Summer Rain

Era uma madrugada de verão. O clima abafado gerava uma sensação sufocante, mas pior do que isso era estar em um pesadelo do qual eu não conseguia acordar. Eu tentava, a todo custo, abrir meus olhos, mas minhas pálpebras não permitiam, e toda vez que eu tentava despertar, me remexendo sobre o colchão, era inútil.

O pesadelo mostrava Victoria mordendo Charlie na clareira onde eu vi Edward brilhar, no sentido literal da palavra. E eu assistia a cena friamente, até Victoria matar Charlie e abrir um sorriso vitorioso.

Quando finalmente consegui acordar, olhei o relógio: Eram 03:30 da manhã. Quando olhei para o lado, tive uma visão que me fez, por alguns instantes, esquecer do pesadelo, da angústia, de tudo. Lá estava Edward, ajoelhado ao lado de minha cama.

- Sua noite me pareceu um tanto quanto perturbadora – Seus olhos dourados transbordavam preocupação.

- Não foi nada. – Eu não podia desperdiçar meu tempo falando sobre meu pesadelo enquanto ele estava ali, ao meu lado, e poderia ir embora a qualquer momento. Desde o período em que ele esteve ausente, eu ainda sentia um pouco de medo. Medo de uma nova ferida.

- Eu posso não ter a capacidade de ler sua mente, mas posso ler seu rosto – Seus olhos ardiam nos meus enquanto ele falava, em tom de reprovação.

- Mas afinal, por que você veio aqui?

- Você sabe que gosto de vê-la dormindo, principalmente quando dorme tranqüila e chama meu nome - Pude sentir meu rosto arder e corar ao ouvi-lo sussurrar isso, com sua perfeita voz de veludo. Então ele prosseguiu – Mas, como você acordou, pensei em convidá-la para ir a clareira comigo, agora. Mesmo sabendo que isso parece loucura, mas de repente a idéia pareceu tentadora – Depois de dizer isso, ele deu aquele sorriso torto perfeito. Mas, logo depois, sua expressão pareceu preocupada.

– Digo, no melhor dos sentidos. Mas quero que prometa que vai contar o que aconteceu esta noite.

- Sim, eu prometo.

Rapidamente, porém de maneira delicada, Edward me pôs em suas costas e pulou pela janela, sem fazer barulho. E então, ele começou a correr para o nosso destino. Quando chegamos à clareira, ele deitou-se na grama.

- Venha, Bella. Deite ao meu lado e conte-me tudo. - Deitei-me ao lado dele, que acariciou meus cabelos com uma das mãos. Ouviu meu relato sobre o sonho angustiante, sem interromper uma só vez. Quando terminei, ele parecia pensativo.

- Nada pode garantir que esse sonho vá se tornar realidade, Bella. – Sussurrou Edward, com seus lábios frios tocando minha orelha e um de seus braços de mármore em volta da minha cintura.

- Mas você sabe que eu morreria por você ou por quem quer que você ame. – A simples suposição me fez estremecer. - Meu maior dever é protegê-la, e meu maior medo é te perder. Eu te amo, e te amarei ao longo da eternidade.

- Eu também te amo. – Disse em um sussurro, com a voz falhando. Por mais que sentisse seu toque frio acariciando meu rosto, senti meu corpo fervendo, meu coração disparando, como se pudesse estourar a qualquer momento. Foi aí que a chuva de verão começou.

- É melhor que eu leve você para casa. Charlie pode ter acionado todas as viaturas da cidade à sua procura. – foi o que Edward disse antes de um riso baixo.

- Eu tenho só mais um pedido.

- O que foi? – disse ele, intrigado.

- Um beijo de boa noite.

E então, Edward escorregou sua mão de minha nuca até meu queixo e puxou-me para um beijo apaixonado.

Naquele momento, eu tive certeza de que poderia voltar para casa e dormir tranqüila por algumas horas.