a proximidade, cada vez maior, dos lábios. Até que esses se encostaram leve e timidamente. Os dois mantiveram os olhos abertos o tempo todo, e descolaram as bocas quase que instantaneamente, como se tivessem levado um choque. Não havia durado nem ao menos cinco segundos. Ao final os dois se olhavam de modo estranho, como se tivessem rompido alguma barreira invisível, algum limite instransponível, ou mesmo feito uma grande besteira.
Terminaram de percorrer o corredor em um silêncio insuportável. Ambos tentando se convencer mentalmente que não havia sido de todo mau e de que não estavam fazendo nada demais. Antes de sair Harry segurou a mão de Gina, que virou-se para ele antes de sair pelo alçapão da Dedosdemel.
- E então? – perguntou displicente. – Você vai mesmo me ajudar? – Gina passou pelo alçapão e disse sem olhar para ele.
- Eu achei que já havia começado a fazer isso... – disse ao sair, mas ainda voltou-se para ele. – Mas isso pode demorar um pouco mais do que pensava... – piscou um olho para o garoto.
- Sem problemas para mim... – ele respondeu. – Temos todo o tempo do mundo, Gina... – disse sorrindo. Gina não havia ouvido a última parte.
Proposta Indecente
- Você tem mesmo certeza de que esse corredor vai dar em Hogsmeade? - ele franziu a testa e bufou irritado.
- Tenho sim... Quantas vezes você vai perguntar isso de novo? - ela fez uma expressão de desentendida e deu de ombros.
- Não sei, deixa eu ver... Quantas vezes mais eu precisar perguntar para EU ter certeza? - ele riu, e ela não conseguiu mais sustentar a cara de séria e riu junto.
- Gina Weasley você é mesmo uma figura, sabia? - ao contrário do que se poderia pensar ela não corou, mas inflou o ego de orgulho.
- Quer dizer que eu sou uma figura? - ela ergueu o rosto de forma imponente e ele prosseguiu.
- É claro que você é... Eu ainda não acredito que você tenha jogado a sua poção no Snape... - ela ficou repentinamente séria.
- Bem, Harry aí eu terei que defender a minha honra e dizer que eu não joguei a poção no professor Snape... - ela fez a maior cara de santa que conseguiu e Harry virou-se com atenção para ela, que continuou. - Digamos que o caldeirão tenha caído acidentalmente na cabeça dele...
- Sei bem como foi esse acidentalmente. Tipo os acidentes que "Fred e Jorge" provocavam "sem querer"... - ele retrucou de brincadeira enquanto elevava mais a varinha para iluminar o caminho deles.
- E depois... - Gina continuou após pensar por mais alguns instantes. - Foi muito bem feito por ele ter falado sobre o seu padrinho daquela forma. Quem o seboso pensa que é afinal? E o que ele poderia fazer comigo? Me matar? - Harry se sentiu um tanto quanto culpado.
- Não. Mas por causa disso você perdeu o direito de ir a Hogsmeade, e ainda pegou detenção... - ela riu.
- E recebi meu primeiro berrador da mamãe, não se esqueça... - disse divertida. - O que na verdade é um recorde para um Weasley, já que estou no quinto ano. Fred e Jorge receberam um no primeiro ano e depois não pararam mais... Se bem que o Percy nunca recebeu um, mas aquele lá deve ter sido adotado... - Harry riu.
- É verdade, Harry. Já não era sem tempo... Eu acho que a mamãe me poupou tanto por que eu sou menina, por que se eu fosse menino... - eles riram um pouco mais. - E além disso eu não perdi o passeio. Graças à você e ao seu mapa e capa eu vou poder aproveitar à vontade a festa de aniversário da Hermione no 3 Vassouras, como sempre você me salvando a vida, pela terceira vez, não? - Harry franziu a testa.
- Terceira? - ela acenou e respondeu em tom explicativo, enumerando cada uma.
- Bem, a primeira eu não preciso falar, né? a Segunda lá no Ministério quando você ficou na minha frente e não deixou a Lestrange me torturar e essa agora... - Harry ergueu as sombracelhas, mas antes que ele dissesse que não havia como comparar perder a festa com perder a alma ou ser torturada, Gina emendou. - Eu ia morrer de tédio se ficasse lá em Hogwarts sozinha... - Harry não conseguiu evitar de rir.
- É, mas você sujou a sua ficha mocinha... - ela deu de ombros.
- Não me importa. Aquele narigudo deveria saber que não pode falar dos meus amigos na minha frente... - Harry sorriu e suspirou profundamente.
- Eu sei, mas mesmo assim eu sinto muito... - ele disse sincero.
- Sente? Pois eu não. Não me arrependo. Só lamento que a poção não tivesse cor ou fosse gosmenta... - ela sorriu e Harry fez uma expressão enigmática ao invés de rir das bobagens que ela dizia como sempre.
- Gina? - Harry parou de andar de repente, e a garota fez o mesmo.
- Sim, Harry? - ficou curiosa por perceber que havia algo incomodando o amigo. - Você é minha amiga certo? Muito minha amiga certo? - ela rolou os olhos.
- Se eu não fosse não estaria aqui com você nesse corredor escuro me esgueirando escondida estaria? - ela percebeu que soou um tanto quanto estranho. O comentário havia parecido melhor na mente dela, mas Harry não notou e continuou.
- Bem, se você é tão minha amiga assim. Eu acho que posso te pedir uma coisa, certo? - ela deu de ombros novamente.
- Se for algo que eu possa fazer... - ela pareceu avaliar o que ele teria em mente. Harry continuou um pouco tímido, afastando a luz da varinha para que não revelasse o quanto ele estava apreensivo.
- Sabe, desde que eu namorei a Cho ano passado... - Gina fez uma cara de paisagem para disfarçar o quanto não gostava de Cho, até porque a corvinal havia roubado o namorado dela.
- Sim e o que tem o seu namoro com a Cho? - ele respirou fundo.
- Bem, na verdade eu não... Digo, eu ainda não tinha me interessado novamente por uma garota... - Gina ficou curiosa com a revelação.
- E agora você se interessou por alguma menina? - ele ficou vermelho como um Weasley, confirmando a desconfiança dela mas ela fingiu que não percebeu e continuou. - Certo. E quem é a menina?
Ele encarou o chão completamente sem graça, e virou-se para ela nervoso.
- Isso não vem ao caso, Gina. O problema não é a menina. O problema sou eu... - foi a vez dela erguer as sombracelhas.
- Você? O que há de errado com você? Quem é essa menina que você não se acha digno de namorar, Harry? Que absurdo. É claro que o problema não é você... - ela disse cheia de revolta e indignação.
- Sou eu sim, Gina... - ela colocou a mão na cintura.
- Por quê? - ele sussurrou algo inintelegível em resposta enquanto encarava o chão.
- Harry, fala mais alto por que eu não estou com as orelhas extensíveis aqui comigo. Estamos sozinhos aqui. Apenas as formigas podem nos ouvir... - ele repetiu de novo, mas ainda em tom baixo, impossível de ser ouvido. Ela colocou as mãos em forma de concha no ouvido, para que ele falasse o segredo. Harry aproximou os lábios e disse com a voz trêmula e hesitante.
- Eu... Eu não sei beijar... - a voz saiu em um fio, causando arrepios à menina.
- Por isso preciso de sua ajuda... - ele prosseguiu timidamente.
Ela pareceu avaliar a situação e tentar pensar em algo que pudesse ajudar o amigo a talvez melhorar a auto-confiança, mas por fim acabou dando-se por vencida e disse tristemente.
- Ai, Harry. Não sei como eu posso te ajudar... - disse aflita. - Eu queria muito ter alguma idéia ou saber como, mas infelizmente eu...
- Eu até tenho uma idéia... - ele disse interrompendo-a de repente, ainda encarando o chão.
- Que idéia, Harry? - Por que será que eu acho que não vem coisa boa por aí?, ela pensou. - Harry pigarreou.
- Bem, Gina. Você se lembra de como eu te ajudei nas férias a treinar para ser artilheira do time? - ela confirmou com a cabeça e fez uma expressão de impaciência.
Se me lembro... Você me deixou exausta. Me fez praticar horas de tiros a gol com o Rony nos aros. Eu não agüentava mais treinar e... - ela entendeu de repente, pelo sorriso que se formou no rosto do rapaz qual era a idéia dele.
- Harry! - ela dessa vez corou furiosamente. - Você quer dizer que a sua idéia é praticar? É para isso que precisa de mim? Isso é uma proposta muito da indecente, sabia? - ele também corou mas respondeu com o máximo de naturalidade que conseguiu no momento.
- Nesse caso o que pode ser melhor do que a prática, Gina? E não me diga livros, por que nem a Hermione deve ter um livro sobre beijos, ou talvez tenha... - ela suspirou.
- Mas, Harry...
- E, depois, quem melhor do que uma amiga para me ajudar?
- Harry, eu sinceramente não...
- Tá bem. Você ia preferir que eu pedisse isso à Hermione? - Gina arregalou os olhos subitamente.
- Eu pediria, mas o seu irmão...
- Não! - ela disse subitamente. - É claro que você não poderia pedir uma coisa dessas para a Mione...
- E a Luna, bem a Luna...
- NÃO! - ela gritou de repente. - A Luna de jeito nenhum. Ela é maluquinha demais para isso. De Lua demais pro meu gosto. Você ia acabar virando manchete no pasquim: Harry Potter não sabe beijar... - ela disse de modo prático, ficando calada em seguida.
- Então me resta você, Gina... - Harry sorriu maliciosamente. - E então? - ele perguntou. - Você vai ou não me ajudar? - Gina olhou do chão para Harry e respirou profundamente.
- Está bem, Harry... Eu vou ajudar você, e que Merlin nos ajude... - ele sorriu satisfeito. - Mas ninguém precisa saber disso não é? - ela disse tímida.
- É claro que não vamos contar para ninguém. Muito obrigado, Gina. Isso vai ser ótimo... - ele deu um passo à frente. - Bem, então... - ela recuou.
- Harry, você já quer começar agora? - perguntou assustada. ele deu de ombros.
- Bem, eu imaginei que poderia ser uma boa oportunidade já que estamos aqui sozinhos e não corremos risco de ninguém nos ver aqui... – a garota pareceu avaliar por alguns instantes. – Mas você é quem sabe, Gina... – continuou de modo displicente. – Podemos começar uma outra hora... – terminou recomeçando a andar pelo corredor escuro. Mas Gina o deteve pelo braço.
- Você tem razão... Tudo bem a gente pode começar agora. É só que... – Harry olhou fixamente para ela que pareceu aflita.
- O que foi, Gina? – ela ficou muda e ele continuou. – Gina, se você não quiser a gente não precisa fazer isso. Eu posso procurar a Luna e ver se ela...
- Não, Harry – a imagem mental que Gina fez de Harry beijando Luna a fez sentir subitamente um peso dolorido no estômago. – Eu vou conseguir te ajudar sem problemas... Okay, estou pronta. Vamos...
Harry deu um sorriso satisfeito e se posicionou na frente da menina. Aproximou o rosto do dela, virando-se para a esquerda. Mas Gina fez o mesmo e os dois colidiram os narizes no processo. Um pouco sem graça os dois viraram o rosto para o lado oposto, só que ao mesmo tempo e a situação se repetiu e se esbarraram novamente. Gina riu nervosa e empurrou Harry de leve, enquanto afastava o rosto do dele quando ele finalmente havia aproximado bem os lábios dos dela a ponto da menina sentir o hálito quente do rapaz.
- Gina, o que foi? – ele perguntou de forma doce e compreensiva.
- Me desculpe, Harry. Não é nada com você. É só que... – ele pareceu ser capaz de entender qualquer coisa que ela pudesse dizer, até porque havia acabado de se expôr para a menina. – Faz tanto tempo que eu não dou um beijo em alguém... – Harry sorriu para ela.
- Gina, eu só dei um único beijo na vida... – ela se espantou.
- É mesmo? Do jeito que a Cho parecia ser é difícil de acreditar nisso... – Harry riu.
- Bem, eu creio que se fosse por ela não teria sido só um... Mas é que foi tão horrível com ela chorando e pensando no Cedrico o tempo todo que eu realmente não tinha a menor vontade de ficar beijando ela... – Gina riu.
- Agora eu entendi o que você quis dizer com ajuda. Eu ficaria traumatizada com um primeiro beijo desses... – Harry acenou com a cabeça concordando. – Eu vou te ajudar sim, Harry. Nem que seja para tirar a má impressão e limpar o nome das meninas... – ele sorriu.
- E se você quiser você pode fingir que eu sou o Dino Thomas... – Gina riu.
- Harry, de onde você tirou isso? É claro que eu não vou fingir que você é o Dino. Por que eu faria algo assim? – sacudiu a cabeça negativamente impressionada com a idéia absurda do amigo.
- Bem, o Ron vive dizendo que... – ela caiu na gargalhada.
- Harry, se o Rony te dissesse tudo o que eu já disse só para provocá-lo, só para ver as orelhas deles fumegarem, você iria se espantar...
- Eu já estou bem espantado...
- Eu tenho algumas maneiras de provocar o meu irmão. E dizer que eu tentaria namorar o Dino foi uma delas... – Harry sorriu aliviado.
- Talvez seja melhor assim. Desse jeito você não vai se envolver emocionalmente nisso. Só precisa me emprestar os seus lábios... – Gina sorriu.
- É. Eu não preciso sentir... Nada... – ele balançou a cabeça concordando. Gina respirou profundamente e parou na frente dele, relaxando os braços, a boca e o pescoço. – Muito bem, Harry. Vamos logo com isso, antes que dêem pela nossa falta em Hogsmeade e façam perguntas demais... – Fique aqui... – ela colocou Harry bem de frente para ela. – Ponha as mãos aqui... Deste jeito... – ela fez com que ele colocasse as mãos ao redor de sua cintura. Foi a vez de Harry engolir em seco.
Gina virou o rosto dele com as mãos para a direita, deixando-o num ângulo adequado e confortável para que ela se encaixasse. Ficou nas pontas dos pés enquanto passava os braços em volta do pescoço dele para se equilibrar.
Então os dois começaram a se aproximar aos poucos. Os olhos verdes dele fixos nos castanhos dela, desviando às vezes apenas para verificar a proximidade, cada vez maior, dos lábios. Até que esses se encostaram leve e timidamente. Os dois mantiveram os olhos abertos o tempo todo, e descolaram as bocas quase que instantaneamente, como se tivessem levado um choque. Não havia durado nem ao menos cinco segundos. Ao final os dois se olhavam de modo estranho, como se tivessem rompido alguma barreira invisível, algum limite instransponível, ou mesmo feito uma grande besteira.
Terminaram de percorrer o corredor em um silêncio insuportável. Ambos tentando se convencer mentalmente que não havia sido de todo mau e de que não estavam fazendo nada demais. Antes de sair Harry segurou a mão de Gina, que virou-se para ele antes de sair pelo alçapão da Dedosdemel.
- E então? – perguntou displicente. – Você vai mesmo me ajudar? – Gina passou pelo alçapão e disse sem olhar para ele.
- Eu achei que já havia começado a fazer isso... – disse ao sair, mas ainda voltou-se para ele. – Mas isso pode demorar um pouco mais do que pensava... – piscou um olho para o garoto.
- Sem problemas para mim... – ele respondeu. – Temos todo o tempo do mundo, Gina... – disse sorrindo. Gina não havia ouvido a última parte.
