Oi!
essa é minha primeira fic SasuNaru...
então não esperam grandes coisa xD
bem... espero que gostem...
1 - A volta.
Uma mulher alta de vestes negras e com um capuz cobrindo seu rosto adentra aos portões da grande e poderosa vila shinobi do país do Fogo, Konoha é seu nome, a vila de grandes ninjas e de grandes heróis.
O caminhar da mulher era suave e sensual, o que ocasiona alguns olhares das pessoas ao redor. Mas ela os ignorava, como sempre os ignorou. Se bem que esses olhares curiosos, luxuriosos (por parte dos homens que passavam) e até de certo modo invejosos (por parte das mulheres que os acompanhavam) não lhe afetavam e não lhe eram incômodos como os olhares que recebia quando vivia uma outra vida, num outro tempo tão distante e tão dolorido.
Ela riu silenciosamente.
"Ah, se eles soubesse pra quem olham..." – Ela pensou divertida enquanto se dirigia ao centro da vila.
Uma bela noite se mostrava aos habitantes. As estrelas brilhavam com uma intensidade que não era freqüentemente vista.
Será que ela podia pensar que os céus lhe davam uma belíssima saudação por finalmente regressar ao lar?
Não... Ela não podia se dar a esse luxo. Não era porque ela agora era uma outra pessoa que mudava quem ela foi e o que ela continua sendo por dentro.
De repente alguém se postou em seu caminho e vestia as roupas do esquadrão ANBU.
A principio, a mulher congelou ao pensar em quem aquela pessoa parada a sua frente lhe lembrava.
Um homem alto, de pele pálida, e semblante vazio.
"Sasuke..." - Sua mente ecoou o nome, como uma jura de uma promessa esquecida nas paredes da memória.
Aquele não era Sasuke. Na verdade, o Uchiha jamais pensaria em vir até aqui vê-la. Para o jovem Uchiha, sua vida havia se encerrado há anos atrás. Se quisesse vê-la, ele iria ao cemitério olhar para sua lápide. Não estaria a sua frente.
Um suspiro se esvaiu por seus formosos lábios ao mesmo tempo em que o homem a sua frente retirou sua mascara e se aproximou.
- Você demorou... – O homem disse com a voz apática e um sorriso falso nos lábios
- Sim... – Ela respondeu – Mas se você se esquece, esse corpo não era o que eu costumava usar... É difícil fazer agora o que eu fazia antes...
- Sim, é verdade... – O homem fez uma expressão pensativa.
A mulher riu.
- Vamos... Temos mais o que fazer, Sai – Ela disse voltando a andar em direção a Torre Hokage, no centro da vila – Se acontecer o que estou prevendo, amanhã será um dia bem agitado... – Ela reprimiu uma risada.
- Não é todo o dia que os mortos voltam à vida, não é? – O ANBU disse, ao começar a segui-la.
- Sim... – O riso da mulher morreu – E eu acho que não deveriam voltar mesmo...
Sai se calou e ambos caminharam em silencio até a Torre.
Ao chegar na porta do escritório da hokage, uma brisa forte passou pelo casal parado em frente ao prédio, levantando varia folhas que estavam jogadas pelo chão.
A brisa forte também o tirou o capuz da mulher revelando seu belo e gracioso rosto e liberando suas longas madeixas loiras que flutuavam pelo ar levantadas pelo vento, que, até banhados pela luz da lua, brilhavam como raios de sol que escaparam do controle e do domínio do poderoso astro rei. Seus olhos se fecharam pela ferocidade da breve brisa, que ao passar, deixaram que ela revelasse as duas belas safiras que ela tinha no olhar.
- Vamos... – Ela sussurrou, ao entra no prédio
- Sim, Naruto... – Sai disse ao entrar, logo depois dela.
...
Um maravilhoso dia nasceu, o Sol brilhava de maneira bela, e de certa maneira, aqueceria seu coração se esse não fosse "o dia".
"Ele gostaria de um dia assim..." – O homem pensou ao se levantar da cama.
Mais uma noite mal-dormida, mas já era de se esperar. Sempre nessa época essas coisas costumavam a acontece. Era como se já não fosse o suficiente sofrer todos dos dias depois daquilo. Quando se aproximava essa data, todas as células de seu corpo se inquietavam. Nada lhe agradava. A sua vida, que normalmente já lhe era vazia e cinza, nesses dias, lhe era dolorosa e cheia de trevas. Ele sentia vontade de se enterrar no mesmo buraco que ele descansava.
O homem se encaminhou ao banheiro para tomar um bom e demorado banho.
Seu coração estava inquieto. Teria que se obrigar a ir aquele lugar novamente. Sua companheira, literalmente, o arrancava de casa para que o acompanhasse todos esses malditos cinco anos. E ele receava que seriam assim por todos os outros anos que ainda seguisse vivendo.
"Por deus, ela já era uma mulher!" – Ele pensou exasperado dando um soco no azulejo do Box enquanto a água quente corria por seu corpo - "Será que ela não poderia ir sozinha?"
Para que diabos eles iam até lá? Não havia nada dele lá a não ser um corpo. Uma casca. Uma lembrança querida embalada e guardada em um caixão. Um nome gravado numa lápide.
Nada dele ficou ali. Nenhum sorriso. Nenhuma brincadeira. Nenhuma bobagem. Nenhum de seus escandalosos e animados "bom-dia". Nenhuma das suas trapalhadas. Nenhum traço do seu animo e alegria. Nenhum flash de pureza que brilhava em seu olhar inocente. Nada disso estava lá.
"ELE não está mais lá."
Suspirou pesadamente ao sair do banho e enrolar uma toalha ao redor da cintura.
O homem caminhou até seu quarto a fim de se vestir. Olhou para um pequeno relógio que ficava ao lado de sua cama. Eram 6:30 da manhã.
Ele sabia que a companheira bateria na sua porta precisamente às 7 horas, como fazia há cinco anos.
Ele teria apenas meia hora para se alimentar antes que ela entrasse pela porta falando aos berros que ele a seguisse ao cemitério.
Ele suspirou mais uma vez, ao começar a se vestir.
Isso era tudo tão cansativo para ele.
De repente, uma batida foi ouvida na porta.
Ele arqueou uma sobrancelha ao fitar novamente o relógio. Agora era 6:40, ainda faltavam 20 minutos para que ela chegasse.
"Será que ela resolveu vir mais cedo esse ano?" – Ele pensou ao colocar a blusa e segui para a porta.
Uma nova batida, só que dessa vez com mais força.
- Já estou indo... – Resmungou perante a impaciência do ser que batia na sua porta.
Ele não ia esperar por uma terceira batida irritante. O homem abriu aporta num rompante e sua expressão era de alguém que mataria o sujeito que lhe incomodava de maneira tão persistente.
Mas não havia ninguém lá. O homem bagunçou o próprio cabelo de maneira impaciente.
"Malditos moleques..." – Ele começou a dizer no mesmo instante que fechava a porta de sua casa.
Mas não a fechou.
No instante que a maçaneta ia de encontro ao batente da porta, uma brisa estranha invadiu o apartamento. Aquele não era um vento normal. Era frio de mais. Doloroso de mais. Algo irreal. A violenta brisa percorreu todo o seu corpo, fazendo-o cair ao chão de joelhos.
Ainda com a mão segurando a maçaneta, ele forçou-se a fechar a porta. Ninguém o veria daquele jeito. Seu orgulho não permitiria tal vergonha.
Mas a porta parecia não querer fechar. Ou será que era sua força que tinha se esvaído quando aquele vento frio tocou sua pele?
Ainda com muito esforço, ele conseguiu fechar a maldita porta. No momento que ela se fechou seu corpo cedeu de encontro à parede próxima a porta. Uma repentina sensação de fraqueza dominou todo seu corpo e ele fechou os olhos. Porém, uma imagem dolorosa invadiu seus pensamentos.
Ele lembrou-se que só havia se sentido assim uma única vez.
Naquele dia essa mesma fraqueza se abateu sobre seu corpo, lhe prostrando ao chão. Ao ouvir aquelas palavras que todas as noites lhe roubavam o sono há cinco anos. Sim, foi naquele dia em que sua vida evoluiu de um purgatório para o verdadeiro inferno.
- No dia em que você me deixou... No dia em que você morreu... – O homem sussurrou por os lábios imóveis e com uma expressão cheia de dor.
Uma pequena lágrima correu por seu rosto ao reviver a lembrança daquele dia em suas memórias.
Por alguns instantes o homem deixou que a onda de tristeza que invadiu seu corpo lhe dominar.
Se o dia passasse e ele não notasse, lhe seria de grande agrado. Há anos não se sentia vazio daquele jeito. Era sufocante a sensação de vazio que domou o impetuoso homem que agora mais parecia com uma criança assustada encolhida de medo.
Uma nova batida na porta.
- Vá embora... – Ele disse com a voz trêmula, mas sem deixar que a indiferença habitual desaparecesse de suas palavras ao se levantar do chão e começar a caminhar lentamente para o seu quarto. Que esse dia passasse. Ele não queria mais sair para esse maldito dia.
- Sasuke-kun...? – A voz do outro lado da porta parecia ter dúvida se ele era mesmo quem respondera.
- Vá embora! – Ele voltou a dizer já com a voz composta ao caminhar pelo corredor.
A porta se abriu e a pessoa entrou, mas ele não olhou para ver quem era.
Não lhe interessava.
Só queria ser deixado em paz.
Ele entrou em seu quarto e trancou a porta antes de deixar seu corpo tombar na cama e permitir que a fraqueza lhe dominasse novamente. Só queria se entregar aos braços de morfeus e poder sonhar com o azul.
O azul que tanto acalmava o seu ser tão perturbado.
...
- Hmmm... – A mulher murmurou ao passar pela porta depois de ter sido mandada embora duas vezes pelo companheiro.
Essa época eram mesmo difícil para eles dois. Foi nesse dia que há cinco anos o ser que brilhava com o sol deixou de respirar. Com sua partida, a mulher sentia como se todo o calor que havia na sua vida tivesse ido com ele. Para ela agora a vida era fria e vazia. Tinha seu esposo e família, e sem dúvida nenhuma os amava. Mas sempre algo lhe faltava.
O sorriso dele era uma das coisas que mais sentia falta. Mesmo nunca tendo dito a ele, ela reconheceria aquele sorriso em qualquer lugar, pois ele era o único que conseguia abrilhantar tudo ao redor apenas sorrindo.
Ela soltou um suspiro pesado ao fecha à porta e ouvi logo em seguida a porta do quarto do dono da casa ser fechada e trancada de forma audível.
"Só você conseguia lidar com ele nessas situações, não é?" - Ela pensou ao se encaminhar até a porta do quarto ao mesmo tempo em que seus lábios formavam um sorriso doloroso.
- Sasuke-kun... – Ela chamou ao dar uma batida leve na porta, mas não obteve resposta.
"Será que ele nunca irá se recuperar?" – Ela pensou por um segundo antes dela mesmo desfazer esse pensamento. Nunca nenhum dos dois iria se recuperar. A falta dele não era simplesmente de uma ausência de alguém que morreu. Ele era como a luz que abrilhantava a vida deles. Sem ele, e ela tinha total certeza disso, os dois foram engolidos pelo vazio. Mas ela conseguiu se recuperar. Ela casou-se e teve um filho. Arranjou uma vida. Mas e Sasuke? Ele, antes, já não tinha nada. Perdeu sua família,seu irmão e Naruto. Tudo o que ele aprendera na vida fora a perder. Nem mesmo as irritantes e constantes visitas dela o faziam melhorar.
A mulher puxou um chaveiro do bolso e sorriu saudosamente ao olhá-lo. Esse era o chaveiro que Naruto lhe dera uns dias antes de morrer. Era igual ao que ele tinha. Um pequeno cachorro ninja. Ele também dera uma a Sasuke, mas ela não sabia onde o Uchiha o havia guardado.
O som suave das chaves se tocando a tirou de seus pensamentos. Sasuke a perdoara por ter feito cópias das chaves da casa dele, mas foi uma necessidade na época da morte de Naruto. Ele tinha o costume de passar dias trancado dentro de casa sem nem mesmo comer. Foram tempos muito difíceis.
Ela colocou a chave na fechadura e abriu a porta devagar. A mulher viu o companheiro deitado na cama e de olhos fechado. Ao se aproximar dele ela notou que uma pequena e solitária lagrima traçara seu caminho por seu belo rosto.
Ela se sentou suavemente na cama e puxou o corpo do homem para si, colocando a cabeça dele em seu colo de forma carinhosa e começou a acariciar seus cabelos de modo gentil.
- Sakura...? – Sasuke murmurou, recobrando a consciência.
- Shiiiu... – Ela murmurou em resposta continuando as caricias nos cabelos dele.
Eles se olharam por um longo tempo, porém, ele não fez menção em sair do colo dela e ela sorria para ele de modo gentil.
Eles eram amigos agora. Nada de sentimentos apaixonados, da parte dela, ou indiferença, da parte dele. A morte do companheiro os uniu. Somente a presença um do outro guardava viva a presença de Naruto para eles. E eles precisavam dessa presença.
Depois de vários minutos de um silêncio agradável, Sasuke se levantou do colo da amiga e se sentou ao lado dela e ambos olhavam para o branco neutro da parede.
- Já faz cinco anos... – Sakura suspirou e fechou os olhos.
- Sim... – Ele respondeu fitando o teto.
Sem mais uma palavra, os dois se puseram a sair do quarto e se dirigir à saída da casa. Eles tinham um encontro com o passado.
deixem uma review e faça uma autora feliz!
bjus!
até o proximo capítulo.
=3
