Os personagens desta fanfic não me pertencem. Mas eu não pretendo comercializá-los ou ganhar qualquer coisa por ter escrito esta fic além de comentários preciosos.

Desafio: I Chall de Clichês do 6v, mestrado pela Mila B.

Ship: Harry/Draco; Ron/Mione

Capa: http : / bit . ly / qzsDQb (retire os espaços), por Dark K. e http : / bit . ly / niiR1r (retire os espaços), por mim.

Sinopse: Harry começa a pensar no que realmente levou Draco a tentar matar Dumbledore. No meio da guerra a proximidade inerente à rivalidade pode levar os dois a reações impensadas.

Spoiller: 6 - fic escrita antes do lançamento do sétimo livro.

Beta: no one

Finalização: 2007, em algum momento. Primeira postagem no fórum 3 Vassouras.

Quantidade de capítulos: 11

Avisos: Essa fic foi repostada em 09 de outubro de 2011. As notas de autor foram mantidas conforme o original.

Avisos2: Essa fic contém cenas de sexo entre homens e violência. Se você não gosta ou tem problemas cardíacos, pare por aqui.

Capítulo 01

Uma dose a mais de problemas

Harry Potter estava sentado no chão da caverna olhando o horizonte de uma forma tão fixa que parecia querer enxergar o que havia além daquelas montanhas onde o sol se punha.

- Você está pensando no Snape, na Ginny ou nas horcruxes?

Harry olhou a menina que o encarava petulante e sorriu. Ela já tinha a mania, por vezes irritante, de querer saber o que os outros pensavam, agora que o estava ajudando a treinar oclumência adquiriu o péssimo costume de acertar. Mas ele ainda tinha os seus segredos.

- Na Ginny. – mentiu.

Hermione se aconchegou ao seu lado.

- Ela está bem, Harry. – frente ao silêncio dele, ela continuou – Você sente falta dela, não é?

- Claro, muita. – ele suspirou. Isso era verdade, a garota fazia falta, seu riso, seu jeito alegre, seu carinho. Mas cada vez mais seus pensamentos em direção a ela eram mais uma preocupação constante do que saudades de seus beijos – Eu gostaria de ficar um pouco sozinho, Mione.

- Estarei com Ron. Mas não se distraia, temos que sair logo.

Ele acompanhou a amiga se levantar e aparatar. Acomodou-se o melhor que pode contra a parede dura da caverna e voltou a mergulhar em seus pensamentos. Mione acertou os três assuntos que mais povoavam sua mente nos últimos tempos, mas não era mérito da garota, não agora que ela tinha praticamente livre acesso aos seus pensamentos.

As horcruxes eram sua principal preocupação. Eles estavam no rastro delas há quase seis meses já, e ainda não tinham conseguido se aproximar de nenhuma. É verdade que demoraram um pouco para partir, mas ele tinha que se preparar.

Ficou na casa dos Dursley até completar dezessete anos. No dia de seu aniversário, seus dois amigos vieram buscá-lo. Eles foram ao Ministério para Harry fazer o exame de aparatação, depois acompanharam o garoto na visita ao túmulo dos pais e seguiram para a Toca, onde permaneceu ainda por um mês depois do casamento de Bill e Fleur. Não que estivesse adiando sua partida, mas percebeu que não seria simplesmente sair pelo mundo, e o senhor e a senhora Weasley poderiam lhe ajudar muito.

Pelo que pode ver quando saiu com Dumbledore, ele não estava nem um pouco preparado para encontrar uma horcrux, quanto mais as cinco que ainda faltavam destruir. No tempo que ficou na Toca, aprendeu com a senhora Weasley feitiços de cura e de utilidades domésticas o suficiente para sobreviver em qualquer lugar e resistir a vários ferimentos que viesse a ter. Ao senhor Weasley pediu para ensiná-lo a identificar a diferença entre objetos mágicos e não mágicos: a habilidade que Dumbledore demonstrou de identificar magia pelo tato lhe parecera surpreendente e muitíssimo útil, algo que ele precisava desenvolver com urgência. E o pai de Ron trabalhava justamente com isso, afinal: conseguir identificar magia até em objetos trouxas.

Depois precisou ir à Hogwarts, falar com McGonagall, a nova diretora. A escola havia sido reaberta e ele precisava informar que não voltaria, ou Ron ou Mione, eles iriam ajudá-lo a terminar o que Dumbledore começou. Também não queria contato com a Ordem, mas gostaria de saber se poderia contar com a ajuda deles, caso precisasse. Ele recebeu todo o apoio da diretora, e foi informado que quem estava na liderança da Ordem agora era Lupin, apoiado por Moody e Kingsley, e que o principal objetivo deles era perseguir os Comensais e dar suporte para que o governo não caísse completamente.

Harry aproveitou para pegar o livro do Príncipe Mestiço. Se ele iria ter que lutar contra Snape, procuraria saber o máximo do que ele sabia, para poderem lutar com as mesmas armas.

Depois foi para Grimmauld Place. A casa voltara a estar abandonada, a nova sede da Ordem era em Hogsmead. A maioria dos feitiços de proteção continuavam e a casa ainda estava habitável. A mãe de Sirius continuava insuportável, mas berrava com menor frequência agora que o movimento era menor.

Ele, Ron e Mione passaram a morar lá. Fizeram um pequeno estoque de poções e livros úteis e treinavam com afinco enquanto se concentravam em dois objetivos: descobrir o que eram e localizar as horcrux, e saber quem é R.A.B.

Finalmente, no começo de outubro, chegaram à conclusão de que a chance de haver uma horcrux na casa dos Riddle era muito grande, e se prepararam para partir. Traçaram o trajeto que fariam, aparatando em lugares em que ninguém os veria, fixaram esconderijos e combinaram rotas de fuga e procedimentos de emergência.

Mas chegar à mansão ficou mais difícil do que parecia quando aportaram em Litlle Hangleton. A vila possuía uma concentração muito grande de magia para um lugar totalmente trouxa, pelo que pode constatar Harry, então resolveram se esconder nas montanhas em torno do vale e investigar mais antes de tentar entrar na casa.

Nesse meio tempo, três corujas apareceram para perturbar a sanidade do garoto: uma de Remus, dizendo que Hogwarts havia sofrido um ataque de Comensais, e descrevendo com detalhes a atuação deles e quem eram, para que o garoto ficasse alerta, onde quer que estivesse. As outras duas eram surpreendentemente de Severus Snape. A primeira chegou antes da de Remus, falando exatamente as mesmas coisas, mas como aviso: o ataque aconteceria no dia seguinte e um dos alvos era obter informações de onde estava Potter.

Harry escreveu imediatamente a Remus, dizendo que também recebera um aviso de Snape, mas que não acreditava nele. No dia seguinte recebeu a terceira carta: um novo aviso de ataque, dessa vez em Great Hangleton. Voldemort conseguira interceptar uma das corujas entre Remus e Harry e sabia a localização aproximada do garoto.

O último dia fora tenso. Harry requisitou reforços à Ordem e decidiu avançar durante a noite, mas não para a mansão, em direção ao cemitério. Não ia deixar tão claro a Voldemort o que pretendia fazer. Mas ao mesmo tempo em que tomava todas as precauções para o possível ataque, se digladiava com a ideia de aceitar as informações de Snape. A raiva que sentia pelo professor ainda era crescente e ele se recusava a admitir que ele pudesse ajudá-los, que estaria trabalhando para eles como agente duplo, que ainda fosse fiel à Ordem mesmo como Comensal assumido, depois da morte de Dumbledore. A morte de Dumbledore que veio pelas suas mãos.

E agora, naquele momento, olhando o céu e aguardando tenso a escuridão cair, ele se via perdido em pensamentos que não o afligiam desde que deixara a casa dos Dursley: focados em Malfoy.

Naqueles dias em que ele não tinha absolutamente nada para fazer além de ficar jogado em seu quarto esperando o tempo passar, ele havia repassado muitas vezes os acontecimentos do último ano. Ele precisaria de um motivo muito grande para enfrentar a guerra que estava armando, o caminho que estava trilhando em direção ao conflito final com o Lord, e o desejo de vingança veio queimar em seu peito com uma força que nunca sentira antes, fazendo-o ter absoluta certeza de que era aquilo que deveria fazer.

Reviver centenas de vezes a morte dos pais, a de Sirius e a de Dumbledore tornava aquela uma luta pessoal. Voldemort lhe devia a vida, os pais, o mestre, a infância roubada.

Reviver a história de Voldemort lhe dava a certeza de que aquela luta era universal, que se ele era o encarregado de acabar com aquele crápula, que ele o faria, mas que seria por cada um que morreu nessa guerra, cada um que o Lord tocara e arruinara a vida, por cada lágrima derramada pelas suas ideias distorcidas.

E foi pensando nas pessoas que choraram pelo que o Lord fazia que Harry Potter se deparou com a figura de Draco Malfoy chorando desesperado em um banheiro de Hogwarts. Draco Malfoy chorando. Um Malfoy chorando. Draco, chorando.

Como Harry não percebeu? Como pode ser tão cego que não viu o desespero naqueles olhos, a impotência nas mãos que tremiam segurando a varinha quando não pode matar Dumbledore? As palavras.

Ninguém pode me ajudar... Não posso fazer isso... Ele diz que vai me matar... Não tenho opções... Ele matará minha família toda...

Como Harry não viu que Malfoy, antes de ser um Comensal, era uma das maiores vítimas de Voldemort? Talvez Malfoy até desejasse ser um Comensal, talvez desejasse o poder, mas certamente ele ainda não o era. Ainda não era capaz de matar, não era capaz de abrir mão da própria família ou entregar a sua vida por esse poder. Não era capaz de matar como Bellatrix Lestrange matava.

Não! Draco Malfoy ainda era vítima, era refém de um louco! E Harry sabia o que ele sentia, o viu chorando, o viu tentar os meios mais absurdos, mais desesperados, para matar Dumbledore.

Mas o que fez? O atacou.

Não, ele não podia ter ferido Malfoy. Draco precisava de ajuda, estava gritando por ajuda e ele, que tanto o observava, não percebeu. Ele o atacou. E Dumbledore o perdoou, ofereceu ajuda, proteção.

Era isso o que devia fazer.

Onde estaria Malfoy? Estaria vivo ainda? Ele não era visto desde aquela noite. Remus disse que ele não participava dos ataques que os Comensais faziam, nem mesmo no ataque a Hogwarts.

Era em Draco Malfoy que Harry Potter pensava sentado naquela caverna e nele continuou pensando até que um ponto de luz brilhou na encosta da montanha à frente. Era o sinal de Hermione.

Estava na hora.

-:=:-

NA: Essa frase, "Os opostos se distraem, os dispostos se atraem", eu vi escrita em uma camiseta de um grupo chamado Teatro Mágico, se não me engano, é o nome da última apresentação deles. Achei genial e muito propícia. Estou usufruindo dela, mas os créditos são do grupo.

Comentem!