As personagens não me pertencem, são todas da JK.

Prólogo

A casa dos gritos.Um dos últimos lugares em que qualquer visitante do povoado de Hogsmeade ousaria entrar. Os boatos de que o lugar era assombrado por criaturas bizarras corriam há anos, e eram alimentados com uma veracidade no mínimo espantosa. Não existia quem houvesse tentado penetrar na construção com sucesso, o que reforçava o mistério que era mantido em torno dela.

Talvez essas informações fossem extremamente apreciadas pelos entusiásticos contadores de história, mas não para o rapaz recém-formado em Hogwarts que a mirava. Seus olhos cinzentos faziam uma tentativa inútil de absorver com uma mirada todos os detalhes da construção que, apesar de aparentar extremamente velha e descuidada, erguia-se com imponência desde sua base até suas extremidades mais altas.

Tantas lembranças... Boa parte de seus traumas havia sido superada ali, naquela construção tão temida pelos alunos de Hogwarts, graças a seus três melhores amigos, Tiago, Sirius e Pedro. Eram quatro jovens empolgados com seus talentos e com uma sede enorme de prová-lo.Salpicados de tensão, os momentos de aventura que viviam nunca deixaram de ser inesquecíveis.

Mas esse não era o momento para lembranças. O mundo havia mudado, uma guerra entre Voldemort e aqueles que ainda eram a favor de uma vida pacífica, sem mortes e desaparecimentos agora era iminente, e era nisso que suas forças deveriam estar concentradas. E além do mais - pensou Remo, admirado com sua capacidade de se distrair – eu estou atrasado para a reunião da Ordem da Fênix. Pôs-se então a se dirigir à sede da Ordem.


Criada por Dumbledore com o objetivo de lutar contra Voldemort e seus aliados, a Ordem da Fênix contava com vários bruxos e bruxas empenhados pela missão de, como dizia o seu criador, "lutar, e recomeçar a lutar, e continuar a lutar, pois só assim o mal poderia ser acuado, porém jamais erradicado".

A estrutura física da sede da Ordem não era das mais confortáveis, mas era extremamente segura pelos vários feitiços que Dumbledore havia nela lançado, e ultimamente segurança tinha sido muito mais importante do que qualquer tipo de acomodação. Ainda assim, o imenso salão escuro e úmido emanava uma certa áurea de calor e conforto, talvez meramente por ser o único lugar onde seus integrantes sabiam estar, de alguma forma, seguros.

Depois que os integrantes já haviam chegado um a um, a reunião marcada para a noite começou com Dumbledore informando-lhes os avanços que havia conseguido com suas investigações, e, depois de mais ou menos uma hora e meia, esta foi dada por encerrada.

Na saída, um jovem alto e moreno chamado Sirius Black saiu correndo atrás do casal Lílian e Tiago para confirmar um convite marcado para dali a alguns minutos, e desaparatou para casa.


-Almofadinhas, onde ficam os garfos?- a voz de Tiago Potter ecoou pelo modesto apartamento de Sirius, onde se encontravam Remo, Lílian, Andrômeda, Frank e Alice.

-Caramba, Pontas, eu sempre tenho que lhe falar isso quando você vem aqui em casa! – respondeu Sirius irritado, vendo que o seu molho para macarrão havia ficado de um tom amarelado bem distante do vermelho que dizia o livro aberto à sua frente.

-Como eu vou saber se cada dia que eu venho aqui eles estão em um lugar diferente?

Mas as últimas palavras de Tiago foram abafadas por um barulho de explosão que rompeu da cozinha. A panela em que Sirius preparava sua "tentativa" de molho para macarrão havia explodido, derramando um caldo borbulhante por toda a cozinha.

Em alguns segundos já estavam todos presentes no "local do desastre", como Remo descreveu mentalmente.

- Sirius... Isso... Era a nossa janta? – perguntou Marlene, incapaz de conter uma risada.

Todos os outros, exceto Lílian e Sirius, também riam. Essa segunda estava ralhando com Sirius por ter usado magia nos afazeres domésticos, visto que essa era uma prática não muito saudável, principalmente se tratando de alguém que nunca havia feito nada a modo trouxa.

-... irresponsabilidade de sua parte, afinal, poderia ter acontecido algo pior do que uma simples panela explodida, alguém poderia ter se machucado seriamente...

Mas, mesmo estando presenciando essa cena entediante, os outros cinco amigos só pararam de rir quando receberam um olhar severo por parte de Sirius e Lílian.

- Hum... Digamos que teremos que jantar fora, não? – perguntou Frank, tentando se recompor, mas ainda com uma sombra de sorriso perpassando-lhe o rosto.

Ouviram-se murmúrios de contrariedade de Remo e Lílian, que eram avessos a lugares muito lotados, no que Alice, compreendendo a situação, tentou consertar:

- Talvez nós possamos preparar um molho rápido, visto que o macarrão já está pronto...

Os outros seis assentiram, e Remo agradeceu Alice mentalmente por seu bom-senso enquanto limpavam com magia o estrago que os dotes culinários duvidosos de Sirius haviam causado.

Não foi uma noite ruim - pensou Remo, algumas horas depois, enquanto voltava para casa. Estava exausto, mas ainda assim não podia deixar de lado seu costume de desaparatar algumas quadras antes de chegar em casa pelo simples prazer de andar pelas calçadas pouco habitadas em que passava.

Chegando em casa, trocou de roupa e procurou deitar-se da maneira mais confortável para o sono, mas percebeu que este se esvaíra. Ficou então a fitar o teto, sem realmente vê-lo, e fez algo que costumava fazer quando era menino: Ouvir as batidas do próprio coração. "E se essa coisa de repente para?", ele lembrou-se de ter-se perguntado mentalmente certa vez.

Virou-se na cama, tentando recuperar o sono perdido. O que lhe incomodava não era o fato de ficar acordado sem fazer nada, mas sim os pensamentos depressivos que tomavam conta dele em situações como essa.Voltou a fitar o teto, mas esse pareceu se abrir, revelando o céu estrelado que havia lá fora, e, em uma fração de segundo, as imagens de seu último pesadelo, por hora esquecido, formaram-se em sua mente.

"Um uivo ecoou pela noite fria que fazia. Remo acordou e percebeu que estava dormindo em uma caverna. Antes que ele pudesse pensar no que estava fazendo lá, a caverna sumiu, e em seu lugar surgiu uma rua de Londres cheia de pessoas fazendo compras para o natal, a neve fofa marcando seus passos, e uma canção natalina soando alegremente em seus ouvidos. De repente, as pessoas começaram a olhar para ele e gritar, segurando seus filhos no colo e saindo correndo, e então Remo não conseguiu mais distinguir os vultos que embaçavam sua visão, só o que percebia era que estava em sua forma licantropa, uivando, ensandecido, correndo atrás das crianças que berravam desesperadoramente. Sangue, desespero, lágrimas e pensamentos confusos se juntaram em sua mente que não mais trabalhava normalmente. Não havia mais pensamentos, mas sim um sentimento de instinto guiando-o. Não foi possível dizer quanto tempo esse pesadelo perdurou, mas alguns segundos depois, quando acordou, ele não mais lembrava o que sonhara"

Não, não queria lembrar disso agora. Dirigiu-se ao banheiro e vomitou na pia, aliviando todo o desespero que trouxera a lembrança desse sonho. Deitou-se depois de ter se lavado, e, embalado pela fraqueza que isto o trouxera, ficou a observar pensamentos que lhe surgiam espontaneamente, naquela fronteira entre sonho e realidade, e, se no outro dia alguém lhe perguntasse que horas tinha adormecido, ele não saberia responder.

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N/A- Ok, sem mto pra dizer... Esse capítulo está curto pois é apenas um prólogo, e eu pretendo mostrar mais a Lílian e o Tiago nos próximos. Bem, comentem, sim?