Através do Oceano - Parte I
A Lua banhava seu rosto com uma luz animadora, o olho a refletindo, junto com o brilho verde da floresta.Juntando suas poucas forças, subia pela primeira vez o morro que sempre vira da janela.Já ouvia a suave melodia das ondas...O vento descompunha seu cabelo, cuidadosamente arranjado, e separava os cachinhos elaboradamente formados e fixados.Naquele momento, não se importava.
Aquele morro seguia mar adentro, como uma península, e já havia uma trilha perigosa formada pelos poucos que já subiram ali.Uma nuvem agora encobria a Lua, sua única luz era a refletida pelas águas, que balançavam calmamente ao sabor do vento.Lá de cima, conseguia ver todo o oceano, e o vento acariciava suas têmporas...Experimentava pela primeira vez uma sensação de liberdade.
Decidida a seguir a trilha daquela península até o final, continuou lentamente.Não pretendia perder sequer uma sensação daquele momento único...Sentiu que ali sua vida terminava...E recomeçava.Aproximava-se o final da trilha, até parecia uma ponte levando ao paraíso.Resistiu à tentação de se jogar nas pedras daquele mar que balançava lá embaixo, para findar seu drama.Se não fosse o vento e a Lua, já teria pulado.
Aos poucos, começou a sentir um vento mais ameno e aquecido, vindo de uma luz vermelha que brilhava no final da península.Correu até lá, como quem tenta alcançar um portal que se fecha.Aquela "coisa" cantava melancolicamente, uivando.Quando finalmente a alcançou, não teve tempo de olhar...Caiu lentamente, em uma profunda letargia.
(Será que era o fim?
Ondas passavam, por cima e por dentro dela, sentia a dor de todas as surras que recebera, toda a amargura dos seus nove anos de idade...
Todas as vezes que passou fome se acumularam, o estômago parecia atrofiado.
Seu cabelo não existia, sua mão não encontrava, os peixes e pássaros eram alheios à sua presença.
A praia sumiu, e ela sentiu-se caindo dentro de um porão escuro.
As lágrimas verteram de seu rosto quando viu sua mãe, com a chibata na mão, lhe aplicando golpes ferozes...
Contudo, não estava sentindo nenhum.Demorou pra ver sua própria imagem ali, sofrendo...
Como tantas vezes.
Mas, se estava se vendo, qual era a verdadeira?
Acordou depois de concluir que já não existia mais.)
Despertou, mas seus olhos permaneceram cerrados, talvez com medo de enxergar-se novamente reclusa em um porão escuro.Sentiu a chuva se precipitando sobre seu corpo...Aliviou-se, pois ainda sentia o vento e ouvia as ondas, e aquele calor emanado pela luz vermelha ainda estava presente.Abriu os olhos lentamente, deparando-se com a irís escarlate daquela criatura, que antes emanava uma luz vermelha.Ele parecia com um cachorro minúsculo, as patas eram pequenas e não articuladas...A cabeça confundia-se com o corpo, e não haviam orelhas: o resto era tudo coberto com fogo.Parecia preocupado, e dava furtivas olhadas para baixo.
...Para baixo...?Finalmente percebeu que se encontrava no alto de uma figueira.Era uma árvore enorme e muito antiga, da qual já ouvira falar.Foi lá que sua única amiga, Mariah, havia encontrado seu primeiro monstro...Aqueles monstrinhos que estavam se tornando tão conhecidos...Suas relexões foram bruscamente cortadas por um berro.Segurou-se em um galho e espiou para baixo.Havia pelo menos uma centena de pequenos monstros, parecidos com lobos selvagens famintos, decididos a devorá-la.O que poderia fazer?Encolheu-se em um canto (como fazia no porão) e pegou aquela criatura no colo, acariciando.Era estranho como aquela chama não a atingia.Ficaram assim horas, íntimos e olhando-se, sem trocar uma palavra.
A chuva finalmente cessou, mas os rosnados e grunhidos não os deixavam esquecer da situação.O dia já começava a nascer lá no final do oceano.A criatura saltou de seu colo, olhou para o Sol e, tendo recebido toda aquela energia, lançou-se aos "lobos".
O Sol já estava no zênite quando ela finalmente criou coragem de olhar para baixo.Alguns daqueles monstros haviam evacuado, outros morreram queimados, ali mesmo.E aquela criatura havia salvado sua vida!Demorou um pouco para encontrá-la agonizante, com sua chama quase se apagando.
- Fim da Parte I -
===============================================================
Poisé, este foi o primeiro capítulo da meu primeiro "fic".
Como puderam ver, não vou usar muitos elementos de Pokemon, nem do anime nem do game...
Até porque não assisto nem jogo fazem dois anos.
Ele só é "levemente" baseado, a idéia dos monstros, enfim...Talvez eu acabe colocando uns pokémons originais aí no meio.
Ah é, eles nem são chamados Pokémon aqui ainda, porque não são portáteis.
Se você leu (os capítulos são bem curtinhos, não?É muito bom pra ler no computador) por favor, deixe seu comentário, escreva o que você achou sem sentido, se encontrou erros, muito chato etc...Muito obrigado por ler!
Sapox (ewenmed@hotmail.com / www.tokadosapox.zip.net )
A Lua banhava seu rosto com uma luz animadora, o olho a refletindo, junto com o brilho verde da floresta.Juntando suas poucas forças, subia pela primeira vez o morro que sempre vira da janela.Já ouvia a suave melodia das ondas...O vento descompunha seu cabelo, cuidadosamente arranjado, e separava os cachinhos elaboradamente formados e fixados.Naquele momento, não se importava.
Aquele morro seguia mar adentro, como uma península, e já havia uma trilha perigosa formada pelos poucos que já subiram ali.Uma nuvem agora encobria a Lua, sua única luz era a refletida pelas águas, que balançavam calmamente ao sabor do vento.Lá de cima, conseguia ver todo o oceano, e o vento acariciava suas têmporas...Experimentava pela primeira vez uma sensação de liberdade.
Decidida a seguir a trilha daquela península até o final, continuou lentamente.Não pretendia perder sequer uma sensação daquele momento único...Sentiu que ali sua vida terminava...E recomeçava.Aproximava-se o final da trilha, até parecia uma ponte levando ao paraíso.Resistiu à tentação de se jogar nas pedras daquele mar que balançava lá embaixo, para findar seu drama.Se não fosse o vento e a Lua, já teria pulado.
Aos poucos, começou a sentir um vento mais ameno e aquecido, vindo de uma luz vermelha que brilhava no final da península.Correu até lá, como quem tenta alcançar um portal que se fecha.Aquela "coisa" cantava melancolicamente, uivando.Quando finalmente a alcançou, não teve tempo de olhar...Caiu lentamente, em uma profunda letargia.
(Será que era o fim?
Ondas passavam, por cima e por dentro dela, sentia a dor de todas as surras que recebera, toda a amargura dos seus nove anos de idade...
Todas as vezes que passou fome se acumularam, o estômago parecia atrofiado.
Seu cabelo não existia, sua mão não encontrava, os peixes e pássaros eram alheios à sua presença.
A praia sumiu, e ela sentiu-se caindo dentro de um porão escuro.
As lágrimas verteram de seu rosto quando viu sua mãe, com a chibata na mão, lhe aplicando golpes ferozes...
Contudo, não estava sentindo nenhum.Demorou pra ver sua própria imagem ali, sofrendo...
Como tantas vezes.
Mas, se estava se vendo, qual era a verdadeira?
Acordou depois de concluir que já não existia mais.)
Despertou, mas seus olhos permaneceram cerrados, talvez com medo de enxergar-se novamente reclusa em um porão escuro.Sentiu a chuva se precipitando sobre seu corpo...Aliviou-se, pois ainda sentia o vento e ouvia as ondas, e aquele calor emanado pela luz vermelha ainda estava presente.Abriu os olhos lentamente, deparando-se com a irís escarlate daquela criatura, que antes emanava uma luz vermelha.Ele parecia com um cachorro minúsculo, as patas eram pequenas e não articuladas...A cabeça confundia-se com o corpo, e não haviam orelhas: o resto era tudo coberto com fogo.Parecia preocupado, e dava furtivas olhadas para baixo.
...Para baixo...?Finalmente percebeu que se encontrava no alto de uma figueira.Era uma árvore enorme e muito antiga, da qual já ouvira falar.Foi lá que sua única amiga, Mariah, havia encontrado seu primeiro monstro...Aqueles monstrinhos que estavam se tornando tão conhecidos...Suas relexões foram bruscamente cortadas por um berro.Segurou-se em um galho e espiou para baixo.Havia pelo menos uma centena de pequenos monstros, parecidos com lobos selvagens famintos, decididos a devorá-la.O que poderia fazer?Encolheu-se em um canto (como fazia no porão) e pegou aquela criatura no colo, acariciando.Era estranho como aquela chama não a atingia.Ficaram assim horas, íntimos e olhando-se, sem trocar uma palavra.
A chuva finalmente cessou, mas os rosnados e grunhidos não os deixavam esquecer da situação.O dia já começava a nascer lá no final do oceano.A criatura saltou de seu colo, olhou para o Sol e, tendo recebido toda aquela energia, lançou-se aos "lobos".
O Sol já estava no zênite quando ela finalmente criou coragem de olhar para baixo.Alguns daqueles monstros haviam evacuado, outros morreram queimados, ali mesmo.E aquela criatura havia salvado sua vida!Demorou um pouco para encontrá-la agonizante, com sua chama quase se apagando.
- Fim da Parte I -
===============================================================
Poisé, este foi o primeiro capítulo da meu primeiro "fic".
Como puderam ver, não vou usar muitos elementos de Pokemon, nem do anime nem do game...
Até porque não assisto nem jogo fazem dois anos.
Ele só é "levemente" baseado, a idéia dos monstros, enfim...Talvez eu acabe colocando uns pokémons originais aí no meio.
Ah é, eles nem são chamados Pokémon aqui ainda, porque não são portáteis.
Se você leu (os capítulos são bem curtinhos, não?É muito bom pra ler no computador) por favor, deixe seu comentário, escreva o que você achou sem sentido, se encontrou erros, muito chato etc...Muito obrigado por ler!
Sapox (ewenmed@hotmail.com / www.tokadosapox.zip.net )
