N/A: Sejam bem-vindos ao meu novo fanfic de Card Captor Sakura, "Siga o Mestre". É a continuação do meu fanfic anterior, o "Verdade o Desafio?".
A leitura do "Verdade ou Desafio?" não é completamente imprescindível para a compreensão deste, mas ler a prévia deste fanfic que está como o último capítulo de "Verdade ou Desafio?" sim. Senão, o começo deste fic fica ligeiramente nonsense. Okay. Muito nonsense.

Disclaimer: Card Captor Sakura e seus personagens pertencem ao CLAMP. Porém, todo o enredo é meu.

Siga o Mestre

Capítulo 1 - Perda

Eriol abriu os olhos, devagar. Sentia uma leve dor de cabeça, porém insistente. Focando a imagem a sua frente, descobriu-se dentro do seu quarto, olhando para o teto.
Quarto? Ele poderia jurar que estava fora de casa!
Mexeu os dedos devagar, como se estivesse testando sua mobilidade. Trouxe as mãos para perto do seu rosto, e não notou absolutamente nada de anormal.
Franziu a testa. Ele estava... Deitado?
Sentou-se com um solavanco na cama, quase arrependendo-se de tê-lo feito depois. A dor de cabeça tinha aumentado ligeiramente com a brusca troca de posição.

O jovem balançou a cabeça, organizando seus pensamentos. Recebera um telefonema, por volta das onze horas. Resolveu atender ao pedido, saindo de casa para encontrar-se com Shaoran no parque do Rei Pingüim. Isso, Shaoran era quem havia telefonado.
Às onze horas. Não entendia porque tinha que ser tão tarde, muito menos porque à meia-noite. Era uma coisa que lembrava um pouco uma história de contos de fadas.
A porta se abriu com algum estrondo, e Eriol arregalou os olhos, quase caindo para trás de susto.
- Bom dia, Eriol! Já acordou?
Eriol não conseguiu evitar que seu espanto aparecesse na sua face.
- Nakuru?
- Quem mais, Eriol? - a garota riu e correu até a cama, parecendo animada - Vamos, vamos! Quer chegar atrasado na escola? Suppi disse que tudo está pronto lá embaixo. Não me pergunte como. - Nakuru fez uma careta, enquanto dirigiu-se para escancarar as cortinas do quarto. Eriol sentiu a sua cabeça estourar com tanta luminosidade.
- Nakuru... Feche as cortinas. Por favor.
- Eriol? Tudo bem? - a jovem aproximou-se da cama de Eriol e sentou-se, colocando uma mão sobre a testa do rapaz e a outra mão disponível sobre a própria testa - Não parece com febre.
- Não estou com febre. Estou com dor de cabeça.
- Ah... Bom, eu não posso sentir quando você está com dor de cabeça. - Nakuru deu um pequeno sorriso - O que eu faço, então? Quer um remédio?
Eriol balançou a cabeça afirmativamente.
- Tudo bem. Eu vou me vestir e descer... Não estou com fome, mas peguem um remédio e deixem lá embaixo. Quanto tempo falta para a aula começar?
Nakuru levantou-se da cama, e checou as horas no seu relógio de pulso.
- Faltam uns vinte minutos. O que aconteceu, Eriol? Não conseguiu dormir?
Eriol olhou Nakuru de esguelha.
- Como assim, Nakuru? Não se lembra de ontem?
- Ontem? - a jovem colocou o dedo indicador da mão direita sobre os lábios, indicando que pensava em alguma coisa - Não. Nada. O que aconteceu?
- Alguém me telefonou... De noite, lembra? E eu saí de casa um pouco depois.
Nakuru riu.
- Eriol, você não saiu de casa ontem!

- Como?
A jovem deixou um suspiro exasperado escapar dos seus lábios.
- Eriol, não lembra? Ontem você decidiu estudar para a sua prova de matemática, e acabou dormindo no escritório. Eu o trouxe para a cama, bem tarde. Fim da história.
Eriol sentiu a própria boca abrir em espanto contra a sua vontade.
- Eu o quê?
- Mestre Eriol! Bom dia. - Suppi havia entrado voando no quarto, para logo descer na cama de Eriol.
O jovem mago sentiu o mesmo espanto que havia experimentado quando Nakuru entrara no seu quarto mais cedo.
- Mestre Eriol?
- Spinnel... Ontem à noite, o que exatamente aconteceu?
- O senhor estava estudando matemática. Mas aparentemente dormiu sobre o seu livro no escritório, e Nakuru colocou-o na cama. Por que, mestre?
Eriol balançou lentamente a cabeça.
- Nada, Spinnel. Deixem que eu me vista, estamos atrasados.
As duas criaturas concordaram com a cabeça e deixaram o quarto, indo esperar por Eriol no andar inferior.

Faltando apenas cinco minutos para o início das aulas naquele dia, Eriol ainda estava dentro de casa. Logo após ter se vestido, notou com certo alívio que a dor de cabeça parecia ceder. Apanhou sua mochila e desceu correndo as escadas, não sem antes parar no escritório.
Para sua completa surpresa, seu livro de matemática estava ali, aberto em um capítulo que deveria cair na prova do dia.
Sentiu seu cérebro maquinar o que estava acontecendo, sem sucesso. Apanhou o livro e saiu correndo para a cozinha, onde seu remédio o esperava. E apenas mais três minutos para o sinal das aulas.

No ano da sua formatura do ginásio, Eriol jamais imaginou-se correndo para entrar na sala a tempo. Havia acostumado-se a ver Sakura fazendo isso, mas por algum motivo, era estranho chegar atrasado. Alguma coisa dentro de si mesmo dizia que era por causa da fama da sua "pontualidade britânica".
Entrou na sala, e notou com alívio que o professor ainda não tinha entrado. Porém, todos os seus colegas olharam estranhamente para ele.
Sorrindo como se desculpasse, Eriol sentiu um baque nas suas costas, e um som que ele classificou como uma respiração ofegante. Virando-se, encontrou Sakura.
- Bom dia, Eriol!
Eriol assustou-se. Só havia percebido que Sakura chegara quando ela literalmente trombou com ele.
- Bom dia... Sakura.
A jovem olhou preocupada para ele.
- Parece preocupado, Eriol. Aconteceu alguma coisa? Com Nakuru? Ou Suppi? Ou com você?
Eriol balançou a cabeça negativamente.
- Tudo bem.
Sakura olhou com alguma incerteza para o amigo antes de concordar rapidamente com a cabeça, e pular de susto quando o professor mandou que os dois entrassem na sala. Já eram passados vários minutos desde o sinal.
Os dois jovens se sentaram, ganhando olhares engraçados de Tomoyo e Shaoran. A jovem de cabelos negros virou-se para trás rapidamente.
- Eriol? Atrasado? Está tudo bem?
Eriol viu-se suspirando. Será que chegar atrasado era algo tão anormal assim?
- Tudo, Tomoyo. Apenas... Perdi a hora.
Olhou disfarçadamente para Shaoran, enquanto pegava seu livro de história na mala, mal ouvindo as palavras que o professor dizia.
Shaoran sentiu-se observado, e virou-se para encarar Eriol. Um breve duelo de olhares se seguiu, antes que Shaoran fosse chamado por Sakura para perguntar em qual página ela deveria abrir o livro.
O jovem mago arrumou o aro dos seus óculos, mais por hábito do que necessidade. Não encontrou nada de acusador nos olhos de Shaoran. Nada que confirmasse que ele havia recebido um telefonema do amigo na noite anterior.

Em pleno último ano para se formar, Eriol não acreditava que estava começando a alucinar.
Porém, aparentemente era o que tinha acontecido. Shaoran nunca havia telefonado, e ele nunca saíra de casa. Então por que se lembrava de tudo tão claramente? Se tudo fosse uma alucinação, era uma das mais convincentes.
Porém, alucinar não era o que mais assustava o jovem britânico agora. Olhando para o livro aberto na sua frente agora, fechou os olhos e tentou sentir a presença dos seus colegas. Nada.
Não sentia mais a presença de Sakura. Que era muito nítida e forte até o dia anterior, assim como a de Shaoran e Tomoyo.
Não havia percebido a entrada de Nakuru ou Spinnel no seu quarto mais cedo, também. E eles eram suas próprias criaturas. Por isso havia se assustado.

Como um último teste, Eriol olhou fixamente para o seu livro, tentando fazer com que mudasse de página mentalmente.
O livro não se mexeu.

Eriol ficou grato por ter grande auto-controle sobre as suas emoções, ou teria gritado durante uma simples explicação sobre a crise de 1929 nos Estados Unidos.
Descobriu que todos os seus poderes haviam sumido.
No meio do seu espanto diante da constatação, ele perdeu o pequeno sorriso que havia se formado no rosto de Shaoran, que estivera-o observando durante algum tempo.
Um pequeno sorriso nada inocente. Agora...

... Quem era o mestre?

Ele, Shaoran Li. E Eriol teria de seguir todas as suas ordens.

Continua...

N/A²: Depois de um longo tempo de hibernação, eu voltei. Sério, voltei. Anywayz, agora é para valer: vou continuar o Carnation Crime e concluir Rumos Inesperados. Não sem uma ponta de contrariedade, porque eu descobri que detestei a forma que Rumos tomou. Porém, é injusto deixar o fanfic sem final.

Peço desculpas a todos que estão esperando por uma atitude minha durante todo esse tempo. Maiores explicações no final do próprio Rumos.

E sobre este fic aqui, espero que tenham gostado do começo. Levou algum tempo para eu pensar numa seqüência, sem contar que eu tive um pequeno problema para arranjar um título. Mas saiu. Até o próximo capítulo!

Mari-chan.