Minha Nada Mole Vida

Meu nome é Ginevra Molly Weasley. Tenho 34 anos e a certeza de que tenho tudo o que sempre desejei quando era pequena.

Quando tinha 11 anos costumava gastar horas e horas imaginando como seria minha grande e verdadeira história de amor, meu príncipe encantado no cavalo branco me levando ao castelo onde viveríamos felizes para sempre com nossa única filha ruivinha com olhos verdes muito vivos.

Aos 14 anos, caí na real e me dei conta de que nunca teria uma filha ruivinha de olhos verdes, pois percebi que não viveria a minha grande e verdadeira história de amor com Harry Potter, o menino que eu acreditei que iria me casar e ter filhos com a idade que tenho hoje, o menino que é quase um irmão para mim.

Aos 15 anos me encontrei sendo o alvo principal de gozação e de olhares discretos durante a refeição de Draco Malfoy. E aos 16, a gozação e os olhares se transformaram em beijos e carícias, e o nascimento de um sentimento e uma necessidade desconhecida, tanto para mim quanto para ele. Começamos a nos encontrar quase todas as noites atrás do campo de quadribol escondidos, achávamos muito excitante e divertido a sensação de estar fazendo algo proibido, foi realmente tudo maravilhoso. Mas ainda me irritava profundamente o jeito com que ele implicava com todos os grifinórios, os não nascido sangue-puro e, principalmente, meu irmão e seus amigos.

Aos 17, estava em meu último ano, apenas estudando como uma boa aluna faria, fofocando com minha melhor amiga Luna como sempre e morrendo de saudades das noites atrás do campo de quadribol com Draco, pois este havia se formado e começado a trabalhar com os negócios da família.

Certamente, decidimos terminar nossa aventura em sua formatura, uma decisão conjunta e conveniente para ambos. Fiquei mais chateada do que pude imaginar, nunca percebi o quão importante ele era para mim até então. Mas fui forte e continuei com a minha vida, como sabia que ele tinha continuado com a dele. Entretanto, para minha surpresa, no primeiro passeio para Hogsmeade depois do Natal daquele mesmo ano, Draco apareceu na vila com uma pequena e delicada rosa vermelha nas mãos, a minha favorita, um sorriso encantador no rosto, pedindo para conversar comigo.

Aquele dia foi inesquecível pra mim. Foi a primeira vez que Draco falou o que realmente sentia em relação a nós. Nunca havíamos conversado realmente sobre o que sentíamos em relação ao outro, mas sabíamos que nos respeitávamos bastante. Chorei de emoção por saber que ele sentiu minha falta todos aqueles meses que não nos vimos, por saber que não conseguia parar de pensar em mim como eu não conseguia parar de pensar nele, por dizer que me amava como nunca achou que fosse possível. Transformei-me em uma mulher naquele dia.

Depois daquela visita, muitas outras se sucederam. Ele sempre arranjava um jeito de entrar nas propriedades da escola de noite. Voltamos a nos encontrar atrás do campo de quadribol.

Quando pensei que não podia ser mais feliz, a pior coisa que podia ter acontecido a uma garota que havia acabado de completar 17 anos aconteceu. Descobri que havia engravidado. Chorei dias e noites, desolada. Luna foi realmente minha amiga naqueles dias de agonia. Passei quase dois meses discutindo mentalmente se deveria ou não contar a Draco, mas de jeito algum iria abrir mão dessa criança que nem havia se formado ainda em minha barriga.

Decidi contar. Luna era a única que sabia e me deu o maior apoio, achava que era direito dele saber também, mesmo não querendo a criança, ele deveria saber.

Meu ano letivo estava quase terminando quando contei a Draco. Sabia que estaria pondo em risco minha relação com ele, mas isso não importava, tinha uma vida dentro de mim e não deixaria que nada de ruim acontecesse a ela. Draco apenas olhou para mim, inexpressivo. Ficamos apenas nos olhando silenciosamente. Depois de alguns segundos ele soltou um ar cansado e passou a mão nos cabelos loiros, um hábito tão dele. Soltou um palavrão e deu umas voltas pelo campo de quadribol, lugar onde havia lhe contado.

Fiquei péssima. Tudo que pensei no momento foi 'Draco não me quer mais, não quer nem eu nem meu filho.' Lágrimas rolaram soltas pelo meu rosto.

Chorava tanto que nem tinha percebido que ele não estava mais dando voltas. Passou o braço pelos meus ombros, me abraçando, e disse que daria tudo certo, pois ele estaria lá. E eu sabia que ele estaria.

Uma semana depois ele apareceu no castelo, durante a janta, pedindo para conversar comigo. Saímos para o lago de mãos dadas, ganhando olhares descrentes de todos os alunos, mas eu já não ligava mais com o que falassem. Lá, ele ajoelhou em minha frente antes que eu pudesse abrir a boca e me mostrou um anel. Ele me pediu em casamento. Estava tão surpresa que nem liguei que estava ainda com o uniforme, com os cabelos esvoaçados e com fome por ter a ultima refeição interrompida. Tudo que importou no momento foi ver Draco, vestido impecavelmente de preto, ajoelhado com um olhar de expectativa para mim; foi quando respondi sim e ganhei o beijo mais apaixonante que existia; foi quando ele deu aquele sorriso, destinado apenas a pessoas especiais como ele mesmo diz, e disse que me amava.

Terminei o último ano com notas não tão boas como desejava, mas não me importei muito, estaria preparando um casamento a partir do momento que saísse das propriedades de Hogwarts.

Contamos a família de Draco primeiro, porque eram, principalmente, só duas pessoas. Sua mãe e seu pai. Fiquei o dia todo com o coração batendo a mil antes da visita que faríamos a eles. Sabia da fama de Lúcio Malfoy, mas Draco fazia questão de contar a seu pai com ela ao lado. Garantiu-me que não aconteceria nada, bom, e eu já confiava cegamente nele. Foi mais fácil que pensei. Narcisa foi um amor e ficou muito contente em saber que teria mais um Malfoy no mundo para mimar. Lúcio foi bem agradável, pareceu perceber que Draco realmente gostava de mim, e se Draco estava feliz, ele também estaria.

Por outro lado, para contar a minha família foi mais difícil que pude imaginar. Juntá-los para uma reunião era realmente complicado, ainda mais com a família aumentando a todo o momento. Gui e Fleur tinham acabado de ter gêmeos. Carlinhos e a mulher, Joanne, também tinham sua filha de quase 4 anos. Os gêmeos tinham suas namoradas, Percy tinha Penélope com quem tinha uma pimpolha de 2 anos, e Ron casara-se com Mione. Harry também estava lá por ser dá família.

Todos tiveram reações variadas quando disse que estaria me casando ainda naquelas férias, mas em geral todos acharam uma grande piada. Riram e fizeram comentários sem graça do gênero "Como uma criança pode estar casando?" e "Harry pediu sua mão quando?". Explodi de raiva por ninguém prestar a devida atenção em mim. Gritei a todos eles que estaria me casando com Draco Malfoy e foi quando bateram na porta e ele apareceu. Todos olharam chocados e raivosos quando ele entrou e me deu um leve beijo no rosto, entrelaçando sua mão com a minha. A reação mudou instantaneamente. Meus pais e Percy estavam boquiabertos, Fred e Jorge não paravam de gritar para a doninha, digo Draco, sair. Carlinhos e Gui estavam tão vermelhos de raiva quanto Ron, que gritava que eu era muito nova para casar. O que eu achava injusto, pois ele mesmo havia se casado com a minha idade. E Harry estava entre triste e bravo, acho que ele estava gostando de mim, mas eu nunca soube se era ou não verdade.

Mandei todos se calarem e disse que me casaria com Draco, gostando ou não, pois esperava um filho dele. Arrependi-me no mesmo momento. Os oito homens da casa quase o mataram naquele dia. No fim, meus pais o aceitaram perfeitamente e meus irmãos apenas se conformaram.

O casamento foi simplesmente perfeito, também deveras. Nunca havia pensado que organizar um casamento era tão trabalhoso, por sorte tive ajuda de minha mãe, Narcisa e Luna. Foi de fato, o dia mais maravilhoso que vivi até aquele momento. Fred e Jorge até se comportaram. Lúcio e meu pai não se provocaram nenhuma vez, o que eu achei um verdadeiro milagre. E Draco? Bom, Draco como sempre estava impecável e perfeito em suas vestes. Não tive o que se chama de príncipe encantado tradicional em meu casamento, mas ver Draco lá no altar, com aquele sorriso especial no rosto, foi infinitamente melhor do que qualquer outra coisa que desejei. Vivemos nossa grande história de amor juntos, e ainda vivemos. Todos os dias de nossas vidas.

Logo depois da lua-de-mel me mudei para a Mansão Malfoy, onde vivo até hoje.

Diferente de como sonhava quando pequena, tive quatro filhos e estou esperando mais um. Sempre pensei que ter muitos filhos como meus pais tiveram seria trabalhoso, mas hoje Draco e eu pensamos que talvez não nos importaríamos com um time inteiro de quadribol. E diferente de como pensava, não tive nenhum ruivinho como eu, até agora todos herdaram o loiro platinado e o cinza dos olhos de Draco, exceto por Julie que o máximo que chegou perto de um vermelho Weasley na cabeça, foi um loiro avermelhado.

Meus filhos são meus orgulhos. Todos são inteligentes e carinhosos, apesar de terem a frieza Malfoy também. Os mais velhos, Ethan e Emilly, foram para a Sonserina, pro orgulho de Draco e Lúcio. Julie receberá a carta a qualquer momento, e é a que mais chega perto de um Weasley dentro dessa Mansão, tenho uma pequena esperança dentro de mim que ela vá para a Grifinória como eu fui. E tem Kyle, mas ele tem apenas 5 anos e está longe de freqüentar Hogwarts, como eu desejo do fundo do meu coração. Eles estão crescendo tão rápido...

Provavelmente, depois desse pequeno relato, você deve ter concluído: No final das contas ela viveu, e ainda vive, sua grande e verdadeira história de amor. Não teve seu perfeito príncipe encantado idealizado que apareceria em um cavalo branco, mas encontrou o amor em uma pessoa inesperada e cheia de defeitos e não se imagina vivendo sem ele. Não mora em um castelo, mas sim na Mansão da família mais rica do Reino Mágico. Tem seus filhos, que apesar de não terem seus cabelinhos ruivos, são os orgulhos da mamãe. E está vivendo feliz para sempre, certo?

Errado.

Nem eu, nem ninguém agüentamos mais todas essas meninas que ficam aparecendo na lareira à procura de Ethan. Ninguém mandou ser bonitão como o pai. Para minha segurança de mãe, ele é tão parecido com o pai que não dá bola para elas. É muito seletivo nesse aspecto.

Ethan não para de ameaçar todos os meninos que mandam corujas a Emilly, mas antes fossem só ele. Lúcio e Draco também não estão nada satisfeitos.

Kyle cada dia que passa anda mais travesso.

Julie anda muito estranha esses dias, mais reservada. Muito diferente do que todos estão acostumados.

Meu pai e meu sogro estão competindo de novo para ver quem tem mais a atenção dos netos. O que é engraçado até certo ponto. As crianças ficam muito mimadas. E, eu sei que isso acontece quando meu pai está muito carente e solitário desde a morte da minha mãe, há cinco anos. E às vezes é apenas implicância com Lúcio. Ele tem netos de sobra se considerar a família toda.

Estou ainda na fase dos enjôos da minha gravidez, a pior com certeza, e, depois de quatro filhos, posso dizer que sou perita no assunto.

E por fim, meu marido anda muito distraído ultimamente, tendo reuniões demais com a nova secretária. E eu não estou gostando nada, nada disso!

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Acordei com pequenos dedinhos puxando meu cabelo. Quando abri os olhos vi um dos pares de olhos cinzas que eu amo tanto. Não pude evitar sorrir. Era meu filho mais novo, Kyle, achando a maior graça em acordar a mãe.

"Acordou a mamãe, né!" Ele deu uma risadinha travessa "De novo!"

Antes que pudesse pegá-lo e o torturar de cócegas, Draco acordou ao meu lado, segurando a minha mão.

"Acho que não, hein!" E quase me matou de cócegas! Ele sempre faz isso! "Salve-se Kyle!"

Meu pequeno saiu correndo do quarto, dando risadinhas.

Quando Draco finalmente parou, me encontrei tentando recuperar meu fôlego. Ele estava sorrindo para mim. Um sorriso lindo, que me fazia derreter toda.

"Que foi?" Pergunto a ele enquanto sentávamos na cama. A cama era um exagero de grande. Mas Draco insistiu que deveríamos ter a maior e a melhor. Típico dele.

"Estou apenas pensando em como tenho a mulher mais linda desse mundo na minha cama todos os dias" Amo quando ele diz essas coisas... Ele consegue ser tão romântico quando você menos espera.

O abracei forte e fechei os olhos enquanto ele passava as mãos pelos meus cabelos. Conheço esse toque a quase 20 anos, mas me perco em sensações indescritíveis todas às vezes. Soltei-o apenas quando tive que sair correndo para o banheiro. O maldito enjôo apareceu.

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"Bom dia!" Cumprimentei a todos quando, finalmente, desci para o café da manhã. Aqueles enjôos ainda não me deram sossego.

Lúcio estava na cabeceira da grande e cara mesa da sala de jantar, conversando animado com Ethan, sobre a temporada de quadribol. Narcisa contava as garotas que queria leva-las as compras. Acho um absurdo que crianças dessa idade tenham tanta roupa assim, mas não comento nada. Minha sogra às vezes pode ser impossível. Draco ajudava Kyle a comer.

Todos me cumprimentaram educadamente enquanto tomava meu lugar ao lado de Draco.

"Ginevra," Lúcio me chamou a atenção "Espero que esteja se sentindo bem" Sorri para ele agradecendo. Ele era bem atencioso quando se tratava de seus netos. Quem um dia imaginaria que Lúcio Malfoy ficaria todo meloso por causa de seus netos? Bom, eu que não.

"Obrigada Lúcio"

"Estou providenciando uma poção para você, querida."

"Obrigada, Narcisa, seria de muita ajuda."

Senti alguém subir em meu colo. Era Kyle, sempre o mais apegado a mãe. Ele me deu um sorrisinho travesso e mostrou um papel em sua mão. Mais um de seus desenhos. Não querendo ser uma mãe muito coruja, mas meu filho é muito talentoso para alguém de apenas 5 anos.

Olhei para o papel e vi vários rabiscos amarelos, que identifiquei como todos presentes a mesa, e um vermelho, que provavelmente era eu, se mexendo na folha.

"É lindo, Kyle" Dei-lhe um beijo em seus cabelos loirinhos "Vou guardar para sempre." E era verdade. Guardo todos os desenhos de todos os meus filhos. E pode ter certeza, É MUITA coisa! Draco sempre me diz pra jogar toda aquela papelada fora, mas eu simplesmente não consigo jogar fora algo tão especial, mesmo que os desenhos sejam apenas rabiscos num papel. Pra mim continuam sendo importante. Draco também só diz isso de birra, uma vez encontrei um montinho de papeis em seu armário que são os desenhos que nossos filhos fizeram pra ele.

"Acho que já vou indo" Draco se levantou e deu um beijo no rosto de cada mulher presente no recinto. Olhei para ele abobalhada.

"Como assim acha que já vai indo?" Perguntei abobalhada. Era domingo! Dia de a família ficar em casa! Junta! Se divertindo! E ele simplesmente diz que já vai indo?

"Gin..." Ele me olhou com um brilho de remorso nos olhos "Jenny me mandou uma coruja urgente, preciso ir ao escritório" Olhei-o muito feio "Me desculpe" e se foi, antes que eu pudesse arrancar suas orelhas de raiva.

Jenny é a secretária dele. Está no escritório há 2 meses só, mas já me irrita profundamente. Ela é daquele tipo bonitona super desenvolvida, se é que vocês me entendem. E tem apenas 20 anos. Mas é uma cínica! Uma vez apareci no escritório de Draco e ela simplesmente disse que não podia vê-lo. Como assim não podia vê-lo? Eu sou a mulher dele! Depois que comecei a discutir com aquela loirinha metida a besta, Draco apareceu na porta e deu uma bronca nela por não permitir que eu o visse. Hunf. Bem feito! Só que depois disso, ela começou a mandar corujas toda hora que Draco estava em casa, tipo na janta ou de domingo, acho que é o jeito dela de se vingar por aquele dia. Privando-me de vê-lo! Bom, se ela achou que eu ficaria brava, ela acertou!

Está me irritando demais o fato de vê-lo menos que o de costume! Será que ela não se toca de que Draco quer ficar um pouco em casa também, poxa!

Ou...

Será que Draco está realmente querendo ir ao escritório. Querendo mesmo ir a essas reuniões. Ou querendo ver Jenny? Nunca me ocorreu antes que ele poderia querer sair de casa aos domingos voluntariamente. Nunca me ocorreu antes que ele poderia estar tendo um caso com Jenny. Ela é bem bonita e atraente, é verdade. Posso sentir meus olhos ardendo, agora. Será que depois de tanto tempo, ele se cansou de mim? Nos casamos muito cedo, mas eu sempre tive certeza de que era ele com quem eu queria passar o resto de meus dias juntos, mas será que era o que ele queria também? Será que ele não me ama mais? Levantei um pouco desorientada e pedi licença a todos a mesa. Voltei tão apressada pro quarto que não ouvi Julie me chamando, nem Ethan me olhando preocupado, nem Emilly que reclamava que estava gorda demais para entrar no vestido novo, nem Kyle passando geléia nos cabelos de Lúcio.


E ai gente?? O q vcs acharam???

Me mandem reviews dizendo, ok?

Essa fic, é junção de ideias q eu tive a pouco tempo... pus no papel, agora vamos ver no que dá! rs

Como é minha segunda fic... me perdoem pq ainda sou nova no ramo ta?!

Beijãooo a todos e obigada por ler:)