Ten and Taken

by sg2009

tradução Carol

Seu irmão tinha 10 anos. Isso sempre teve sentido figurativo desde que Dean tinha, bem, 10 anos. Talvez anos antes. Sam sempre se lembrava de Dean sendo maturo fosse com sete, oito, ou nove anos. Mas o desenvolvimento social de Dean enfraqueceu um pouco quando ele tinha 10 anos. E agora seu corpo tinha se encontrado com sua idade mental, por assim dizer. Isso não era fanfodatástico.

"Eu ainda sou mais velho que você, besta." Dean o encarou com aqueles grandes olhos verdes, olhando para cima. Ele havia arranjado uma calça jeans velha e uma camiseta gastada, mas as roupas pareciam gigantescas nele. Deus, Dean tinha sido tão pequeno desse jeito? Sam cobriu os olhos gritando interiormente. "Sam. Sam. Sam. Sammy..." Sam olhou para baixo. Dean pulava para cima para baixo, acenando com as mãos para Sam, tentando fazer com que Sam prestasse atenção nele. Ele parou assim que viu que Sam estava olhando para ele, forçando um sorriso pretensioso como apenas um garoto de dez anos poderia fazer. "Sam, você ainda tem que fazer o que eu mandar". Sam voltou a colocar as mãos sobre os olhos.

Três horas. Dean/normal tinha se transformado em Dean/criança, há três horas. Duas horas e vinte minutos desde que Bobby tinha ligado de volta para Sam e tinha concordado que os efeitos da maldição eram temporários e que em uma semana passariam. Não havia o que fazer, apenas esperar que o efeito da maldição passasse. O que deixavam 165 horas para que seu irmão voltasse ao normal. Sam sentiu Dean puxar sua camisa. Talvez ele devesse ligar de novo para Bobby. Ele tirou Dean do caminho e pegou o celular.

"Bobby?"

"Sam?" O caçador mais velho falou cautelosamente. "Está tudo bem com você? Dean ainda está ok. Porque o problema de ser transformado em criança deve acabar em uma semana." O voz dele estava cansada, como se ele estive esperando noticias ruins: que um deles tivesse caído morto, por exemplo. Dean "dançava" em volta de Sam, puxando-lhe a camisa com um olhar de contrariedade.

"Sam, me dá o telefone." Ele disse em sua voz suave e ao mesmo tempo mandona. Sam riu sarcasticamente pra ele, segurando o telefone fora do alcance de Dean que fungou e se encolheu no canto do quarto do hotel.

"Nós estamos bem, Bobby. É só que..." Sam parou. Como ele podia explicar para Bobby que ele precisava de ajuda, que ele precisa de uma babá. "É só que eu acho que não é apenas o corpo. O que eu quero dizer é, que apesar de ele se lembrar de tudo, anjos, selos, Lilith e todo o resto, ele está agindo como uma criança de dez anos. Eu acho que ele realmente tem dez anos."

"Cara," Dean gritou do canto, "Eu tenho trinta anos". Sam o acenou para que Dean ficasse quieto. Houve uma pausa do outro lado da linha.

"Você tem certeza?" perguntou Bobby.

"Yeah." As diferenças entre o Dean/normal e o Dean/criança eram sutis e mesmo como criança Dean era bom em esconder as coisas, mas Sam conhecia o irmão. Ele não estava fingindo ter dez anos. Ele tinha dez anos. "Talvez eu pudesse deixá-lo com você por alguns dias." Houve uma pausa. Sam, Dean e Bobby tinham vistos algumas maldições ferradas ao longo da vida. Essa era a mais irritante, mas era mais como um mosquito zumbido comparada com a maldição 'dois dias como se estivesse com a pele sendo mastigada' ou 'morrer de hemorragia por causa do sangue saindo de todos os seus orifícios'. Sam ouviu um bufar do outro lado da linha. Bobby devia estar pensando a mesma coisa que ele. Com Dean reclamando ao fundo com aquela voz estridente e ansiosa, o caçador mais velho não pode evitar e começou a rir. Então Bobby gargalhando da cara do Sam, disse-lhe para se divertir com o mini-idiota e desligou.

"Sam... SAM"

"O que Dean?" Sam tentando permanecer calmo. E compreensivo. E paciente. Ele não podia estrangular seu pequeno irmão mais velho.

"Cara. Me devolve a minha arma." Dean olhou pra ele, estendendo a mão como se ele esperasse que Sam lhe devolvesse a arma de verdade. Sam foi até ele, o agarrou pelo colarinho da camisa que estava enorme, parecia até que Dean estava nadando dentro dela, e o arrastou até a porta.

"Não. Nós vamos até o Walmart comprar algumas roupas pra você." Dean se contorceu.

"O que? Porque não ir até o Exército da Salvação. Tem um a dois quarteirões daqui.

"Dean, nós vamos até o Walmart. É barato o suficiente." Sam abriu a porta do banco de passageiro fazendo Dean entrar. Dean ia ter dez anos durante uma semana. Ele era irritante e ansioso e ele ira viver com roupas novas por toda a semana. Deus sabia que tudo que o seu irmão tinha tido antes tinha pertencido à outra pessoa.

"Walmart é um lugar perigoso. Eu pensei que você lia os jornais. Coisas ruins acontecem no Walmart." Dean olhou para sam e deu de ombros.

"Walmart." Sam disse em um tom semelhante ao que John usava, meio militar como um sargento. Ele lutou para não rir quando uma expressão de 'sim, senhor' passou pelo o rosto do seu irmão, mas ele se calou. Duas horas depois – 163 horas até Dean voltar ao normal – Sam saiu do Walmart correndo pelo estacionamento, perseguindo uma Van cinza, cheia de demônios, que tinha seqüestrado seu irmão quando eles saiam da loja.

Droga, Sam odiava Walmart. Ele pisou fundo, acelerando o carro. Ele iria salgar e queimar cada uma das lojas de Nebraska até Atlanta. Primeiro, no entanto, ele iria recuperar seu irmão. E se ele visse uma contusão sequer no Dean, aqueles bastardos teriam sorte se Sam apenas os mandassem de volta para o inferno.

Demônios eram traiçoeiros e manipuladores. Mal. Os demônios que roubaram Dean, eram simplesmente estúpidos. Estúpidos porque eles não tinham notado que Sam os estava seguindo. Estúpidos porque eles tinham parado apenas um quarteirão abaixo, ele viu eles maltratando Dean, o forçando a entrar em uma antiga e caindo aos pedaços. Eles realmente não deveriam tocar no seu irmão. E mesmo que isso fosse algum tipo de armadilha, eles eram estúpidos porque Sam ia destruí-los.

Ele esperou menos de um minuto depois deles entrarem vou até a casa. O instinto dele lhe dizia que os demônios não sabiam que ele os tinha seguido – o que provavelmente significava que eles deviam ser apenas iniciantes. Sam não tinha certeza se isso era sorte de Winchester ou algum efeito secundário da maldição que fez com que os demônios fossem atrás do seu irmão, mas ele não se importava. Esse seria o último engano desses monstros. Ele foi até a parte de trás da casa, assim teria o elemento surpresa ao seu favor.

Olhando pela janela de trás, ele viu eles puxarem Dean até uma porta que deveria dar para o porão. Os olhos de Dean estavam enormes e – maldição – parecia que ele estava chorando. Sam não conseguia se lembrar de Dean chorando quando tinha dez anos. Mas ele também nunca tinha sido seqüestrado pelos cachorrinhos do inferno quando saia de uma loja de conveniência. Então realmente, isso era uma novidade. Os demônios, três homens imensos e uma ruiva pequenininha, seguiram seu irmão, empurrando e xingando-o, fechando a porta atrás, fechando a porta atrás deles. Ele entrou sorrateriramente. A porta que dava para o porão estava destrancada e ele silenciosamente virou a maçaneta e olhou para dentro. Os irmãos demoniacos estavam de costas para a escada e estavam empurrando o Dean para o canto do porão. Sam abriu a porta e entrou fechando-a atrás de si. Ele desceu bem devagar a escada, se escondendo em um ponto aonde os outros não conseguiam vê-lo. O quarto tinha um bom isolamento. Quase nenhum som poderia ser ouvido do lado de fora. O homem maior empurrou Dean no canto do quarto, faznedo com que ele batesse na parede com força e gritasse de dor.

"Dean Winchester," o homem sibilou, "o pessoal está sentindo sua falta lá embaixo. Sendo torturado ou torturando, você com certeza era puro entretenimento´no inferno." Dean empalideceu, mas encarou a criatura a sua frente.

"Meu irmão, ele vai chutar o seu traseiro." Dean respondeu. Os cantos da boca de Sam se contorceram em um quase sorriso. Yeah, Dean estava certo.

"Ah, que docura," a ruiva disse apertando o queixo de Dean com a mão. "Sammy está melhor sem você. Você sabe que tudo que ele faz é apenas para te agradar, em uma lealdade absurda. Ele nem mesmo gosta de você." Ela disse enquanto tirava a mão do queixo do Dean, mas de repente voltou com a mesma mão e deu um tapa com as costas da mão no rosto do Dean, derrubando-o no chão. Sam ficou tenso, mas continuou onde estava.

"Além disso," disse o grandalhão, "Todos esses anos de tortura e flagelações, você sabe que mereceu, não sabe? Ainda mais agora, depois de tudo que você fez". Dean arregalou os olhos se encostou na parede. Sam pegou a faca da Ruby e caminhou até o grupo.

Sam se aproximou do grupo que xingava e agredia seu irmão. Ele precisava se acalmar, controlar suas emoções e concentrar sua atenção nos alvos. John sempre dizia que em uma briga contra um grupo, o indíviduo mais ameaçador sempre deveria ser o primeiro a ser derrotado. Fazer isso com demônios era dificil, já que nem sempre dava para saber quem era o chefe, mas Sam apostou no grandalhão e foi direto para cima dele.

Assim que ele levantou a lâmina, ele vislumbrou seu irmão. Dean estava tremendo e soluçando. Os braços e pernas dele estavam jogados ao longo do corpo, e ele estava todo encolhido no canto como uma marionete quebrada, enquanto um dos demônios zombava dele, com o punho levantado.

Sam perdeu o controle. Ele estava de mal humor antes de Dean ser transformado em criança. Conforme os eventos do dia tinham passado, ele tinha ido de irritado, para zangado, e para a fúria que agora tomava conta dele.

"Hey" Ele estava cansado de se esqueirar. Os demônios viraram em sua direção. Encarando-os, ele jogou a faca de lado. Sam tinha armas melhores. "Eu vou chutar o rabo de vocês"

Ele levantou a mão em direção aos bastardos, sentindo o ódio correr nas veias. Deixou o poder tomar o controle, e o mundo ficou vermelho.

Alguns momentos depois, ele voltou ao normal, recuperando sua capacidade de raciocinar e viu que estava deitado no chão do porão. As lembranças da luta estavam embaralhadas em um mosaico de morte, gritos e jubilo. A sensação embrulhou o estômago de Sam. Ele não podia continuar perdendo a cabeça sempre que estivesse com raiva. Sam olhou ao redor. Quatro mortos, mortos não exorcizados, quatro 'cascas' de demônio em volta dele. A faca da Ruby estava no jogada no chão sem ter sido usada, e seu irmão estava sentado ao lado dele. Merda. Lógico que Dean tinha visto tudo.

"Sammy.." Dean estendeu uma mão trêmula para Sam. O olho dele estava inchado e o maxiliar já estava começando a ficar roxo.

"Dean." Sam sentou, ficando atento. "Você está bem?"

Dean não respondeu apenas continuou sentado tremendo e o encarando. Sam se aproximou mais de Dean, verificando se ele estava machucado. Seu irmão estava abatido, mas não tinha nenhum outro ferimento. Sam sentiu o alívio imundá-lo.

"Você está bem." Sam disse, afangando-lhe os ombros. Ele levantou e pegou a faca. "Vamos Dean, nós temos que ir."

Sam voltou a afagar o ombro dele, esperando pela resposta 'você deveria ter me dado a minha faca' ou 'viu, Sam, Walmart é um lugar perigososo', mas Dean permaneceu em silêncio.

"Dean. Nós precisamos ir. Nós não vamos querer estar aqui se mais alguém aparecer, humano ou outra coisa."

Dean não levantou, mas olhou para Sam e começou a tremer com tanta força que parecia até com convulsões. Sam ficou preocupado, será que ao ver Sam usar seus poderes seu irmão tinha ficado em estado de choque.

"Merda." Sam murmurou. Ele se abaixou e pegou seu irmão embalando-o junto ao peito. "Você está a salvo agora, Dean. Eu vou tomar conta de você, mas nós precisamos ir." Ele ainda esperava um comentário sarcástico de Dean, talvez ele reclamasse de ser muito velho para ser carregado (mesmo que agora ele estivesse com dez anos), mas Dean apenas colocou os braços ao redor do pescoço de Sam e escondeu o rosto em seu ombro.

Sam conseguiu guiar para o motel, arrumar as coisas, e viajar mais de 400 quilômetros até encontrar outro motel. Ninguém os seguiu, graças a Deus pelos pequenos favores, e ele carregou seu abatido irmão de dez anos como se ele fosse uma criancinha. Depois de ter se registrado, ele sentou na cama, apoiado na cabaceira e com seu irmão sentado ao lado dele.

"Dean, você tem que descansar um pouco." Dean se aproximou mais dele e fez que não com a cabeça. Sam tentou de novo. "Você precisa dormir. Eu fico vigiando, okay?"

"Num tô cansado, Sammy." Caramba, ele soava exausto.

"Vamos. Apenas tire um cochilo." Dean novamente fez que não com a cabeça, agora com mais força. Sam ainda se sentia culpado, mas a frustração começava a ganhar corpo. "Okay... porque você não quer dormir?"

Dean se inclinou um pouco pra trás, lançando a Sam dos seus "É óbvio" olhar.

"Porque, eu não estou com sono." Ele se aninhou ao lado de Sam. Droga, Dean estava quase ok, mas ele precisava descansar para ficar realmente bem. Sam odiava fazer isso, mas era pela saúde de seu irmão.

"Dean". Sam colocou seu melhor tom de sargento na voz. "Porque você não quer dormir? Me fala, e isso é uma ordem."

Dean se moveu para poder olhar para ele. Era difícil pra ele não obedecer uma ordem direta de qualquer membro mais velho de sua família, especialmente no estado que ele estava. Sam podia ver as emoções passando por seu rosto. Medo. Raiva. Desafio. Então um pouco de aborrecimento passou pelo rosto de Dean o que indicava que ele iria falar.

"São apenas os sonhos ruins... sobre o inferno e coisas assim."

Huh. Sam provavelmente deveria ter pensado nisso. Ele respirou profundamente.

"Olha, você não está mais lá. Você nunca mais vai ir pra lá. Descanse e se você começar a ter um pesadelo, eu te acordo, ok?" Sam deu de ombros e desviou o olhar, ele murmurou alguma coisa no ombro de Sam.

"O que?" Sam forçou Dean a olhar para ele.

"Até eu morrer, então eu vou voltar pra lá, né?" Dean desviou o olhar de novo, vermelho de vergonha. "Isso é o que todos os demônios dizem."

"Dean, demônios mentem."

"Só se a verdade for pior." Ele disse baixinho, disfarçando um bocejo e ao mesmo tempo um soluço. "E, de qualquer forma, não estou com sono."

Droga, merda. O que Sam deveria dizer? Não se preocupe, você está a salvo. Ele não tinha certeza que alguém estava a salvo. Nada ruim vai acontecer. A vida deles interira eram uma prova do contrário. Mas ele tinha que dizer alguma coisa.

"Cara, você não vai voltar lá pra baixo, pense bem, você tem anjos tomando conta de você." Sam estremeceu. Talvez essa não tenha sido a melhor resposta. O relacionamento de Dean com anjos não era muito bom. Dean deu de ombros.

"Bem, eu gosto do Cas." Ele disse bem baixinho.

"Yeah." Sam sorriu. "Ele é legal. E eu não vou deixar ninguém te pegar. Ele sentiu Dean realaxar a seu lado. Sam olhou para as horas. Dez horas desde que o Dean/normal tinha sido encolhido. Faltavam 158 horas para que seu pequeno irmão mais velho voltasse a normal, ele só esperava que as horas restantes fossem melhores do que as horas iniciais - ele faria com que fosse. Mas antes...

"Hey, Dean". Sam sentiu a garganta apertar. "Eu sinto muito... você sabe pelo lance psiquico. Mas eu só fiz aquilo pra te proteger. Então eu realmente não sinto, mas ...uh... me desculpe se isso te assustou". Sam suspirou, sentindo lágrimas frustradas encherem os olhos dele. Droga, quando ele perdeu a habilidade de ser articulado? Dean olhou para ele de um jeito estranho. "Sammy, Eu nunca poderia ficar com medo de uma puta "emo" como você." Dean se aconhegou na cama."Agora fica quieto, tô com sono." Sam passou a mão pelos cabelos de seu irmão. Ele ia manter o irmão a salvo e bem perto dele por todo tempo que ele conseguisse.

TBC

Espero q gostem, sábado tem mais..