Título: A Constante de Aceleração
Autora: Lab Girl
Categoria: TBBT, Shamy, 7a temporada, pós finale 7a temporada, hurt/comfort, romance
Advertências: Spoiler do episódio 7x24 (The Status Quo Combustion) para quem ainda não viu
Classificação: PG-13
Capítulos: 12
Resumo: Quando o mundo de Sheldon se torna caótico, ele decide voltar ao princípio: sua casa no Texas. Nesse retorno às origens, ele vai se dar conta de que apenas algo permanece constante em sua vida... e, sem perceber, essa constante chamada Amy Farrah Fowler será responsável por fazê-lo avançar.

Notas da Autora: Ok, péssimo resumo! O que importa é que depois da finale da 7a temporada eu tinha que escrever alguma coisa a respeito. E, pela primeira vez, a situação de Shamy me inspirou a escrever algo diferente, não focado no humor. Detalhe: comecei a escrever esta fanfic logo após o 7x24, mas como sou enrolada, só está saindo agora. E não, eu ainda não li nenhuma taping report (nem sei se já saiu alguma) nem qualquer spoiler relacionado à 8ª temporada, a história a seguir é fruto total da minha imaginação e, até onde me consta, 100% spoiler free!

Perdoem qualquer erro, estou escrevendo esta long fic (minha primeira long Shamy s2) sem beta, então provavelmente conterá alguns pequenos deslizes na digitação.

Espero que os personagens estejam o mais próximo possível das suas caracterizações, mas peço que levem em conta o contexto em que os estou inserindo aqui: tomei a licença de tirá-los do lado humorístico e trabalhar mais o lado sentimental deles nesta fanfic, para tanto, estou me permitindo a liberdade de escrevê-los como imagino que reagiriam num contexto não-cômico. ;)


A única constante na vida é a mudança

- Heráclito


Quando tudo parecia fora de lugar, quando seu mundo pareceu ruir, Sheldon Cooper fez a única coisa que poderia ter feito. Voltou ao início.

Para o Texas. Para sua casa.

Sentado no parapeito da janela de seu antigo quarto, Sheldon olhava para as crianças brincando no quintal vizinho. Uma imagem que nunca lhe disse nada. Quando era menor, não tinha amigos e nem interesse em perder seu precioso tempo com brincadeiras inúteis. Ele tinha mais o que fazer. Ciência. Mesmo rudimentar.

Suspirando, ele desviou os olhos para o interior do quarto. Ele tinha se dedicado a vida toda a ela… que, de repente, o traíra de forma cruel.

"Ah, Ciência, sua ingrata!"

Anos se empenhando e, de repente, tudo acabado. Um rompimento que tinha trazido um vazio enorme. A Teoria das Cordas não tinha passado de uma doce ilusão.

E agora?

Nem mesmo os amigos, que ele nunca fez questão de ter, lhe restavam agora. Leonard em breve o deixaria para viver com Penny. Os outros tinham as próprias vidas para mantê-los suficiemente ocupados.

Nada nem ninguém estava como antes. Raj engajado em um novo relacionamento, o que, mais cedo mais tarde, implicaria a introdução forçada de um novo elemento em seu círculo social. Para piorar, tinha escutado Howard e Bernadette comentando sobre filhos. Era só o que faltava!

E seu refúgio, a loja de quadrinhos de Stuart, agora era um monte de cinzas.

Seu mundo tinha mesmo ruído. Nada estava no lugar e ele era um amante da homeostase.

Por que as pessoas simplesmente não permaneciam sempre constantes? Por que não podiam ser amantes do status quo como ele? Tudo seria muito mais fácil.

Levantando-se do parapeito da janela, ele andou até a escrivaninha, onde o telefone celular chamou sua atenção.

A única que não havia mudado esse tempo todo era Amy. Talvez muito por influência sua, pois, se não o fosse, certamente ela já teria se tornado uma hippie e se instalado de mala e cuia em seu apartamento.

Mesmo assim, ela era uma luz em meio ao caos. Pegando o telefone, Sheldon apertou o número da namorada.

"Sheldon?" a voz de Amy atendeu.

"Oi, Amy" ele disse.

"Sheldon, posso retornar depois? Esta não é uma boa hora para conversarmos."

"Mas você me disse que eu podia ligar quando quisesse."

"E pode. Mas, no momento, estou no trabalho ."

"Bom, eu pensei que como seu namorado esse tipo de protocolo sobre chamadas telefônicas não importasse."

"Não é isso, Sheldon…" ela tentou conter um suspiro, mas ele percebeu. "É que eu preciso muito terminar alguns testes."

"Tudo bem. Quando quiser falar comigo, é só ligar. Talvez eu não possa atender porque poderei estar ocupado."

Dessa vez o suspiro de Amy foi bem audível. "Sheldon, não seja infantil. Podemos nos falar mais tarde."

"Eu? Infantil?" ele sentiu-se indignado, mas conteve-se. "Melhor você voltar para o seu trabalho, Dra. Fowler. Tchau."

E, dizendo isso, ele desligou.

Olhou para o telefone e pensou em ligar para Leonard, porém, desistiu logo em seguida. Ele também devia estar ocupado.

Todos deviam estar ocupados. Menos ele. Que não tinha mais ocupação alguma.

Deixando o celular sobre a escrivaninha, Sheldon andou de volta até a janela. As crianças ainda brincavam lá fora, felizes e sorridentes.

Ele se afastou da imagem, deitando na cama e se encolhendo em uma bola.


...