Não sabia se o arrependimento contaria em meio a um mar de fracassos.

Suas prioridades precisavam ter sido rearranjadas desde o início, ele percebeu. Muito rearranjadas. Ele desejava ter sido mais corajoso, mais capaz, desejava não ter sido um bebê chorão e estúpido. Desejava não ter fracassado tantas vezes, mesmo quando tentava fazer a coisa certa. Desejava ter acertado pelo menos uma vez. Desejava não ter caído na real tão tarde. Talvez, assim, não se sentisse tão estranho por dentro. Era como se ele mesmo fosse um estranho; até mesmo para si próprio.

Fracassara antes de tomar partido de algum lado, e depois, também. Nunca lutou realmente pelo seu ideal e talvez fosse isso que o fez diferente dos demais. Estava ali apenas para salvar seus pais e a si mesmo. Queria apenas sua família, queria apenas que tudo deixasse de ser tão complicado. Era tão errado assim?

Era, e ele sabia. Foram dezessete anos de escolhas e caminhos errados. Dezessete anos de infantilidades e de ostentação. Talvez ele precisasse vislumbrar a possibilidade de perder o que lhe importava, para poder finalmente enxergar sua estupidez. Sua insegurança, dúvidas e medos que sempre tentou esconder. Ele se arrependia; queria ter sido forte o suficiente para destruir o garotinho assustado que existia dentro de si. Queria começar novamente, queria uma vida longe de seus erros, queria uma chance de ser alguém diferente.

Não sabia se o arrependimento contaria em meio a um mar de fracassos, não sabia de nada, mas precisava começar por algum lugar.


Em homenagem ao meu personagem preferido de toda a vida, e tenho dito. Draco Malfoy, seu lindo, tu merece todo o meu amor.