Nota da autora: Os títulos não são lá muito originais... Mas é que não consegui pensar em mais nada. Este será o primeiro de três capítulos (ou quatro, talvez).

Disclaimer: Nenhum dos personagens me pertence, são todos da Naoko Takeuchi.

Todos a consideravam explosiva. Uma pessoa inconstante prestes a explodir ao menor indício de contrariedade. Na verdade, ela era bastante controlada e passava boa parte do tempo meditando sobre como as coisas eram e como poderia fazer tudo ser mais fácil. É claro que essas nuances da personalidade dela eram complicadas de observar. A personalidade forte e temperamental se sobrepunha a introspecção.

Ele já era expansivo e podia se enquadrar muito bem na classe de pessoas efusivas, daquelas que conversam sobre todos os detalhes da própria vida com uma pessoa que conheceu há alguns minutos. Para ele ou era tudo ou era nada, não existia meio termo ou talvez. Ele abominava o talvez. E isso a irritava profundamente.

Mars era controlada podia se queimar de raiva, mas se mantinha firme até o ponto em que decidia incendiar tudo. Ele, Jadeite, falava o que vinha a mente, sem medir o peso das palavras ou as conseqüências. Perto dela, ele se sentia uma criança mal criada, fazendo tudo errado. E ela se sentia frustrada, conseguia ficar mais irritada do que se sentia quando tentava convencer Usagi de que algo que ela queria muito era errado.

"Vamos lá, Reizinha!" - Jadeite insistia enquanto apertava suavemente os ombros dela - "O que custa você ir comigo?"

"Custa a minha sanidade." - ela respondeu levemente irritada, fuzilando o rapaz com os olhos ao ouvir o apelido que ele havia dado a ela.

"Hmm... Entenda da seguinte forma," - ele começou a argumentar depois de coçar a própria cabeça - "Nós ficaremos juntos caso você queira ou não, logo você vai perder a sua sanidade de qualquer forma."

"Ja-dei-te!" - Rei falava praticamente soletrando as sílabas do nome dele.

"Sim, querida?" - ele responde com um sorriso radiante.

"Por que você não vai ver se eu estou lá fora tomando sol ou fazendo qualquer outra coisa?" - ela pergunta ao notar que ele parecia não perceber qualquer variação de humor pelo tom de voz.

"Porque eu estou te vendo aqui, Reizinha, na minha frente..." - e completou depois de certo tempo com um sorriso malicioso -"Maaaas, se você quiser ir tomar som com trajes mínimos na minha frente eu não vou me importar!"

"Jadeite!" - ela soltou exasperada

"Estou ouvindo, não precisa me chamar várias vezes!" - ele respondeu sem esconder o quanto estava se divertindo.

"Eu não posso ir." - Rei respondeu finalmente.

"Por que não?" - ele pergunta curioso.

"Porque eu tenho que trabalhar, oras!" - ela responde automaticamente e gira a cadeira para o outro lado.

Jadeite levanta uma sobrancelha enquanto analisava o rosto dela e as reações. Suspirando suavemente, ele levanta da cadeira que estava, próximo a ela, e vai em direção à porta que fica no outro lado do cômodo. Rei observa os movimentos dele e por um instante fica em dúvida, ao se perguntar, o que ele queria com Venus, até sentir um estalo na cabeça.

"O que você vai fazer, Jadeite?" - ela pergunta suavemente.

"Conversar com a Minakozinha." - ele responde no mesmo tom. - "Ela, ao contrário de você, conversa comigo."

"Claro... Vocês combinam sendo os dois bobos alegres que são!" - ela responde automaticamente.

"Ciúmes?" - ele retruca em um tom maroto.

"De você, improvável. Da minha melhor amiga, talvez." - Rei responde dando as costas a ele.

Jadeite balança os ombros e bate na porta. Depois de alguns instantes ouve um 'Pode entrar', entrando na sala e fechando a porta, sem cerimônia alguma, atrás dele. Venus olha para o general por alguns segundos e diante do silêncio dele chega a piscar algumas vezes sem saber como proceder.

"Algum problema, Jadeite-san?" - finalmente ela pergunta.

"A Rei tem alguma tarefa para hoje à noite?" - ele pergunta sem responder a pergunta dela.

"Começamos bem... Ele responde uma pergunta com outra. Tão agradável!" - Venus comenta deliberadamente. -"Não, ela não tem nada para fazer."

"Então, por quê ela disse que sim?" - ele pergunta confuso.

"Que tal você perguntar para ela?" - Venus desvia os olhos dele e volta à atenção para o que estava fazendo antes - "E te aconselho a fazer isso nos próximos segundos enquanto eu não arrumo algo para ela fazer."

"Nossa, que humor, hein!" - Jadeite reclama enquanto rodava a maçaneta da porta - "Parece que carrega um limãozinho no bolso, toda vez que começa a ficar alegre você corre e chupa o limão!"

Venus levantou a cabeça e o olhou séria. Ele era inacreditável, não sabia como Kunzite e os outros generais o agüentavam. Porque sabia como Rei o suportava... Mentindo que não podia sair com ele.

"Já terminou?" - Venus perguntou.

"Vou falar para o Kunzite te dar atenção, tá!" - ele falou enquanto abriu a porta, passou por ela e a fechou, antes de ouvir a resposta dela. O pouco que ele conhecia de Venus o fazia supor que ela iria lançar ao sobre ele e ele teria sorte se fosse algum objeto.

"Então, Reizinha... A sua chefa mal humorada me disse que você está de folga!" - Jadeite começou a falar enquanto sentava ao lado de Mars novamente - "Porque ela se preocupa com você e te quer feliz!"

"Jadeite, se você fez algo que pode provocar a sua morte pelas mãos ou de Venus, não vou ser eu quem vai te salvar." - Rei respondeu com um sorriso ao notar a expressão dele mudar de alegre para preocupada.

"Acho que as pessoas deviam ser mais felizes... Assim se a Venus e Kunzite passassem mais tempo juntos, eles seriam mais felizes e logo nós não teríamos que agüentar o mau humor deles!" - Jadeite concluiu o seu argumento como se tudo aquilo fosse muito obvio.

"Mas aí o reino todo estaria em perigo porque eles estariam entretidos demais com eles mesmos e esqueceriam-se do resto!" - Rei respondeu falando da mesma forma com que ele havia começado o novo dialogo.

"Vamos lá, Rei..." - ele mudou o tom de voz, deixando de ser gozador. - "Só estou te chamando para ir ao cinema. Nada demais. Custa muito? Custa tanto assim você sair comigo?"

Rei observou a mudança de tom dele e o encarou por alguns segundos. Ela não tinha noção se ele sabia disso, mas toda a expressão facial dele era uma composição de algo semelhante a um menino pequeno pedindo para mãe comprar doce. E, naquele momento, ela percebeu que ela era o doce que ele tanto queria.

"Tudo bem." - ela respondeu finalmente.

"Por que, Reeeeeeeeeeei?" - Jadeite começou a reclamar - "Você é muito má comigo! Se não aceita ir no cinema hoje, imagina se eu te pedir em casamento!"

"Jadeite..." - Rei começou a falar sem evitar sorrir ao perceber que ele não havia prestado atenção na resposta dela e se levantando -"Me escute antes de sair tagarelando."

"Para quê? Para ouvir um não?" - ele resmungou ainda sentando, olhando ela se levantar.

"Meu amor, eu disse que sim." - Rei sussurrou beijando a testa dele com suavidade - "Sim para cinema é claro... Você vai ter que melhor esse pedido de casamento caso realmente queira que eu aceite."

Ela terminou de falar, pegando a mão dele entre a sua e o fazendo levantar da cadeira. Jadeite não conseguiu evitar de sorrir enquanto a seguia.

"Isso quer dizer que você pensa em casar comigo, é?"