Todos os personagens pertencem a SM.
A história pertence inteiramente a mim.
Nocaute - Capítulo 1
Lá estava eu, caminhando para o meu trabalho as nove e meia da noite. Toda cheia de camadas, já que era inverno em Seattle. As ruas da cidade são bem iluminadas e com muita gente indo e vindo a todo minuto. Eu segurava a alça da minha bolsa que eu usava de lado, já era costume eu fazer isso. Como se a minha vida estivesse dentro daquela bolsa.
Escutei um gemido e um choro baixinho, vindo debaixo de um carro estacionado na rua. Me agachei e olhei por debaixo do carro estacionado ao meu lado e havia um cãozinho espremido lá embaixo. Fiquei em choque, com medo que na hora que o dono do carro saísse, pudesse machucar o pobre cãozinho. Então eu o chamei, bati no chão e o chamei novamente. Não obtive sucesso em nenhuma das minhas tentativas. Olhei no relógio e eu já estava atrasada para o meu trabalho, mas eu tinha um dia de folga para tirar, só precisava avisar o meu chefe.
Peguei meu celular e disquei o número, já o sabia de cor pois sempre ligava para avisar qualquer coisa dentro do meu trabalho e fora. Jasper era um grande amigo e pedi para que ele avisasse o nosso chefe. Ele perguntou o que estava acontecendo e eu expliquei que havia encontrado um cãozinho e que eu iria ajudá-lo. Ele disse que isso era típico de mim. Depois de dois minutos conversando com ele no telefone eu o desligo e decido esperar pelo dono do carro.
Passou-se alguns minutos.
Alguns vários minutos.
Uma hora e meia.
Eu estava sentada no meio fio com uma lixa de unha nas minhas mãos e comecei a tentar arrumá-las. Escutei sacolas e o alarme do carro. Levantei abruptamente, me desequilibrando e caindo de bunda na calçada atrás de mim.
Merda!
Quando consegui finalmente me levantar o homem já tinha aberto o carro e estava prestes a entrar, eu acenei feito uma idiota para ele que olhou finalmente para mim. Oh, e que homem.
- Não, por favor! Não saia agora, eu estava esperando o dono desse carro para avisar que existe um cãozinho assustado escondido aí em baixo. - eu apontei para o carro e gesticulei para que ele me entendesse.
Vou deixar bem claro aqui, eu tentei, juro que tentei não reparar no homem a três passos de mim mas era muito difícil. Uma energia que eu não tinha. Ele era espetacular! Alto, com um belo corpo que eu poderia dizer mesmo com todos os casacos, olhos verdes e cabelos acobreados. Um Deus grego na minha frente do outro lado do carro. Fazia muito tempo que eu não me sentia atraída por um homem. Eu fiquei muito sem graça pelos meus pensamentos e corei ruidosamente.
- É mesmo? O cãozinho é seu? - ele me olhou com curiosidade e parecia que estava tentando me desvendar com aquele olhar abrasador. Deus! Que homem é esse? Por pouco quase que me esqueci o que eu estava fazendo ali. Engoli em seco enquanto ele vinha para o meu lado na calçada.
- Hãm, não. Infelizmente não. Eu estava passando por aqui e... - eu o olhei e ele estava se abaixando para ver por debaixo do seu carro. Ele deu algumas batidinhas no chão e o cãozinho colocou a sua cabecinha para fora. - eu o ouvi choramingando e... - o olhei incrédula, enquanto o cãozinho de cor marrom claro caminhava para seus braços. - você tem mesmo jeito com cachorros, porque eu fiz a mesma coisa e ele não veio comigo. - enruguei a minha testa com descrença.
- Bom, eu tenho um cachorro em casa. - ele se explicou levantando-se com o cãozinho agora aninhado em seu colo. - E sou veterinário também. - me olhou e deu de ombros.
Ah, mas é claro que você é veterinário! Lindo, gentil e gosta de animais. Mas é claro.
- Bem, então acredito que esse cãozinho teve sorte em escolher o seu carro para se abrigar do frio, não é? - eu o olhei e ele me lançou um sorriso torto, quase tive um colapso.
- Sorte a minha também por ele ter chamado a sua atenção, não é?
Ops, eu vejo duplo sentindo nessa frase. Eu embasbaquei naquela hora. É impressão minha ou ele está flertando comigo? Isso é sério? Qual dos sentidos ele pretendeu usar? Quase olhei para trás para ver se não tinha nenhuma loira maravilhosa sorrindo para ele. Argh, Isabella! Concentre-se. Balancei a cabeça para afastar aquela minha descrença e sorri amarelo, sentindo minhas bochechas esquentarem.
- Mas quem não iria parar quando ouvisse esse chorinho? - quando percebi que eu estava fazendo cara de boboca me recuperei e olhei para o homem super atraente na minha frente, ele estava rindo de mim. Eu sorri de volta, tímida.
- Sabe, eu preciso levar ele no meu consultório para ver se está tudo bem com ele. Preciso achar o dono dele também, já que ele está sem coleira... - o ruivo olhou para o cãozinho que já estava dormindo tranquilamente em seus braços.
- Hum, ok. Agradeço por isso, viu? E se precisar de ajuda com a procura da família dele, eu sempre faço esse tipo de coisa, eu posso te dar o meu e-mail. - me senti muito oferecida, mas eu estava sendo sincera e esperava que ele não me entendesse mal. Mas que se dane também, foi ele quem começou com os flertes. Ou não… Dane-se.
- Claro que eu quero a sua ajuda... Como é seu nome?
- Bella.
- Bella? Prazer em te conhecer. - ele retirou um cartão do seu bolso da camisa e me estendeu. - Aqui está o número do meu telefone pessoal e o do meu consultório também, do outro lado tem meu e-mail. Você pode me mandar um e-mail que eu te passo todas as informações que eu conseguir sobre esse rapazinho aqui. - ele sorriu e fez cafuné no cãozinho em seus braços... Eu me peguei olhando para... Ahn, como era seu nome mesmo? Ele não me disse. Ah! O cartão! Virei o papel nos meus dedos e li seu nome.
- Então é isso, doutor Edward…
- Por favor, me chame apenas de Edward. - ele me olhou com aqueles dois rubis e eu me derreti.
- Ahn, ok, Edward então. - mordi meu lábio inferior, eu estava nervosa com a sua presença. O que eu estava sentindo era bem estranho.
Não me entenda mal, eu já tive dois namorados na minha vida. Dois desastres, por assim dizer. Eu quase me casei! Pelo amor de Deus, eu deveria saber me portar em frente à algum homem bonito ou deus grego, que seja.
- Eu vou ao meu consultório agora mesmo para examiná-lo e eu vou ficar esperando por seu e-mail, está bem? - ele me olhou de um jeito que parecia estar em questionamento consigo mesmo. Eu acenei que sim com a minha cabeça pois eu estava muito ocupada mordendo meu lábio para mexer a minha boca e lhe responder.
- Até mais, Bella. - ele começou a fazer a volta pelo seu carro e abriu a porta do motorista.
- Okay. Logo enviarei o e-mail. Até mais. - acenei para ele e ele se foi.
Respirei fundo e eu nem havia notado que estava sem respirar. Puxa! O que foi isso?
Comecei a caminhar de volta para casa e rapidamente cheguei. Abri logo meu notebook para enviar o e-mail para o ruivo que acabara de conhecer. Eu estava tão ansiosa que nem me reconhecia. O meu problema era que eu não estava tão preocupada com o cachorro, eu queria mesmo era a atenção de Edward.
Isso era loucura, não?
Eu tinha acabado de conhecê-lo e... Oh! Que boba. Chacoalhei a minha cabeça e respirei fundo. Escrevi o endereço de e-mail do cartão e comecei a lhe digitar o e-mail.
23:16 hrs.
Já cheguei em casa. Vocês estão bem? Digo, já chegaram no consultório?
Att,
Isabella Marie Swan.
Enviei o e-mail e resolvi me trocar e colocar algo mais confortável já que eu iria ficar em casa. Também fiz chocolate quente e estava pensando seriamente em ligar à lareira pois estava bem frio. Escutei um alerta de novo e-mail vindo do meu notebook. Sai correndo e abri o e-mail.
23:46 hrs.
Deve morar muito perto de onde estávamos pois eu recebi seu e-mail na metade do meu trajeto, mas como estava dirigindo eu não lhe respondi logo.
Estamos bem sim. Acabei de examinar o filhote e ele parece bastante saudável mas está com muita fome. Parece que ele já estava faz algumas horas perdido. Vou ficar com ele até nós acharmos o seu dono, ou você quer ficar com ele?
Então seu nome é Isabella, não é? Bella é apelido?
Att,
Dr. Edward Cullen, veterinário da empresa Dr. Patinhas.
Apertei em responder. Não antes de sorrir ao ver como ele era cuidadoso.
23:53 hrs.
Eu moro duas quadras depois.
Essa é uma ótima notícia! O dono desse cãozinho deve estar muito preocupado, ele não parece ser um cachorro de rua, não é? E claro que eu gostaria de ficar com ele, já que pode ser ruim para o seu cachorro ver um concorrente para ele. Se não for muito incômodo, pode trazer ele aqui em casa agora.
Sim, esse é meu nome, mas prefiro que me chame somente de Bella.
Att,
Somente Bella, por favor.
Enviei a resposta e me levantei para pegar um casaco e colocar as minha pantufas quentinhas. Eu já havia dito que estava bem frio? Pois é, estava bem frio. Aproveitei e fui pegar mais chocolate quente. Quando eu escutei Scooby latindo eu fui até a porta dos fundos que ficava na cozinha também. Abri a porta e ele veio correndo para os meus pés.
-Onde você estava, mocinho? Estava com a tia Rose, não é?
Scooby latiu e lambeu as minhas mãos. Fechei a porta e me agachei para lhe fazer um cafuné.
-Eu acho que você vai ter um companheiro hoje, viu meu amor? Sabia que eu te amo demais? Hum? Seu lindo! Meu docinho. Amor da minha vida, da minha existência! - fiz cafuné e ele deitou-se nos meus pés de barriga pra cima com aquela cara de sapeca que eu tanto amava. - Se você fosse um humano, eu me casaria com você, viu Scooby? - ele latiu para mim como se entendesse o que eu tinha acabado de falar. - Oh sim, eu sei que você ama a Belinha. Mas eu nem sou ciumenta.
Comecei a rir sozinha da minha conversa com Scooby, meu salsicha preferido em todo esse mundo. Peguei a minha xícara e voltei para frente do computador. Havia mais uma mensagem de Edward. Senti um frio na barriga que era totalmente novo para mim. Olhei para o lado e Scooby deitou-se do meu lado no sofá, o coitadinho devia estar com frio e o calor da lareira era muito gostoso.
Respirei fundo e abri o e-mail.
00:13 hrs.
Bella, eu não me incomodo de jeito nenhum em ficar com o filhote hoje, mas, amanhã eu terei uma viagem para fazer e não vou ter nem como levar nem o Biscuí. Por isso se eu puder deixar ele amanhã com você, ficaria muito agradecido. Meu cachorro adora companhia. Pode ser que ele fique um pouco na defensiva no começo mas tenho certeza que ele irá adorar ter um amigo para brincar. E você, tem algum bicho de estimação?
Isabella, seu nome é tão bonito quanto você. Por quê não gosta dele?
Att,
Dr. Edward Cullen, veterinário da empresa Dr. Patinhas.
Meu coração disparou com a última frase do e-mail. Então isso era real, ele realmente estava flertando comigo. Deus, me belisca. Olhei para o Scooby que estava me olhando como se eu fosse louca.
-O que foi? Só não acho certo um homem daqueles olhar para mim, Scooby! Volte a dormir, anjinho. - fiz carinho em sua cabecinha e ele tornou a fechar seus olhos.
00:21 hrs.
Biscuí? Haha, por quê esse nome? Ele deve ser bem branquinho, estou certa?
Se você quiser deixar os dois aqui em casa amanhã, não tem problema algum, viu? Eu sempre abrigo cães sem casa aqui, como se fosse um lar provisório até eu achar seus donos ou conseguir doá-los para alguém. Não seria incômodo algum. Eu tenho construído um local apropriado para eles aqui atrás de casa.
Oh sim, o Scooby! Ele é o salsicha mais charmoso de todos os tempos.
Eu, bonita? De onde você tirou isso, Edward? Não sei, eu apenas prefiro Bella.
Att,
Bella Swan.
Enviei.
E fui procurar o site do seu estabelecimento. Dr. Patinhas? Eu já havia ouvido falar sobre, mas com tantos veterinários aqui em Seattle e com custo baixo para as consultas e internações eu nunca tinha ido até lá.
Humm, ele era o dono. Oh, claro. Além de lindo, simpático, galanteador, gostar de animais e trabalhar com isso ainda era rico. Só podia ser brincadeira. Ele deve ser miragem. Como isso pôde acontecer? Não pode. Eu estava incrédula.
Peguei meu telefone sem fio e disquei o único número que eu sabia que poderia me ajudar naquele momento.
- Oi Bells. - disse meu melhor amigo. Só ele e meu pai me chamavam assim. Claro, quando meu pai estava sóbrio e isso faz muitos anos atrás.
- Jake, pode conversar? - eu perguntei nervosa, titubeando os dedos em cima do meu joelho.
- Claro. - ele respondeu rapidamente.
- Eu conheci alguém. - larguei, nervosa.
- O quê?
- Pois é… - eu comecei a me xingar mentalmente por estar ligando para Jacob por esse motivo, mas eu era uma péssima amiga, afinal de contas.
- Bells, sério? Isso é ótimo. - ele disse incerto das próprias palavras.
- Não é isso, sabe, eu apenas conheci. Só conheci. Mas ele fica flertando comigo o tempo todo! Eu estou começando a achar que é pegadinha de algum reality show. - joguei, sem saber como ele ainda continuava me escutando.
- Ei, pare de ser assim. Quem é ele? - respirei fundo antes soltar, porque Jacob conhecia todo mundo nessa cidade e eu tinha quase certeza de que conhecia Edward também.
- Dr. Edward Cullen, conhece?
- Conheceu ele no hospital? Um médico? Wow, Bells, você não é fraca. - bufei com o comentário. Eu trabalhava como enfermeira no hospital da cidade, mas eu nunca faria isso.
- Não Jacob Black, eu não namoro no hospital. É contra as regras. Ele é veterinário lá no Dr. Patinhas. - soltei.
- Ah! Eu conheço ele, eu sempre levo a Fuzzy lá. - eu sabia.
- E…? - tentei arrancar alguma coisa do meu amigo.
- Ele é perfeito para você, Bells.
- Não! Claro que não, Jake, você me conhece desde criança. Quando foi que algum relacionamento meu deu certo? - senti meus olhos encherem de lágrimas e ele sabia o quanto isso me machucava.
- Paranoica!
- O quê?
- Você.
- J… - ele não me deixou continuar.
- Você precisa desencanar, Bells. A vida foi feita para isso. Para errar e acertar algumas vezes.
- Acha que eu posso tentar de novo? Eu… tenho medo. - disse, sabendo o que ele iria dizer mesmo assim.
- Para ter coragem precisa ter medo. E você é tão guerreira, uma mulher de conteúdo, inteligente, linda… uma mulher maravilhosa.
- Ah, Jake…- eu entristeci com o que ele disse e me lembrei do dia em que ele se declarou para mim. Pena que eu nunca senti o mesmo por ele.
- Não precisa falar mais nada, Bells. Eu te amo e você sabe disso.
- Tá bom.
- Tá bom o quê?
- Vou deixar rolar.
- Isso! Quer que eu vá até aí? - ele perguntou incerto novamente.
- Não precisa… Mas final de semana sim. Vem com alguma muda de roupa, ok?
- Ok.
- Obrigada, meu lorde.
- De nada, minha lady.
E foi isso. Depois de desligar o telefone eu olhei para a tela do meu computador e havia mais um e-mail de Edward. O frio na barriga agora comum, voltou a reinar no meu estômago.
00:33 hrs.
Tem certeza disso? Saiba que, eu posso ficar muito mal acostumado com isso e posso muito bem me aproveitar de você algumas vezes.
Você deve ter algum problema de auto estima, não é possível. Eu não brinco quando lhe digo que és muito bonita e estou me perguntando aqui se você está comprometida ou se eu sou um cara sortudo?
Att,
Dr. Edward Cullen, veterinário da empresa Dr. Patinhas.
Oh, meu Deus.
Levei as mãos para o meu rosto não acreditando no que eu acabara de ler. Ele é galanteador demais! Eu estou em muita desvantagem, já que não sei flertar, não tenho habilidades galanteadoras e sou uma desastrada e nada delicada.
Pensei em escrever várias coisas, como: "Oh, pode se aproveitar de mim quantas vezes desejar." Ou até mesmo: "Quer vir se aproveitar agora mesmo? Por quê perder tempo?" Mas não. Respirei todo o ar da minha sala e lhe escrevi, tremendo os dedos da mão.
00:37 hrs.
Eu realmente não me importo, Edward. Mas deixa eu lhe perguntar uma coisa, você sempre diz essas coisas para as mulheres depois da meia noite? Saiba que pode influenciar nos sonhos delas e isso é realmente algo bem perigoso e perturbador.
Ainda acho que você está me sacaneando e dizendo essas coisas por que alguém lhe pediu para fazer. Eu não estou comprometida e não acho que você seja um cara sortudo por esse motivo. É melhor ficar longe de mim antes de enlouquecer também.
Att,
Bella Swan, a louca varrida da cidade de Seattle.
Apertei em enviar e olhei para o Scooby que agora estava de barriga para cima e sua lingua grande estava um pouco para fora de sua boca. Sorri feito boba e olhei novamente para a tela do notebook. Outra mensagem? Mas já? Não passou nem dois minutos!
00:38 hrs.
Isabella, ligue para o meu celular.
Att,
Edward Cullen, tentando desvendar uma louca varrida.
Oh! Foi algo que eu disse?
Peguei minha bolsa que estava no gancho da porta do meu quarto e de lá tirei meu celular.
Sentei novamente no sofá e percebi que Scooby estava na cozinha comendo sua ração. Eu estava nervosa mas disquei o número de seu celular e em um toque ele atendeu.
- Bella? - escutei sua voz aveludada e meu coração disparou novamente. Jesus! O que esse homem podia fazer apenas dizendo o meu nome?
- Isso, ela mesma.
- Você está me deixando maluco. - oh, você também está me deixando assim, Dr. Cullen. Mas o contrário? Como isso é possível?
- Eu? Por quê? - perguntei ansiosa, correndo os olhos pelo meu cômodo e procurando por Scooby. Ele veio devagarinho e deitou-se no tapete bem perto da lareira.
- Não sei, eu nem te conheço. Mas quero conhecer. - a respiração me falhou.
- Tem certeza disso? - perguntei olhando para as minhas unhas roídas. Hábito muito ruim.
- Acho que eu não devo? - mordi meu lábio, pensando.
- Eu adoraria que quisesse, mas... Se eu fosse alguém que estaria nos olhando de longe, ou seja, uma terceira pessoa, eu lhe aconselharia a não fazer isso.
- Ou seja, eu estou sendo burro.
- Hipoteticamente, sim.
- Eu adoro ser um burro. - fechei os meus olhos com força e respirei fundo.
- Também gosto disso. - falei sorrindo e sabia que ele também estava sorrindo do outro lado da linha.
- Amanhã eu vou te ver novamente. Eu e o filhote. Até o Biscuí vai te conhecer e vamos dizer que ele só conhece meus pais e minha irmã. - eu sorri ainda mais.
- Oh, estou lisonjeada. - ele riu e eu senti borboletas no meu estômago. Que risada adorável.
- É muito fácil conversar com você, Bella. Estou tão feliz que eu tenha te encontrado. - corei violentamente com esse comentário e fiquei muito feliz por não estar na sua frente agora.
- Assim você me deixa sem graça.
- É mesmo? Então sempre irei te deixar sem graça.
Não sei porque uma simples palavrinha me deixou com tantas esperanças. Sempre. Eu sabia que eu poderia acreditar naquelas palavras.
Naquela noite eu fui dormir pensando em um par de olhos com cor de rubi.
Olá! Minha primeira fic depois de muitos anos. Espero que gostem. Adoraria ver comentários dizendo o que vocês acharam. Segundo capítulo vai ser postado no próximo sábado ou domingo.
Beijinhos!
