Fic feita para o Projeto …Again? Da seção Harry&Draco do fórum 6V!

Esse é um projeto de clichês, então hold on to your hats, kids, porque clichê é o que vai vir aqui!

Os trechos no começo de cada capítulo são da música Shattered, da banda Trading Yesterday (que é, também, de onde vem o nome da fic e que não me pertence). Eu aconselho a ouvi-la, ela é LINDA (mas procurem a versão longa de 4min59s, não a curtinha de 2min22s ou a mais comprida de 4min51s, porque elas não são iguais XD)


Shattered

1

Yesterday I died, tomorrow's bleeding
Fall into your sunlight

Harry sempre odiou história.

Era uma matéria chata na escola trouxa, era chata com o fantasma asmático em Hogwarts e continuaria sendo chata pelo resto da sua vida, não importa o quão longa ou curta ela ainda fosse ser.

Mas se Harry tivesse só um pouquinho de bom senso, ele teria se importado em olhar um pouquinho da história da sua família.

Não o lado dos Potter, sangue mágico e puro por gerações até James casar com Lily, mas de Lily.

Porque Lily era e sempre havia sido especial.

E se Harry tivesse bom senso, ele teria dado uma olhadinha nas razões pelas quais sua mãe, repentinamente, decidira dar uma chance para seu pai quando antes ela tão obviamente o detestava.

Mas Harry nunca tivera muito bom senso.

E era por isso que agora Harry estava em coma no hospital.

E nem mesmo sabia porquê.

x

Tudo havia começado três semanas antes.

A guerra já havia terminado há uma semana, e Harry ainda não conseguia se sentir... bem. Ele havia reclamado muito de dores de cabeça, e cansaço, e enjôos, e uma sensação de... peso, de dor, de agonia, como se tivesse alguma coisa faltando, algo que precisava ser completado.

Hermione havia ouvido suas reclamações com um sorriso leve no rosto e dito que era muito possível que ele estivesse com stress, talvez estafa pelo peso da guerra, e as dificuldades dos últimos meses. E Harry concordava, ele muito provavelmente não havia tido tempo ainda de processar tudo o que ocorrera. Afinal quem poderia morrer e então voltar, e seguir com a sua vida alegremente?

Não Harry, com certeza.

Mas conforme os dias passaram, os sintomas não pareciam diminuir, mas sim aumentar tanto de intensidade quanto em quantidade. Harry sentia enjôos todas as manhãs. Harry estava emagrecendo de maneira estranha. Ele estava tendo reações alérgicas às coisas mais inesperadas, e parecia ter desenvolvido um certo fascínio por homens de cabelos loiros. O sorriso de Hermione transformou-se em uma expressão de profunda preocupação quando, depois de ameaçar azará-lo com algo incrivelmente inconveniente envolvendo suas partes íntimas, ela o havia convencido a ir até um médico.

E o médico, depois de ouvir a longa lista de sintomas, perguntar de casos semelhantes na família e fazer uma bateria infinda de exames, havia concluído que não havia nada de errado com Harry.

Nem mesmo um cabelo fora do lugar, por assim dizer.

No início da segunda semana, Harry parecia estar tomado de depressão. Ele não tinha vontade de levantar, de caminhar, de sorrir ou de comer. Ele sentava por horas a fio, sozinho, encarando as janelas d'A Toca onde estava hospedado até começar o treinamento para auror, sem mesmo se mover se Hermione, Ron ou Ginny não fizessem com que ele se movesse.

Ginny estava tão preocupada quando Ron e Hermione e, no fim da terceira semana, decidiu tentar novas táticas para animar Harry.

E quando ela o beijou, ela conseguiu sentir a pele de Harry tornar-se mais fria e, afastando-se, viu-o empalidecer e cair no chão, inconsciente.

Estado no qual ele permanecia desde aquele dia.

E ninguém sabia qual era o problema dele.

Hermione, Ron, Ginny e até mesmo George estavam à beira da cama de Harry em St. Mungus, em um domingo à tarde, quando tudo começou. O estado dele era estável, estático, imutável havia mais de uma semana. Ele respirava bem, as poções o alimentavam, e ele parecia... saudável, mas ele não acordava e os médicos não sabiam o que fazer daquele fato.

Por medo de que talvez os acontecimentos da última batalha tivessem algo a ver com o estado atual de seu amigo, Hermione havia relatado ao médico responsável por Harry tudo o que o rapaz havia lhe dito sobre a horcrux que havia nele e sua experiência de quase-morte.

O médico havia empalidecido ao ouvir o relato, mas depois de pesquisar todos os possíveis efeitos do que havia acontecido a Harry, havia concluído que o estado de Harry não advinha de sua quase morte.

Ele estava bem.

Eles só não sabiam como acordá-lo.

Os três visitantes estavam esperando pelo médico que apareceria a qualquer momento, quando houve barulho do lado de fora. Pensando em fazer algo de útil, já que sentar e olhar para Harry não parecia estar ajudando, Ginny levantou e foi abrir a porta, pensando ser o médico, mas quem estava ali perto não era o médico, e sim, Narcissa e Draco Malfoy.

Narcissa parecia pálida, mais magra, e Ginny concluiu que ela deveria estar ali para um check-up pós-estada em Azkaban. Draco continuava o mesmo, apenas um pouco mais magro, certamente pela pressão da mídia em cima da família.

Vendo os dois ali, e sabendo que Narcissa havia salvado a vida de Harry, Ginny acenou cordialmente com a cabeça com um sorriso curto. Narcissa retribuiu o cumprimento e olhou para dentro do quarto, vendo Harry na cama.

"O que aconteceu com Potter?", ela indagou em sua voz caracteristicamente fria.

Draco, que até então parecia apenas impaciente para sair dali, olhou para dentro do quarto e franziu o cenho.

"Ninguém sabe.", Ginny respondeu, sem dar maiores informações.

Draco, decidido a dar uma espiada em Potter, entrou no quarto sem convite, ouvindo um som impaciente de sua mãe.

E pode-se dizer que foi exatamente ali o começo desta história.

No momento em que Draco se aproximava da cama, o médico entrou no quarto e, vendo tantas pessoas em volta do seu paciente, fez um som de impaciência e teria pedido que saíssem dali para que ele pudesse examinar Potter quando a coisa mais incrível aconteceu.

Harry Potter abriu os olhos e olhou fixamente para Draco Malfoy.

Draco levantou uma sobrancelha ao ouvir as exclamações de espanto dos demais que estavam no quarto, não sabendo que Harry estava ali, sem se mover, há mais de uma semana.

O médico, analisando as reações de seu paciente, sentiu uma vontade enorme de bater com a cabeça na parede.

"Senhor Malfoy, eu posso pedir que, por favor, não saia deste quarto enquanto eu chamo um colega?", o médico pediu, e Draco olhou para ele com desconfiança.

"Eu só estava acompanhando minha mãe.", ele respondeu, fazendo o médico ver que seria necessário mais do que aquela curta frase para convencer um Malfoy a ajudar um Potter.

Por Rowena, como ele queria estar errado na sua tese.

"O senhor pode ter acabado de salvar a vida do senhor Potter. A sua saída pode acarretar em uma piora considerável no seu estado, e o senhor Potter esteve em coma por mais de uma semana."

Draco olhou para sua mãe, e viu Narcissa dar o mais imperceptível sinal de positivo, e então ele concordou com um aceno arrogante para o médico.

O médico saiu, deixando dois ruivos e uma morena muito confusos para trás.

Hermione queria fazer perguntas e Ron queria gritar e Ginny queria muito abraçar Harry, mas nenhum deles tinha coragem de fazer nada, pois Harry ainda não havia falado, ou se movido mais do que o necessário para acompanhar Draco com o olhar, enquanto ele andava pelo quarto.

Uma enfermeira entrou no quarto, um médico mais velho dirigiu-se à Narcissa Malfoy e começou a conversar com ela em vozes baixas, enquanto o médico responsável por Harry explicava ao rapaz que iria tirar um pouco de sangue para fazerem um teste, mas Harry mal percebeu que estavam falando com ele.

Ele estava olhando para Draco e tudo parecia fazer tanto sentido.

Enquanto o médico retirava o sangue, Narcissa sentou-se na única poltrona disponível, com o ar de quem sabe que vai ter uma espera longa pela frente, fazendo Draco olhar para ela com curiosidade. Ela apenas sorriu e voltou a observar Harry, que parecia estar, finalmente, voltando a si.

O médico mais velho pegou a seringa com o sangue de Harry e então tirou um tubo de uma poção azul vibrante de suas vestes, colocando algumas gotas da poção no sangue.

Em alguns segundos, pequenos pontos da mesma cor da poção podiam ser vistos brilhando aqui e ali em meio ao sangue de Harry e o médico mais novo passou a mão pelos olhos.

"O que foi?", perguntou Ginny, ansiosa, fazendo até mesmo Harry começar a parecer preocupado.

"Bem, nós parecemos ter descoberto o que havia de errado com senhor Potter, mas isso pode ser ainda mais difícil do que nós pensamos."

"Como assim?", perguntou Hermione, mas o médico não lhe deu atenção, olhando para Harry.

"Senhor Potter... Harry, eu preciso fazer algumas perguntas, você se sente disposto a responder?"

"Sim. Eu estou... bem.", Harry respondeu, parecendo intrigado, mas ainda assim seguindo Draco com o olhar. O loiro por sua vez, havia ido sentar ao lado de sua mãe, sem entender porque deveria estar ali.

"Senhor Potter, o que o senhor pode nos dizer de sua mãe?"

Harry pareceu confuso com a pergunta, mas a respondeu mesmo assim.

"Minha mãe era nascida trouxa. A primeira bruxa na família... Ela estudou em Hogwarts, era amiga de Severus Snape, detestava meu pai até o sétimo ano, quando eles começaram a namorar, e casaram assim que saíram da escola. Eu nasci alguns anos depois... Ela morreu pra me salvar."

O médico concordava com a cabeça, como se tudo fizesse sentido.

"O relacionamento dos seus pais pareceu repentino?"

Harry inclinou a cabeça para o lado, com quem considera.

"Eu acho que sim... Mas minha mãe amava meu pai, eu sei disso.", ele afirmou, incomodado com o que o médico pudesse estar implicando.

"Com toda a certeza, Harry, eu tenho a mais absoluta certeza disso. Sua mãe foi a primeira bruxa na família? Ninguém de sangue mágico antes dela?"

Harry balançou a cabeça negativamente, e o médico concordou mais uma vez, suspirando.

"Senhor Potter, o senhor esteve em coma por dez dias, e antes disso experimentou desconforto, enjôo, um caso leve de depressão, letargia e dores, não?", outro aceno afirmativo de Harry, "E agora, como o senhor se sente?"

"Bem.", Harry repetiu, "Completamente bem."

O médico fez mais um som de concordância e voltou-se então para os Malfoys.

"Senhor Malfoy, o senhor poderia, por favor, aparatar até a cafeteria do hospital, aguardar lá por um minuto e então voltar?"

Draco parecia estar pronto a protestar, mas a mão de Narcissa em seu braço o fez suspirar irritadamente, e sumir.

E junto com Draco se foi o conforto de Harry. As dores voltaram, a sensação de vazio, a dor de cabeça, o enjôo, a letargia. Fechando os olhos, Harry deitou na cama, e parecia estar prestes a adormecer mais uma vez quando Draco voltou e, como num passe de mágica, tudo passou.

Com os olhos verdes arregalados de espanto, Harry olhou para o médico que ainda segurava o vidrinho de sangue em sua mão.

"O que está acontecendo?"

"Eu vou explicar, mas, por favor, senhor Potter, mantenha em mente que eu estou trabalhando apenas com suspeitas aqui, e apenas um único fato. Nossa melhor suspeita é que sua mãe, senhor Potter, tinha no sangue dela um gene de uma determinada criatura mágica que foi ativado aos dezessete anos. Este fato levou ao casamento dos seus pais. Este gene poderia ter ficado encubado no sangue da família da sua mãe por centenas de anos, e se manifestado apenas nela, porque ela tinha sangue mágico, possibilitando a manifestação do gene. Esse gene foi então, passado ao senhor, mas não se manifestou até o fim da guerra pelo bloqueio que o senhor tinha na sua própria magia.", Harry acenou afirmativamente, entendendo que o médico se referia a horcrux, "Agora que o senhor está livre deste bloqueio, o gene se manifestou no senhor, o que nos leva à sua condição. Por ter sido suprimido por mais tempo do que deveria, sua condição foi mais severa, e ao invés de ter apenas a consciência desta manifestação, o senhor apresenta manifestações físicas das necessidades deste gene."

"Mas que gene é esse?", Harry perguntou.

"O senhor, senhor Potter, tem o gene veela."


OMG! VEELAS!

Pois é. XD

Sejam amores com o pooobre Harry-Veela que não está bem, e pensem que Draquinho ainda tem que se manifestar ali e

R E V I E W !