Os Oito Dragões  - A Terra dos Vales

Sinopse: Segunda fic da Série Os Oito Dragões. Continuação da fanfic Os Dragões do Paraíso. Harry e os Dragões do Paraíso agora estão em busca das Esferas, na Terra dos Vales, e têm que encontrá-las antes dos Dragões da Terra para impedir a Purificação. O que Harry não sabe é que há muito mais o esperando do que imagina, e que ainda haverão mentiras a serem reveladas e verdades a serem descobertas quando ele voltar para a Terra.

Capítulo 1 - No Vale do Gelo

Luna estava andando por um lugar escuro... Era tão empoeirado que seu nariz coçava, as madeiras rangiam no chão de tão velhas e a luz da lua entrava pelas janelas em decomposição. Era uma velha casa abandonada. Não muito longe dali ela viu uma garota usando uma capa cinzenta, em mãos tinha uma esfera marrom, uma bela esfera, muito brilhante. Luna achou melhor se esconder para não ser vista. A luz que saia da esfera se tornou cada vez mais profunda, e ao lado da garota podia-se ver um caixão.

A luz se tornou mais e mais intensa, era muito branca, Luna fechou os olhos pois parecia que ia cegar-se com aquele volume todo de claridade. Logo toda a luz parou e a esfera caiu opaca no chão, marrom clara, sem brilho algum. Em frente da garota Luna via... Não era possível, Luna via ela mesma!

-Não acredito! - a mulher que Luna via de costas dizia - Você é como eu?

-Eu sou como quem me ver. - a outra Luna disse - Se você me ver, vê o seu reflexo, e se outra pessoa me visse aqui, veria o reflexo dela. Você não uniu todo o poder para fazer o seu maior intuito, por que me desperta agora?

-Para que um dia possa fazer esse intuito, quero que o traga de volta. - ela disse apontando para o caixão - Unindo sua força a dele poderemos fazer a Purificação!

***

-Luna, Luna! Acorde!

Luna abriu os olhos e viu a face de sua companheira de quarto, Melissa. Os cabelos negros e escorridos, que eram muito longos, estavam meio bagunçados, e seus olhos castanhos estavam com umas certas olheiras.

-Oh, obrigada por me acordar... - Luna disse se espreguiçando.

-Se arrume, senão nos atrasaremos. - Melissa disse fechando a cortina da cama de Luna e ficando do outro lado.

-Você precisa pentear os cabelos, e dê um jeito em suas olheiras. - Luna disse brincalhona.

-Obrigada pela sinceridade. - respondeu Melissa - Dormiu bem essa noite?

-Não, eu tive aquele sonho de novo. - Luna disse colocando o casaco da escola - Mas não consigo avançar nele.

-Ainda está na parte do caixão? - perguntou Melissa.

-Sim, mas agora ouvi uma frase a mais, tinha relação com a Purificação. - Luna pegou uma escova de sua bolsa e saiu de sua cama, indo até o espelho, pentear o cabelo ao lado de Melissa.

-Ai, só de ouvir dessa Purificação me arrepio toda. - Melissa disse amedrontada - Pensar que sou filha de trouxas, se um dia houver Purificação o que pode acontecer comigo?

-Nunca vai acontecer nada, Harry vai salvar tudo a tempo. - ao dizer essa frase Luna ficou mais séria.

-Está com saudade dele, não está? - Melissa perguntou olhando para Luna.

-Estou com saudades de todos, me sinto meio solitária ultimamente. - Luna abaixou a cabeça - Harry partiu atrás de sua Esfera, Gina que era minha melhor amiga foi atrás da dela, Mark foi a maior decepção de minha vida, e Gregory foi morto a meio ano atrás. Você nunca foi muito minha amiga, mas nunca teve nada contra mim, Melissa. Foi muito boa em oferecer um ombro amigo quando eu precisei.

-Agora pode me considerar uma amiga. - Melissa deu um sorriso sincero - Afinal, sempre fui meio doidinha também.

-Somos perturbadas! - Luna deu uma breve risadinha, junto de Melissa.

-Agora vamos para as aulas, pare de se preocupar com Harry. Eu sei que ele partiu em maio do ano passado, e estamos em janeiro desse ano, mas deve haver um grande motivo para a sua demora. - Melissa segurou o ombro da amiga.

-Ah, não sei de mais nada. - Luna olhava vagamente para o chão - Dumbledore me disse que isso pode estar acontecendo pela hipótese do tempo da dimensão de Harry ser diferente do tempo da nossa dimensão, tendo passado pouco tempo lá aonde ele está. Mas também pode ser que ele esteja a procura da Esfera a oito meses, o tempo que passou na dimensão que estamos, afinal, não é uma missão nada fácil.

Melissa deu de ombros e disse:

-Melhor irmos para a aula.

***

Frio.

 Essa era a palavra que definia a cena que se via. Alguém usando uma grande capa encontrava-se caído em meio a muita neve, parecia não ter forças. Realmente, era a única coisa que podia-se ver por ali, só neve e aquela pessoa caída. Também havia algumas rochas, que revelavam em apenas algumas brechas suas cores naturais, pois a tempestade de neve que caía do céu era muito intensa.

Um movimento com o braço e a pessoa tentou levantar, mas tropeçou e caiu deitada novamente no chão, suas forças estavam se esgotando. Essa pessoa levantou o rosto para olhar se a neve que caía do céu havia acalmado, mas se sentiu pior ao ver que só apertava. Seus olhos verdes vivos e a cicatriz de raio na testa, que até então se encontravam escondidas embaixo de seu gorro, revelaram quem era a pessoa. Uma lágrima escorreu de seu rosto e ao cair no chão se congelou e camuflou em meio a neve. Ele tirou a espada que se encontrava embaixo de um pedaço de sua capa, até então, e a cravou no chão a sua frente, se ajoelhando.

Fechou os olhos, e o que viu foi uma luz, em forma de círculo, no centro da escuridão. Era uma luz azul, e Harry sabia que essa luz era uma espécie de radar quando ele fechasse os olhos. Cada vez ela estava maior, Harry sentia se aproximar da Esfera, que era o que esse radar estava rastreando. Ele abriu os olhos e fez um esforço para levantar.

-Vamos, Harry! - ele murmurou numa voz raivosa - Você já chegou até aqui, então use toda a força que tem se quer voltar para os braços das pessoas amadas...

Com mais um esforço ele já estava completamente em pé, segurando a espada como uma bengala, para não cair novamente. Com um certo esforço conseguiu andar mais um pouco, e pôde avistar algo, algo comprido com uma coisa que girava em seu topo... Harry observou melhor e viu que era algo como um roda-moinho de vento. Ele girava sem parar, sinal de que ventava muito, era realmente uma tempestade de neve, que fazia os ossos de Harry doerem pelo frio que fazia. Mais alguns passos e Harry poderia entrar naquele moinho e esperar a tempestade passar, quem sabe dormir um pouco, algo que não tinha feito naquele tempo em que esteve ali, mais ou menos um dia.

Mas não agüentava mais nenhum passo, a fraqueza que sentia superava sua força de vontade, parecia não dormir realmente há vinte e quatro horas, e já havia feito muito esforço para chegar até ali. Caiu deitado novamente no chão, a capa cobria novamente seu rosto, mas sua espada ainda estava em punho. Se ele permanecesse ali iria morrer com hipotermia, não daria outra. Entretanto, seu corpo não conseguia mais trabalhar, ele precisava descansar.

Com sofreguidão, Harry levantou a cabeça e fitou novamente o moinho, agora mais perto podia perceber como era grande. Nele havia uma porta, se Harry levantasse novamente e andasse poucos passos chegaria nela, mas nem isso conseguia. Então lhe restava contemplar o que conseguia ver do moinho: tinha as paredes brancas e era de madeira, também tinha algumas janelas e aparentava ter uns três andares, era bem fechado e dentro dele devia ser quentinho. Harry queria muito levantar e ir até lá, mas a fraqueza era maior...

De repente teve que fechar os olhos, uma grande luz vinha do seu lado. Ele teve que abrir para ver o que era, e protegeu o olhar com o braço. Era sua espada que brilhava, uma luz muito forte, era dourada e de cegar qualquer um. Ele sentiu como se uma grande energia saísse da espada para ele, uma energia tamanha que ele conseguiu se colocar em pé. Logo prendeu a espada na roupa e conseguiu andar calmamente até o moinho, sem maiores problemas. A espada era realmente mágica, capaz de fazê-lo ter as forças de volta, ele estaria seguro por um tempo no moinho. Estava difícil andar, a nevasca que caía deixava a neve muito amontoada e macia, fazendo com ele andasse com muita lentidão, escorregando em alguns pontos.

Em seguida, estava parado em frente a porta do moinho, ele girou a maçaneta e ela abriu com facilidade, claro que alguma neve amontoada do lado de fora foi para o lado de dentro, que era muito estreito e redondo, e não parecia tão aconchegante. Depois de empurrar um pouco da neve de volta para fora ele conseguiu fechar a porta, se encostando nela e escorregando no chão, caindo sentado.

Era um lugar tão seco ali dentro, tão sem sentimentos... Madeiras em suas cores naturais, que estavam meio úmidas, formavam as paredes, perto de uma pequena janela havia um porta-retrato vazio pendurado, algo que Harry considerou estranho, e embaixo dele se iniciava uma escada que era muito comprida, aonde por fora aparentava ser o segundo andar, apenas era o caminho da escada, e o segundo andar era onde por fora aparentava ser o terceiro. Harry não subiria, nem tinha vontade.

Embaixo da escada havia algo que ele queria muito: umas cobertas. Ele correu e pegou duas delas, forrou o chão de madeira com uma e sentou, tirando um envelope do bolso, depois se enrolou na outra coberta, que não era grande coisa em todo aquele frio, era insuficiente, lá dentro estava quase o mesmo frio que lá fora, só um pouco menos. Harry colocou as mãos com o envelope para fora da coberta, e com um tom triste murmurou:

-Estou com saudades... Me sinto só... Faz um dia que estou aqui, mas parece que faz tanto tempo...

Ele abriu o envelope e quando ia começar a ler a carta não conseguiu, estava muito cansado e todas as letras se embaralhavam. Ele colocou a carta no envelope e decidiu que iria dormir um pouco, ao acordar comeria alguma coisa de sua caixinha mágica, que estava guardada em seu bolso e com um feitiço se tornava uma cesta grande e cheia de mantimentos, leria a carta, depois seguiria viagem. Se acomodou melhor e fechou os olhos, antes de pegar no sono se relembrou de quando chegou aonde estava...

Antes...

Após se teletransportarem através das chaves de portal para Londres, foram parar em uma rua antiga, com casas antigas também, em frente a um prédio abandonado. Bem em frente ao prédio que ficava em uma esquina certificaram que estavam na Rua das Cerejeiras, o destino correto para eles.

-Acho que devemos entrar nesse prédio. - Hermione disse olhando para o prédio, que tinha suas paredes cinzentas, e estava meio que caindo aos pedaços.

-Também. - afirmou Harry.

Rony quase caiu na risada ao ver uma senhora passando na rua levar um susto ao vê-los, depois olhá-los estranho, afinal, estavam muito esquisitos para os padrões trouxas, usando compridas e grossas capas cinzentas e segurando imensas espadas. Qualquer um os olharia estranho.

-Parece que aquela velhinha está nos achando muito esquisitos. - Rony cochichou batendo no ombro de Gina.

-Trouxas não costumam usar capas assim e carregar espadas imensas pelas ruas. - respondeu Gina.

Mas logo a velhinha passou por eles, deixando-os em frente ao velho edifício. Estavam tão nervosos em entrar ali, mas teriam que seguir seus caminhos, e salvar o destino da Terra.

-Vamos entrar logo! - Harry ordenou subindo umas escadas que levavam até a porta dupla do prédio.

Logo os quatro estavam parados em frente a grande porta, não era inverno, mas aquele dia estava consideravelmente frio. Harry empurrou a porta que deu um grande rangido, ao entrar teve impressão de que tudo ia cair sobre sua cabeça, lá estava muito escuro, cheio de teias de aranha, empoeirado e realmente sujo. Hermione que era alérgica logo deu um espirro. Harry entrou, e todos o acompanharam, logo a porta se fechou atrás dele e ficou tudo escuro.

-Lumos! - logo a ponta da varinha de Harry acendeu.

-Como não derrubaram esse prédio ainda? - perguntou Rony.

-Provavelmente por causa da magia da fenda de dimensões encontrada nele. - sugeriu Hermione - Não se esqueça que magia espanta os trouxas.

-É mesmo. - concordou Rony.

-Aonde será que se encontra essa fenda? - perguntou Harry.

-Acho que a resposta está no fim do corredor. - respondeu Gina.

Ela apontou para uma espécie de círculo com luzes de várias cores misturadas: azul, amarelo, vermelho, rosa... Ele girava sem parar, ali devia ser o portal para a Terra dos Vales. Eles se aproximaram e Harry parou em frente daquele negócio esquisito, com um pouco de medo ele colocou a mão ali, que entrou e desapareceu. Harry tirou a mão rapidamente, sentiu uma temperatura diferente ali, era esquisito, estava um pouco mais quente.

-Vou entrar. - Harry disse sério - Depois me sigam, não parece perigoso entrar aí.

-Tem certeza? - perguntou Rony.

-Largue de ser medroso! - Hermione deu um belo tapa no ombro do namorado.

-Ai, não me bata! - bronqueou ele.

Harry colocou novamente a mão no portal, sentiu que do outro lado não estava tão frio quanto ali, logo foi colocando o braço, e as luzes a sua frente se tornavam mais brilhantes, começou a passar o tronco, e quando colocou a cabeça viu do outro lado um lugar bem mais bonito do que o que estava: um campo bem verde com várias flores por todo lado, algumas árvores e um céu bem azul; em outro passo logo estava completamente dentro daquele lugar. Olhou ao redor, haviam algumas placas penduradas em quatro árvores, cada uma se encontrava em um ponto a sua volta. Mas antes de qualquer coisa ele virou novamente para trás, o mesmo portal que ele havia entrado se encontrava ali, no ar, no meio daquele campo. Ele colocou a cabeça novamente ali para ver do outro lado e viu Rony, Hermione e Gina derem um grito ao verem apenas a cabeça de Harry no centro daquele círculo.

-Podem vir, é seguro. - Harry disse não conseguindo evitar um sorriso ao ver aquela cena.

-Ai, Harry! Você nos deu um susto! - Gina disse colocando a mão no sobre o peito.

-Ah! Fiquem quietos e venham logo! - Harry disse tirando sua cabeça de lá.

Em seguida, um de cada vez, surgiram Hermione, Gina e Rony junto de Harry.

-Que bonito aqui! - exclamou Gina olhando em volta os campos verdes do lugar.

-As placas nas árvores indicam os lugares para qual devemos ir. - Hermione disse também olhando em volta - Aquela árvore a nossa esquerda é qual devo seguir, indica o Vale dos Ventos.

-Parece que os Dragões da Terra estão na nossa frente. - Gina disse séria - Estão vendo pegadas indo nas quatro direções?

-Então devemos nos apressar. - disse Rony.

-Cada um para o seu caminho. - Harry disse vendo que a sua direita encontrava-se uma árvore que indicava o caminho a qual devia seguir.

-Tchau, Rony! - Hermione disse abraçando-o.

Rony acariciou os cabelos da amada, que parecia muito triste e preocupada em ter que separar-se dele ali. Ela levantou a cabeça e aproximou seus lábios ao dele, os dois se beijaram. Mas Harry estava muito apressado, então cortou o beijo dos dois dizendo:

-Vou indo em direção do Vale do gelo, Dumbledore disse que nessa direção encontrarei minha esfera.

Rony e Hermione pararam de se beijar, e ainda abraçados olharam para Harry.

-Então até mais, cara. - disse Rony.

-E boa sorte. - complementou Hermione.

-Também estou indo pelo meu caminho, e como não gosto de despedidas saio de fininho. - Gina disse meio triste.

-Tchau. - Harry disse.acenando com a mão, virando de costas e seguindo pela trilha que a placa na árvore indicava.

Mas quanto mais avançava mais difícil se tornava, ia ficando mais frio, neve começou a cair, o chão começou a pesar com a neve e suas forças diminuíam. Com muita sorte e uma ajuda misteriosa de sua espada se encontrava ali onde estava agora, naquele moinho. Estava muito cansado, então pegou no sono.

O que ele não sabia é que ele tinha companhia naquele moinho...

Alguém desceu pela escada em um salto, usava uma capa preta e um gorro que cobria o seu rosto. A pessoa, que naquele escuro era mais uma sombra se ajoelhou ao lado de Harry, e pegou o envelope que se encontrava ali, ajeitando em suas vestes embaixo da capa. Através de uma pequena abertura no gorro foi possível ver um pequeno sorriso em seu rosto, um sorriso irônico e glorioso. A pessoa, que era bem magra, pulou de volta na escada e a subiu usando os pés e as mãos, como um cachorro o faria, mas silenciosamente. E ao chegar no topo da escada não conseguiu, tropeçou no último degrau e acabou fazendo barulho que não devia.

Ao ouvir um barulho esquisito Harry acabou acordando. Esfregou os olhos, colocou os óculos, olhou para cima, para os lados, e não viu nada. Ele sentou, olhou novamente para os lados, como não viu nada, gritou:

-Quem está aí? Mostre-se!

Não teve nenhuma resposta, mas ela veio quando olhou para o lado e não viu sua carta no chão. Se sentiu desesperado em pensar que sua carta teria sido roubada, então gritou:

-Eu sei que você está aí! Devolva minha carta.

Uma sombra negra surgiu no topo da escada, parecia estar usando uma capa negra. Harry se questionou quem seria aquela pessoa, e se lembrou que o Mestre das Águas que pertencia aos Dragões da Terra, era Mark. Mas será que era realmente ele que estava ali?

-Mark? - perguntou Harry.

Mas algo muito estranho aconteceu a seguir, muitas pessoas usando capas negras surgiram atrás da pessoa sombria que estava no topo da escada. Harry levantou e segurou sua espada em modo de defesa, logo várias das pessoas de capas pularam em sua direção e começaram a correr descendo a escada.

A primeira delas que pulou em frente a Harry, foi surpreendida por um golpe de espada, que a acertou em cheio, cortando-a no meio e tornando-a pó. Harry abaixou e pegou uma carta que estava em meio ao pó, ele não estava enfrentando pessoas, estava enfrentando Shikis, criaturas feita de magia muito poderosa, que para atingirem formas humanas exigiam muita magia de seus criadores, a pessoa que havia os criados devia realmente ser poderosa.

Mais um deles surgiu na frente de Harry, e outro atrás, e com um golpe de espada Harry destruiu os dois, três deles surgiram em seguida, era muito difícil derrotá-los, principalmente por um deles fazer com que a espada de Harry caísse. Então ele teve que apelar para sua magia normal, juntando magia azul que fazia movimentos giratórios em vota de suas mãos, Harry lançou contra todos que ali se encontravam, a magia se tornou mais poderosa do que ele imaginava que seria e além de derrotar os três que se encontravam em volta dele saiu em um movimento giratório subindo as escadas e destruindo todos os Shikis que ali se encontravam. Mas ao chegar no topo da escada algo muito estranho aconteceu, a única pessoa de capa que ali se encontrava fez um movimento com a mão e impediu que a magia continuasse.

-Então você é o original. - Harry disse sério, antes de abaixar e pegar novamente sua espada - Você está com a minha carta?

-Rá! Não sei, você acha? - apesar de um tom de voz estranho, Harry reconheceu a voz de Mark.

-Acho que sim! - Harry disse bravo.

Mark deu um salto do topo da escada até onde Harry estava e caiu ajoelhado, com a mão o apoiando no chão. Ele levantou e tirou o gorro de sua capa negra, revelando seu cabelo negro e seus olhos azuis escuros tão frios. Ele tirou algo dentro de suas vestes, um envelope branco, e com um risinho de glória, disse:

-Você quer sua cartinha de amor de volta? - ele perguntou irônico.

-Você andou lendo minha carta? - Harry perguntou bravo.

-Não, mas sei que é de Luna Lovegood, e só pode ser uma carta de amor.

-Devolva minha carta! - ordenou Harry.

-Venha pegar você. - Mark disse dando um salto para trás e subindo uns degraus acima na escada.

Harry correu até a escada e Mark já estava uns degraus avançados nela, começou a correr para cima, Harry correu atrás dele. Mark chegou ao topo da escada e subiu para o andar acima, que ainda era oculto para Harry. Quando ele chegou lá em cima Mark estava do outro lado do cômodo, que tinha três tochas acesas nele, uma em cada canto, iluminando-o bem. Lá, por ser mais alto era mais frio, e batia um pouco de vento que entrava por uma janelinha redonda, que estava aberta e deixava entrar junto com o vento, muita neve.

Com as mãos juntas Mark juntou magia e lançou contra Harry, que em um salto desviou, fazendo com que a magia quebrasse um pedaço da parede, lançando madeira para todo lado, principalmente para fora de onde estavam. Em um tropeço Harry caiu para trás, ficando pendurado, o buraco que havia sido aberto na parede era do tamanho dele. Sua mão não tinha tanta força para se segurar ali, era bem alto, e sua espada já estava lá embaixo, na neve.

-Acho que vou te dar uma mãozinha. - disse Mark.

-Me ajude! - Harry disse desesperado.

Mark se aproximou, depois pisou na mão esquerda de Harry, fazendo com que ele se soltasse, mas ainda era capaz de se segurar com a mão direita.

-Gostou de minha ajuda? - Mark perguntou em um tom frio.

-Desgraçado... - murmurou Harry.

-Agora é hora de ajudar com a outra mão, não é Harry?

-Cale a boca, isso vai ter volta! - Harry disse irado.

Quando Mark ia pisar na outra mão de Harry, foi surpreendido com um hábil salto do garoto, que apenas se segurando com uma mão conseguiu impulso para pular para cima dali.

-Como fez isso? - perguntou Mark.

-Ora, não se esqueça das minhas habilidades de Dragão. - Harry respondeu de imediato - Agora vai ter o que merece.

-Rá! É o que pensa! - Mark desembainhou sua espada que estava por debaixo de sua capa negra - Estou em vantagem, afinal, sua espada está lá embaixo.

-Estava! - Harry desembainhou sua varinha - Accio Espada!

Logo sua espada voou até sua mão, ele apontou ela para Mark, que deu uma risadinha de desdém. Em um salto Harry estava do lado onde não havia buraco na parede, deixando Mark do lado desprotegido. O movimento de Harry foi rápido o suficiente para Mark nem perceber que ele estava atrás dele. Com um movimento de sua espada Harry fez com que a espada de Mark dessa vez voasse para longe, e o garoto virou em direção dele. Ele juntou suas mãos e tentou lançar novamente magia contra Harry, uma corrente d'água forte, mas ele desviou rápido o suficiente para  ser feito outro buraco imenso, maior mesmo do que ele, atrás de si. E dele vinha muito mais vento, feito pela madeira do roda-moinho que girava constantemente. Para não correr riscos Harry saiu dali, indo para um lado que ainda tinha a parede inteira.

Mark convocou sua espada, da mesma maneira de Harry, usando sua varinha. Logo os dois tinham suas espadas. Mark avançou em um movimento rápido e ágil contra Harry, que girou a espada em trezentos e sessenta graus se defendendo do ataque, em seguida ele abaixou sua espada e a levantou rapidamente contra Mark, que se protegeu virando de lado, e fazendo com que a carta de Luna caísse de suas vestes. Harry abaixou para pegar a carta mas deu tempo suficiente para Mark avançar com sua espada contra ele e cortar seu braço, rasgando suas vestes, que eram sua capa e mais duas blusas por baixo, e deixando um pouco de sangue voar pelo pequeno corte que havia sido diminuído em proporções pela proteção de tanta roupa. Mas, graças ao frio que fazia, Harry sentiu uma dor descomunal, o pequeno corte parecia muito longo e profundo.

Ele caiu no chão sem forças, segurando na mão do braço cortado a carta, e com a outra mão segurando o braço cortado. Ele gemeu algo que Mark não entendeu, estava perdendo aquela batalha, principalmente depois de Mark colocar a espada no seu pescoço, fazendo Harry sentir um calafrio ao sentir aquela lâmina gelada encostando ali. Mark deu uma risadinha fria, depois disse:

-Um movimento com meu braço e você estará morto.

-E o que você ganha com isso? - Harry perguntou indignado, entre rosnados de raiva.

-Ganho muito, principalmente mais chances de conseguir a Esfera das Águas...

-Mas para quê você a quer?? - Harry estava verdadeiramente indignado.

-Ora, você sabe dos meus intuitos de Dragão da Terra. - ele aproximou mais sua espada do pescoço de Harry, que sentia que iria morrer naquele mesmo instante, mas sentiu a espada se afastando de seu pescoço ao ouvir um 'Estupefaça', e um barulho de algo caindo no chão, violentamente.

-Se não fosse por mim... - Harry conhecia bem aquela voz.

-Gina! - ele exclamou - O que faz aqui, garota?

Ela se encontrava em pé, na entrada da escada para aquele andar, e parecia muito bem, fora um corte ainda recente no lado esquerdo de seu rosto, seus cabelos estavam escondidos por baixo do gorro de sua capa e na mão esquerda segurava sua lindíssima espada dourada.

-Ora, a minha missão foi hiper fácil, está vendo algo escondido por baixo de minhas vestes? - ela disse apontando para uma forma redonda.

-Sim, parece estar embaixo de sua capa. - ele respondeu.

Ela abriu sua capa e tirou uma esfera redonda, que tinha uma intensa luz cor-de-laranja, misturando um laranja escuro com um laranja mais claro, ela era bem brilhante, uma luz alaranjada brilhava em sua volta e deixava o ambiente mais claro e quente.

-É a minha Esfera do Fogo. - Gina disse sorridente - Foi muito fácil vencer a Chang e pegar a Esfera. Para falar a verdade a Cho é realmente uma fracote, ela caiu de cima do vulcão em que estava a esfera e acho que morreu, ou fugiu, não faço idéia.

-Você pegou sua Esfera dentro de um vulcão? - Harry perguntou surpreso.

-Sim, não era muito longe de onde estávamos, eu fechava os olhos e via uma luz alaranjada, algo como um radar... Vi que ela era mais intensa quando cheguei em frente a um vulcão. Estava o escalando e quando cheguei no topo surgiu aquela coisa chata da Chang, travamos uma batalha e, claro, eu venci e a derrubei de lá de cima, depois entrei no vulcão e encontrei a Esfera bem próxima da larva, quando a peguei, parecia haver uma ligação entre ela e o vulcão e sua larva começou a subir.

-E como você escapou? - perguntou Harry.

-Ora, fui esperta e aparatei. - ela respondeu - Aparatei de volta para o ponto de partida, o local das placas.

-Nossa, Gina! - exclamou Harry - Como você aparatou? Ainda nem havia aprendido a fazê-lo, iria esse ano.

-Sei lá como fiz, só sei que fiz. - ela respondeu.

-Isso deve ter alguma relação com os seus poderes. - Harry disse sério - Mas poderia acontecer alguma coisa grave nisso.

-Ah, Harry! Não devia ter lhe contado nada, você é muito chato!

-Não sou chato, sou responsável. - ele respondeu.

-É um chato, isso sim. - ela disse emburrada - Deixe-me continuar a história. Quando cheguei no lugar das placas, que também têm o portal para ir para Londres, fiquei em dúvida do que deveria fazer, mas achei melhor vir para te ajudar, pensei que ir para o Vale do Gelo poderia ser algo muito difícil e que você poderia se meter em enrascadas, e salvei sua vida. Agora estamos quites.

-Como assim quites? - perguntou Harry.

-Ora, você me salvou na Câmara Secreta e eu te salvei agora. - ela respondeu.

-Que é isso! - exclamou ele - Besteira.

-Para mim isso foi uma questão de honra. - respondeu Gina.

-Se você acha. - Harry deu de ombros.

-Agora vamos seguir caminho, vou com você Harry, e não devemos perder tempo. - Gina disse olhando-o seriamente - Que tal descermos por aqui?

Gina estava de costas para a parede que estavam, e ainda de costas deu um salto para fora. Harry assustado foi até lá ver, Gina estava lá embaixo em pé, deixando alguns cabelos vermelhos muito chamativos escaparem pelo gorro de sua capa cinzenta, e seus profundos olhos castanhos estavam alegres.

-VENHA, NÃO HÁ PERIGO! - ela gritou de lá debaixo.

Harry primeiramente jogou a sua espada, depois segurou bem forte a carta de Luna e saltou para baixo. Logo estava em pé ao lado de Gina, os poderes de Dragão os davam grande vantagens, como poderem dar aqueles saltos, por exemplo.

-Antes de irmos vou fazer uma boquinha! - Harry disse guardando no bolso, não estava se sentindo mais tão solitário para ler a carta naquele momento, mas sentia muita saudade de Luna.

-Ai, não podia fazer isso depois? - Gina perguntou brava.

-Vou comer agora sim, estou morrendo de fome! - Harry disse emburrado.

***

Uma hora havia se passado na Terra dos Vales. Uma semana havia se passado na Terra.

Luna estava com mais saudade ainda de Harry, esteve tão grudada nele no ano anterior, sentia uma parte de si faltando. Seu sonho não avançava em nada, nem havia mais o sonhado naquela semana. Seus dias estavam tão vagos... ela tinha Melissa como companhia, mas a considerava tão superficial, não conseguia confiar muito nela.

Ela caminhava um pouco sozinha nos jardins, quando de repente cruzou com alguém que a deu um susto por apenas surgir em sua frente, ela estava muito distraída e deu um tropeço para trás.

-Oh, menina! Como consegue ser tão distraída? - a pessoa em quem havia  esbarrado era Lisa, que dava um sorriso sincero.

-Desculpa, professora. - Luna disse abaixando a cabeça.

-Que nada, eu sei que têm algo a afligindo, sem dizer que sou tão estabanada quanto você. - Lisa disse olhando Luna tão profundamente com seus olhos verdes que ela sentiu como se ela visse a sua alma.

-Sim tem realmente algo me afligindo, a demora de Harry e dos outros. Será que eles estão vivos?

-Estão sim, como Dumbledore lhe disse, o tempo lá deve andar em uma velocidade diferente, desconfio que lá passe bem mais devagar que aqui, e que talvez ele esteja lá apenas há dias ou horas.

-Espero que sim. - Luna disse olhando vagamente o chão.

Elas mal sabiam que estavam sendo observadas através de magia avançada, Claire as espreitava em seu aposento no Ministério da Magia. Ela tinha os seus olhos fechados, estava muito concentrada, quando de repente os abriu. Melina e Helena encontravam-se uma de cada lado de Claire, que parecia extremamente preocupada.

"Oh, essa garota, ela está sonhando com coisas que eu não consigo..." - ela disse preocupada.

"Está preocupada?" - Helena perguntou aflita ao ver que a princesa não usava a voz calma, de quase sempre.

"Oh, Helena, não gostaria que ela tivesse um destino como o meu, espero que seja salva dele. Ela está sonhando coisas que eu não sonho, acho que já lhes contei sobre esse sonho, a ouvi conversando dele com uma amiga..."

"Sim, já nos contou." - respondeu Helena. "Não se aflija com isso, não precisa sonhar com tudo também."

"Mas esses sonhos dela me fazem desconfiar de que seja mais poderosa do que eu..." - Claire ecoou na mente de Helena e Melina. "Espero que ela realmente não tenha o mesmo destino que eu, apesar do Ministério não ligar mais para as Contempladoras de Sonho, como eu."

"Acho que desse destino ela está livre." - Melina disse tentando aliviar Claire.

"Assim espero..." - respondeu Claire. "Ela está muito preocupada com Harry, eu também estou. O que será que está acontecendo a eles e aos Dragões do Paraíso na Terra dos Vales? Minha magia não atinge outros universos."

"Já faz tanto tempo que eles partiram." - disse Helena. "Nenhum deu sinal de vida."

"Eu presumo que eles estejam lá há apenas um dia. Pelo que eu saiba quando aqui se passa uma semana, lá se passa uma hora."

"Nossa, é realmente diferente." - se surpreendeu Helena.

"Tenho certeza de que eles vão vencer!" - Claire disse convicta.

No Próximo Capítulo...

Harry e Gina estão apenas no início da saga atrás da Esfera das Águas, e mal sabem disso. O caminho até essa Esfera é muito maior do que imaginam, precisam cruzar o Vale do Gelo e ainda há muito mais pela frente... Eles não têm idéia de quem vão encontrar no meio de seu caminho, e o que pode acontecer com Gina no fim dele... E Hermione encontra complicações no Vale dos Ventos, principalmente quando têm que lutar contra um rival muito poderoso, Draco Malfoy. Não percam! Capítulo 2 - Uma Surpresa no Caminho

N.A.: Oi, pessoal! Que saudades XD , pena que eu vá sentir mais... Olha, antes de eu explicar qq coisa, vamos ao de praxe: Gostaram? Não? Mande REVIEWS dando suas opiniões, mesmo sem monitor e sem ter como mandar mais caps nas próximas semanas dou um jeito de lê-los.

Agora vamos às explicações: meu monitor (para falar a verdade os 2 inúteis que eu tenho) está quebrado, a Biba Akizuki (para quem não sabe, a minha irmã) está mandando esse cap para mim da faculdade, estou até escrevendo à mão essa NA para ela passar para o pc para mim... Então, nem sei quando vou poder mandar os outros que estão aprisionados no meu computador sem tela. Ai, como eu sofro! Não vai ter money para pagar o conserto tão cedo, nem sei se é tão caro, mas a situação tá preta... Esse cap foi o único possível de mandar, desculpem. Mas juro que assim que der mando outro. Torçam por mim e pelo meu monitor @#%&* (pííí´!) -censurado.

Não posso deixar de agradecer as três pessoas que sempre me dão força: Biba, Lina e Nessa. Sem vcs (e mim, claro!) essa fic não seria nada. Mas todos os outros leitores são especiais para mim, mesmo que não mandem reviews. Sempre há uma possibilidade, mandem reviews e me dêem uma força.