Capítulo I - Era Uma Vez...

Era uma vez um bruxo muito arrogante, contava apenas 20 anos de idade e vivia sozinho em uma Mansão afastada da cidade. Seus pais tinham morrido na Segunda Guerra contra Voldemort, eles não lutaram contra o bruxo das trevas, eram seus aliados. Pertencia a uma família conhecida por suas maldades, era um membro dos Malfoys, aliás, o último deles. Ele era Draco Malfoy.

O loiro tinha terminado Hogwarts há três anos e não trabalhava em nada. Vivia só na farra ou preenchia o resto do tempo azucrinando quem chegasse próximo à sua Mansão. Além dele, a mansão estava cheios de elfos e empregados, que, constantemente eram humilhados por Draco.

Até que um dia, uma bruxa de aparência muito simples, aproximou-se da Mansão, pedindo moradia em troca de uma flor. O sonserino a expulsou sem pena e dor, mas a mulher voltou novamente e se transformou em uma bela feiticeira. O rapaz, ao vê-la, tentou se desculpar, mas de nada adiantou. A mulher lançou um feitiço nele, o qual não seria resolvido com mágica nenhuma, a única resolução seria a mais improvável de acontecer. A partir daquele momento, ele teria o corpo de uma fera assustadora e só poderia se livrar do feitiço quando ele encontrasse o seu verdadeiro amor, a pessoa que ia mudar a forma dele agir, o único ser que faria Draco ver além de qualquer aparência. Ele teria um ano para isso. A rosa ofertada era mágica e ela representava o tempo que o rapaz tinha para reverter o feitiço. A última pétala da rosa ia cair quando ele completasse os 21 anos, e se ele não achasse a mulher certa, teria aquela forma de monstro para sempre.

E assim passou o tempo... Meses, dias... Até faltar um mês para seu vigésimo primeiro aniversário...

..: Draco & Gina :..

Ginevra tinha terminado Hogwarts há dois anos, estava com 19 anos e sua vida não tinha nada de interessante. Trabalhava na Floreios e Borrões, gostava muito de ler livros e por isso tinha arranjado emprego na livraria, mas sua vontade era ter uma profissão que ganhasse boa fama, como um auror ou uma medibruxa. Queria algo melhor para ela, estava cansada de viver quase na miséria desde pequena. O único problema é que não fazia nada para mudar aquela situação, apenas sonhava com algo melhor, mas não agia. E por isso, tudo continuava igual.

Seu pai ainda trabalhava no Ministério, no mesmo Departamento de Uso indevido da Magia, todos pensavam que ele ia ser promovido depois da saída de Fudge, mas qual não foi a surpresa, quando nomearam como novo Ministro o ex- auror, já aposentado, Alastor Moody. Sua mãe trabalhava só em casa. Rony tinha se casado com Hermione e os dois mal apareciam na Toca, ele jogava quadribol pelo Chudley Cannons e ela era medibruxa. Fred e Jorge tinham a loja no Beco Diagonal e algumas filiais em outros países. Carlinhos ainda trabalhava com dragões e Gui no Gringotes. Percy era assistente do Ministro da Magia.

Dia após dia ia se cansando do trabalho na livraria. Muitas criancinhas chatas, seu chefe era também muito insuportável, pois vivia assediando-a. Naquele dia ela tinha chegado ao limite, não podia mais trabalhar lá. Esperou o expediente acabar e logo depois pediu demissão ao chefe. O velho ainda insistiu para ela ficar, mas não adiantava, já tinha decidido.

Chegou em casa e viu o lugar muito calmo (o que não era nada normal). Subiu as escadas e foi procurar a mãe, indo acha-la no quarto, chorando. Ela perguntou o que acontecera e a mãe disse:

Seu pai não chegou ao trabalho hoje!

Mas como? Eu o vi indo.

Eu também. Mas o Moody acabou de aparecer na lareira, querendo saber porquê ele tinha faltado ao trabalho.

Que estranho.

Eu acho que seu pai foi levado por algum comensal.

Mãe, não tem mais nenhum comensal solto. Todos estão presos ou mortos.

Não filha. Tem um que conseguiu se livrar de todas as acusações.

Qual?

Draco Malfoy.

A garota não pensou duas vezes, saiu do quarto, desceu as escadas e foi até a Mansão Malfoy.

..: Draco & Gina :..

Pegou a primeira coisa que viu pela frente: um cavalo. Como não sabia dirgir, não podia pegar o carro da família, então foi até o local onde o animal estava, montou nele e seguiu para a Mansão.

Quando chegou no local percebeu que ele não tinha nenhuma iluminação, a não ser uma vela solitária num candelabro. Presumiu que seu pai estaria nas masmorras, sabia que a casa tinha masmorras, porque uma vez Harry contara que ficou presa nela, no dia em que lutou contra Voldemort. O único problema era achar o caminho certo, afinal, era pela direita ou pela esquerda? Subiu as escadas e escolheu o caminho da direita, percebia que à medida que andava pela casa, uma vela se acendia, achou estranho, mas não tinha tempo de se preocupar com isso agora. Achou o local e avistou logo o seu pai preso.

Gina, o que faz aqui?

Quando eu cheguei do trabalho mamãe disse que Moody tinha procurado o senhor, então eu suspeitei que alguém tinha atacado o senhor, e como o Malfoy é o único comensal solto, eu vim até aqui.

Filha, vá embora antes que...

Weasley fêmea, que prazer!

Gina virou-se e viu a sombra de uma criatura alta e robusta. A voz parecia um grunhido. E quando ele veio para a luz ela soltou um grito, pois a criatura que estava a sua frente não parecia nada com um ser humano. Parecia um cão, mas não andava sobre quatro patas. O corpo era peludo e em vez de unhas ele tinha garras, bem afiadas por sinal. E em vez de dentes, tinha presas. Na cabeça carregava um par de chifres. Além de ter uma terrível cara de mau. Ele continuou:

Assustada, "garotinha"?

Não.

Então, por que gritou? A fera má assustou a criancinha?

Não, Lúcio. Eu estou apenas surpresa.- ela tinha até esquecido que o homem estava morto e enterrado.

Eu não sou Lúcio. Eu sou Draco.

Que seja. Dá para soltar meu pai?

Só por que você quer?

É!

Vai sonhando! Seu pai invadiu minha casa, só para ME bisbilhotar, agora é meu prisioneiro!

Não! Eu me ofereço para ficar o lugar dele.

Hm... Garotinha corajosa!

Não, filha!- disse Arthur

Está bem. Eu aceito.

O homem (ou criatura) abriu a cela e saiu puxando o pai de Gina, o colocou dentro de uma carruagem (sem cavalos) e disse:

Vá! Leve-o para a Toca!

A carruagem saiu e Draco voltou para o interior da Mansão. Foi até as masmorras e disse a Gina:

Weasley, venha comigo.

Por que?

Eu estou mandando!

Você não manda em mim!

Mando! Eu sou seu dono agora! VENHA!- gritou.

Gina se assustou com o grito dele, então resolveu atender ao "pedido" da fera. Chegaram a um quarto e Draco disse:

Entre.

Não.

WEASLEY, NÃO ME FAÇA PERDER A PACIÊNCIA!

E você ainda está paciente?- disse adentrando o quarto.

Era muito grande, o seu quarto na Toca caberia ali umas 10 vezes. Além de ter uma cama bem grande e um guarda-roupa muito estranho (que parecia piscar para ela) .

Bem, vista-se, você vai jantar comigo!

Vestir-me com que?

A Lola vai te dar roupas.

Quem é Lola?

Eu!- disse o guarda-roupa

Gina deu um pulo e se agarrou no braço (ou seria pata?) de Draco.

Meu Merlim! Ela fala! Digo, ele fala!

Ela, Srta! Meu nome é Lola. Prazer

Prazer, Ginevra Weasley. Nossa, eu estou falando com um guarda-roupa.

Sim, Weasley! Que grande coisa um guarda-roupa falante! Agora se vista e depois desça.

Eu não vou descer.

VAI SIM!

VOU NÃO!

VAI!

NÃO!

VEREMOS SE VOCÊ NÃO VAI! SE VOCÊ NÃO DESCER, MORRERÁ DE FOME, OUVIU BEM?

SIM! EU NÃO SOU SURDA! E MELHOR SE EU MORRER, ASSIM NÃO TENHO QUE TE ATURAR!

Logo em seguida a fera fechou a porta com um estrondo e Gina pôs-se a chorar. Sua vida não era boa, mas já estava com saudade da sua família, não gostava de se afastar deles, por mais que às vezes quisesse sumir da Toca. Como iria viver com aquele monstro? Ele poderia fazer algum mal a ela e...

Não se preocupe, Srta. Ele não vai fazer mal a você.

Quem me garante? Ele sempre me odiou e agora que ele é um monstro, pode acabar comigo num instante.

Não. Ele não fará isso, eu garanto. Mas atenda ao pedido dele, desça e vá jantar com ele.

Não quero. Estou sem fome.

Certo... Então se é assim...

O guarda-roupa se calou e Gina resolveu trocar de roupa. Não para agradar a fera, mas porque ela queria. Tomou banho, trocou-se e sentiu a barriga roncar. Certo, ela estava com fome, mas não ia atender aos pedidos da criatura. Esperou que a casa silenciasse (era incrível como ela não via ninguém, mas ouvia vozes), então foi até a cozinha. Pegou o bule e seu susto foi enorme quando esse começou a falar:

Oh, deixe-me servir a senhorita! Zip, venha cá.

Gina viu uma xicarazinha sair de dentro do armário. O bule derramou café em Zip (ou na xícara) e Gina serviu-se. Enquanto tomava o café com algumas bolachas percebeu que as xícaras faziam uma dança para ela e o bule cantava, pareciam que estavam num show. A garota estava gostando daquilo. Quando ouviu um berro.

AH, ENTÃO RESOLVEU COMER, WEASLEY!

Sim. E por favor, pare de gritar que eu ainda não faço uso de aparelhos auditivos!

Oh, a garotinha resolveu me desafiar.

Não, eu apenas estou respondendo.

Está bem, Weasley. Eu já vou me deitar. E VOCÊS PAREM DE FICAR SE MOSTRANDO! A CANTORIA DE VOCÊS ME IRRITA!- gritou para as xícaras e o bule.

A criatura sumiu e Gina sentiu uma vontade tentadora de segui-lo. Sem ninguém perceber começou a tomar o mesmo rumo que a fera. Viu-se em um corredor sem iluminação, até que achou uma porta, a qual estava entreaberta, olhou para o cômodo e viu o monstro sentado na cama, olhando a lua. Viu uma mesinha e nela uma flor, sentia vontade de pegar naquela flor, era tão bonita e parecia brilhar. Ela não entendia o porquê, mas sabia que não devia tê-lo seguido. Resolveu sair dali, mas sem perceber, mexeu na porta, assustando a fera e fazendo-a olhar para quem estava observando-a. Gina nada disse, apenas fugiu.

Corria pela mansão sendo seguida por Malfoy, sem lembrar que podia aparatar, saiu correndo pela entrada da Mansão, assim como um trouxa faria. Quando atingiu a rua correu mais rápido, pois sentiu ser seguida por mais alguém além da fera.

Parou buscando ar, até sentir-se encurralada. Quando olhou para os lados estava cercada de lobos (bem que ela podia ter se lembrado que tinha uma floresta ali perto), viu que nem aparatando daria mais jeito, era o fim, não ia ser devorada pela fera Malfoy, mas pelos lobos. Já estava com os olhos fechados quando sentiu um vento em cima dela, era Draco, que tinha ficado na sua frente e agora começara a lutar com os lobos. Já tinha afastado vários até ser ferido por um, que o deixou incapaz de reagir e logo depois fugiu.

A ruiva, quando o viu sangrando, foi até ele e lembrou-se que estava com a varinha (e que era bruxa), conjurou uma maca e o colocou em cima. Os dois voltaram para a Mansão e a moça fez os curativos necessários nele. Foi auxiliada pelo candelabro (Lumiere) e por um relógio de parede (Horloge), que brigavam mais do que ajudavam.

Quando Draco se viu a sós com Gina, disse:

Bem, obrigado Weasley.

Ora ora ...um Malfoy agradecendo algo!

POXA, WEASLEY! JÁ É DIFÍCIL, NÃO COMPLICA!

Ok, desculpa! Mas dá PARA VOCÊ PARAR DE GRITAR?

DÁ!

Hunf!

Humpf!- disse Draco se virando e logo em seguida soltando uma exclamação de dor.

Que foi? Está doendo?—disse Gina solícita.

Não! Está fazendo cócegas! Olha a minha cara rindo!

Você é muito grosseiro!

Desculpa.

Tudo bem. Acho melhor você ir se deitar, a poção que você tomou para dor age quando a pessoa está em repouso.

Ok.

Ele tentou se levantar, mas em virtude dos ferimentos não conseguia ficar de pé.

Eu levo você.- disse Gina já conjurando uma maca.

Não! Lumiere e Horloge, vocês me levam!

Ow, coisinha inteligente, como um candelabro e um relógio de parede vão fazer a maca levitar?

Eu não quero que você me leve.

Não quer, mas eu vou. E se continuar falando, eu faço um feitiço para você calar a boca.

Então, de livre e espontânea pressão, Draco foi levado por Gina até seus aposentos. A garota ainda ficou com ele até ele dormir e até depois disso, ficou velando seus sonhos, até se sentir muito cansada e dormir ali mesmo, sentada na cama da fera.

Enquanto isso, na cozinha, Lumiere, Horloge e Madame Samovare (o bule) e as xícaras, incluindo Zip, ficaram conversando sobre os últimos acontecimentos.

É, eu acho que agora é ela!- disse Lumiere.

Sim!- Madame Samovare falou sorrindo.

Enfim teremos os nossos corpos de volta!- disse Horloge.

Tomara, eu espero que eles percebam o que nós já percebemos. Apesar das brigas, eles foram feitos um para o outro.- disse Lumiere.

..: Draco & Gina :..

(NA VISÃO DO DRACO)

Draco olhava o jardim pela janela, quando viu um homem se aproximando da Mansão. Sentiu muita raiva, devia ser mais um curioso que vinha perturba-lo, mas ele ia se arrepender. Saiu de seu quarto correndo e foi para o Jardim, viu o homem na porta de entrada da casa e disse:

O que você quer aqui?

Bem, eu, não sei... eu estava indo para o trabalho e acho que me perdi.

O homem parecia muito assustado e Malfoy reconheceu como sendo um Weasley (pelos cabelos ruivos) e como já era de idade, viu que era Arthur.

Ora ora... se não é Arthur Weasley!

Hm.. você me conhece?

Claro que sim! Você e meu pai foram muito "amigos"!

E saindo do local escuro em que estava, se mostrou para o homem, que apavorado, deu um grito.

Mas quem é você?- disse o velho homem.

Draco Malfoy, Weasley! Ou não reconhece mais minha casa?

Claro! Bem, então, agora eu tenho que ir e...

Nada disso, Weasley. Eu adoro ter hóspedes! Muhahahaha (risada maléfica)

Então, puxou o homem pelas vestes e o levou até as masmorras, deixando-o lá, trancafiado.

Passou o dia dentro do quarto, assim como fazia todos os dias, só saindo dele para fazer suas refeições. Olhava a flor em cima da mesinha e cada vez ficava mais angustiado, só faltava um mês para completar 21 anos e nada de aparecer o tal do amor de sua vida. Ele duvidava muito que de fato fosse aparecer. Como alguma mulher poderia gostar dele? Uma fera? Uma aberração? Nunca. Era impossível...

Quando já era noite, decidiu ver o prisioneiro. Não queria ir até as masmorras, por isso pegou seu espelho mágico e disse: "Mostre-me o prisioneiro!" E assim foi mostrado, mas junto com ele estava uma moça de cabelos ruivos, que Draco julgou ser Ginevra Weasley, mas ele ainda não sabia o nome dela, só sabia que ela era filha de Arthur. Então, sem pensar duas vezes, saiu do quarto furioso e num piscar de olhos chegou nas masmorras, assustando a moça e o homem.

Achou ótimo ela ter se oferecido para ficar no lugar do pai. Apesar de ser uma Weasley, ele não negaria que a ruiva estava muito bonita e com certeza seria mais confortável ficar na companhia dela do que na do pai. Pretendia faze-la gostar dele, assim ele teria forma humana novamente. Por isso não a prendeu nas masmorras, a conquistaria de qualquer forma, mesmo que parecesse impossível.

Quando a deixou no quarto, pegou o espelho mágico novamente e disse: "Mostre-me a garota!" Viu Gina chorando e chamando- o de monstro. Sentiu raiva. Raiva não, ódio. Então destruiu tudo no quarto, inclusive uma foto sua, de quando ainda era considerado o solteiro mais cobiçado do mundo bruxo.

Depois de deixar o quarto um verdadeiro caos, desceu até a cozinha e viu Gina comendo. Sentiu mais raiva ainda, ela preferia comer sem o monstro do lado! Saiu do cômodo tão furioso que nem notou a presença de alguém o seguindo.

A única parte da noite, que ele considerou como boa, que ainda poderia trazer alguma esperança para ele foi quando a garota cuidou de seus curativos. Parecia mesmo que ela se importava.

Naquela noite dormiu muito bem, afinal a esperança começava a brotar em seu peito.

NOTA DA AUTORA: Primeiro capítulo, algumas coisas reformuladas. Espero que todo mundo goste! Deixem reviews, pelo amor de Cristo! Beijos!

Manu Black