'' Run through the speed of sound
Every thing slows you down
And all color that surrounds you
Are bleeding to the walls
All the things you really need
Just wait to find the speed
Then you will achieve
Escape velocity ... ''
( Adrenaline, by Gavin Rossdale. )
Passos ágeis.
Movimentos precisos.
Respiração ofegante.
Braços fortes cobertos por uma jaqueta de couro.
Já era madrugada, e a Lua estava alta no céu. Um jovem, trajando roupas totalmente pretas, com a face coberta parcialmente por uma máscara preta, saltava pelos telhados do subúrbio de Tóquio, ágil, seguro, veloz, como uma raposa. Sem exitar, ele saltou do alto de uma casa de dois andares, diretamente para o asfalto, com uma facilidade assustadora, praticamente pousando em uma posição defensiva. Seus olhos, vermelhos e felinos, avaliaram o local rapidamente, certificando-se de que estava sozinho. De seu peito, um barulho semelhante a um rosnado surgia, fazendo com que o jovem trincasse os dentes por baixo da máscara.
Após um tempo, ele relaxou um pouco a postura, voltando a ficar ereto, mas ainda cauteloso. Caminhou alguns passos, indo para perto da entrada de uma beco escuro, parecendo ter saído de um filme de terror. O jovem verificou novamente o perímetro, certificando-se de que estava livre de seguidores. Seu peito subia e descia rapidamente, e seu corpo ainda era dominada pela adrenalina de estar fazendo algo terrivelmente errado. Descargas elétricas caminhavam por sua pele, arrepiando todos os pelos de seu corpo, trazendo uma sensação extremamente entorpecente e deliciosa. Caminhou até uma lata de lixo, que exalava um cheiro nem um pouco agradável, algo que era indiferente para si. Suas narinas eram acostumadas a coisas piores.
Ele se abaixou, frente a uma pilha de sacolas de lixo, e pôs-se a procurar por algo ali. Após pouco procurar, pegou uma sacola preta como as outras, porém um pouco mais limpa, e rasgou, retirando de dentro desta uma mochila preta, aparentemente um dos bolsos frontais, procurando por algo, até retirar de dentro deste uma pequena chave dourada. Sorriu por baixo da máscara, e pôs-se a andar, adentrando ainda mais o beco. Parou em frente a uma porta, que fazia parte do prédio abandonado que limitava o beco em seu lado esquerdo, e encaixou a chave, girando-a na fechadura e destrancando-a. Quando a porta abriu, fazendo um pequeno rangido , foi revelado um cômodo extremamente pequeno, parecido com um depósito, ou algo do gênero. O interior era revestido por várias prateleiras velhas, prestes a cair, e a poeira e teias de aranha tomavam conta do local. O cheiro de mofo era nauseante, mas não impediu o jovem de entrar no local.
O garoto colocou-se totalmente dentro do cubículo apertado, largando a mochila em cima de uma das prateleiras. Suspirou, tateando as paredes até encontrar um interruptor, acendendo a fraca lâmpada que ficava no teto. Esta vacilou alguns instantes, antes de fornecer uma luz fraca, iluminando o local empoeirado. '' Preciso trocar esta lâmpada, antes que eu tenha que me trocar no escuro.'', pensou o jovem, enquanto trancava a porta, por cautela, apesar de saber que ninguém suficientemente normal andaria por aquele lados durante a madrugada.
Ele retirou a jaqueta de couro, estampada com chamas avermelhadas e afivelada, revelando braços e ombros bem definidos, e um corpo realmente jovem, coberto agora pela camiseta preta simples. A pele bronzeada era atrativa, sedutora, em conjunto com o formato do corpo. Ele guardou a roupa na mochila, e passou os dedos brevemente por cima da tatuagem do ombro direito, que retratava os olhos atentos e ferozes de uma raposa, vermelhos, assim como os seus. Desviou suas atenção do desenho, antes que se perdesse em pensamentos. Suas mãos foram até a touca, adornada com orelhas felinas, puxando-a e revelando cabelos loiros, dourados como o Sol, bagunçados e aparentemente sedosos. Ele passou a mão por eles, bagunçando-os ainda mais, deixando-o com um aspecto sexy. Guardou a touca, e rapidamente se desfez da máscara cirúrgica preta, revelando o rosto jovem, de um garoto que ainda estava no colegial, doce, em contradição com os olhos raivosos. Três marcas peculiares e idênticas adornavam cada uma de suas bochechas, em um total de seis riscos, semelhantes a bigodes de uma raposa.
O jovem fez com que a máscara se juntasse ao resto das roupas, e fechou a mochila, pegando a chave. Saiu do cubículo, fazendo com que seu corpo aquecido sofresse um choque de temperatura ao encontrar-se com o vento frio do lado de fora. Ele apagou a luz, trancando a porta em seguida, guardando novamente a pequena chave dourada. Novamente o garoto tomou uma posição defensiva, curvado, verificando o perimetro, para certificar-se de que estava sozinho. Após uma rápida e cautelosa varredura pelos arredores, o loiro pôs-se a andar, caminhando para a saída do beco.
O vento, atrevido, brincava com os fios loiros do jovem, bagunçando-os ainda mais, fazendo com que alguns caíssem pela face deste, deixando-lhe mais belo que já era. Caminhou até a parte da frente do prédio, calmamente, com as mãos nos bolsos, cantarolando algo indefinível, fazendo movimentos sugestivos com os quadris. Parou em frente a um portão metálico, e vasculhou sua mochila, procurando algo. Tirou um pequeno controle preto de dentro desta, e apertou um dos botões, fazendo o portão começar a se mover, quase silencioso, fazendo alguns barulhinhos metálicos característicos. À medida que este se abria, era revelada uma garagem, um pouco bagunçada, mas nada demais. Algo grande era coberto por uma lona acinzentada, provavelmente para proteger aquilo da poeira e de arranhões.
- Ai está o meu bebê. - disse ele.
O loiro entrou no local, ansioso, puxando a lona, revelando uma bela e veloz Kawasaki Ninja ZX-14, preta, adornada por labaredas laranjas nas laterais. Os olhos do loiro brilharam em excitação. Ele correu até a Kawasaki, abaixando-se, acariciando a lataria, como se a moto fosse algo vivo, e precisasse de carinho.
- Me desculpe Lyna. - disse ele, infantilmente, desculpando-se com a moto. - Não pensei que haveria diversão hoje. Por isso te deixei aqui. Você sabe, tesouro, não posso te arriscar.
Ele acariciou mais a lataria, e se colocou em cima da veloz moto, ligando o motor e deliciando-se com o barulho que este fez ao ser acelerado. Como ele adorava aquilo. Se colocou para fora da garagem, e fechou o portão. Deu partida, e acelerou até não poder mais. Sem capacete, o vento bagunçava ainda mais seus cabelos, fazendo com que seu cabelo voasse para todos os lados. A adrenalina novamente dominava seu corpo, e ele acelerava cada vez mais. A sensação de liberdade era total, e ele amava aquilo.
Dirigiu por, mais ou menos, meia hora, passando por todas as ruas possíveis, esquecendo-se do horário. Só queria se sentir assim, livre, sem amarras ou obrigações. Porém, algo estalou em sua cabeça, e o fez voltar para casa. Diminuiu a velocidade ao entrar em uma rua bem típica, e bastante ocidentalizada. Parou em frente a uma casa branca de 2 andares, com um jardim frontal, extremamente americana. Guiou a moto até a garagem, e fechou o portão com um clique do controle preto que usara anteriormente, na garagem do outro prédio. Cobriu a Kawasaki novamente, com uma lona preta, dando boa noite e um beijo na lataria desta. Pegou a mochila, e apagou a luz da garagem, entrando por uma porta dos fundos, que dava diretamente na cozinha.
Tateou a parede, em busca do interruptor, querendo iluminar o local. Infeliz escolha. Ao acender a luz, deu de cara com dois adultos, com caras nem um pouco amigáveis. Uma mulher ruiva, ligeiramente baixa, tinha ambas as mãos espalmadas na mesa, enquanto se encontrava sentada, batendo os pés rapidamente no chão. perto desta, um loiro, praticamente uma versão mais velha do jovem, que o olhava serenamente, mas duro, como se estivesse bravo com alguma coisa.
- Er ... tadaima ? - perguntou o loiro jovem, coçando a nuca.
- NARUTO ... UZUMAKI ... ISSO SÃO HORAS DE SE CHEGAR EM CASA? - Estourou a ruiva, levantando-se de supetão, quase derrubando a mesa, que foi segura pelo loiro adulto, com uma agilidade e precisão incríveis. - VOCÊ SABIA QUE SEUS PAIS ESTAVAM PREOCUPADOS COM VOCÊ?
O loiro olhou para o relógio, e assustou-se ao ver que este marcava 3 horas da madrugada. '' Putz ... tô fudido. '', pensou ele.
- Mãe, perdão ... eu não pensei que ...
- NÃO PENSOU QUE ESTARÍAMOS PREOCUPADOS, NÃO É? - a ruiva gesticulava sem parar, indo de um lado para o outro da cozinha, nervosa.
- Kushina, querida, acalme-se. - disse o loiro adulto, sereno. - Deixe que eu resolvo.
O loiro jovem sentiu-se aliviado. Kushina sentou novamente, de braços cruzados, bufando. Ela estava realmente nervosa com o filho.
- Moleque, sabe que horas são? Você deveria ter avisado . - Disse o loiro adulto, cruzando os braços e colocando-se ao lado do filho. - O que aconteceu?
- Minato, você deveria dar um sermão nele ... - disse Kushina, agora levemente mais calma.
- Ele tem que me contar o que aconteceu primeiro ...
O jovem encaminhou-se para a geladeira, mais calmo e relaxado. Sabia que o pai iria livrar-lhe o couro.
- Perdão, papi. Apenas alguns Lupus baderneiros fazendo zona na nossa área - disse o loirinho, dando de ombros, enquanto pegava um recipiente de água e encaminhava-se para o balcão da cozinha, em busca de um copo. - Kyuu teve um pouco de trabalho hoje.
- Hunf ... lobos imprestáveis. Nunca mudam. - disse a ruiva, indo de encontro ao marido, abraçando-o. - Vamos deitar, Mina?
- Hm ... - Minato estremeceu ao ser beijado no pescoço pela mulher, e a abraçou. - Sim, vamos. Moleque, - ele chamou, fazendo o jovem olhar-lhe enquanto bebia água - termine de beber, e vá deitar, sim? Não se esqueça, você tem aula amanhã.
- Boa noite, querido - a ruiva beijou a testa do filho, acariciando-lhe os cabelos, realmente calma. - Hm, e tire as lentes. Não precisa usá-las em casa.
Assim, o casal subiu as escadas, em meio a beijinhos e murmúrios, deixando um garoto loiro risonho na cozinha. Seus pais sempre foram assim. Brigavam com ele por chegar tarde, e depois, estavam carinhosos e compreensivos. E ele amava isto.
Guardou o recipiente com água novamente na geladeira, e pegou a mochila. Apagou as luzes, e subiu, com a intenção de ir para o quarto. Foi até o sotão, onde, por pedido dele, foi construído um quarto para si, e abriu a porta de madeira, revelando um cômodo levemente bagunçado. Uma janela enorme adornava uma das paredes do quarto do loiro, mostrando a Lua alta, cheia, e a cidade de Tóquio, adormecida. O quarto não era nada simples: um carpete laranja-claro cobria todo o chão, um pouco escandaloso, mas lindo aos olhos do loiro. Um guarda roupa enorme, branco, se encontrava em uma das paredes, com algumas roupas caídas em volta dele. Uma cama de casal com colchas laranjas estava em outra parede, com duas mesinhas de canto em cada lado. Dois pufes brancos estavam à sua frente, virados para a janela. Em outro canto, uma televisão de 42 polegadas podia ser vista, com um sofá branco à sua frente, e um video-game no chão.
O loiro deixou a mochila em um canto, junto aos sapatos, e arrastou-se para a cama. Retirou a camisa, revelando um corpo trabalhado, mas nada exagerado, e uma apetitosa pele bronzeada. Retirou também a calça jeans preta afivelada que vestia, ficando apenas com sua boxer branca. Abriu uma das gavetas do criado-mudo, e tirou um potinho com soro fisiológico de dentro deste. Retirou as lentes vermelhas, revelando belos orbes azuis-mar. Jogou-se na cama, deitando-se com os braços atrás da cabeça, fitando sua imagem no espelho localizado no teto, acima de sua cama. Um capricho seu.
Ele tateou a tatuagem, encarando seus olhos. O loirinho se chamava Naruto Uzumaki. 16 anos recém-completados. Estudante. Cabelos loiros-dourados, e olhos azuis sedutores, hipnotizantes. Morador de Tóquio, normal como qualquer um, durante o dia. Durante a noite, se tranformava em Kyuubi. Olhos felinos, vermelhos. Raivoso. Líder dos Vulpes, gangue que comandava as zonas Norte e Leste.
Como chegara àquele ponto? Além de ter sido indicado pelo antigo líder, Dusicyon, tinha habilidades incríveis, e uma agilidadeidades incríveis, e uma agilidade assustadora. Quando completou 15 anos, entrara naquela vida, para nunca mais sair. Se ele gostava? Amava. O perigo, a liberdade. O poder. Tudo naquilo lhe seduzia.
Naruto se virou de lado, deixando os pensamentos de lado. Precisava dormir, e descansar um pouco, afinal, seu ano letivo iniciaria-se no dia seguinte. E assim o fez: deixou-se adormecer, indo para o mundo dos sonhos.
