Título: What If – Ryan in Glee's Season One
Autor: Lenon
Categoria: 1a Temporada, What If
Classificação: PG-13
Capítulos: 22
Resumo: Rachel tem um primo a quem obriga a participar do Glee para não ficar sozinha. Mas não é que no final ele acaba gostando?
Obs.: Sabe quando um personagem fica na sua cabeça e não sai de jeito nenhum? Então, eu fiquei assim com esse. Então esse é o Ryan. Espero que gostem de conhecê-lo.

S01E01 – Pilot

Ryan estava em seu lugar, distraído enquanto a aula continuava a acontecer ao seu redor. Era seu segundo ano no McKinley High School e já estava cansado de tudo aquilo. Não via utilidade nenhuma naquelas aulas, pois já sabia exatamente o que seria.
Desde pequeno seu pai lhe treinou para ser o melhor pianista dos EUA e, quem sabe, do mundo. Desde os 3 anos brincava com o piano, ao lado da mãe, que o ensinara tudo. Com mãe e pai músicos, foi fácil para ele entrar nesse mundo e logo se encantar com o que aquilo poderia significar pra ele.
Dois anos depois sua mãe faleceu. A frustração e falta de direção fez com que, tanto ele quanto o pai se focassem cada vez mais em sua carreira como pianista, esquecendo de todo o resto. Agora, aos 16 anos, ele não tinha amigos, namorada ou nada além de seu pai e seu piano. E uma prima chata que achava que ele era seu melhor amigo.
– Ryan – disse Rachel, sentando-se ao seu lado animada. – Acredito que você já saiba sobre o Sr. Ryerson está fora do Glee, certo?
– Sim, depois que você o denunciou para Figgins, era de se esperar que ele saísse. Você sabe que estragou a carreira dele, certo?
– E quem se importa com isso, ele queria estragar a minha carreira.
– Eu sempre me esqueço que o mundo gira ao seu redor e que todos se preocupam apenas com você.
– Cala boca, Ryan!
– Ficaria feliz se você fizesse isso também.
Ela parou de falar, aborrecida com o modo como ele lhe falara. Mas isso não durou muito tempo. Por ela não ter amigos ou ninguém para conversar, ele era a pessoa que teria de escutá-la.
– Então, parece que o Sr. Schuester, o professor de espanhol, assumiu o clube e abriu audições para lá. E você vai fazer.
– Não vou não – disse ele, sem dar muita atenção.
– Eu não posso ir sozinha e preciso de alguém que saiba tanto de musica quanto eu. Qual é, vai ser divertido... – implorava a garota.
- Primeiro, não quero. Segundo, meu pai não deixaria. Terceiro, não tenho tempo. Quarto, não quero de novo.
- Por favor. Você acha que eu não percebo como você é infeliz em apenas vir a escola, assistir a aula e voltar pra casa. Tudo o que você tem é seu piano. E você é muito bom nele, mas não tem mais nada. Não fica cansado de sempre estar sozinho, de sempre estar afastado de tudo e de todos? Você realmente não quer fazer parte de algo onde pode conhecer pessoas novas, fazer novos amigos e mudar um pouco sua rotina?
- Não.
- Então eu digo pro seu pai que você está matando aula de Matemática todos os quartos períodos de segunda para ver o treino das cheerleaders.
- Eu não faço isso... – desconversou ele, se ajeitando na cadeira, nervoso.
- Faz sim. E eu sei pra quem você fica olhando.
- Ok, eu faço o teste – ele a parou. – Isso vai fazer você se calar?
- Sim – sorriu vitoriosa, voltando a prestar atenção em sua aula.


À tarde, Ryan andava cabisbaixo em direção ao auditório, pronto para fazer o teste idiota que Rachel tanto insistia que ele fizesse.
Sentando-se em um dos bancos, observou o local vazio. Imaginava que aconteceria algo assim, já que ninguém naquela escola respeitava os integrantes do clube. Ele sabia que era invisível e ninguém olhava para ele, mas era melhor do que o olhar de desprezo que os outros recebiam. E pensar que tinha que fazer isso por causa de Rachel era ainda pior.
- Ryan Berry – chamou Sr, Schuester de seu lugar e o garoto se direcionou para o palco. Sentou-se em frente ao piano e começou a tocar uma linda melodia. Não era nem metade do que poderia fazer em um piano, mas serviria para aquilo.
- Você tem que cantar – gritou Rachel, de seu lugar.
Olhou-a com raiva. Ele não cantava, nunca cantara antes. Sua mãe sim tinha uma linda voz, mas não ele. Nem seu pai. Deus, a voz do pai dele era assustadoramente ruim.
- Sinto muito, Ryan, mas ela está certa. Você tem que cantar.
- Eu não canto, Sr. Schuester. Eu...
- Apenas tente... Você pode se surpreender.
- Ok... – ele respirou fundo, pensando em alguma música. Era algo difícil de escolher para ele, então cantou a primeira que lhe passou pela cabeça.

Because you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
You had a bad day

Quando ele terminou de cantar, pôde ver Schuester sorrindo e Rachel de boca aberta.
- Você está dentro.

Sit down, sit down, sit down, sit down,
Sit down you're rockin' the boat.

Os seis integrantes do Glee cantavam a música e, quando Artie perdeu o controle de sua cadeira e bateu na parede, eles tiveram que parar.
- Nós somos horríveis – disse Rachel.
- Somos mesmo – concordou Ryan.
- Nós chegaremos lá – disse o professor, não parecendo muito confiante. – Só precisamos continuar ensaiando.
- Sr. Schuester, tem noção de como é ridículo dar o solo principal de "Sit down you're rockin' the boat" para um cadeirante? – reclamou ela novamente.
- Acho que o Sr. Schue usa a ironia para melhorar a performance – tentou se defender o garoto.
- Não há nada de irônico em apresentações – disse brava.
- Ok, vamos nos acalmar! – Ryan tentou melhorar a situação, mas sua prima não permitia, saindo correndo da sala em frustração.
- Ela é sempre assim? – perguntou Mercedes, com a mão na cintura.
- Sempre...


Ryan e Rachel estavam no carro do rapaz, sentados e calados.
- Então, o ensaio foi legal hoje.
- Não seja ridículo, Ryan. Você nem ao menos tentou. Você tem uma voz ótima, mas fica com medo de cantar. E eu acabo tento que fazer tudo sozinha.
- Já passou pela sua cabeça que é porque eu não sei cantar. Eu não canto.
- Você canta sim! Droga, quando você vai perceber isso – ele parou em frente a casa dela e ela saiu do carro.
Ele chegou pensativo em casa, para encontrar seu pai sentado no sofá o esperando.
- Você está atrasado – disse o homem, bravo.
- Eu sei, desculpe, estava enrolado com a escola.
- Já disse para não deixar a escola te atrapalhar.
- Pai, se eu não me formar, não posso ir para nenhum conservatório famoso, você sabe disso.
- Só estou dizendo. Toma um banho que temos que ensaiar.

I got chills.
They're multiplyin'.
And I'm losin' control.
'Cause the power
you're suplyin',
it's electrifyin'!

Era o que o garoto novo cantava. O jogador de futebol que entrara pro clube sabe Deus por quê. Enquanto ele cantava ao lado de Mercedes, pôde ver o olhar de psicopata de sua prima e tentava manter-se cantando e não rir enquanto ela se aproximava dele e empurrava a todos (menos ele, por saber que se o empurrasse, ele devolveria o ato).
- Isso está uma droga! – gritava Mercedes, parando o ensaio. – Olha, não vou cantar no fundo. Eu sou Beyoncé, não Kelly Rowland.
- Ok, Mercedes, olha, é apenas uma música – disse Sr. Shue.
- E é a primeira que estamos mais ou menos bem – disse Kurt.
- Tudo bem! Você é bom, branquelo, eu admito isso – disse a garota. – Quero só ver! Vamos fazer de novo.
- Ok, vamos lá. Do começo.
No final do ensaio, as pessoas se afastavam e Ryan chegou perto de Rachel.
- Você precisa ser um pouco menos stalker, sabia?
- E você tem que começar a cantar – disse ela, se afastando dele.
x.x.x
- Você está nos deixando? Quando? – era o que perguntava Artie depois que o Sr. Schuester avisou a todos que deixaria o clube para se tornar um contador.
- Aviso com duas semanas de antecedência – disse o homem com olhar triste. E Ryan se surpreendeu ao perceber que estava triste com a notícia também. Será que estava começando a gostar daquilo? – Prometo achar um bom substituto antes de sair.
- Isso é porque os caras da Carmel foram tão bem? – perguntou Mercedes. – Porque nós podemos nos esforçar mais.
- Eu posso até mesmo começar a cantar – disse o garoto, sem perceber.
- Isso não é justo, Sr. Schuester. Não conseguiremos sem você – Rachel o olhava, decepcionada.
- Isso significa que eu não preciso mais ficar no clube ou... – tentava pensar Finn.
- Isso não é sobre vocês, gente. Adultos têm que tomar decisões difíceis. Não é como na escola. Algumas vezes temos que desistir de coisas que amamos. Um dia vocês vão crescer e entender. Estava adorando ser o professor de vocês.
Ele saiu, deixando os sete alunos decepcionados para trás.


- Olha, gente, esses passos não são difíceis, eu os faço desde a primeira série – reclamava Rachel, mais uma vez.
- Eu nunca dancei na minha vida, Rachel, o que você quer? – gritava Ryan com ela.
- Me desculpe, eu perdi a eleição para rainha? Porque eu não votei em você – disse Kurt.
- Eu sei do que estou falando, ganhei minha primeira competição de dança quando eu tinha 3 meses.
- Eu sei, já assisti o vídeo, você apenas balançava os braços e babava – disse o garoto. – E o que você está fazendo aqui? – perguntou ao ver Finn entrando com Artie.
- Olha, eu lhes devo desculpas. Nunca devia ter saído. Não quero ser o cara que sai atirando ovos nas pessoas – disse Finn.
- Aquilo foi você? – perguntou Rachel.
- Demorou dias pra tirar o cheiro de ovo – comentou Ryan.
- Você e seus amigos atiraram balões de xixi em mim – disse Kurt.
- Eu sei.
- Colocaram minha mobília de jardim no telhado – continuou.
- Eu não estava lá, mas estou muito arrependido. Olha, esse não sou eu e estou cansado disso. Isso é o que quero fazer, com vocês. Eu costumava achar que isso era a coisa mais idiota da Terra.
- Eu também – interrompeu Ryan.
- Talvez até seja, mas... Estamos todos aqui pelo mesmo motivo. Todos queremos ser bons em algo. Arty, você toca guitarra, certo? Acha que poderia recrutar a banda de jazz?
- Sou bem influente lá – disse ele.
- Certo. Mercedes, precisamos de fantasias novas e elas precisam ser legais. Pode fazer isso?
- Não vê o que estou vestindo? – ela sorriu.
- Rachel, você pode fazer a coreografia. Ryan faz o arranjo. Tina, no que você é boa?
- E... E...
- Vamos achar algo pra você.
- E o que você vai fazer, Justin Timberlake?
- Eu tenho a música

Don't stop believin'
Hold on to that feelin'
Streetlight, people

Don't stop believin'
Hold on to that feelin'
Streetlight, people
Don't stop

- Bom, gente. É um 9, precisamos de um 10 – disse Sr. Schue, entrando ao final da apresentação. –Rachel, você precisa acertar os cincos. Finn, acho que se trabalharmos melhor, chegaremos a um B. Ryan, eu disse que você cantava.
Ryan sorriu.
- Isso significa que você vai ficar? – perguntou Finn
- Me mataria não vê-los nas Nacionais. Do começo.