Não sou uma garota normal.
Tenho dezessete anos recém-completados e que me classificam, segundo Hogwarts, a escola de magia e bruxaria da Grã-Bretanha, eu estaria iniciando o meu sétimo ano na próxima semana. E é onde eu vou completar meus estudos de magia.
Mesmo sendo da parte bruxa da população mundial, eu ainda sou diferente quando se coloca um padrão entre as bruxas. A maioria delas está estudando na Europa, tendo escolas de bruxaria muito boas à disposição. E era realmente para que eu fosse admitida em uma dela, e fui. Mas nunca pude estudar na Europa. Meu pai, um importante diplomata, sempre viajou o mundo para que a convivência dos bruxos fosse pacífica, sem uma grande guerra. Devo confessar que o orgulho que eu tenho do meu pai é imenso. Ele é habilidoso com as palavras e com a varinha. Sendo assim, eu cresci no Oriente, onde ele se especializou. Principalmente no Japão.
Minha mãe, uma escritora trouxa, sempre publicou romances sobre o chamado 'Império do Sol'. Sempre fomos apaixonados com culturas diferentes e é por isso que somos uma família inglesa diferente. Bem, nem tão inglesa assim. Minha mãe é finlandêsa, sendo extremamente branca e com o cabelo ruivo-alaranjado. Seus olhos eram vítreos e um pouco puxados, afinal, é a tradicional etnia da Finlândia. Meu pai que era um inglês extremamente correto. Nasceu e cresceu na Inglaterra e, como ele foi para Hogwarts, sempre contou histórias incríveis da sua juventude. Às vezes ele contava sobre o castelo antigo e suas passagens secretas na hora do café-da-manhã.
Mas mesmo nascendo na Inglaterra, não recordo de nada daquele país. Meu pai é natural de Brighton, uma cidade na costa sul da Inglaterra que, segundo ele, era maravilhosa. Mas nunca fomos lá, por mais estranho que pareça, meu pai evita aquele lugar. E a Inglaterra.
Então, fomos tirados do Japão por uma catástrofe na Grã-Bretanha que chamou o meu pai para ajudá-la. Havia um tal Lord Voldemort que estava crescendo e se tornando habilidoso em artes das trevas. Mas não fiquei surpresa. Segundo os japoneses, os ingleses são muito descuidados com o ensino de magia negra para os estudantes, que acabam gostando de certas partes.
Me senti triste quando descobri que tinha que deixar Kyoto, a mais tradicional cidade japonesa. Eu criei meus laços ali, com minhas amigas e aquela cultura restrita e tradicional. Mas sempre me senti em casa. E é isso que vou sentir mais falta.
O Japão na população bruxa ainda é mais tradicional do que o Japão trouxa. E posso falar isso pois as escolas de magia são separadas por sexo. Só existe uma escola para garotas e outra para rapazes. Geralmente, o estudante inicia sua vida mágica a partir de seus dez anos de idade e só forma aos dezessete.
Sempre estranhei que os estudantes ingleses entrassem no colégio aos onze anos, mesmo não havendo muita diferença de idade. Enfim, tínhamos aulas totalmente diferentes do que a grade curricular de Hogwarts oferece como obrigação. E vai ser por isso, e por outras coisas, que eu vou me sentir um peixe (de preferência, uma carpa) fora d'água. Os costumes japoneses sempre foram muito diferentes em relação aos europeus, sem contar com o senso de valores, que muda bastante.
Morei toda a minha vida em Kyoto e falo quatro idiomas (olá, meu pai é diplomata?), japonês, inglês, mandarim e alemão. Nós estudamos no colégio feminino o inglês e o mandarim, afinal, a China é aqui do lado. E isso difere bastante de Hogwarts, que só se interessa na parte da magia e esquece o conteúdo cultural das pessoas. Enfim, não quero julgar muito pois meu pai sempre gostou bastante de sua escola de magia, mas não tenho uma visão muito boa de lá. Se eu fosse escolher, prefiria morar em Kyoto o resto da minha vida, mesmo sendo uma sociedade um pouco opressiva em relação às mulheres.
E esse vai ser outro tremendo choque.
Eu estava lendo em um livro inglês sobre a sociedade bruxa de lá. É um pouco diferente. Não sei se vou acostumar. A cultura deles é muito diferente. E é engraçado que eu falo como se fosse uma japonesa de berço. Muito pelo contrário, minha pele branca feito leite e meus olhos verdes chamam muita atenção no Japão, no Oriente em geral. Meu cabelo ruivo, liso e longo também se destaca aqui, embora o uniforme do colégio seja um quimono de três camadas (sim, é bem pesado!) da cor branca, vermelha e verde, cabelo preso em um coque apertado e pouca maquiagem. O colégio zela muito pela delicadeza e feminilidade das garotas. Quando uma garota começa a se comportar vulgarmente, a mesma leva uma advertência e se continuar com o comportamento, pode ser até expulsa do colégio. É, as coisas ali também são muito radicais, mas eu sempre gostei dali, mesmo sendo um ambiente em que você tem que pensar muito antes de falar, falar pouco e acostumar com todo o cerimonial que é o dia-a-dia.
Na minha escola de magia em Kyoto, onde não era um internato e eu voltava para casa todo dia, tínhamos que aprender a cerimônia do chá, a dançar, etiqueta, postura, idiomas, arco-e-flecha e a reconhecer ervas e ingredientes para poções. Essas matérias eram apenas uma amostra de como era o meu dia-a-dia em Kyoto. Também havia, nos primeiros anos de colégio, aula de culinária e música. Aí você escolhe, com o passar dos anos, as matérias que realmente quer cursar. E aí, sim, temos todas as matérias que tem em Hogwarts, que são obrigatórias, claro. É realmente muito pesado, mas o valor principal do Japão é a determinação, ou seja, muito é cobrado de você.
Mesmo se seus pais, iguais os meus, fossem bem tranquilos e compreensivos. Minha mãe, por ser escritora, sempre permitiu que eu tivesse muita liberdade pessoal, mas sem possuir namorados. Essa é outra regra que a sociedade bruxa japonesa impõe nas garotas abaixo dos dezoito anos: nada de namorados, ficantes ou coisa do tipo.
Sim, ainda existe casamento arranjado nessa cultura. E isso não me incomoda bastante, afinal, nunca tive vontade realmente de beijar algum homem ou fazer coisas ilícitas com os mesmos. Mesmo se meus pais sejam amis abertos quando à isso, eu nunca senti realmente a vontade de me envolver com algum homem. E é melhor manter desse jeito, afinal, eu estou construindo a minha vida e preciso de dedicação para que a mesma dê certo.
Como o meu pai sempre foi diplomata, eu e minha mãe sempre viajávamos pelo mundo e, principalmente, pelo Oriente. Só fui na Europa uma vez, quando fui conhecer a minha avó materna na Finlândia. E só fiquei nessa parte norte mesmo, não deu tempo de conhecer mesmo a Europa. Mas em compensação, já viajei bastante o Oriente Médio, China, Índia e Tailândia. Nisso, eu percebi que a cultura oriental realmente era mais tradicional e conservadora do que a cultura ocidental, como na Europa.
E fico apreensiva com o fato de ter de me mudar para o único lugar que eu não sei direito como funciona. Os japoneses são muito nacionalistas, e logo eu me tornei e anglo-japonesa. São pessoas bondosas e sérias. Você se acostuma com aquele ambiente restrito da elite da sociedade bruxa no Japão. Ainda mais em Kyoto, que é o berço do tradicionalismo e da cultura japonesa. Convivo diariamente com gueixas e samurais. Muitas gueixas são minhas professoras de cerimônia do chá ou música, já os samurais são meus professores de arco-e-flecha, artes marciais e o manuseio de uma katana (uma espada em japonês, a minha é uma espada chinesa chamada Tsurugi), nisso aprendemos a cultura do país, como nos defender no modo mágico e no corpo a corpo. E assim, as garotas procuram preservar toda a sua feminilidade mesmo lutando judô ou mirando uma flecha em algum alvo distante.
Vou sentir falta do meu chá verde, afinal, meu pai me contou que eles tomam suco de abóbora! Quem toma suco de abóbora? Que coisa mais estranha! Acho que vou levar toneladas de ervas de chá para Hogwarts, eu tenho que sobreviver em um lugar estranho como esse.
Pena que meu pai foi convocado. Eu queria mesmo ficar aqui em Kyoto, é uma pena. Mesmo. Eu deixarei de ver minhas professoras gueixas e meu professores samurais. E o jeito é partir para uma coisa totalmente nova. Fico apreensiva quanto o uniforme de Hogwarts.
Eu nunca coloquei uma saia relativamente curta na vida. Sempre usei quimonos ou sáris, que é aquele vestimenta indiana para mulheres de um certo patamar social e financeiro. E eu já falei com o meu pai que seria muito estranho vestir isso tudo de uma só vez.
E ele sorriu.
- Mas você chamará muita atenção se for de quimono para a aula, não? – Perguntou curiosamente enquanto eu corava.
- Eu sei, senhor meu pai, mas não consigo me imaginar vestindo aquele uniforme, será que eu não posso usar os meus quimonos? – Perguntei incerta.
Ele deu de ombros.
- Acho que sim, você quer que eu converse com o Dumbledore? – Perguntou bondosamente. Meu pai sempre foi meu grande amigo e companheiro! Ele sempre entendia os meus medos e minhas hesitações.
Eu assenti com um sorriso no rosto.
- Sim! – Respondi alegremente. Eu me sentiria mais segura usando um quimono de três camadas, mesmo, provavelmente, chamando uma atenção estrondosa. Mas prefiro me sentir segura e chamar atenção do que me sentir insegura e não chamar a atenção.
Minha mãe, que estava nos esperando na porta da minha linda casa em estilo japonês, avisou:
- Estamos atrasados, temos que ir agora.
Eu dei um suspiro cansado, eu nunca imaginaria que isso iria acontecer comigo. Eu iria sentir muita falta de Kyoto e de minhas aulas extras que não usavam a magia e sim a criatividade e inteligência da pessoas.
Meu pai segurou o meu ombro.
- Anime-se, querida, Hogwarts é muito, mas muito melhor do que você pensa – Meu pai estava tentando me animar, ele mesmo adorava Hogwarts e sempre comentava o quanto que sua juventude foi boa.
- Espero que sim – Comentei desanimada enquanto deixávamos a casa e os criados seguravam as malas.
Minha mãe me deu um beijo na bochecha direita para me animar.
- Você vai sentir muita diferença, mas logo se acostumará – Analisou animadamente – Agora nós temos que ir.
Eu assenti e saímos do Japão. Agora mesmo, eu já sentia falta de Kyoto.
...
Eu olhei para a casa que iríamos morar em Londres. Eu analisava tudo atentamente, nenhum detalhe passava despercebido. Estava achando tudo muito estranho. Assim que chegamos em Londres, eu vi tantas garotas se vestindo de forma vulgar que me surpreendi. Era tão estranho para mim, afinal, nunca tinha visto uma garota usando saias que mostravam seu útero. E nem havia visto uma garota usando calça! Uma garota uma calça!
Isso é tão bizarro para mim.
Ainda bem que fomos muito cuidadosos e minha mãe e eu não fomos expostas. Nós só usamos quimonos, já virou um hábitos e adoramos nos vestir com eles. Simples assim. Os quimonos de minha mãe geralmente são bordados em ouro ou prata. Os meus não são tão luxuosos assim, mas eram da mais pura seda chinesa. Mas meus olhos sempre brilham quando meus pais me dão um quimono novo ou quando minha mãe chega com um novo pente de jade para mim.
Depois que entramos em nossa casa, uma casa típica inglesa, da elite, óbvio, eu pude perceber que o Japão sempre foi mais criativo e colorido na parte de arquitetura e decoração.
- Isso tudo é tão escuro – Comentei desapontada.
A sala era muito escura, juntamente com seu papel de parede e os móveis. Havia apenas uma lareira que me alegrava. Seus mármore eram em vermelho e eu achei incrível o contraste que fazia com a casa. Mas mesmo assim, toda a casa era muito escura e sem colorido.
- Mas é o nosso novo lar, espere alguns dias e você já vai ter pintado metade da casa! – Falou meu pai com aquele tom de animosidade que ele sempre teve – Falando nisso, eu fiz questão de colocar um quarto só de pintura para você.
Eu sorri deliciada enquanto minha mãe dava instruções para os nossos novos criados. Todos eles me eram estranhos, com aparência muita branca se quer saber a minha opinião. Ok, eu sou muito branca com leite, mas eu estava desacostumada com esse tipo de beleza. É, eu realmente tenho que me acostumar com as coisas daqui. Vai ser difícil.
Logo quando terminamos de arrumar a casa, eu comecei a pintar no meu exclusivo quarto de pintura. Meu hobby favorito sempre foi a pintura, o que sempre me deixou feliz. Logo depois tinha o arco-e-flecha, que era minha paixão desde meus seis anos de idade.
E foi como meu pai me disse. Dias depois, eu já tinha colorido metade da casa, fazendo surgir flores de cerejeira da minha varinha, para que enfeitasse toda a casa. Principalmente a sala de estar, que era sempre morta por causa dos móveis escuros e do papel de parede bege. Minha mãe já havia guardado tudo e meu pai já trabalhava todo dia no Ministério da Magia inglês, deixando eu e minha mãe à sós em casa. Os criados não contam pois eles parecem ter medo de mim, só não sei o porquê.
Enquanto minha mãe escrevia seu próximo livro de mistério, eu procurava alegrar a casa com as flores de cerejeira, mas aí eu escutei a criada que cozinhava falando que 'eu era muito estranha'.
Estranha?
Corri para os braços de minha mãe, que pareceu preocupada. Eu não estava chorando, nem estava muito abatida, mas eu acho que foi uma coisa que eu não esperava que me chamassem assim, logo de cara. Eu contei o tinha escutado da criada que cozinhava e minha mãe sorriu.
- Lily, você é uma Evans, os Evans sempre se destacam independente da cultura que são criados. Somos especiais – Consolou-me bondosamente enquanto me abraçava – Você tem que ir para a estação de trem amanhã, querida. Você começará seu primeiro dia de colégio aqui, no Reino Unido. Então, prepare-se, você vai ser a mais nova novidade do colégio!
Eu sorri divertida enquanto ela me ajudava a guardar os livros que papai havia comprado pra mim. Meu pai não deixou que eu e minha mãe saíssemos de casa por causa daquele tal Lord Voldemort. Parece que esse bruxo estranho e mal-amado está atrás do meu pai para que o 'Lord Voldemort' seja acolhido em outros países. Enfim, esse cara não me assusta. Quero dizer, quem criou esse nome? Lord Voldemort? Dã? Que coisa mais clichê. Só pode ser um daqueles revoltados com a vida e que decide descontar em alguma raça. Tipo o nazismo de Hitler. Bem, acho que é muito parecido com esse método que meu pai vem comentando com a gente.
Mas voltando ao assunto, meu pai está preocupado com nós duas, afinal, nós só usamos quimonos japoneses de três camadas, ou seja, bem chamativo no lugar onde o povo usa capas pretas até o chão e um chapéu pontudo ridículo. Então ele mesmo comprou os meus materiais e, portanto, ainda não conheci nenhum tipo de lugar da Inglaterra. Nem do famoso Beco Diagonal.
Mas como eu tenho que ir para Hogwarts por meio de um trem (?) chamado Expresso de Hogwarts, meu pai e minha mãe vão junto comigo. Meu pai nunca deixaria minha mãe sozinha nesta casa e, além disso, minha mãe insistiu em ver por onde que eu vou para Hogwarts. Ela está na mais pura curiosidade, afinal, ela é um escritora! É normal ser curiosa.
Segundo o meu pai, são quatro casas em Hogwarts: Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Ele me contou que na Grifinória estão os corajosos e leais, na Lufa-Lufa então as amizades verdadeiras, na Corvinal está a inteligência aguçada e na Sonserina está o orgulho. Interessante. Acho que Hogwarts pode ser interessante. Não digo divertido, não vai ter aula de dança com leques, mas deve ser proveitoso. Quando meu pai estudava lá, ele disse que foi para a Corvinal. Meu pai foi monitor de sua casa e, logo depois, monitor-chefe. Meu pai sempre foi certinho, dedicado e inteligente. Muito inteligente. Então ele fala que a Corvinal não foi surpresa para sua família, mesmo sendo a família toda da Grifinória.
E meu pai arriscou um palpite hoje, na hora do café-da-manhã, antes de irmos para a plataforma, que eu iria para a Grifinória. Ainda não sei dizer se isso é bom ou ruim, eu tenho que conhecer as pessoas de cada casa para ver onde está a melhor e onde está a pior. Enfim, eu teria que olhar com meus próprios olhos.
- Querida, você não está indo para a guilhotina – Comentou minha mãe divertidamente – Você só está indo para um colégio novo. Relaxe.
- Um colégio novo, um país novo, pessoas novas – Enumerei apreensiva e logo mordi meu lábio inferior – Será se vão me achar estranha com esse meu quimono? Aposto que nenhum deles nunca viu um quimono completo de gueixa.
Eu estava com um quimono de três camados e um obi. Para quem não saber, o obi é quando o quimono é amarrado atrás com três faixas grossas de seda e uma espécie de almofadinhas fica em suas costas para fazer volume e prender toda a seda das três camadas para que o quimono não abra. É muito lindo. Meu quimono externo (a terceira camasa) era verde e branco, com estampas de bambus por todo o quimono. As duas terceiras camadas que ficavam por baixo eram vermelhas com estampados na cor branca. Já as faixas do meu obi eram rosa-claro e brancas, enquanto a almofadinha do meu obi eram verde-claro. É verdade. Aposto que eles nunca viram um quimono completo ou uma maquiagem japonesa. Será se eu não vou ficar muito estranha no meio deles, não?
- Aposto que nunca viram, querida – Respondeu o meu pai enquanto tomava chá verde, no café-da-mãnha – Mas pode apostar de que é minha flor de sakura preferida.
Eu sorri mas não estamos menos apreensiva. Acho que esse negócio de choque cultural realmente mexe com a gente. Aquele medo de não ser aceita ou de se tornar a nova aberração do colégio. Pelo menos Dumbledore permitiu que eu levasse todo o meu equipamento que eu usava no meu colégio em Kyoto, para Hogwarts. Acho que ele pensou que aquilo me deixaria melhor. E eu realmente esperava com que eu ficasse melhor segurando a minha Tsurugi ou disparando minhas flechas.
É, com certeza eu vou me tornar a mais nova aberração de Hogwarts. Mas não posso deixar de ser quem eu sou só por causa de uma besteira desse tipo. Mesmo se eu virar um bicho de zoológico, mesmo se eu virar a nova criatura bizarra, eu vou manter meu jeito de ser e o meu orgulho.
Afinal, o orgulho de japonês é famoso no mundo todo. E eu tenho orgulho de minha cultura e minha tradição. Só preciso de um tempo para absorver informação no meio de tudo isso, sabe, para que eu não fique sobrecarregada.
- Então, está pronta? – Perguntou minha mãe animadamente – Eu quero visitar a famosa King's Cross e, daí, vamos ver o seu Expresso de Hogwarts, querida.
Eu suspirei ainda apreensiva.
- Só espero que sim – Respondi em um fio de voz – Mas vocês vão ficar comigo o tempo todo enquanto o trem não sai, não é?
Meu pai assentiu com um sorriso animador.
- Estarei do seu lado toda hora, querida – Ele me deu uma caixinha de veludo de tamanho médio – É só você se lembrar da gente por meio desse presente.
Minha mãe sorria enquanto meu pai segurava-a em sua cintura.
Olhando curiosamente para a caixinha de veludo branco, eu abri e vi o mais lindo pente de jade com pérolas. Logo me lembrei que meu pai foi em uma joalheria japonesa antes de deixarmos Kyoto. Segurei o pente (pente não é para pentear, é para ornamentar um penteado, só esclarecendo as coisas para as novas no assunto) e o observei atentamente. Eu sentiria tanta falta dos meus pais, não estava acostumada em deixá-los assim, sozinhos. Seria muito difícil.
Mas esse pente de jade com pérolas me ajudaria bastante. Eu coloquei-o de volta para a caixinha e a guardei em minha bolsinha tradicional japonesa. Logo, eu sorri para os meus pais, que estavam um tanto quanto sorridentes, e falei:
- Então vamos logo!
N/A: Espero que gostem dessa nova fic diferente, gente (: gostei bastante de escrevê-la e ela possui um tom cativante e diferente das fanfics J/L que tem por aí. Vamos abrir os nossos horizontes e aplicá-los nas fics, o que acham? Como autora, eu espero vááárias reviews, viu? É a minha recompensa por escrever ^^ Beeeijos!
