O céu estava nublado, o tom negropigmentado nas nuvens que antes eram brancas, os finos pingos de chuva caíam rapidamente do céu eas correntes de ar frio já dançavam livremente pelo ar. Um rapaz de cabelos vermelhos escuros estava caminhando pela calçada úmida, o suéter quadriculado de tom verde-escuroo protegia do frio mesmo estando ligeiramente molhado. Os olhos verde-esmeralda fitaram rapidamente a rua, os carros passavam como vultos de ar acompanhados de uma fraca enxurrada de água pelas laterais, obrilho dos faróis amarelados dos carros servia de iluminação momentânea.

Aguente firme, só mais um pouco e você chegará em casa.

As noites de sexta-feira nunca foram as suas favoritas, mas ele não podia reclamar, pelo menos não agora.

O rapaz olhou fixamente para o caderno em suas mãos, mesmo com os pingos de chuva caindo o caderno continuava intacto, a capa grossa em cor de carmim com os dizeres "Hans Summerfield" em preto centralizado ali. Ele tamborilou os dedos finos no caderno. As lentes dos óculos estavam começando a ficar embaçadas e os olhos esverdeados tiveram dificuldade em dar continuidade a atenção ao caminho.

Ele sentiu o corpo se chocar com alguma coisa e então seu corpo caiu no chão, as costas arderam agudamente, as mãos estavam raladas e seus óculos não se encontravam sobre seu olhos. Ele sacudiu a cabeça momentânea tentando dissipar a tontura, sua visão estava embaçada um tanto turva, o rapaz suspirou profundamente antes de se levantar.

– Você está bem? – Ele ouviu uma voz desconhecida, o tom de voz mesmo que um tanto grossa, aindasim se mostrava preocupada. – Aqui, pegue.

Hans segurou o ar em seus pulmões, as armações finas sendo colocadas nariz acima dando a visão melhor graças as lentes.

Ele focou a sua visão para o ser a sua frente, corpulento, o casaco azul-marinho aberto deixando a vista a camiseta acinzentada por baixo, Hans piscou os olhos rapidamente notando os olhos apreensivos do rapaz, castanho claro. Ele traçou padrões pelo rosto do rapaz, as sardas quase invisíveis salpicadas no nariz aredondado, as sobrancelhas loiras escuras e parte do cabelo amostra em tom loiro delicado, os cabelos protegidos por um gorro acinzentado.

– Hum... Você está bem? Parece um pouco atordoado. – A voz do loiro soou mais alto para Hans.

– Oh, claro... Eu estou bem... – Hansse pronunciou ganhando do rapaz um riso amigável, ele passou a língua pelos lábios secos apertando as mãos machucadas. – Onde está? – Hans disse deixando o loiro visivelmente confuso.– O que?

– O meu caderno, eu preciso encontrá-lo! – Ele disse bufando levemente irritado, os olhos esverdeados vagando pelos cantos a procura do caderno. – Onde ele está?

– Aqui. – O loiro estendeu o caderno. – Ele havia caído quando você esbarrou em mim... – Ele parou de falar momentaneamente antes de ler o nome na capa do caderno. – Hans, certo? – Ele explicou humildemente.

– Hum... Certo, bem, certo... – Ele coçou a nuca desajeitadamente. –Então, obrigado e me desculpe por ter esbarrado em você.

– Tudo bem, nos vemos qualquer dia, Hans. – Ele acenou antes de virar e retomar o seu caminho pelo lado contrário da calçada.

Hans apertou o caderno em suas mãos machucadas, os pingos que chuva já haviam feito um belo trabalho encharcando levemente seu suéter quadriculado. Ele suspirou ainda olhando para o caminho pelo qual o loiro havia ido embora.

Olhos castanhos claros...

– Até breve...