Título: Dia de los muertos
Ficwriter: Kaline Bogard
Classificação: lemon, violência explícita, RA
Pares: AyaxYohji
Resumo: Os Weiss viajarão para um novo país, a fim de ajudar uma equipe em apuros. Ou talvez eles é que precisem de ajuda.
Aviso: essa fic faz parte de uma trilogia chamada "Viagens" e é equivalente ao episódio 02 da saga (vindo logo após Nightmare). Em cada 'episódio' os Weiss estarão viajando para um país diferente. Não é preciso ler as três para entender a história, ou seja, as três são independentes.
Dia de los muertos
Kaline Bogard
1ª PARTE – Primeira impressão
Ken entrou na sala se espreguiçando todo. Vestia um grosso pijama de flanela xadrez vermelho e preto.
(Ken bocejando) Uaaaaaahhhhhhh!! Que sono.
(Yohji) Tá pior que eu, hein?
O jogador sorriu ao ver o playboy esticado sobre o sofá, coberto com um edredom vermelho, fumando calmamente.
Era uma tarde fria de domingo. Não havia muito o que fazer. Pelo menos não aqueles dois, já que Ken gostava de praticar exercícios e Yohji de sair por aí, mas em um dia chuviscoso ficava difícil.
Omi estava no quarto fazendo algum trabalho para o colégio, enquanto Aya havia ido ao hospital visitar a irmã.
(Ken) Dia chato...
O moreninho sentou-se na outra poltrona e relaxou.
(Yohji) Liga a TV.
(Ken) Eu não... hoje não passa nada interessante...
(Yohji sorrindo) Sei. Você está é com preguiça de pegar o controle...
(Ken)... e você também!!
(Yohji) Nhé...
Era verdade. Fazia tempo que o playboy se ajeitara no sofá, mas esquecera completamente de pegar o controle remoto. Depois ficara com muuuita preguiça de levantar e pegá-lo em cima da estante.
Ken suspirou entediado. Mas foi então que um pensamento passou por sua mente fazendo seus olhos brilharem de emoção: estava sozinho com Yohji!!
Aquele era o momento perfeito para livrar-se de uma dúvida que vinha perturbando-o a algum tempo.
(Ken) Yohji...
(Yohji) Hn?
O loiro nem se dignou a olhar para o jogador.
(Ken) Er... eu soube que... você e o Aya... estão juntos...
Só então o playboy prestou atenção. Primeiro ele sorriu de lado. Depois deu uma longa tragada no cigarro, prendendo o ar nos pulmões.
(Yohji) Ficou sabendo é?
(Ken) Sim. Eu queria saber... qual dos dois...
(Yohji) Qual dos dois o que?
E soprou a fumaça do cigarro em direção ao companheiro. Fazendo-o tossir um tanto.
(Ken irritado) Pô Yohji! Apaga essa merda! Sabia que é falta de educação fumar em ambientes fechados?! Tenha mais respeito!
(Yohji)...
(Ken) Vou abrir a janela pra ver se essa fumaça sai!
(Yohji) Não se atreva...
Ken fez que não tinha ouvido. Levantou-se e foi até a janela abri-la.
(Yohji) Ken, tá o maior ventão frio lá fora... deixa a janela fechada!
(Ken) Então apaga o cigarro!
(Yohji teimoso) Não!
(Ken)...
Foi então que Aya chegou, pegando-os naquele impasse. O ruivo franziu o nariz ao sentir o cheiro denso de fumaça de cigarro. E em silêncio dirigiu-se a janela, abrindo-a.
(Yohji) Ei! Aya, pode fechar!!
O loiro aconchegou-se mais ao edredom, sentindo o ventinho frio que invadia a sala.
(Ken) He, he, he...
(Yohji) Deixa que EU fecho!
Aya que ia saindo da sala parou ao ouvir a provocação. Voltou-se e caminhou até o amante atrevido.
(Yohji)...
O espadachim pegou o cigarro das mãos do loiro e arremessou-o pela janela. Limpou os dedos na blusa e começou a se afastar.
(Aya) Pode fechar a janela agora.
(Ken) !!
(Yohji) Ora... Aya como pôde fazer isso?! Vai que pega fogo ali fora... você tem cada idéia!
E enquanto falava ia tirando o maço de cigarros do bolso, disposto a acender um novo.
(Aya) Atreva-se a acender esse cigarro e eu jogo você pela janela.
Apesar de ir meio afastado, o ruivo deduziu corretamente que o amante ia tentar acender um novo.
(Yohji)...
Desistiu da idéia, resignando-se a recostar no sofá levemente mal humorado.
(Yohji) A culpa é toda sua, Ken! O que você ia me perguntar mesmo?
(Ken) Eu não tenho culpa de nada!! E não é da sua conta!
(Yohji)...
O playboy observou surpreso enquanto o Weiss moreno se afastava muito irritado e pisando duro.
(Yohji) Ora... essa é boa...
Estremeceu de leve ao sentir o vento frio que invadia a sala através da janela aberta.
(Yohji) ALGUÉM VENHA FECHAR ESSA MALDITA JANELA!!
(Manx) Que escândalo!
(Yohji)...
O loiro observou surpreso a secretária da Kritiker entrando junto com Omi. Ele não ouvira a campainha tocar.
(Omi) Yohji fica mal humorado em dias frios.
(Yohji) Não é nada disso. Eu estava muito bem até o Ken chegar e estragar meu pequeno paraíso...
(Manx) Ok. Trouxe uma missão que vai tirar você de seu "paraíso"... onde estão os outros garotos?
(Yohji) O Aya foi pra cozinha e o Ken eu não sei.
(Omi) Deixa que eu vou chamá-los.
Poucos minutos depois os outros Weiss chegaram acompanhando Omi.
(Ken) Manx. Olá.
(Manx) Boa tarde, rapazes. Vim lhes trazer uma nova missão.
(Yohji) Precisamos mesmo ir até aquela sala fria e escura? Não podemos discutir aqui?
O playboy recebeu uma olhada nem um pouco paciente de seus companheiros e acabou saindo do meio do edredom quentinho e seguindo-os para a sala das missões.
Depois de acomodados, Manx estendeu um envelope para Aya. O ruivo pegou-o em silêncio e o abriu. Havia quatro passagens aéreas dentro.
(Omi) Oh...
(Ken) Teremos que viajar aos EUA outra vez?!
O moreninho sorriu ao imaginar que pudessem encontrar JeryLee. E como seria a nova equipe norte-americana?
(Aya) São para o México.
(Yohji) México?!
(Manx) Sim. Nossa equipe mexicana está encontrando graves problemas contra uma organização internacional que começou a operar por lá.
(Omi) Em que tipo de atividades?
(Manx) Segundo os relatórios em praticamente tudo. Tráfico de drogas, material falsificado e até seres humanos como escravos. Eles têm ligação com a prostituição infantil e mais recentemente falsificação de dinheiro.
(Yohji) Galerinha da pesada.
(Omi) A equipe não consegue dar conta?
(Manx) Não. A criminalidade por lá sempre foi a níveis mais controlados. Uma rede de operações tão complexa é novidade, e os garotos ficaram perdidos.
(Ken) E como é a equipe?
(Manx) É formada por três rapazes que trabalham em uma loja de violões (esse é o disfarce deles). Moram em uma cidade pequena, quase um vilarejo mas tem uma área bem grande de atuação, nas cidades vizinhas.
(Yohji sorrindo) Assassinos do interior? E como é o nome da cidade?
(Manx) Cidade de Los Parvos.(1)
(Ken) E o que isso quer dizer?
(Aya) Não importa.
(Manx) Aya tem razão. O problema dessa equipe é não ter tido casos de grandes proporções. Agora deram de frente com bandidos tão bem organizados que eles se desorientaram.
(Omi) Oh...
(Manx) Vocês aceitam a missão?
(Yohji) E como anda o clima por lá?
(Manx)... quente...
(Yohji sorrindo) Eu aceito!!
A ruiva suspirou sem mostrar nenhum tipo de surpresa. Depois voltou-se para os outros.
(Manx) E vocês, garotos?
(Omi) Aceito! Acho que seria interessante aproveitar a oportunidade e conhecer um país latino.
(Ken) Também to nessa.
O líder da Weiss balançou a cabeça assentindo. Os quatro haviam aceitado a missão.
(Manx) Ótimo. Receberão maiores informações direto da Weiss mexicana. O líder deles se chama Manolo. Marquei para o vôo das onze. Boa sorte.
E dizendo isso a ruiva se retirou. Logo os Weiss se dividiram, indo preparar as coisas pra viagem.
Yohji terminou de jogar algumas roupas de calor na mala e correu para atazanar as idéias de seu amante. Deu duas batidas na porta e entrou, flagrando Aya a dobrar algumas peças.
(Yohji) Ainda não arrumou?
(Aya) Não.
O playboy caminhou até a cama e jogou-se nela, desmanchando o lençol muito bem esticado.
(Yohji) Que desanimo todo é esse? Você não queria ir ao México?
(Aya) Não.
O loiro franziu as sobrancelhas de maneira intrigada. Aquele ruivo era mesmo uma caixinha de surpresas. Agora lhe vinha com essa.
(Yohji) Então porque aceitou a missão?
(Aya)...
O líder da Weiss ignorou a pergunta e continuou a dobrar as roupas de maneira metódica e organizada. Colocou uma camisa verde escuro na mala.
(Yohji) Ei, Aya... o que foi? Não estou gostando nada da sua cara. Vai dizer que foi algo que eu fiz?
(Aya) Não. Sim...
(Yohji confuso) Não ou sim? Decida-se.
(Aya) Sim. Você aceitou essa missão sem me consultar.
(Yohji) !!
O loiro arregalou os olhos. Depois começou a rolar pela cama e a gargalhar até seu abdômen doer.
O amante apenas acompanhava aquela escandalosa manifestação de diversão.
(Yohji) Você não existe! Não creio nisso: você queria mesmo que eu PEDISSE permissão para aceitar uma missão? E o que virá a seguir? Terei que usar uma coleira com identificação? Há, há, há...
(Aya)...
Apesar das piadinhas Aya permanecia muito quieto, apenas ajeitando a mala. Finalmente Yohji teve o bom senso de parar de rir e agir com um pouco mais de seriedade.
(Yohji) Desculpa, Aya. Vamos conversar. O que houve?
(Aya) Nada.
(Yohji) To sendo sincero, Aya. Você está muito estranho, e eu prometo não brincar com o quer que seja que você vai me falar...
Aya parou o que estava fazendo e sentou-se na cama. Segurou um suspiro e encarou o amante com as profundas íris ametista.
(Aya) Tsc. É só um mau pressentimento.
(Yohji) Mau pressentimento?
(Aya) Esqueça.
Fez menção de levantar-se da cama, mas Yohji o pegou pelo braço e o puxou, mantendo-o no mesmo lugar.
(Yohji) Você nunca foi dado a pressentimentos. Está preocupado? Podemos desistir.
(Aya)...
O ruivo permaneceu quieto, com a expressão levemente contrafeita. Ainda não era fácil falar de si mesmo e de seus sentimentos. Já começa a revelar-se de pouco em pouco, mas as barreiras ainda existiam. Eram difíceis de serem derrubadas.
Yohji observou o outro atentamente. Podia ler o que passava no interior do amante ruivo. E metade da culpa era sua, por não levar as coisas a sério. Ele sabia que não devia rir em certas ocasiões.
(Yohji sorrindo) Venha aqui.
Abriu os braços de maneira acolhedora. Aya relutou um pouco, mas acabou rendendo-se e deixando-se abraçar.
O playboy apertou os braços de forma protetora e sentiu o corpo do Weiss mais jovem relaxar de modo natural.(2)
(Yohji) Vamos lá, se abra comigo. O que te incomoda?
(Aya) Acho que deveríamos conversar mais...
Yohji quase caiu pra trás com o que ouviu. Teve que fazer um esforço titânico pra não rachar o bico de tanto rir. AYA... o mister universo da anti-comunicação querendo 'conversar'?!(3) Felizmente o loiro sabia muito bem que a coisa era séria. Não ia estragar tudo rindo.
(Yohji) Conversar mais? Você sabe o que isso quer dizer?
O ruivo ergueu os olhos e encarou Yohji.
(Aya) Claro.
(Yohji sorrindo) Nós estamos assim meio enrolados... e agora você quer mais diálogo na nossa... relação?
O ex-detetive hesitou um pouco diante da palavra 'relação'. Sabia que Aya começara a aventura de ambos sem querer se comprometer. Descobrira que o amante temia se ferir e sofrer...
Apesar disso Yohji aceitara os termos do outro. Gostava mesmo daquele ruivo e faria qualquer coisa para tê-lo ao seu lado. Inclusive permitir que ele ditasse as regras.
(Aya) Quero mais que diálogo. Quero...
(Yohji) COMPROMISSO SÉRIO?!
(Aya) É.
O loiro pensou por um segundo. Aya queria compromisso sério. Como aquele ruivo era enrolado! Mais até que ele próprio (4)...
(Yohji) Quando fomos pros Estados Unidos você disse que tinha medo de se envolver, e de mergulhar fundo na nossa relação. Apesar disso eu concordei em continuar junto com você... aceitei suas condições. E agora quer mudar isso? Não está bom do jeito que está?
(Aya) Não.
(Yohji suspirando) O que você entende por compromisso, Aya?
(Aya)...
(Yohji) Nós começamos a conversar justamente agora e porque? Segundo você porque aceitei uma missão sem 'dialogar' antes. Traduzindo: na sua opinião compromisso é VOCÊ dar as ordens e EU obedecer?
(Aya)... quase isso...
(Yohji surpreso) Ora... isso não é compromisso!
O Weiss ruivo se afastou, saindo dos braços de Yohji. Passou a mão pelos fios de cabelo mostrando toda a sua angústia.
(Aya) Mas...
(Yohji) Olha, você está mesmo preocupado com essa missão, não é? Sente que algo ruim pode acontecer? Então não vamos e ponto final. Mesmo porque se algo acontecer contigo eu enlouqueço!
O ruivo sorriu e segurou nas mãos do amante, dando um apertão de leve.
(Aya) Acho que não é nada. O que mexeu comigo é saber que não tenho o controle total sobre nós.
(Yohji) Aya, esse controle você nunca vai ter.
(Aya) Mas... falei sério quando disse que queria compromisso com você.
(Yohji) Quer me cortar as asinhas?
(Aya) !!
(Yohji sorrindo) Tudo o que eu mais quero no mundo é ficar firme com você... mas não agora.
(Aya surpreso) Porque?!
(Yohji) Pense muito bem no que é 'compromisso' pra você. E quando tiver a resposta a gente volta a tocar nesse assunto.
(Aya) Já sei o que é compromisso.
(Yohji) Não adianta. Em um namoro tem que valer a vontade dos dois. Nada de um mandar e outro obedecer quietinho sem reclamar ou questionar.
O espadachim suspirou exasperado. Realmente não tinha o controle das coisas. Percebia isso ao notar que iam terminar a conversa e as coisas não ficaram do jeito que gostaria.
(Aya) Muito bem. Você venceu por hora. Vamos manter as coisas desse jeito até eu encontrar uma resposta que te satisfaça.
(Yohji) E avisa a Manx que não vamos mais aceitar a missão.
(Aya) Não. Vamos ao México... será bom pra todos e não creio que algo ruim possa me acontecer. Não se você estiver ao meu lado.
O rosto do assassino mais velho se iluminou ao ouvir a declaração sincera apesar de despida de afetação.
(Yohji sussurrando) Espero não dar de cara com nenhum Freddy Kruger ou coisa do tipo.
O outro não teve tempo de responder, pois Yohji abaixou a cabeça e tomou-lhe os lábios num beijo profundo e carinhoso. Aya soltou-lhe as mãos e entrelaçou os dedos nos fios loiros da nuca do amante e o puxou, aprofundando o contato das línguas e aumentando o calor do momento.
Yohji deixou o corpo escorregar obrigando Aya a procurar uma posição mais confortável sobre si.
(Aya) Você é meu para sempre.
(Yohji sorrindo) Nada dura para sempre.
O ruivo fez um muxoxo e depositou um beijo de leve no pescoço arrepiado de Yohji.
(Aya) Isso é o que vamos ver...
E o líder da Weiss nunca falara tão sério em sua toda vida.
oOo
O vôo fora tranqüilo na medida do possível. Haviam feito escala em Vancouver no Canadá, depois rumado direto para a Cidade do México.
Yohji dormira o tempo todo, sentado ao lado de Aya. Ken também fora cochilando (profundamente) ao lado de Omi.
Por sua vez o chibi lia avidamente um livro com curso rápido de espanhol.
O único que estava sem sossego era o líder da Weiss. Ele não gostava de coisas inacabadas. Queria estabelecer bem as regras do seu compromisso com o loiro mas... ainda não o convencera a aceitar o namoro sério.
(Aya) Hn.
Aya pensara em várias respostas que julgara satisfatórias para explicar o que era compromisso, mas tinha certeza de que Yohji não gostaria de nenhuma delas...
Que fosse tudo a seu tempo, afinal de contas chegara bem até ali. Nada mais evidente que poderiam levar tudo as 'coxas' por mais um tempo.
A única certeza que Aya possuía é que queria aquele loiro para si.
Finalmente foi anunciado o pouso, e o espadachim acordou o amante, avisando-o que deveria colocar o cinto.
(Yohji) Essa viagem foi mais rápida que a ida aos Estados Unidos.
(Aya) Claro. Você dormiu o tempo todo...
(Yohji) Eita mau humor, hein? Não vá estragar nosso passeio.
(Aya) Passeio? Estamos numa missão.
(Yohji) Ah... é... quase me esqueço disso...
(Aya)...
(Yohji) Bem, estando preparados ou não... mexicanos aí vou eu! E separem um bom copo de tequila pra mim! He, he, he...
oOo
Entrementes, nas poltronas logo a frente, o chibi também despertava Ken para que o moreninho pudesse colocar o seu cinto de segurança.
(Ken) Chegamos?
(Omi sorrindo) Sim.
O jogador esfregou os olhos, tentando espantar o sono. Depois fixou os olhos castanhos no livro que Omi segurava.
(Ken) Ei, aprendeu alguma coisa?
(Omi) Yo acredito que si, pero muy poco...
(Ken) Que que você disse aí? Tá me xingando, é? Desculpa se fiz uma pergunta indiscreta... só quis ser educado!
O loirinho se segurou pra não rir da bronca do companheiro mais velho. Ken era mesmo uma figuraça.
(Omi) Eu disse que acho que falo um pouquinho só.
(Ken) Ah...
(Omi) Preparado para as tortilhas e os tacos?
(Ken) Se estou!! E se conheço o Yohji vai ser tudo regado a muita tequila! Hum... falando em Yohji...
Abaixando-se um pouco, Ken aproximou-se do companheiro e sussurrou-lhe de modo confidencial.
(Ken) Omi, ainda não descobri qual dos dois fica por cima mas to quase lá!
(Omi)...
(Ken) Não se preocupe. Se souber eu te conto.
Omi suspirou de leve. Quando Ken colocava uma idéia na cabeça... aquilo virava uma obsessão! (5)
oOo
Logo que passaram pelo portal de desembarque os quatro assassinos foram recepcionados por dois sorridentes mexicanos. Não poderia haver enganos, pois eram aparentemente os quatro únicos japoneses no aeroporto internacional da Cidade do México. Claro que existiam outros turistas e visitantes, mas a maioria esmagadora era de pessoas latinas.
Dos mexicanos que se dirigiram aos Weiss, o primeiro era de estatura mediana, tinha olhos negros, cabelos curtos e encaracolados. O porte era atlético sem ser musculoso.
O outro era bem mais alto e forte, de músculos definidos. Possuía cabelos mais longos, porém também encaracolados e escuros, assim como os olhos.
Aquele que era mais baixo deu um passo a frente e sorriu, mirando os japoneses com seus olhos negros e muito gentis.
(Manolo) Bem vindos. Meu nome é Manolo e sou o líder da equipe do México. Este é Estevão.
A pronúncia japonesa era perfeita, fato que surpreendeu os visitantes.
(Aya) Hn.
(Manolo) Vocês são...
(Aya) Aya Fujimiya, Yohji Kudou, Ken Hidaka e Omi Tsukiyono.
(Manolo) Ficamos realmente gratos a vocês. Vieram nos tirar de um enrosco sem tamanho...
(Ken) Imaginamos que não pediriam ajuda se não fosse realmente importante.
(Manolo) Tem razão. Ah, também faz parte da equipe nosso compañero Paco. Ele não pôde vir porque está tomando conta da loja de violões. Estão prontos?
(Yohji) Falta pegar as malas.
(Manolo sorrindo) Estevão cuidará delas. Venham comigo.
Os Weiss seguiram o mexicano mais baixo, enquanto o silencioso Estevão ia seguir as ordens do líder.
Saíram do aeroporto e ganharam o estacionamento, se aproximando de dois jipes idênticos.
(Yohji) Belos carros.
(Manolo) Um é meu. O outro de Estevão. Paco também tem um igual.
Os japoneses se entreolharam ao ouvir a afirmativa. Que coisa mais estranha! Só faltava dizer que os três usavam uniformes iguais nas missões e antes de eliminar as vítimas executavam uma coreografia ensaiada...
Aguardaram paciente e silenciosamente que Estevão viesse carregando as bagagens dos orientais. Não havia muita coisa. Apenas duas malas e duas sacolas.
Ainda em silêncio Estevão foi pra trás do volante do próprio jipe e deu a partida. Omi e Ken sentaram-se com o mexicano mais alto.
Manolo sempre sorridente indicou seu veículo com a cabeça, sugerindo que Aya e Yohji fossem com ele.
Ganharam a estrada.
Os Weiss japoneses observavam a fervilhante capital do México e deduziram que gostavam do que viam. Havia muito movimento e vida. As pessoas usavam roupas coloridas e leves, pois era primavera no país, ao contrário do outono que dominava o Japão.
Mas pouco a pouco a paisagem foi mudando. Logo a cidade deu espaço a um quadro campestre. As estradas perderam o asfalto e os jipes começaram a rodar sobre a terra.
Manolo ia apresentando pontos interessantes e contando curiosidades sobre cada coisa que julgava de importância maior. Estevão, entretanto, não parecia disposto a conversas. Aliás, os Weiss ainda não conheciam o timbre de voz do grande mexicano...
Quase duas horas depois os jipes invadiram uma cidade muito pequena e parada. Poucas pessoas circulavam pelas ruas, e aparentavam um aspecto cansado e empoeirado.
Omi viu uma placa onde se lia: "Bien vindos a Ciudad de Los Parvos".
(Omi) É aqui.
(Estevão) Sabe ler nosso idioma?
Finalmente o rapaz se dignara a puxar conversa. Tinha voz grossa e meio rouca, mas ainda assim agradável.
(Omi sorrindo) Só um pouco.
E pelo jeito o mexicano também dominava o japonês muito bem.
(Estevão) Ah.
Manolo manobrava o jipe com habilidade pelas ruas conhecidas, enquanto Estevão o seguia no segundo jipe.
(Manolo) Não se deixem enganar pela aparência desse lugar. Parece moroso, mas na realidade é bem agitado. Nós como Weiss tomamos conta não apenas de Los Parvos, mas das cidades vizinhas também.
(Yohji) Essas cidades vizinhas são maiores que Los Parvos?
(Manolo) Não muito...
(Aya)...
Os japoneses se entreolharam. Pelo jeito aquela equipe não estava acostumada mesmo a agitos maiores. Se eles 'caíssem' em Tokyo iriam se surpreender a pampa!
(Manolo) Temos alguns templos indígenas mais para o sul da cidade, e recebemos centenas de turistas todos os meses. Agora nosso país enfrenta uma crise que está afetando todos. E o fluxo dos visitantes diminuiu muito.
(Yohji) Essa é uma cidade turística?
(Manolo) Pode não parecer mas é.
(Yohji) Não se ofenda... é que realmente não parece...
(Manolo)...
O líder da Weiss japonesa lançou um olhar quase 'shi-ne' na direção do amante, dizendo que ele deveria ter cuidado com as idiotices que dizia.
Apesar disso Manolo não comentou nada. Apenas diminuiu a velocidade do jipe e estacionou em frente a uma pequena loja, onde se viam vários violões, violas, banjos, cavaquinhos e outros instrumentos de corda feitos de madeira.
(Manolo) É aqui.
Os Weiss saltaram do carro e pegaram suas malas ao mesmo tempo que Estevão estacionava o jipe.
(Ken) É bem longe da capital.
(Manolo sorrindo) Nossa área de atuação é essa. Creio que deve ter uma equipe melhor treinada atuando na capital, mas pelo que entendi eles estão sem tempo de nos ajudar.
(Yohji) Estranho.
(Manolo) Não é estranho quando se conhece a história. Alguns guerrilheiros estão fugindo da Bolívia e forçando passagem pelas fronteiras através da América Central. Eles querem firmar uma aliança com guerrilheiros mexicanos e derrubar em um golpe só tanto o nosso governo quanto o da Bolívia.
(Omi) Viemos parar no meio de uma guerra civil?
Os dois mexicanos sorriram ao ouvir a exclamação do jovem loirinho.
(Manolo) Não se preocupe. Sei que a equipe da capital dará conta. Se não tivéssemos esses problemas aqui nós ajudaríamos por lá. Mas não podemos dar as costas ao que acontece em nossa cidade.
(Ken) E o que exatamente acontece por aqui?
Foi nesse momento que um outro mexicano deixou a loja de violões, atraído pela animada conversa. Ao ver o companheiro, Manolo sorriu e apressou-se em fazer as apresentações.
(Manolo) Olá Paco. Recebemos ajuda ao nosso pedido. Esses são Aya e Yohji. Aqueles dois são... Ken e...
(Omi) Omi.
(Manolo) Ah é. Desculpe-me. Sou péssimo pra guardar nomes! Rapazes, esse é Paco o nosso terceiro compañero.
O tal Paco tinha a mesma estatura de Manolo, porém era bem mais magro. Possuía cabelos castanhos claros e olhos verdes grandes e tristonhos.
(Paco sorrindo) Olá.
Mesmo sorrindo o mexicano parecia carregado de tristeza. Tal característica impressionou os Weiss.
Disfarçando bem a surpresa da primeira impressão, os japoneses responderam ao cumprimento cordial.
Mais surpresos ainda os quatro ficaram ao notar que Paco parecia ter muita dificuldade para desgrudar os olhos do moreninho...
Yohji registrou bem aquilo, pra depois poder pegar no pé do jogador.
(Manolo) Vocês devem estar sentindo a diferença de fuso horário entre o México e o Japão. Sem contar que estamos a uma maior altitude, o ar é mais rarefeito e a respiração mais difícil... o que acham de repousar um pouco, e amanhã pela manhã a gente conversa melhor?
(Aya) Hn.
(Manolo) Estevão vai lhes mostrar os quartos. Temos nossos três quartos, um de hóspedes e uma sala onde podemos jogar colchões. Já está tudo ajeitado. Enquanto isso eu vou voltar para minhas obrigações na loja.
(Yohji) Obrigado.
(Manolo) Imagina. Descansem bem. A barra por aqui vai ser pesada.
Estevão fez um sinal com a cabeça para que os Weiss o seguissem atravessando uma porta lateral. Antes de entrar, Ken deu uma olhadinha para trás e flagrou Paco fitando-o com os olhos tristonhos. Foi uma imagem que o jogador não pôde apagar de sua mente.
oOo
(Estevão) Este quarto pertence a Manolo. Dois de vocês terão que dividi-lo.
(Yohji) É muito agradável.
E o loiro estava sendo sincero. O aposento era pequeno, porém muito limpo e organizado. A sensação no geral era de aconchego.
(Estevão) Manolo tem mania de limpeza. Além de ser um tagarela nato. Apesar disso é excelente líder.
(Ken) Não duvidamos.
Não passou despercebido aos japoneses que o tão calado Estevão falava bastante de Manolo. A maior frase dita por ele fora para descrever o companheiro... haveria um clima ali?
(Estevão) Vocês vão se sentir um tanto estranhos pela manhã, mas creio que seja pela diferença de altitudes. Seus corpos vão precisar de tempo para se adaptar. Claro que o sono ajuda, mas mesmo assim não é fácil.
(Yohji) O ar aqui é mesmo rarefeito.
(Estevão) Vencido o primeiro momento vocês se acostumarão. Vou mostrar o outro quarto. Ah, depois lhes trago um pouco de chá, para ajudar a relaxar.
Aya e Yohji ficaram no dormitório de Manolo. Ao ficar sozinhos trataram de ajeitar as malas num canto e trocar de roupa por peças mais leves. O México era verdadeiramente quente em fins de outubro.
oOo
(Estevão) Este é o quarto de Paco. Ele vai dormir na saleta que temos.
(Omi) Não queremos incomodar.
(Estevão) Não se preocupem com isso. Paco se vira bem. Manolo dormirá no meu quarto. Fiquem a vontade enquanto fervo água pra fazer chá.
Com a saída do grande mexicano Omi voltou-se para Ken e sorriu.
(Omi) Acho que Estevão estava nervoso com a nossa presença, por isso se mantinha calado. Receber ajuda para resolver os problemas devia ser muito desconcertante.
(Ken) Eles parecem legais.
(Omi) Pelo menos são hospitaleiros.
(Ken) Uaaaaahhhh... to mesmo cansado. Omi...
(Omi) O que foi?
(Ken) Aquele Paco...
O loirinho abriu um enorme sorriso enquanto tirava a blusa.
(Omi) Ele gostou de você...
(Ken)...
(Omi) Percebi isso claramente!!
(Ken) Mas... ele... parecia tão triste... me impressinou.
(Omi) Talvez ele queira que você o faça feliz...
Ao ouvir aquele gracejo Ken corou intensamente.
(Ken) Omi! Pare com isso... já não basta imaginar que Yohji vai pegar no meu pé até...
(Omi) Tem razão.
(Ken suspirando) Essas coisas só acontecem comigo...
E o chibi segurou-se para não rir da expressão desanimada do Weiss moreno.
oOo
No outro dia, por incrível que pareça, quem acordou primeiro foi o ex-detetive. Yohji despertou por volta das sete horas com uma terrível dor de cabeça. E uma fome do cão.
Também dormira direto desde o dia anterior, e a única coisa que havia ingerido fora um delicioso chá de ervas juntamente com biscoitos crocantes de chocolate.
Depois de trocar o pijama e depositar uma beijoca na face do amante adormecido, Yohji escapuliu do quarto e saiu vasculhando a casa. Guiou-se por vozes conhecidas e conseguiu chegar a cozinha.
(Yohji) Bom dia!
Os três mexicanos viraram-se para o playboy.
(Manolo) Bom dia! Acordou cedo.
(Yohji) Pois é...
(Estevão) Deve estar com fome.
Tanto Estevão quanto Manolo permaneciam sentados a mesa, esperando que Paco terminasse de cozinhar algo que cheirava muito bem.
(Manolo) Sente-se, Yohji. E prepare-se para provar as tortilhas mais saborosas de toda a sua vida.
(Yohji sorrindo) Pelo cheiro... tenho certeza de que diz a verdade. Aliás, você não teria por aí uma aspirina? Acho que minha cabeça vai estourar!
No mesmo instante Estevão levantou-se e procurou por um comprimido no armário. Encheu um copo com água e estendeu ambos ao Weiss japonês.
(Estevão) Aqui está.
(Yohji) Obrigado.
O próximo a surgir foi o jovem hacker. Omi vinha meio pálido, parecendo sonolento.
(Omi) Bom... dia...
(Yohji preocupado) Ei, o que foi? Tá passando mal?
(Omi) To meio tonto. Acho que minha pressão está baixa...
(Manolo) Senta aí. É melhor comer alguma coisa, eu não me arrisco a te dar remédio pra pressão com o seu estomago em jejum.
(Omi) Não preciso de remédio. Logo passa.
E o chibi sentou-se ao lado do playboy. Os cinco caíram em um silêncio reflexivo, que foi quebrado com a entrada do líder da Weiss oriental.
Aya vinha com a mesma expressão séria de todos os dias, e não cumprimentou a ninguém. Nem mesmo ao amante.
(Yohji) Alguém acordou pelo avesso hoje...
(Omi)...
(Manolo) Está tudo bem, Aya?
(Aya) Sim. Apenas acordei com sede.
Estevão ergueu-se da cadeira e cedeu lugar ao visitante ruivo. Aya sentou-se, ficando em frente a Yohji.
(Yohji) Quer água?
(Aya) Sim.
(Manolo) Yohji, fica a vontade. Tem água na geladeira, pode pegar.
O loiro concordou e pegou uma jarra geladinha pra Aya. Estendeu o copo que usara para tomar a aspirina.
Aya bebeu dois copos cheios e franziu as sobrancelhas. Ainda tinha sede, mas achou melhor parar de beber.
(Aya) Obrigado.
Finalmente Ken adentrou o ressinto. Vinha com a mão sobre o estomago e expressão contrafeita.
Os mexicanos se entreolharam e olharam para os Weiss.
(Manolo) O que foi isso? Os quatro estão passando mal?
Sua preocupação era evidente. Omi tratou de sorrir e tentar tranqüilizá-los.
(Omi) Estamos cansados da viagem, acho que um bom café da manhã resolve tudo isso.
(Paco suspirando) Está pronto.
Logo os assassinos se preparavam para tomar café e experimentar a tal receita deliciosa do tristonho mexicano. E Paco tinha uma mão muito boa para a cozinha.
Assim que começaram a comer, tanto Yohji quanto Omi sentiram-se melhores. A dor de cabeça do playboy foi amainando e a cor voltando as faces do chibi. Aparentemente a causa do mal estar de ambos era mesmo a fome.
Ken não estava muito a fim de comer, já que sentia enjôos, no entanto fez um esforço e devorou algumas (muitas na verdade) tortilhas. Aya alimentou-se bem, apesar de ainda estar com uma sede dos diabos.
(Yohji sorrindo) Já me sinto bem melhor!
(Omi) Eu também. Acho que podemos começar a falar da missão.
(Manolo) Concordo. De estomago cheio é fácil pensar e debater.
(Ken) Se esses enjôos não melhorarem eu tomo um sal de frutas.
(Paco) Tem ali no armário. Se quiser agora...
(Ken) Não. Não precisa. Eu espero um pouco mais.
O playboy estendeu a mão e segurou na de Aya.
(Yohji) Ainda tá de ressaca?
(Aya)...
(Yohji) É brincadeira!
(Manolo) Falando sério, ficamos muito aliviados que tenham aceitado nos ajudar. Sabemos que vivem em Tokyo, e que devem ter muitos problemas por lá... foi generoso demais vocês virem nos socorrer nesse fim de mundo.
Os japoneses ficaram um tanto sem jeito pela demonstração de gratidão. Manolo estava exagerando-lhes as qualidades. Porém antes que pudessem falar qualquer coisa o líder dos mexicanos continuou com as revelações.
(Manolo) Nós damos conta do recado na maioria das vezes. Geralmente eles usam o fluxo de turistas para contrabandear tóxicos e aparelhos falsificados que recebem do Paraguai.
(Estevão) O que está nos preocupando é a venda de pessoas.
(Manolo) Começou a cerca de um ano. Não estamos segurando os raptos, e na verdade creio que esse foi um dos fatores que espantou os turistas: as pessoas vinham pra Los Parvos e simplesmente desapareciam.
(Yohji) As pessoas raptadas são vendidas como escravas?
(Manolo) Desconfiamos que sim. Tentamos descobrir mais coisas mas...
(Paco) Não sabemos onde fica o esconderijo deles.
(Estevão) Capturamos um capanga e o interrogamos.
(Manolo) Só descobrimos que eles estão armando mais um golpe para os próximos dias. E é coisa grande, pois o tal capanga estava muito ansioso.
(Paco) Tentamos arrancar qualquer informação dele, só que o infeliz trancou os lábios.
(Ken) Por isso chamaram a gente?
(Estevão) Sim.
(Manolo) Se eles planejam algo grande, devemos tentar dar um golpe neles e quem sabe abalar as estruturas dessa organização. É horrível admitir, mas eles estão sempre um passo a nossa frente.
(Paco) Estou treinando pra ser um hacker mas... não gosto de computadores.
(Estevão) Nenhum de nós três gosta.
(Manolo) Vamos nos virando do jeito que é possível.
(Aya) Vocês têm alguma idéia de pra quando é esse golpe?
(Manolo) Infelizmente não. Talvez hoje, talvez amanhã ou depois. Tenho certeza que é pra logo.
(Ken) E como eles costumam agir?
(Estevão) Sempre nos bares. As vítimas são vistas circulando, bebendo alguma coisa. No dia seguinte tem-se a notícia de que a pessoa desapareceu.
(Manolo) Já tentamos vigiar e não deu certo.
(Estevão) Usamos todo o tipo de artimanhas e falhamos. Talvez desconfiem de nós.
(Yohji) Podemos tentar essa de vigiar. Somos desconhecidos e podemos passar por turistas.
(Omi) Tem razão.
(Aya) Omi, você vai ser a isca. Chame a atenção nos bares. Kudou, Hidaka e eu te daremos cobertura.
(Omi) Entendido.
(Manolo) E nós?
(Aya) Vocês dão cobertura a nós. Não devem aparecer para não assustar os inimigos. Começaremos essa noite.
(Manolo) Entendido.
(Estevão) Vocês terão uma boa cobertura. Hoje é primeiro de novembro. Muita gente vai aos bares. Sorte que só temos dois em Los Parvos.
(Ken) O que tem o dia de hoje? É alguma festa?
(Paco sorrindo) Não. Mas amanhã é Finados. Dia de todos los muertos...
O moreninho sentiu um arrepio subindo por suas costas e não soube dizer se era por tentar imaginar o que os mexicanos comemoravam naquele feriado ou saber-se alvo do sorriso do Weiss tão tristonho. Sorriso, aliás, que de caloroso não tinha nada...
Os sete ficaram em silêncio por alguns instantes. Logo Manolo deu um barulhento tapa sobre a mesa e sorriu.
(Manolo) Que é isso, compañeros?! Finados é só amanhã, nada de tristeza. Acho que não é recomendado que o povo veja vocês em nossa companhia, pois com isso o disfarce poderia ser anulado.
(Aya) Hn.
(Omi) Temos que ficar em casa.
(Manolo) Estevão ficará com vocês. Paco e eu tomamos conta da loja de Guitarras. E a noite... colocaremos nosso plano em ação.
Todos concordaram com a sugestão do mexicano.
oOo
O dia passou de maneira muito lenta e tediosa. Ken e Yohji ajudaram Estevão na cozinha, enquanto Aya observava Omi navegar na internet no laptop que trouxera consigo. O chibi tentava descobrir algo relacionado as atividades ilegais que ocorriam em Los Parvos.
Em determinado momento, o playboy abriu a geladeira vasculhando-a e procurando por algumas verduras que Estevão pedira.
Foi então que seus olhos caíram sobre quatro ampolas pequenas, guardadas num cantinho.
(Yohji) Ei, Ken... venha ver isso.
O moreninho se aproximou sentindo o interesse despertar.
(Ken) O que foi?
Yohji pegou uma das ampolas e mostrou ao companheiro. O vidrinho tinha uma etiqueta marcada com a letra "T". Os outros também estavam marcados com letras. Tinha um "H", um "K" e "F".
(Yohji) Estranho... isso não parece...
(Manolo) Sangue.
Os Weiss se assustaram com a entrada repentina do líder dos mexicanos.
Manolo foi até eles e pegou a ampola das mãos de Yohji, depois recolheu as outras três.
(Ken) Sangue?
(Manolo) Na verdade são coquetéis. O "T" quer dizer tetrametanfina, o "H" quer dizer hipocontrocil. Os outros dois também são remédios, mas ainda não decorei o nome. Paco está doente... muito doente, amigos. E isso é o que está segurando a barra dele.
(Ken surpreso) Oh!
(Yohji) Sinto muito.
(Manolo) Vocês não achavam que aquela tristeza toda é de nascença, não é?
(Ken)...
(Yohji) E o que Paco tem?
(Manolo) Leucemia.
Continua...
(1) Er... sabe... apesar dos Weiss estarem indo pro México eu to usando palavras mexicanas e espanholas todas misturadas... He, he, he... n.n"" Gomen...
(2) Ei! A fic é AyaxYohji!! Não se deixem enganar!! ¬¬ Acho que me perdi um pouco aqui, mas logo tudo volta ao normal.
(3) Idéia da Evil usada de maneira... diferente...
(4) Eu que o diga. Foi preciso duas fics pro infeliz se tocar que queria namorar!! ¬¬"""
(5) Os alienígenas verdinhos são a maior prova disso. No fundo eu queria saber se é mesmo o Ken que tem tanta 'tara' pelos aliens! ¬¬
NOTA: Essa fic é a primeira de uma série que chamarei de "Dark side storys". Quero testar meu lado negro e ver se consigo fazer os Weiss sofrerem um pouco, tanto fisica quando psicologicamente falando. Buahahahahah! E a última fic da série será a pior e mais sangrenta de todas... aguardem!!
