O resgate de uma paixão.

N/A: Apesar de ser continuação da Revolta dos Sangues Ruins, dá pra ler mesmo assim.

N/A:2: Quem ainda estiver lendo RsR a 1ª parte, peço que não continue, pois estragará surpresa! Mas a decisão fica em suas mãoes! Pra quem prefere pular pra seção dos "garotos" ... agora "adultos" ... 'bora pra ler... Espero que gostem...

Capítulo 01.

O convite de Gina.

Um pontinho marrom cortava como um raio o céu azulado daquela manhã, dava algumas cambalhotas no ar e arrastava consigo um envelope bem maior do que si mesmo, e após finalmente tanto voar em reviravoltas, e se exibindo para os demais pedestres, ela atingiu o seu objetivo, adentrou violentamente uma figura quadrada desenhada em uma parede de tijolos vermelhos, aterrissando desajeitadamente em um lugar bem macio, de modo que a corujinha deu ainda vários saltos e pios, assustando um rapaz de dezoito anos, de cabelos muito negros, compridos e desalinhados, havia uma cicatriz fina e permanente em sua testa, era tão vermelha quanto qualquer outro arranhão em seu rosto. Seus olhos eram intensamente verdes brilhantes, seus lábios eram um tantinho carnudos e seus ombros estavam começando a esticarem para os lados, seu corpo era bem formado e seus músculos bem definidos devido aos jogos de Quadribol freqüentes no castelo em que habitara durante toda a fase de sua adolescência, exceto durante as férias de verão. Estava acompanhando um programa na televisão, até então, notou a presença de algum ser quicante em seu quarto que se tinha acesso ao oposto da entrada naquela sala.

Harry deixou o saco de pipocas ao lado do sofá e foi ver o que estava acontecendo em seu quarto onde havia uma enorme cama de casal, totalmente bagunçada, provavelmente não havia sido arrumada há séculos, e literalmente era verdade. Uma brisa fresca penetrava suavemente pela janela deixando o quarto ainda mais arejado, a única coisa que realmente o incomodava era o barulho do trânsito durante a noite, na avenida abaixo.

Harry atravessou o seu quarto, pulando as peças de roupas espalhadas por todo o lugar e esticou os braços para apanhar a corujinha familiar, e ela pareceu extremamente contente em vê-lo. Caindo sentado na cama, ele particularmente teve um certo trabalho em desprender o envelope das perninhas saltitantes da coruja, mas assim que o fez, meteu as unhas no pergaminho e o leu rapidamente:

Querido Harry,

Sei que suas férias não estão sendo uma das melhores, papai me contou que o Ministério invadiu a residência de seus tios várias vezes seguidas a sua procura (inclusive eles saíram na capa do Profeta Diário, em uma foto imensamente grande para caber os três), por falar nisso, vários jornais estão a sua procura para entrevistas e tudo mais. Espero, sinceramente, que Píchi o encontre já que está bem escondido em algum lugar de Londres (pelo menos, eu espero!). Lógico, não precisa me dizer exatamente por onde você anda, mas gostaria de saber se está tudo bem com você, afinal, fico muito preocupada, assim como Rony ficaria também, isso é claro, se estivesse conosco.

Papai disse também, que alguns boatos dizem que você não está na Grã-Bretanha, ultimamente, nem sei se acredito, mas ele próprio suspeita que você tenha comprado um apartamento, já que você foi visto nas redondezas de Gringotes, segundo Fred e Jorge que ficaram extremamente aborrecidos por você não os visitar.

Acredito que irei ao Beco Diagonal nessa quarta-feira com o papai, e ele mesmo me disse no café da manhã que adoraria revê-lo antes de ir para Hogwarts, e gostaria também que passasse essa última semana aqui na Toca, eu sei que Rony, seu melhor amigo, não está aqui, mas ficaríamos felizes em poder conversar melhor com você.

Responda, por favor, estamos aguardando notícias,

Beijos,

Gina Weasley.

De fato, tudo o que estava na carta era verdade (ou quase tudo!). Harry deu ao menos um quinto de sua conta em Gringotes aos Dursleys que ficaram muitíssimos satisfeitos com a solidariedade do sobrinho.

Indo à seqüência da carta, as coisas estavam péssimas para o lado de Harry, Gina sabia muito bem o porquê mas não aprofundou sobre o assunto na carta, até porque atingia muito ambos, ainda, e pelo visto o mundo inteiro estava sabendo do ocorrido na plataforma, no início das últimas férias de verão, e a quem (da sociedade bruxa) ainda não sabia que Hermione Jane Granger estava sendo caçada por todos os lugares pelo cruel fato de ter torturado um de seus melhores amigos com uma Maldição Cruciatus, levando em conta que ele era um comensal que levara no passado informações a Voldemort (na época um dos bruxos mais perigosos da face da Terra que estava amarrado numa guerra violenta e mortal contra Harry). E sim, Hermione estava sendo procurada por todo o esquadrão de aurores existente de tudo o que sobrou da Ordem da Fênix após a guerra.

Declarava Harry, em todos os lugares, que ele havia sido encurralado pelo ruivo no ano anterior, na plataforma, mas ainda assim as pessoas não acharam justificativa pelo "crucio" que deixara Rony completamente louco a ponto de ser levado "com danos permanentes" para o St. Mungus, hospital mágico que cuida de doenças e seqüelas no mundo dos bruxos.

Ao outro fato, era que Harry estava sendo procurado por todo o país devido ao caso de ter assassinado o bruxo mais temido do século, um dia antes da formatura, e por ter perdido a namorada no meio da multidão pelo motivo de ter liberado um crucio não intencionalmente forte na direção do seu ex-melhor amigo Ronald Weasley, e se antes já era considerado famoso, depois de todos esses rolos, então...

Harry pegara um pouquinho de ouro de Sirius em Gringotes e decidiu que já era hora de abandonar a rua dos Alfeneiros, uma vez que, já era considerado maior de idade pela Legislação de Londres e podia viver sozinho o quanto quisesse, e por fim decidiu-se que era a hora certa para comprar um apartamento como planejara no fim do ano letivo. Agora vivia em um apartamento em Londres, perto do Caldeirão Furado em Londres, e seus dias eram assim agora, vivia com seus pensamentos e devaneios torturantes, por conseqüência considerava o seu apartamento mais sujo e bagunçado de todo o prédio de sete andares, sendo ele, morador do quarto. Mas ele não ligava para isso, ao contrário, sentia-se mais à vontade e não se preocupava nadinha com o próximo curso em Hogwarts. Tinha repetido o sétimo ano devido às fracas notas por estar preocupado com a Guerra contra Voldemort e por opção própria desejou refazer o sétimo ano, levando em conta também, o fato de ter sido expulso da escola na véspera dos exames, por ter levado o crédito de quando assassinou Dolores Umbridge, que por sua vez se não tivesse feito isso teria assassinado Harry e seus amigos, ao lado do túmulo dos pais. Mas isso foi o de menos, não se importava mesmo agora. Não mais.

Após muito refletir, ele decidiu responder à Gina mais tarde, voltou à sala para terminar de ver o programa favorito de televisão (sim, ele levara consigo muitos pertences trouxas para se distrair, inclusive, vivia em um prédio trouxa).

Antes mesmo que terminasse o seu caminho em direção ao sofá, tão confortável quanto qualquer outro móvel de sua casa, quando o som da campainha estridente veio da cozinha em direção aos ouvidos de Harry que se arrebitaram no ar em surpresa, não fazia idéia de quem seria.

E puxou a varinha antes de chegar à porta, com vários agitos os objetos ganharam vidas e até mesmo assas e buscaram algum buraco para se esconder naquele lugar, e quando tudo estava aparentemente limpo, ele estendeu o braço e abriu a porta.

Duas figuras apareceram, ambas eram altas só que uma delas era mais corpulenta que a outra, eram dois desconhecidos, homens, um de olhos claros e cabelo castanho arrepiado, e o homem corpulento com roupas agarradas tinha o cabelo naturalmente liso com topete, tinham risadas felizes nos rostos, e esfregavam as mãos com impaciência, Harry não identificou a figura logo de vista mas achou interessante quebrar o silêncio.

- Olá – cumprimentou juntamente com os dois homens à porta.

- Eu sou Chandler M. Bing – estendeu a mão o homem da frente, de olhos claros. Harry apertou.

- E eu sou Joseph Tribbiani – falou o outro apertando a mão de Harry com um pouco mais de força.

- E eu sou Ha... Simas Finnigan! – ele já tinha treinado para aquela farsa, na verdade ele já desconfiava o que os homens estivessem fazendo parados à porta, provavelmente queriam perguntar se havia alguma vaga para morador no prédio, já que Harry pregara esse anúncio no saguão do prédio.

- Então, Senhor Finnigan, nós estamos a procura de algum tipo de vaga, assim, sabe, se tiver com quem dividir o apartamento e tudo mais... – apresentou-se Chandler mais rápido e seu amigo concordava atrás.

- É que, bem, entrem – disse Harry fechando a porta assim que eles passaram – Eu vou estar entrando em um curso agora no começo de setembro – na verdade Harry ia voltar à Hogwarts – Enfim, eu só voltarei durante o fim desse curso que será mais ou menos daqui um ano, e já que comprei esse apartamento gostaria de deixar nas mãos de alguém para tomar conta, sabe... Um tipo de investimento!

- Foi por isso mesmo que viemos – falou Joey olhando um quadro antigo pendurado na parede – Ficamos interessados no apartamento, é que... Nossa amiga mora aqui na frente.

- Rachel? – ajudou-lhe Harry. Ele conhecia muito bem a vizinha, eles se conheceram na lavanderia, da lavanderia se encontraram em um restaurante ali perto, e como uma coisa puxa a outra, um vinho veio calhou em um momento conveniente, de uma taça tornaram-se oito e assim quando estavam completamente bêbados foram parar num piscar de olhos no apartamento da mulher, e como a memória tivesse apagado ele só se lembrou do que aconteceu no dia seguinte, estava embolado em uma conversa recebendo beijos e carinhos no rosto, ele agora tinha sacado que bebida não era uma coisa muito boa em sua opinião, até então, Harry e Rachel saíram outras vezes mas só que as bebidas já não eram mais necessárias para eles se divertirem, fazia por vontade própria e assim se sentia realizado, satisfeito e vingativo, como passara a ser depois de ter sido abandonado pelo grande amor de sua vida. Harry agora conquistava as mulheres por sua beleza e não pelo que realmente era, porque se assim fosse, morreria apodrecido, sozinho. Agora ele era frio, cruel, calculista, e não fazia questão alguma de demonstrar carinho a ninguém, era simplesmente uma pessoa qualquer, sem vida. Uma pessoa morta por dentro.

- Exatamente, Rachel que divide o apartamento com Mônica – justificou Chandler – E Mônica é a minha namorada! - avisou de antemão.

- Ah, certo, mas não a conheço...

- Ela é bem reservada, trabalha bastante, mas enfim, eu gostaria de saber como vão ficar as coisas, conhecer o apartamento se possível...

- Claro, claro – lembrou Harry estendendo o braço para que ele pudesse dar uma vigiada – Fique à vontade.

Eles atravessaram a sala de televisão chegando até o quarto, deram uma espiada básica e voltaram para sala onde atravessaram o corredor indo parar na cozinha, passando pelo banheiro e por mais outro quarto.

- Bom, é isso, o apartamento é um pouco pequeno mas dá pro gasto.

- É, o seu apartamento é bem diferente do das garotas – falou Joey quando retornavam à sala depois da vistoria – O delas é mais amplo.

Depois de todas as combinações, preço, formulários, e algumas coisas a pensar, eles fecharam negócio com Harry, de modo que ficou combinado que quando ele voltasse, pegaria o seu quarto de volta, e os dois teriam que se espremer no quarto ao lado do banheiro. Negócio fechado.

Chandler e Joey se mudaram para o apartamento na semana seguinte, um deles ficou apenas com o quarto e o outro ficou dormindo na sala, a geladeira ficou mais cheia do que de costume e o apartamento ganhou um toque mágico de limpeza, mas que na verdade não era usado pela varinha de Harry e sim pelas delicadas mãos de uma senhora que necessitava do emprego e tinha um carinho enorme por eles, fazia até mesmo vários tipos de bolos e tortas sem se importar em cumprir hora extra em seu serviço. Ela realmente gostava disso.

Harry com o tempo foi conhecendo a rodinha de amigos que ali no prédio vivia, Rachel continuava sendo sua namorada mesmo sabendo que duraria poucos dias porque ele viajaria e a deixaria para Ross, Chandler contava piadas freqüentemente sobre tudo, Joey sempre azarando as mulheres em volta, Ross, um amigo paleontólogo de todos os demais, passava o tempo todo no apartamento com eles, considerava-se também um habitante dali e era curiosíssimo sobre a vida de Harry, não só pelo fato de alimentar uma paixão platônica e de infância pela Rachel, mas sim pelo fato de Harry não fazer nada o dia inteiro e apenas um curso que duraria meses, ainda mais sem voltar para casa, vivia dizendo que era estranho demais para o seu gosto. Mônica, namorada de Chandler e vivente no apartamento da frente era uma ótima cozinheira e todo domingo fazia comida a todos eles, assim, Harry não precisava gastar muito para comer fora, apenas comprava os ingredientes e depois ajudava com a louça (nessa hora sentia saudade de sua varinha). Phoebe também fazia parte da turminha, era uma pessoa muito boa, com um coração maior do que o peito, mas isso era devido à sua excentricidade, odiava qualquer tipo de tortura ou abuso aos animais e sempre dizia coisas fora do sério que de tão tapadas chegavam a ser engraçadas, sem contar também o seu lado modesto, mas era uma boa pessoa, mesmo.

Harry estava preparado para voltar a Hogwarts naquele dia, tinha terminado com Rachel um dia antes e mesmo após muita imploração para continuar com o namoro mesmo a distância, ele não aceitou o tipo de proposta e disse que estava tudo acabado, disse também que ele estava começando a se aborrecer por ela ser insistente, decidiu-se por fim largá-la chorando na mesa do barzinho que freqüentavam e abandonou o lugar, deixando a garota chamar pelo seu nome falso no restaurante, nome que ele já estava se habituando a usar.

Era dia de partida e ele não queria se atrasar, não se importou em se arrumar, apenas colocou roupas qualquer e colocou as malas e a gaiola da coruja na porta da sala.

- Sinceramente, não sei pra que essa coruja – comentou Joey com o controle na mão, vendo televisão – Eu já criei patos e galinhas e tudo mais... Mas corujas?

- E que diferença tem? Mas em todo caso, ela é a única que não me abandonou – disse Harry acariciando a cabecinha da coruja com o dedo. Harry nunca dissera nada a ninguém sobre eles, nem mesmo sobre o fato de ser bruxo e freqüentar uma escola do tipo, muito menos a sua história vivida, e a falta dos pais, o que deixava Ross ainda mais intrigado.

- Você sempre viveu sozinho? – perguntou Joey sentando no sofá, segurando-o com as mãos.

- A-Ah... – Harry parou para pensar um pouco e decidiu que nunca tinha pensado sobre esse assunto, nunca mesmo – Ah, não, sempre morei com meus tios!

- Tios? – perguntou Ross saindo do corredor comendo um biscoito. Harry tomou um susto, não sabia que o cara já amanhecera lá – Você não tem pais?

- Não, morreram! Por quê? – perguntou sendo um pouco estúpido e grosso, Ross apenas queria ser educado e curiosidade é comum, mas Harry não queria falar sobre isso.

- Ah! Nada, eu lamento! – desculpou-se Ross com rispidez – N-não quis dizer isso!

- Eles morreram do que? – perguntou Joey saindo com um pedaço de pizza da cozinha.

- Acidente de carro – essa foi a primeira possibilidade que veio à cabeça de Harry, já que seus tios muitas vezes falaram essa mesma situação.

- Ah! Certo, Harry James Potter – Como Ross sabia o seu nome verdadeiro? Ross tirou alguma coisa do casaco e estendeu a Harry – Pensei que tivesse morrido por algum tipo de feitiço, sabe... Afinal, você lembra muito o garotinho da foto...

- O que? F-feitiço? Do que você está fal...? – perguntou Harry arregalando os olhos, descendo os olhos pelo braço do rapaz, vendo um jornal em sua mão, e a foto principal se mexia.

N/A:3: Então... valeu a pena? Reviews, please!