Disclaimer: Tia Rô se recusou a me vender os direitos autorais pelos vinte e cinco centavos e um clips que eu tinha nos bolsos. Então não é meu.

Shippers: Salazar Slytherin x Godric Griffindor

Categoria: Romance

Classificação: +16 (precaução)

Beta Reader: Não betada

Sinopse: Num mundo que é feito de puras possibilidades e sonhos, dois amigos observam o sol nascer, e com ele talvez algo mais...

Notas: Minha primeira fic dos Fundadores. Não saiu muito boa, mas também não está horrivel...espero. Leiam por favor e comentem, nem que seja pra dizer que é melhor eu abandonar as letras e ser gari.

If These Stones Could Talk To by Blodeu-sama

O futuro sempre pairava sobre aquele terreno. Os enevoados caminhos do amanhã assombravam as quatro mentes sempre que entravam naquela atmosfera tão mágica e pura. Sonhos de quatro jovens brilhantes reluziam nas pedras novas como diamantes puros. Porém nenhum brilhava mais que a fascinação quase obsessiva de Godric Gryffindor por sua obra.

Cada movimento dos seus longos cabelos avermelhados e ondulados, cada passo firme, cada arfada bruta no peito largo do homem dizia determinação, coragem, altruísmo. Todos se impressionavam com isso, o idolatravam como um herói, o erguiam a categoria de um dos maiores bruxos da época, todos achavam o jovem Gryffindor perfeito. Todos, menos um.

O mais próximo de Godric, Salazar Slytherin, achava tudo nele extremamente irritante. Salazar, magro, alto, esguio e um tanto quanto sombrio, dizia constantemente que "o caro Godric é um obcecado por contos cavalheirescos e aquela bendita escola de pedras". Com seu rosto forte e marcante de árabe, bonito pelo cabelos pretos e os olhos de um verde muito raro, Salazar era conhecido pela comunidade bruxa por seu poder enorme e conhecimentos ainda maiores sobre tipos de magia complicados e obscuros. Não era uma pessoa que se poderia dizer sociável.

Na verdade, Salazar amava aquela escola, amava seu potencial, tudo que ela poderia ser...mas temia que seus sócios a transformassem em algo mundano, ou pior, algo ilusório. Era o que Godric parecia querer, uma escola para treinar cavalheiros e damas, 'homens de caráter', bobos que não sabiam aproveitar a grande dádiva de ser um bruxo puro sangue.

Pensava, com sua mente sempre analítica, sobre esse problema naquele dia. Na recém construída Torre de Astronomia, ele sentia liberdade o suficiente para seus pensamentos, já que o lugar era deserto e distante. Como de seu costume acordara duas horas antes do sol e se dirigira para lá, seguido por sua cobra de estimação conhecida como Néftis. Porém naquele dia ele não ficou sozinho por muito tempo.

-Imaginei que encontrá-lo-ia aqui Salazar.

-Godric?! Que fazes aqui a esta hora?

-Não és o único que não dormes a noite. As vezes sou acometido do mesmo mal.

Ficaram em silencio, um tipo de silencio que entre eles era cada vez mais comum nos últimos tempos. Godric por fim olhou para Néftis e pediu, sem olhar Salazar nos olhos.

-Poderia por obséquio mandar seu adorável animal de volta para dentro? Ela me dá calafrios.

-...hehehe, ó se as moças da vila ouvissem o corajoso e destemido Gryffindor agora...vá para meus aposentos Néftis – acrescentou na língua das cobras.

A cobra saiu rastejando-se, não sem antes lançar um olhar de desprezo para o ruivo, que então se aproximou de Salazar um pouco mais.

-Sabes que não me importa o que dizem de mim as moças da vila. Não as quero, nenhuma delas.

-Um homem como tu certamente deve te casar Godric. És destinado a ser o exemplo deles todos... não entendo por que não gosta das moças da vila, são moças que deveriam ser do teu agrado.

-Moças... não agradam-me Salazar.

Godric parecia confessar isso com muita dificuldade, como quem já sofre a muito tempo de um conflito interior. Salazar lançou-lhe um olhar de surpresa, mas não estava tão surpreso na realidade.

-Por Merlin, o jovem e perfeito Gryffindor caindo nestes desejos pecaminosos...

-Oh, acha que não me envergonho?! Não sejas cruel ao menos desta vez Salazar, sei que de todos os honrados bruxos que conheço tu és o único que podes compreender... o quão inevitável é ser...como eu.

-...amigo Godric, culpa-se pelo que dizem os outros sobre certo e errado. Nada faz de errado ao preferir os rapazes. Apenas admites que és diferente deles.

-E ser diferente não é errado?!

-Não digas mais tolices como essa Godric, não és tão ignorante. Obviamente ser deferente não é algo errado nem mal. Somente aqueles sacerdotes trouxas pensam desta maneira e trouxas não são tão evoluídos como nós.

-Não gosto de ouvir-te falar mal dos trouxas Salazar...mas achas mesmo que não sou uma aberração por meus desejos?

Salazar olhou longamente as belas e luminosas feições do colega, seu peito forte, seus lábios grandes. Odiava suas idéias, odiava seu jeito de ser, mas nunca se negara em apreciar sua beleza sem igual.

-Definitivamente que não és uma aberração.

Godric, que até então o olhava nos olhos, desviou o olhar para a linha rosa no horizonte, indicando que o sol logo ia nascer. Podia ser a luz ou o reflexo do seu cabelo, mas ele pareceu de repente muito corado.

-Salazar... pensas mesmo como dizes ou somente diz isto da mesma maneira que diz tantas coisas, pensando no seu beneficio futuro?

-... faz mal jugo de mim amigo. Realmente penso como disse. Se não pensasse não pensaria em ti como penso certas noites...

-... c-como? Que queres dizer?

-Sua atitude leonina anda minando-lhe a inteligência Godric. Sempre achei-te muito belo, e espanto-me de saber que não tinhas percebido isto ainda.

-...oh, Salazar...que talento é esse que tens de me fazer sentir tão acanhado?!

Mas mesmo com vergonha, Godric se aproximou de Salazar e tocou seu peito magro com os dedos, hesitante. Salazar segurou os dedos dele entre as mãos e deu um passo a frente, tornando quase nula a distancia entre eles. Com as mãos magras muito mais firmes que as do outro, acariciou seu rosto descendo em seguida para sua cintura, lentamente.

-Salazar...

-Eu não vou fazer-lhe mal Godric...

E sem esperar mais duvidas do ruivo, Salazar ergueu o rosto dele e tocou seus lábios com os próprios, e foi aprofundando o beijo a medida que sentia Godric ceder em seus braços. Durante longos minutos apenas trocaram aquela caricia maravilhosa que parecia fazer crescer dentro deles algo maior, um sentimento maior. Salazar finalmente soltou a boca de Godric mas o manteve seguro entre os braços. Godric era mais forte, mas naquele momento não queria se livrar de Salazar, só queria ficar perto dele. Ergueu novamente os olhos para o horizonte a tempo de ver o sol despontando e furando as nuvens baixas com raios cor de rosa e laranja.

-...isto foi maravilhoso Salazar...

-Se descermos agora poderás ver mais coisas maravilhosas.

-Eu me machucarei depois de hoje? Vai me deixar assim que se satisfizer?

-...não sei dizer. Digo-lhe somente que creio que nem toda uma vida será suficiente para me fazer cansar de ti.

Com um sorriso, Godric o puxou pela mão, olhando em volta.

-Este é, com certeza, o lugar mais mágico dessa nossa escola.

-Com certeza, um lugar inesquecível...

Desceram as escadas, deixando pra trás o sol nascendo, refletindo em cada pedra, e mostrando-lhes mais uma vez que a vida estava somente começando para eles. Uma vida alta e brilhante como aquela torre...

oOo

(A porcaria das) Notinhas de Fim de Página: Eu sei, a linguagem ficou estranha, mas eu queria dar um ar antigo de verdade pra eles. Isso é o mais próximo do medieval que eu cheguei XD

Arigatou gozaimasu por ler até aqui. n.n