Capítulo 1 - Aniversário

A Rua dos Alfeneiros não mudara nada, continuava com todas aquelas casas arrumadinhas, o gramado bem cortado, com os mesmo vizinhos fofoqueiros de sempre. Mas havia a família Dursley, que era a maior vítima de fofocas da rua, pois eles tinham um sobrinho com problemas, como eles mesmos diziam. Porém, Harry Potter já se acostumara com o tratamento ruim que recebia de seu tio Vernon e sua tia Petúnia, mas claro, estamos esquecendo um membro muito importante, campeão de boxe, seu primo que o fizera de saco de pancadas durante anos, juntamente com sua "gangue", Dudley Dursley, mas Harry ainda insistia que seu primo não era bem humano, pois parecia mais um porco de peruca loira.

Já passara da meia-noite quando Harry acordou por causa de um dos seus piores pesadelos, mas nada que envolvesse Lord Voldemort, como foram todos os seus sonhos no ano anterior. Na verdade seus pesadelos noturnos eram bem piores que isso, tinha sempre as mesmas imagens, Sirius Black, seu padrinho, atravessando aquele véu negro que ficava em uma das salas esquisitas no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia.

Aquele Departamento ridículo era assim que ele pensava, já que além de levar Sirius embora, também deixara as cicatrizes no corpo de seu amigo Ron, por causa de um cérebro que tentara sufocá-lo com seus tentáculos.

Mas aquele véu era uma coisa muito misteriosa, ele realmente queria saber a verdade sobre aquilo, o que acontece com quem passa por ele, se morre mesmo, ou só sua alma é levada, como os dementadores fazem? Qual, na verdade, era a explicação para aquele objeto tão sobrenatural? Por que apenas ele conseguia ouvir aquelas vozes que vinham do outro lado do véu? Harry queria saber, ele precisava saber, tinha que ter alguma explicação coerente.

Quando chegasse em Hogwarts, a primeira coisa que faria após o banquete, era procurar Albus Dumbledore, pediria sua assinatura, para poder ter acesso a Seção Reservada, sobre suas intenções, entretanto, não poderia contar a ninguém, nem mesmo ao Dumbledore, nem a Ron ou Mione. Principalmente Mione, se ela descobrisse que Harry faria uma pesquisa tão obscura assim, passaria o ano inteiro o enchendo com ladainhas idiotas, do tipo "Harry, pare com isso, não vai adiantar nada você investigar sobre isso. Nada vai mudar." Não conseguiria aturá-la o ano inteiro assim, só iria atrapalhá-lo, já ia ser muito difícil ter sucesso na sua pesquisa sem o cérebro de Hermione, imagine só, se ainda tivesse uma briga entre eles? Portanto, o mais importante, seria manter segredo de todos, ninguém nem poderia desconfiar do que El estivesse fazendo, talvez para evitar isso, só aparecesse na Toca no dia de Natal e o resto do feriado no Grimauld Place, junto da Ordem, até porque lá, existe uma variedade incrível de livros sobre Artes das Trevas, já que a casa pertencera à família Black, e o único membro decente da família, pelo que notara, era Sirius, e estava morto.

Um barulho na janela o acordou de manhã cedo, abriu os olhos e se deparou com Píchi, a coruja que seu padrinho dera a seu melhor amigo. O bicho entrou pela janela já aberta, e todo espevitado começou a bicar seu dedo, logo o garoto pôs a coruja na gaiola de Edwiges, que saíra para caçar, onde a pequena ave poderia comer e se refrescar antes da viagem de volta à Toca. Pegou a carta que tinha caído das garras da pequena coruja e abriu.

"Harry,

Parabéns cara. Tô mandando um presente sensacional para você tenho certeza de que irá gostar muito, teve participação do Lino também que a propósito insistiu para que eu citasse o nome dele na carta. Tem uma foto anexa a essa carta onde você poderá assistir a aquela partida de quadribol da final do ano passado, que infelizmente você não pôde ir, e verá as minhas defesas excepcionais.

P.S.: Mamãe mandou uma carta para Dumbledore, pedindo para que ele concedesse autorização para você passar o resto das férias aqui em casa, estamos apenas esperando a resposta.

Ron."

Ao terminar de ler a carta se deu conta de que esquecera duas coisas importantes. Primeiro, era 31 de julho, seu aniversário. Segundo, não precisaria esperar chegar a Hogwarts para começar suas pesquisas, poderia muito bem adiantar logo, ainda tinha aquela coleção de livros que Sirius e Lupin lhe deram de Natal, "A magia defensiva na prática e seu uso contar as Artes das Trevas."

A próxima ave era uma coruja-de-igreja, provavelmente Hermione, e logo que abriu a carta teve certeza de sua suposição.

"Caro Harry,

Queria te desejar parabéns, e avisar que espero vê-lo em breve, pois também irei passar o resto de minhas férias na Toca, estarei indo na segunda provavelmente.

Ah, e espero que faça bom uso do meu presente dessa vez, ao contrário do que você e Ron fizeram com aquela agenda de deveres que lhes dei de Natal, e claro, espero que você o empreste a Ronald também, ele precisa disso tanto quanto você.

Com carinho,

Hermione."

Harry abriu o pacote que vinha junto à carta e leu o título de um livro não muito grosso, "Como organizar 10 matérias em um dia"

- Para que vou querer isso, quem estuda dez matérias é ela e não eu. – disse indignado. – Mas pode apostar que vou emprestá-lo a Ron, assim me livro logo.

Porém, mais uma carta chegara. Ao longe, Harry viu um pássaro vermelho com penas pomposas, e logo sabia de quem era. Fawkes entrou pela janela e deixou cair uma carta em cima da cama do rapaz.

"Caro Harry,

Recebi uma carta de Molly Weasley pedindo para que eu lhe concedesse uma autorização, a fim de que você passe o restante das férias n'A Toca, a essa altura você já deve estar sabendo.

Bem, estou mandando Fawkes, para avisar que você poderá ir sim, mas infelizmente não poderei transferir você, estarei bem ocupado com assuntos de Hogwarts. Mas deixei essa função para Arabella Figg, que você já conhece e é de minha total confiança. Você irá a casa dela, onde tem uma chave de portal, que estará pronta para transferência ao anoitecer de domingo, no dia quatro de agosto.

P.S: Desculpe pela memória fraca, mas acabei de lembrar, parabéns!

Albus Dumbledore."

Dobrou a carta novamente e desceu as escadas rumo à sala, onde provavelmente a família estaria. Finalmente suas férias iriam ficar descentes, sem aquelas pessoas ridículas, as quais tinha de chamar de família.

Chegando à sala, se deparou com seu primo Dursley socando a TV, provavelmente porque seu lutador preferido tinha perdido a luta que valia o cinturão regional e afora estava berrando com o pai, para que ele lhe comprasse uma TV nova.

O barulho de um degrau rangendo revelou sua aparição. Vernon levantou do sofá e ficou encarando o sobrinho por um bom tempo, até finalmente trovejar.

- O que você está olhando garoto?

- Ah, nada, até porque tenho coisas mais interessantes a fazer do que assistir o novo escândalo de Dudley. – disse Harry um pouco irritado.

- Então o que você quer moleque? Fale logo para eu não ter que me aborrecer com você!

- E quando foi que você esteve feliz comigo? – perguntou com repulsa na voz.

O tio imediatamente avançou uns dois passos tentando intimidar Harry, mas não obteve sucesso, o moleque simplesmente não mexera nem um dedo, continuava ali, paralisado, apenas o encarando com um ar desafiador nos olhos. Ninguém se mexia, apenas Dudley que parara de socar a TV e a gora observava com interesse, como se de repente um fosse avançar no outro, mas nada aconteceu e isso já estava o deixando irritado. Porém, foi Harry quem cortou o silêncio.

- Só desci aqui para avisar que domingo estarei indo para a casa de Ron, mas vou primeiro ter que passar na casa da Sra. Figg...

- Mas para que você vai ver Sra. Figg? O que você está aprontando? – cortou o tio.

- Nada, e mesmo que estivesse não lhe devia explicação, mas eu devo ir pra lá, porque há uma chave de portal pronta para mim na casa dela, para me transportar à Toca.

- Chave de que?

- Não perderei meu tempo explicando coisas do meu mundo para trouxas ridículos como vocês. Pois bem, aviso dado.

Dito isso, Harry deu as costas ao tio e subiu as escadas de volta a seu quarto.

- SÉRIO?

- É Ron, mas isso não quer dizer que você possa sair gritando essas coisas! Estamos em tempos difíceis Ron!

- Ah, ok. Desculpe mamãe, juro que terei mais cuidado. – virou para a porta de casa e foi andando pelo jardim até chegar lá dentro, e então soltou um berro. – GINNY, FRED, GEORGE, HARRY CHEGARÁ AO ANOITECER DE DESTE DOMINGO.

- Hmmm, acho que devemos fechar a loja na segunda para recebermos nossa maior fonte de sucesso...

- E quem sabe poderemos lhe mostrar as nossas novas invenções...

- Quais? Porque vocês não podem me mostrar?

- Não interessa a você, deixe de ser apressadinho, você poderá conhecer a loja daqui a alguns dias. – disseram os gêmeos em uníssono.

- Ginny? Você não gostou da vinda de Harry? – perguntou a Sra. Weasley.

- Não, não, não é isso mamãe! – apressou-se a corrigir. – Claro que eu gostei da notícia da vinda de Harry, é só que...

Ele estava tão estranho, desde junho, após o término das aulas, nenhum sorriso foi visto no rosto do rapaz. A viagem no Expresso foi bem mais estranha, ele passara o percurso inteiro olhando para o nada. Snap Explosivo, xadrez, doces, conversas, nada chamara sua atenção, mas aparentemente apenas ela notara isso. Tudo bem que a morte de Sirius provavelmente o perturbou, mas aquele não era o Harry, ela sabia que ele estava preocupado com algo mais, que provavelmente estava escondendo algo. Não sabia o que era, mas iria descobrir e tentaria ajudar o máximo que pudesse, só para vê-lo feliz mais uma vez.

Aaaargh! Não agüentava mais aquela casa, finalmente o domingo havia chegado, enfim ia para A Toca, onde morava a melhor família do mundo bruxo, em sua opinião. Naquele lugar se sentia bem-vindo, a colhido como se realmente pertencesse àquela família, a Sra. Weasley deixava bem claro em seu olhar e todo o cuidado que tinha um amor maternal, que Harry não lembrava, pois passara pouco tempo ao lado da mãe.

Difícil seria continuar sua pesquisa lá, infelizmente ainda não conseguira nenhum resultado, nenhuma resposta. A presença de duas pessoas provavelmente deixaria suas pesquisas ainda mais difíceis, Hermione e Ginny, as duas eram muito observadoras... E como.

Interrompeu seus pensamentos, pois já estava anoitecendo, pegou seus pertences, atravessou a sala vazia e passando pelo jardim bem cuidado, foi em direção à casa da Sra. Figg, mas não precisou entrar o que agradeceu muito, pois a casa tinha um cheiro muito forte de gato. A mulher já o esperava, quando o viu, o cumprimentou e apontou para um vaso vazio que estava no meio do jardim, mas hesitou pouco antes de tocar no vaso.

- Obrigada por tudo Sra. Figg.

- Não se preocupe com isso Harry, querido. Pegue logo na chave se não você perderá p horário.

Virou-se mais uma vez me direção à chave e tocou-a. Uma sensação familiar de que um anzol estava o puxando pelo umbigo. Muito rápido a sensação parou e então se deu conta de que estava de pé no jardim imenso e mal cuidado, por causa dos gnomos que ali habitavam, e a o erguer a cabeça os viu. Os sete Weasley, pois Percy havia brigado com a família e Charlie ainda estava na Romênia trabalhando com dragões, mas todos os outros estavam ali, sorriram calorosamente para ele que correspondeu com um grande sorriso.