– Eu voto por Ernesto.
– James, você não quer mesmo que nosso filho chame Ernesto, quer? – ela não estava perguntando, e sim, colocando um ponto final na discussão. Não seria Ernesto, afinal.
– O que acham de Delphinus? – sugeriu Sirius, animado, anotando o nome na sua lista.
– Nossa, que nome horrível, Sirius. – Juliet reclamou, abafando uma risada. Lily concordou com a cabeça.
– Hercules?
– Não, Pads. – foi a vez de James recusar o nome.
– Lynx! – tentou o maroto novamente, rabiscando mais seu pergaminho. – Se não gostaram, não tem problema! Tenho uma lista gigante! – e desenrolou o pergaminho. Qual não foi a surpresa quando descobriram que o pergaminho com nomes chegava perto dos dois metros?
– DOIS METROS? DE SUGESTÃO DE NOMES? Sirius, você é doente. – James balançou negativamente a cabeça.
– E pensar que você resmungava o dia inteiro por escrever trinta centímetros de dever de casa...
– Assim você me ofende, Prongs. Estou tentando ajudar a escolher o nome do meu afilhado. Não posso deixar que vocês dêem um nome ridículo a ele.
– Nem precisamos nos dar ao trabalho, uma vez que você já está fazendo isso. – Black cruzou os braços, contrariado, ao que Remus roubava o pergaminho de sua mão e começava a lê-lo em voz alta. Se não tivesse um nome bom o suficiente, ao menos dariam algumas risadas.
– Grus, Hydrus, Eridanus, Lepus, Octans, Perseus, Pictor, Scutum... Morgana, não tem um nome que preste! – o aloirado coçou a nuca e correu os olhos pela lista à procura de um decente. – Aliás, por que todos os nomes aqui são nomes de constelações?
– Porque o meu nome é de uma estrela. E eu brilho. Eu sou foda. Eu sou lindo e-...
– Super modesto, não esqueça. – ironizou Emmeline, que tinha ficado quieta até então. Os amigos riram e Sirius revirou os olhos.
– Posso concluir? – fezuma pausa pra respirar e prever interrupções. – Logo, queria dar o nome de uma constelação pro meu afilhado também ser foda. E brilhar tanto, ou mais que eu.
A cena que se seguiu foi essa: Remus engasgou, Emmeline arregalou os olhos e ficou parada, estática. Lily fechou os olhos tentando entender, ao que James ria escandalosamente.
– O que é?
– Oh meu Merlin! Sirius Black pensando em alguém que não ele? – Emmeline levou as mãos à boca, com as palavras de Remus, constatando que ela não havia ouvido errado.
– HAHAHAHAHA S-SIRIUS! AHAHAHAH SENDO ALTRUÍSTA! AHAHAHAHAHAH, M-Merlin! – Potter segurava a barriga tentando fazê-la parar de doer de rir. Lily deu um fim aquela cena, se pronunciando.
– Eu realmente aprecio sua consideração com meu-...
– Ca-ham! – James pigarreou, finalmente parando de rir.
– Nosso filho, Sirius. Mas esses nomes são ridículos! ELE VAI SER ZOADO PELAS OUTRAS CRIANÇAS!
Sirius parou, escandalizado.
– Eu nunca fui zoado pelo meu nome de estrela.
– Pelo que eu me lembro, Pads. Quando Cornwell comentou algo sobre seu "nome de estrela" no primeiro ano, você o azarou tanto que quando ele chegou à enfermaria, mal sabiam que contra-azaração usar. – apontou Remus, sabiamente.
– Logo, ninguém te zoa por medo da sua atitude selvagem. – Vance completou, recebendo um murmúrio de aprovação do resto, exceto o próprio, é claro.
– Selvagem. – Peter colocou a caixa de biscoitos vazia sobre a mesa de centro.
– Meu comportamento não é o assunto em pauta. E sim o nome do filho do Prongs e da monitora.
– Eu não sou mais monitora, Sirius. Não estamos mais em Hogwarts.
– Você será a eterna monitora pra mim.
– Crianção. – Remus revirou os olhos.
– Nerd.
– Enfim, vamos voltar às sugestões de nomes, sim? – Schell sugeriu, com um sorriso amável. Todos assentiram com a cabeça.
– Ainda gosto de Ernesto.
– Potter... – sibilou Lily, fazendo com que James encolhesse os ombros e se calasse.
– O que acham de Harold?
– É um nome muito sério pra uma criança!
– Então... Merry?
– Larry?
– Shelly?
– Cala a boca, Sirius. Shelly é nome de garota. Meu filho É HOMEM. – Potter enfiou a mão na caixa de biscoitos procurando por alguns.
– Gary?
– Terry?
– Harry? – Peter soltou, tentando rimar. – Por que tem que terminar em "RY"? Não entendi.
– Taí. Gostei!
– De Harry? – perguntou Lily, esperançosa. Era o que ela mais tinha gostado.
– Não, de Gary!
– Potter, você está proibido de dar opiniões. Eu te proíbo de nomear seu filho. – ela apontou o dedo para James, como se o desafiasse a dar outra opinião. – E você também, Sirius. – completou, ao ver que o maroto estava prestes a dar outra sugestão.
– E então... Qual vai ser? Minhas idéias estão acabando. – Emmeline reclamou, apoiando o queixo na mão.
– Vamos tirar no palitinho! – sugeriu Sirius, olhando em volta à procura dos palitos.
– Palitinho? Prefiro par ou ímpar. – Remus entrou na onda.
– DOIS OU UM! DOIS OU UM! – Emmeline dava o toque que faltava pra feira que a casa dos Potter havia se tornado.
– Não dá pra escolher nome no "Dois ou um", gente. – interrompeu Juliet e todos pararam para refletir. É, realmente não dava.
– Harry.
– Hã?
– Harry. Eu já decidi.
– Por que a sugestão do Wormtail? Meus nomes de estrelas e constelações são muito mais bonitos do que esse nome fuleira! – Evans lançou um olhar cortante ao maroto.
– Eu gostei de Harry também. – Juliet concordou, fazendo com que Lily sorrisse.
– É, não é tão mal.
– Acho que Terry é mais bonito.
– Cala a boca, Em. É Harry e acabou. – a ruiva estava tão perto de surtar, que ninguém ousou contradizê-la.
Bem... É Harry e acabou, certo?
