Fic baseada na fic "Do que a vida é capaz de fazer?".
Link: ./historia/106122/Do_Que_A_Vida_E_Capaz_De_Fazer
Mas para aqueles que desejam ler só essa, um pequeno resumo: Ichigo e Rukia estão casados, mas começam a enfrentar sérios problemas no casamento, sendo assim obrigados a se separar. FIC JÁ CONCLUÍDA.
PERSONAGENS: Yura filha mais velha com 12 anos de idade.
Masaki e Kaien gêmeos com 4 anos de idade.
Tae governanta da casa do casal.
Kaito filho mais velho de Ishida e Inoue. Melhor amigo de Yura. 14 anos de idade.
Dedico esta fic inteirinha de coração ao meu nakama Jorge André que faz aniversário hoje! Parabéns meu amigo! Tudo de bom! Esta fic inteira é dedicada ESPECIALMENTE A VOCÊ! Entenda isto como um grande presente especial de nakama para nakama!
Enfim galera, boa leitura!
CAP. 01 – Adeus mais uma vez?
A esbranquiçada luz solar compenetrava o calmo ambiente através do límpido janelão coberto por macias cortinas de seda branca. O vento invadia sutilmente o quarto descobrindo um dos corpos que ocupavam a cama de casal. A mulher de pele alva e curtos fios negros despertou de seu sono profundo com a luz que iluminava seu rosto. Sentia-se calma e confortável ao acordar aconchegada nos braços de seu amado e sentindo sua respiração. As coradas mãos envolviam as delicadas cinturas compostas pela sedosa pele da morena. O lençol branco unia o casal como um só e o calor pairava entre os dois corpos.
Posicionou-se ao sentar-se na cama e espreguiçou-se. Encarou o sono profundo do ruivo e acariciou os revoltosos fios alaranjados. De repente sentiu o punho do rapaz pressionar seu pulso.
- Aonde vai?
- Eu vou descer, as crianças devem estar precisando de mim.
- Nem pensar! A Yura já é grandinha demais e a Tae-san pode cuidar da Masaki e do Kaien. - disse abraçando a esposa pela cintura.
Rukia soltou uma leve risada tentando soltar-se dos afagos de Ichigo.
- Por favor, Ichigo. - disse tentando conter-se perante aos beijos e carícias do rapaz.
Violentas batidas na porta foram ecoadas, acabando com o clima romântico do casal.
- Mamãe! Mamãe! - disse a fina voz chorosa.
- Ichigo, é o Kaien. - disse conseguindo livrar-se dos braços de Ichigo.
- Mamãe! Abre aqui! - bateu ainda mais na porta.
Rukia rapidamente vestiu o leve roupão de seda rosa claro e dirigiu-se rapidamente até a porta.
- O que houve querido? - carregou o pequeno no colo.
- A Saki-chan socou minha cabeça e jogou meu chappy pela janela. - reclamou.
-Mentira! - disse a pequena de curtos cabelos alaranjados que entrava no quarto de braços cruzados.
- Teremos uma longa conversa mais tarde, mocinha. - disse Rukia saindo do quarto com o filho no colo.
Embora soubesse que iria escutar um belo sermão dos pais, Masaki adorava infernizar a vida de seu tímido irmão gêmeo.
Ao avistar o profundo sono do pai de longe, a pequena abre um sorriso maléfico. Ichigo trabalhava muito e merecia um descanso, estava exausto. A garota anda de fininho e sobe na cama, onde se ajoelha ao lado do "cadáver" de Ichigo. Analisou-o. Estava deitado de bruços e parecia tão cansado a ponto de roncar. Masaki solta uma pequena risada ao vislumbrar de perto uma jarra de porcelana contida com água.
-X-
- Bom dia, flor do dia. – disse Rukia descendo as escadas com o pequeno Kaien nos braços.
- E o que tem de bom? - respondeu Yura.
Yura já estava com 12 anos. Cursava a 7ª série e era grande motivo para as dores de cabeça de Ichigo, com suas rebeldias e personalidade difícil. O fato de ter que acordar cedo para ir à escola já era um grande motivo para a garota amanhecer com um profundo mau humor.
- Que é isso, Yura? Eu prometo que assim que voltar do trabalho, nós vamos fazer uma torta de morango. Combinado? – disse Rukia com seu típico jeito doce a fim de agradar a filha.
- Sério, mãe? – animou-se.
- Claro! Mas só se você endireitar essa cara.
- Ok! – disse a pequena sentando-se direito na cadeira e esfregando os olhos a fim de acordar.
Rukia dirigiu-se até a mesa e pousou o filho em uma das cadeiras. Ajoelhou-se e encarou os orbes violáceos do pequeno.
- Não chore, viu? Eu vou falar com sua irmã e tudo ficará bem. – acariciou os finos fios alaranjados.
A morena ficara encantada com o sorriso que o pequeno Kaien lhe direcionava. Incrível como ele transmitia a mesma segurança que os olhos de Ichigo lhe passavam. Sim, Kaien e Ichigo eram incrivelmente parecidos.
Rukia sentia-se em paz. Viver com Ichigo e os três filhos trazia uma grande calma ao seu coração. Iria melhorar, já que estava esperando o quarto filho. Só faltava divulgar a notícia. Não podia esperar a reação de Ichigo.
- WAAAGH! – o silêncio foi tomado.
- O que foi isso? - levantou-se Yura.
- Ichigo? - exclamou Rukia ao levantar-se rapidamente e direcionar-se até a escada. - O que aconteceu?
A risada de Masaki foi ecoada diretamente do quarto do casal.
- SUA PESTINHA! - exclamou Ichigo.
De repente Masaki desce a escada de forma que conseguisse se agarrar na cintura de Rukia antes de Ichigo lhe alcançar.
- Ichigo! O que aconteceu?
O ruivo apareceu com o pijama gravemente encharcado e uma feição de poucos amigos. Rukia não pôde evitar uma grande risada, tratava-se realmente de uma cena cômica. Logo atrás de Rukia veio Yura e Kaien só para zombar do quase zumbi ensopado.
- Hahahahaha! Papai! Você andou tomando banho na cama, é? - disse Yura.
- Essa sem vergonha despejou todo o jarro de água na minha cabeça! - disse o raivoso pai de família apontando o indicador para a filha mais nova.
Rukia ainda ria, o que fez Ichigo esquecer totalmente do que havia acontecido ignorando cada trecho que Yura dizia só para admirar a beleza de Rukia. Sua pequena estava linda. Os cabelos bagunçados e presos em um pequeno rabo-de-cavalo realçavam seu alvo e esculpido rosto pouco maltratado pela sonolência da manhã.
- Tira essa blusa, vai acabar pegando um resfriado. - ordenou Rukia ao virar as costas e pegar Masaki no colo.
- Sim. Um dia essa garota me paga! - ameaçou Ichigo.
A morena sentou a filha no balcão da cozinha e pegou alguns ingredientes para o café-da-manhã das crianças.
Ichigo tirou parte do pijama deixando àmostra o belo busto e dirigiu-se até a esposa, abraçando-a por trás e depositando beijos no pescoço da amada.
- Dá pra me deixar fazer o leite das crianças?
- A Saki não tá merecendo. - respondeu ainda acariciando Rukia.
- É claro que sim. - Yura dirige a palavra. - Você que não passa de um dorminhoco. - cruza os braços.
- E você não passa de uma bebêzinha rebelde.
- Ô mãe!
- Eu não tenho nada a ver com isso. - disse a calma Rukia ao desfazer-se de Ichigo e levar a pequena panela ao fogão. - A propósito Yura, você não está atrasada?
Ao olhar 7:30 no relógio de pulso, a garota assustou-se.
- Droga! Tudo culpa sua, seu idiota! - respondeu dirigindo-se ao pai.
- Me respeite! E TIRE ESSA MAQUIAGEM! - respondeu o ruivo reparando o rosto pouco maquiado da filha.
- Ah qual é?
- Isso é uma ordem!
Demonstrando um pouco de sua rebeldia, a pequena rapidamente pega a mochila e corre até a porta.
- Você não me pega!
- Volte aqui! - disse tentando alcançar a filha.
Rukia não desviou sua atenção. A briguinha entre os dois tornara-se rotina. O jeito super protetor de Ichigo contra a rebeldia de Yura. Tal conflito era inevitável.
- Temos que dar um jeito nessa garota. - disse o ruivo com sua típica feição rabugenta encarando a porta.
- Ichigo.
- Hã? O que foi? - sentou-se na cabeceira ao lado da esposa.
- Eu andei pensando. O que você acha de, sei lá, termos outro filho?
- COMO ASSIM? Que pergunta é essa, Rukia? É claro que não!
- Hã? Você não iria gostar? – entristeceu-se.
- É claro que sim. Eu iria amar! Mas a situação tá apertada. Lembra que eu larguei o hospital?
Rukia ficou calada por um instante e passou a encarar as próprias mãos que estavam repousadas nas pernas.
- Rukia. Você não tá... – tentou encará-la.
- SIM ICHIGO! EU TO GRÁVIDA SIM! – botou pra fora.
O Kurosaki sentiu seu mundo virar. Sim, estava feliz, mas de onde diabos ele iria arranjar dinheiro para sustentar 4 filhos? E se viessem gêmeos de novo? Já estava desestimulado com a atual situação da família, mas os sorrisos das crianças e de Rukia o fazia esquecer-se das inúmeras dívidas pendentes. Deixou a razão falar mais alto.
- ISSO NÃO PODE, RUKIA! – levantou-se. – EU DISSE PRA VOCÊ SE CUIDAR! POR QUE NÃO ME ESCUTOU?
A morena sentiu-se ofendida. Em menos de um segundo Ichigo conseguira destruir seu coração completamente. Seu desejo de ter mais um filho a deixara em situação delicada. Não podia deixar Ichigo falar mais alto. Bateu na mesa e levantou-se.
- PORQUE MEU DESEJO DE TER UM FILHO FALOU MAIS ALTO! ACHEI QUE O AMOR SUPERAVA QUALQUER DIFICULDADE! ONDE ESTÁ ESSE DILEMA AGORA?
- Rukia, não me faça perder a cabeça! Você mesma me fez desistir do hospital! Você não está mais na alta sociedade da Soul Society! Eu não tenho uma árvore de dinheiro igual a do Byakuya! Porque só pode ser isso, nunca o vi trabalhando!
O ambiente estava altamente desagradável. Masaki e Kaien aos prantos e um forte tapa ecoado, predominando um silêncio insuportável. As lágrimas de Rukia encharcaram suas esbranquiçadas bochechas e Ichigo massageava o local de sua dor: seu rosto.
- Nunca mais me dirija a palavra! Achei que ficaria feliz! Eu imaginava qualquer coisa vindo de você, menos isso. – disse derramando a "centésima" lágrima.
Ichigo estava estático. Repensou sua atitude, mas já era tarde demais. Havia rejeitado um filho, algo nada característico seu.
- Eu vou embora, não agüento mais. – disse ela ao "eternamente" calado Ichigo.
A morena pegou algo do bolso. Era seu antigo gikongan de chappy. Mesmo casados, ela e Ichigo ainda trabalhavam como shinigamis protetores de Karakura, mas os filhos não sabiam.
As vestes negras descreviam sua segunda profissão. A shinigami empunhou a espada e abriu o portão sekai. Ichigo não reagiu, apenas vislumbrou a amada a caminho de outro mundo, para bem longe de suas asas. Mais uma vez.
- Rukia, espera.
- CALADO!
A gikongan chappy ajoelhou-se perante a ama.
- Cuide deles por mim. Distanciarei-me por um tempo.
- Sim, Rukia-sama.
- Não, Rukia! Por favor! – segurou o pulso da amada.
- Tá afim de perder a mão? – disse friamente ao segurar o cabo da espada com a outra mão.
Não adiantou. Ichigo não estava com o emblema de shinigami substituto em mãos. Como humano ele possuía uma força menor, portanto, foi obrigado a soltar. Seu mundo estava destruído, estava perdendo-a mais uma vez?
Masaki e Kaien conseguiam ver tudo, mas não entendiam nada. Mal eles sabiam que alguém estava presenciando tudo aquilo na porta de entrada da casa, a qual estava aberta.
