Aviso: Naruto e todos os seus personagens pertencem a Masashi Kishimoto. Rebellious Business pertence à Lutralutra (id:1318812). Eu só possuo a tradução/adaptação da história.

Dear, thank you so much for letting me translate your beautiful story, you are amazing!


Negócios Rebeldes

Capítulo 1


Sarada Uchiha olhou para o certificado elegantemente emoldurado, destacando-a como a estudante com a maior média de notas do seu ano, sentindo-se amarga e derrotada. As paredes de seu quarto eram decoradas com vários prêmios similares, mas ela não iria se incomodar em colocar esse também. Na verdade, talvez ela tirasse todos os outros. Todos eles provaram-se inúteis, de qualquer maneira.

Não que ela não valorizasse boas notas ou não tivesse orgulho de sua habilidade de consegui-las — ela tinha. Mas ela reconheceu que, praticamente, não havia necessidade real de estar sempre no topo da turma para cada tarefa. Nenhuma necessidade, a não ser que você estivesse tentando impressionar seu pai. Seu pai que por acaso era Sasuke Uchiha: rico e poderoso líder da Corporação Uchiha, brilhante e feroz homem de negócios, notoriamente intimidador e oficialmente impossível de impressionar.

Depois de vinte e um anos, era hora para ela cair na real: Sua estratégia de ser a filha perfeita para ganhar atenção e respeito de seu ilustre pai havia falhado espetacularmente, possivelmente até saído pela culatra. Depois de todos os seus prêmios acadêmicos, suas realizações extracurriculares e sua submissão, ele estava tão distante como sempre: Ainda saindo em longas viagens de negócios que significava que ela não o veria ou ouviria por meses, ainda frio e calado nas ocasiões onde ela o via, ainda se limitando a raros e empolados elogios que eram geralmente tirados dele pelas meticulosas e descaradas perguntas da mãe de Sarada. Nenhum nível de perfeição era o suficiente para Sasuke Uchiha, aparentemente.

Era isso, ou ele simplesmente ficou tão acostumado a ela fazendo o que ele quisesse, independentemente de como ele a tratou, que ele não via razão para lhe dar qualquer tipo de reconhecimento. Na verdade, era nessa última explicação que ela estava apostando, porque apesar de tudo, ela não estava completamente pronta para desistir inteiramente. Mesmo se ela não fosse a Uchiha ideal que seu pai quisesse, ela definitivamente ainda era uma Uchiha, e Uchihas não eram desistentes. Não — o que ela precisava era de uma nova abordagem.

Até agora, ela havia logicamente resolvido sobre isso: se ser perfeita e obediente não estava funcionando, então talvez fosse hora de ser imperfeita e desobediente.

A questão era, como? Rebeldia não vem naturalmente após tantos anos de submissão. E ansiosa como ela estava para mostrar ao seu pai que ele não poderia esperar obediência cega dela enquanto oferecia nada em retorno, ela não ia ser completamente irresponsável sobre isso; ela não tinha desejo algum em fazer nada extremo o suficiente para potencialmente afetar negativamente sua vida a longo prazo, como fugir da universidade ou cometer um crime. Ela também não pretendia ser juvenil e francamente embaraçosa. Ela pensou com desdém em alguém como Boruto Uzumaki, seu colega de classe de longa data que passou muito do seu tempo no ensino fundamental e médio fazendo brincadeiras estúpidas em uma tentativa pateticamente óbvia de conseguir a atenção de seu próprio pai. Ela sempre esteve acima deste tipo de coisa.

Então ela se endireitou de repente, ajustando os óculos no rosto como ela costumava fazer quando pensava muito em algo. Boruto Uzumaki… Poderia haver algumas possibilidades aqui…

Deslizando até seu laptop que estava em sua mesa, ela digitou o nome de Boruto no Facebook. Eles não eram amigos, mas o perfil dele era em grande parte público, então ela ainda podia ver várias fotos com um familiar cabelo loiro espetado e olhos azuis brilhantes. A atual foto de perfil dele o mostrava sorrindo largamente ao lado de um jovem com incomuns olhos dourados e desgrenhados cabelos azul-esbranquiçado — provavelmente um novo amigo da faculdade, já que ela não o reconhecia de sua turma no ensino médio.

Embora ela tenha evitado Boruto sem reclamar — nada muito difícil de se fazer, já que ela achava sua imaturidade, mesquinhez e barulheira menos que atraente — Sarada sempre sentiu uma secreta afinidade por ele, suspeitando por seu comportamento que eles compartilhavam conflitos paternais similares. Quando criança e adolescente, Boruto não fazia segredo do fato de que ele se ressentia fortemente de seu pai (e para Sarada, que tinha alguma experiência nestas questões, tinha sido igualmente óbvio que ele buscava desesperadamente algum tipo de reconhecimento dele); consequentemente as pegadinhas estúpidas e suas várias desventuras inconsequentes. Claramente ele não gostava até que lhe dissessem o quanto ele se parecia com seu pai, embora a impressionante semelhança fosse inegável.

Agora, ela se perguntava se se aquele relacionamento evidentemente rochoso havia melhorado em alguma coisa em três anos, desde que ele veio para a universidade. Porque se isso não tinha acontecido, havia uma chance de Boruto Uzumaki se tornar um aliado efetivo, e ela estava disposta a deixar de lado a disputa Uchiha/Uzumaki em nome de uma causa maior. Além disso, a disputa era de seu pai, e agora ela era desobediente.

É claro que um perfil público do Facebook dificilmente lhe daria todas as informações necessárias para ver se isso era viável. Ela não queria contatar Boruto imediatamente, parecia um pouco bruto de certa forma, e seria profundamente humilhante se suas suposições se mostrassem erradas. O pensamento de Boruto Uzumaki de todas as pessoas, rindo na sua cara deixou um gosto amargo em sua boca. Mas ela não era a filha de um brilhante estrategista de negócios por nada. Ela examinaria sutilmente o território primeiro, e entraria com tudo apenas quando tivesse confirmado que ele estava vulnerável.

O Facebook foi um bom ponto de partida, ao menos. Ela focou no garoto de olhos dourados que apareceu mais que ninguém nas fotos mais recentes de Boruto — sem dúvidas um amigo próximo, possivelmente um colega de quarto, e exatamente o tipo que ela precisava. Mitsuki era aparentemente seu nome, e seu perfil revelou que ele era um estudante de biologia. Ainda não era o suficiente para continuar, mas era um começo.

Agora ele iria descobrir o quão sério ela levara essa lição.


Sarada sentiu-se aliviada de certa maneira quando o misterioso Mitsuki se revelou um alvo surpreendentemente fácil, como se fosse um sinal de que o destino estava do seu lado.

A pista inicial sobre os estudos em Biologia dele a levou a descoberta de que ele trabalhava como um assistente de pesquisa no laboratório do Professor Orochimaru, um professor de biologia sênior na Universidade de Konoha que era bem conhecido, e uma figura um pouco controversa, por seus experimentos médicos de ponta que testavam os limites do corpo humano. Sarada sabia vagamente de seu trabalho porque uma vez ele havia abordado a Corporação Uchiha sobre um possível negócio envolvendo alguma tecnologia que ele estava desenvolvendo, mas as conversas haviam parado. Apesar de alguns na comunidade científica questionarem a ética dele, Orochimaru ainda era um pesquisador altamente considerado e seu laboratório tinha considerável prestígio; esse Mitsuki deveria ser um estudante brilhante para ter conseguido uma posição lá. O tipo de estudante que iria ao escritório de seu professor mesmo no verão.

Então, após olhar o horário do expediente do escritório de Orochimaru online, Sarada fez questão de passar casualmente pela porta na hora certa, mochila em seus ombros para que ela parecesse como qualquer outra estudante universitária. Ela estava pacientemente vagando para lá e pra cá pelo corredor perto da esquina enquanto mantinha um olho em quem estava entrando e saindo do escritório.

Quando ela teve a sorte de ver uma figura familiar com cabelos azuis-esbranquiçados deslizar para fora, laptop dobrado debaixo de seu braço, ela o esperou virar a esquina e falou suavemente com ele. "Oi".

"Olá", ele respondeu afavelmente, virando para ela com um sorriso de boca fechada. Seus modos eram amigáveis o suficiente, mas alguma coisa sobre ele a colocou imediatamente em guarda; talvez tenha sido apenas a incomum cor, mas os olhos dourados dele pareciam brilhar para ela de uma maneira que sugeria que ele a estava analisando e rindo dela ao mesmo tempo.

Ela não deixou isso abalar sua própria atuação amável, no entanto. "Eu percebi que você acabou de sair do escritório do Professor Orochimaru", ela comentou.

"Sim", ele concordou agradavelmente, mas não disse nada mais que isso. Ela colocou uma mecha do cabelo preto atrás de sua orelha, mas os olhos dele não desviaram dos dela para seguir o movimento. Isso a aliviou um pouco; ela estava se perguntando se ela deveria tentar flertar com ele, mas ela pôde perceber imediatamente que ele não era o tipo de cara em quem isso funcionaria. Ela não era boa nisso de qualquer maneira.

"Se você é aluno dele, eu me pergunto se eu poderia te perguntar algumas questões sobre ele e seu trabalho", ela disse.

"Você é estudante de biologia?" A expressão dele continuou educadamente firme.

"Negócios", ela o corrigiu; ele saberia em um minuto que ela não era uma graduanda em biologia por sua falta de conhecimento, "Mas eu estou interessada em biologia também. Atualmente o futuro dos negócios estão na ciência e vice-versa".

"Entendo", ele disse, não parecendo particularmente interessado, mas para a surpresa dela, ele continuou a conversa sozinho. "Meu colega de quarto está no programa de negócios. Eu não acho que você o conheça — Boruto Uzumaki?"

Ela não podia acreditar em seus ouvidos. Ele havia trazido o assunto à tona sozinho, em menos de dois minutos após eles se encontrarem, sem ela precisar se esforçar para tirar nada dele. "Boruto? Sim, mais ou menos", ela admitiu, tentando esconder sua ansiedade. "Nós poderíamos ter tido uma ou duas aulas juntos. E nós estudamos na mesma escola no ensino médio".

"Oh, sério?" Ele se animou um pouco. "Quem é você?"

"Sarada Uchiha".

"Já ouvi falar de você", ele disse pensativo. "Você é muito inteligente, aparentemente".

Ela se ressentiu um pouco com o "aparentemente" — ele estava insinuando que achava que a inteligência dela era apenas um rumor? — mas ela deixou isso para lá, não seria dissuadida de seu objetivo. "Bem, obrigada. De qualquer maneira, sobre Orochimaru—"

"Você tem certeza que não prefere falar sobre o Boruto?" ele a interrompeu, ainda soando perfeitamente sereno.

Aquilo a parou completamente. Ela não havia contado sobre seu plano a ninguém! Ele teria literalmente lido sua mente? Estaria Orochimaru fazendo experimento em seus próprios alunos agora, os tornando psíquicos?

"Eu não quero te ofender", ele continuou suavemente, "é só que isso acontece frequentemente".

"O que acontece?" ela perguntou, honestamente confusa.

"Mulheres se aproximam de mim para perguntar sobre o Boruto", ele respondeu. Quando ela continuou a encará-lo, claramente sem entender, ele esclareceu, "Porque elas estão apaixonadas por ele".

Mas o quê!? "Eu não estou apaixonada pelo Boruto", ela exclamou ardentemente, imediatamente abandonando toda a pretensão de simpatia.

"Entendo", ele disse novamente, soando tão não-interessado quanto na primeira vez que ele usou a frase. "Nesse caso, adeus".

Com isso, ele deu a ela outro sorriso, idêntico ao que ele usou para cunprimentá-la, e continuou a andar.

Ela estava atordoada pela estranha mudança que a conversa havia sofrido, mas não atordoada o suficiente para desistir. "Mitsuki! Espere".

Ele se virou de bom grado. "Você já sabe meu nome", ele observou. "Você deve ter feito sua pesquisa". Sim, ela certamente tinha, mas não pelas razões que ele pensava!

Em um julgamento rápido e desesperado, ela decidiu descartar todas as evasivas. Tanto quanto ela não gostava da ideia do colega de quarto de Boruto contando a ele que os os problemas com o papai de Sarada Uchiha haviam crescido ao nível onde ela estava pedindo pela ajuda dele (ela havia planejado em contar a verdade a Boruto desde o início, mas ela não queria exatamente que todo o círculo social dele soubesse), era muito melhor que o colega de quarto de Boruto contando a ele que Sarada Uchiha estava apaixonada por ele. Ela ainda tinha um pouco de dignidade.

Mãos nos quadris, ela marchou até Mitsuki com a determinada, autoritária expressão que dizia as pessoas que ela os faria entenderem, querendo ou não. Ele piscou para ela, parecendo genuinamente assustado pela primeira vez. "Eu estou interessada no Boruto, mas não tem nada a ver com amor".

"Então por quê?"

Ela suspirou, realmente desejando que a discussão não tivesse chegado a esse ponto. Ela ainda mantinha que se aproximar de Mitsuki primeiro havia sido uma boa estratégia; a execução que obviamente precisava de ajustes. "É uma longa história".

Não era realmente uma história tão longa, pelo menos não a versão muito resumida que ela lhe deu enquanto o encurralava contra a parede do departamento de biologia, assim ele não poderia ir embora até ela ter certeza que ele acreditava nela. E ele a escutou muito atentamente, seus levemente hipnotizantes olhos fechando a cada minuto ou mais e reabrindo lentamente, como se para absorver cuidadosamente o que ele estava ouvindo. Bem, era isso ou ele estava adormecendo enquanto a escutava; ele não era exatamente fácil de ler.

"... e é por isso que eu apenas preciso que você me dê algumas informações básicas, sobre se ele está em um relacionamento e afins, para descobrir se Boruto seria um bom candidato a isso", ela finalmente terminou, estranhamente aliviada agora que tinha colocado tudo para fora. Enganação realmente não combinava com ela.

"Essencialmente você quer usar meu amigo na sua vingança mesquinha", ele resumiu. De certo modo, o jeito natural com que ele disse isso — não havia nenhum tom de julgamento na voz dele — fez com que tudo soasse ainda mais condenável.

Ela se irritou com a descrição depreciativa — depois de vinte e um anos fazendo aquilo que a mandavam, essa rebelião não era mesquinha — mas ela não iria entrar nos detalhes emocionais com esse cara, e ela não poderia exatamente negar. "Bem", ela disse entre dentes cerrados, "essencialmente, sim".

Por um minuto ele apenas a observou com aquele olhar malicioso, o rosto totalmente inelegível, e ela resistiu a vontade de se contorcer. (Uchihas não se contorcem). Ele estava se preparando para expulsá-la por tentar arrastar seu amigo para o drama familiar dela? Até agora ele pareceu o tipo descontraído e calmo, mas esses sempre eram os mais assustadores quando se cansavam…

Então ele sorriu de repente, olhos enrugando. Ao contrário de seus sorrisos anteriores, ela pensou que esse poderia atualmente ser sincero.

"Que interessante. Eu acho que você e Boruto fariam um bom casal", ele disse avidamente. "Eu vou ajudar. O que você quer saber?"


Para dizer a verdade, Boruto sempre teve uma certa curiosidade sobre a única herdeira Uchiha, embora ele nunca tenha pensado que valeria a pena ir atrás dela, dado que era certeza que teria uma explosiva reação negativa de seu pai e o fato de que ela não parecia muito aberta a novas amizades. Ela tinha uma aura intocável, com seu comportamento tenso e assertivo, suas proezas acadêmicas, e é claro, seu status de filha de um homem muito poderoso. Talvez ele não fosse tão intimidadora quanto o implacável homem de negócios que era seu pai, mas no entanto ela tinha uma forte presença.

Era um pouco empolgante, ele tinha que admitir, ter toda aquela feroz atenção focada nele, os olhos negros penetrantes dela fixados nele e nada mais por trás daqueles distintos óculos de armação vermelha.

Talvez fosse por isso que ele ainda estava ali escutando a proposta dela, ao invés de sair correndo na direção contrária como qualquer pessoa sã faria.

Ele tinha recebido uma enigmática mensagem de seu colega de quarto naquela tarde, pedindo para que ele o encontrasse mais tarde num pequeno e não aglomerado café perto do campus. Contudo, quando ele chegou e se sentou numa mesa para dois, a pessoa que se juntou a ele alguns minutos depois não foi Mitsuki, mas Sarada Uchiha. Ela sentara graciosamente na outra cadeira e o deu um curto olá, que ele respondeu um pouco rudemente, "Sarada? Hum, eu meio que estou esperando por alguém, então…"

Ela o contou de um jeito profissional que na verdade ele esteve esperando por ela, o que não fazia nenhum sentido, e em seguida iniciou um discurso positivamente surreal sobre o pai dele, o pai dela, e namoro, não o dando nenhuma oportunidade para interrupções. Ele teve que se beliscar várias vezes por debaixo da mesa para ter certeza que não estava dormindo e sonhando.

Quando ela finalmente terminou, ele só tinha um milhão de perguntas. Ele não sabia por onde começar. Para início de conversa, ele nem sabia se aquela pessoa era mesmo Sarada Uchiha, e não alguma impostora lunática usando seu rosto e voz de alguma maneira. Não que ele alegasse que a conhecia bem, mas baseado no que ele sabia, isso realmente não era a cara dela.

"Então, o que você está dizendo é", ele resumiu incrédulo, "você acha que nós deveríamos namorar apenas para irritar os nossos pais".

"Correto", ela disse áspera. "É um plano sólido. Nós dois somos solteiros então não temos outros compromissos, é verão então nós temos tempo para gastar indo em encontros, nós dois temos motivos para nos vingarmos de nossos pais, e os ditos convenientemente desprezam um ao outro, o que significa que qualquer relacionamento entre nós com certeza irá chateá-los".

Ele olhou para ela. "Ok, para início de conversa, o que te faz achar que eu sou solteiro, e por que você acha que eu iria querer irritar meu pai?"

"Eu fiz minha pesquisa", ela disse simplesmente. Quando ele levantou uma sobrancelha, ela especificou. "Eu conversei com seu colega de quarto".

"Mitsuki?" Ele tentou imaginar como uma conversa entre a formal Sarada e seu excêntrico colega de quarto sobre ele aconteceria. Sua mente deu branco. "Quando? O que ele disse?"

"Há alguns dias atrás. Ele só respondeu minhas perguntas básicas sobre o atual estado da sua vida e relacionamentos. Entre outras coisas, ele confirmou que você é solteiro e não está interessado em ninguém agora, e que você tem guardado mágoa do seu pai por anos por priorizar o trabalho sobre a família e hipocritamente criticar você por fazer as mesmas coisas que ele fazia quando ele era mais jovem. E ele aceitou em me ajudar a organizar isso".

Certo — ele se lembrou de repente que ele deveria encontrar Mitsuki aqui, um fato que o choque tinha temporariamente apagado de sua mente. Bem, isso explicava algumas coisas. Mas não explicava porque Mitsuki, que particularmente não era uma pessoa falante normalmente, iria discutir a vida personal dele com Sarada Uchiha de todas as pessoas.

"Por que ele faria isso?" Nota mental: Comece a prestar atenção no que você diz perto do seu colega de quarto. O cara obviamente escutou tudo atentamente e estava aparentemente disposto a compartilhar o que escutou com qualquer um que perguntasse.

"Eu não faço a mínima ideia", ela admitiu prontamente, "mas ele se voluntariou a tudo muito disposto uma vez que eu o contei qual era meu objetivo. Ele parecia um pouco… estranho. Talvez você devesse repensar a sua escolha de colega de quarto."

"Ei, Mitsuki é meu amigo", Boruto protestou, instintivamente o defendendo apesar de não estar muito entusiasmado com ele no momento.

Ela encolheu-se em aceitação. "Quem você mantém do seu lado é da sua conta. Eu posso te assegurar que como sua namorada, eu não tentarei interferir nos seus assuntos privados".

"Hum, interferir nos assuntos privados da outra pessoa não é meio que a definição de namoro?"

"Eu suponho que sim, se você está genuinamente interessado na pessoa", ela consentiu. "Mas para nós, seria um arranjo de negócios. O ponto disso tudo é que eu não estou interessada em você por você. Estou interessada em você por quem seu pai é".

Aquilo meio que doeu, mesmo que ela tivesse sido clara sobre isso desde o começo. Não era a primeira vez que alguém se aproximava dele só porque ele era o filho de Naruto Uzumaki. Ao menos ela foi totalmente honesta sobre isso.

Boruto imaginou a cara que seu pai faria quando ele descobrisse que o filho estava namorando Sarada Uchiha. Ok, ele conseguia entender o ponto dela; aquilo poderia ser meio satisfatório. Então ele imaginou como ficaria a cara de Sasuke Uchiha quando ele descobrisse que sua filha estava namorando Boruto Uzumaki. Aquilo lhe pareceu um pouco menos satisfatório; havia uma pequena possibilidade do homem assassiná-lo.

"Isso exigiria pouca coisa e o risco seria baixo", Sarada dizia com naturalidade. "Tudo o que teríamos que fazer seria sair juntos em público de vez em quando para que a notícia do nosso relacionamento chegue aos nossos pais".

"Baixo risco?", Boruto ecoou desconfiado. "Sem ofensa, mas você já conheceu seu pai? Ele é literalmente famoso por ser assustador".

A covardia dele lhe rendeu um olhar de desdém. "O que você acha que ele vai fazer? Te matar?"

"Eu não sei, ele já fez isso com seus antigos namorados?", ele respondeu de volta, apenas meio brincando.

Ela suspirou e franziu os lábios. "Olhe, eu não posso te forçar a colaborar. Se você é tão contra isso, você não tem que fazê-lo, obviamente. Mas se você está tão interessado em conseguir atenção do seu pai para mostrá-lo que você não vai viver a sua vida pelas regras dele, então você está perdendo uma grande oportunidade".

Ela colocou suas mãos dobradas em cima da mesa a sua frente e o observou com expectativa, esperando pela resposta final dele.

Ele considerou o plano, a considerou. Ele nunca foi próximo a Sarada, mas depois de ter frequentado a mesma escola com ela pela maior parte de sua vida, ele já havia a visto o suficiente para saber que, ao contrário dele, ela nunca fazia nada impulsivamente. Quando ela arriscava, era porque ela havia examinado todos os ângulos, eliminado todas as outras possibilidades, e decidido que valeria a pena cem por cento, sem arrependimentos. Então se Sarada Uchiha acreditava que esse plano maluco e nada-Sarada-Uchiha poderia dar certo… bem, ela provavelmente saberia melhor que ele, não que ele jamais fosse admitir.

Ele respirou fundo. "Certo, eu estou dentro".

Um brilho de aprovação em seu olhar, ela estendeu sua mão. Ele aceitou, achando o aperto dela forte e confiante.

"Então, como eu deveria te chamar?" ele perguntou casualmente. Ao olhar interrogativo dela, ele sugeriu, "Amor da minha vida? Meu bem? Docinho de coco? Pãozinho de mel?"

Quando aqueles olhos entusiasmados dela se estreitaram numa encarada, ele se recostou em seu assento e sorriu.

Isso realmente pode ser bem divertido.


Nota da tradutora: Então gente, lá venho eu com a loucura de traduzir uma long-fic BoruSara tendo um TCC pra escrever… Mas eu gostei tanto dessa história, que mesmo não sendo a maior fã de UA não resisti em pedir autorização a Lutralutra haha

Então, a ideia é atualizar de 20 em 20 dias, salvo se acontecer alguma coisa(pro bem ou pro mal haha). Realmente preciso de um tempo porque vocês devem ter notado que os capítulos não serão curtos. No mais, espero que gostem da tradução e que vocês também caiam de amores por BoruSara, maior casal da nova geração, canon desde Boruto: The Movie.