Avisos:
Drama. Humor. Angst. Lemon. Dark Lemon. Violência. Deathfic.
Universo Alternativo (digamos que seja o mesmo mundo de FFVII, mas com grandes modificações na história, entre outras coisas).
SephirothxVincent ZackxCloud RudexReno TsengxRufus ??x??x??, outros(?).
LEIA! LEIA! LEIA! LEIA!
Fic com maior destaque na relação SephirothxVincent. Alguns "casais" vão aparecer mais e outros menos. E a ordem que eu os coloquei não foi aleatória (isso quer dizer: mais ZackxCloud que RudexReno e assim por diante). Pode ser que alguns deles queiram pular a cerca... Mas eu não vou dizer quais vão ser... Eu listei os que vão ter lemon, os que não vão ter eu deixo para as pessoas irem descobrindo. Há um lemon com três personagens que vou deixar como surpresa.
Como vai ser uma história com mais capítulos, eu vou colocar uma frase no começo para a pessoa se lembrar do que aconteceu anteriormente. (Eu sempre sofria por não saber onde havia parado de ler...).
O cabelo de Vincent começa curto e cresce com o passar do tempo.
Agradecimentos:
Agradeço à RyekoDono por ser a beta-reader desta fic (confiram as fics dela de Final Fantasy VII, Conde Cain, Ludwig Kakumei, Death Note e mais!).
Obrigado a todos que me apoiaram! (Já completou um ano que escrevo fics de FFVII!). Fiquei muito feliz com reviews, mensagens e scraps! Todo o carinho foi um grande incentivo para mim, um dos motivos para eu estar aqui.
Encontro Vermelho
Por Vovô (gosto de comer e dormir, não necessariamente nesta mesma ordem).
Capítulo I
Silêncio.
Não havia som algum para denunciar qualquer presença que fosse naquele local.
A sala havia sido decorada para servir de espaço para reuniões... mas de uma forma que parecesse impessoal. Ela era impecável e sem sentimentos. Toda limpa e arrumada. Seus móveis distribuídos de forma harmoniosa.
O relógio era observado por um olhar atento.
Olhos vermelhos já haviam reparado em todos os detalhes do lugar. Reparado mais de três vezes em cada detalhe, pelo tempo em que se esteve no local.
O jovem estava em pé no meio da sala. Seus movimentos eram tão bem calculados que passavam despercebidos no ambiente silencioso.
Sua aparência era o retrato da ordem e da perfeição. Com suas roupas impecáveis, como todo o Turk deveria se vestir. Apresentava-se de forma elegante com sua postura indefectível. Seu cabelo era negro, com mechas repicadas na parte da frente, sendo que as mais longas ficavam abaixo da altura da orelha; a parte de trás era um pouco mais curta. Seus olhos eram de um vermelho intenso, uma cor que nunca havia sido vista... Aqueles orbes tinham o poder de hipnotizar alguém por sua beleza, ou pareciam devorar uma alma com suas chamas, se estivessem em fúria.
Ele aguardava o horário da reunião. Chegou 20 minutos adiantado.
Aquele seria seu primeiro dia como um Turk. O treinamento era difícil, mas sua dedicação o fez passar por todas as fases. A maioria das pessoas não conseguia. Ele ouvira que poucos haviam obtido sucesso. Mas era estranho... Faltava menos de cinco minutos para o horário combinado e apenas ele estava esperando... E o jovem tinha certeza de que aquela era a sala correta para a reunião. Como alguém pode ser um Turk se não sabe nem se localizar?
Seu olhar se fixou no relógio.
Quatro minutos.
Três minutos.
Dois minutos.
Um minuto.
De repente, a porta se abriu.
- Eu não disse que era nessa sala?! – Um olhar de repreensão se escondia por trás dos óculos escuros.
- Disse? – responderam os olhos verdes como se fossem inocentes. - Eu jurava que era na outra!!
A porta se abriu novamente.
- Ainda bem que todos estão aqui. Reno. Rude. Vincent.
O homem que entrou por último era tão sério. Parecia que não ficaria contente com um atraso no primeiro dia... Ele era o líder dos Turks. Tudo nele inspirava ordem e profissionalismo. Seu jeito de falar, seu jeito de andar, seu jeito de olhar...
- O que aconteceu com sua roupa? – Seus olhos escuros se voltaram para um ruivo, que ao contrário de todos os outros na sala, estava com parte de sua camisa aberta e sem gravata.
- Er... aconteceu um pequeno problema com elas... – Um sorrisinho nervoso.
- Não aconteceu um pequeno problema, pelo visto, aconteceu um desastre.
- Ha ha, você tem senso de humor, chefe! – Ele abriu um sorriso brilhante. Afinal, um sorriso podia alegrar muitos corações... Mas pela rapidez que o sorriso morreu e pelo olhar mortal que ele recebeu, aquilo não funcionava com seu superior.
- Meu nome é Tseng. – Todos já sabiam, mas uma apresentação formal era necessária. Ele esteve observando as habilidades de cada um durante o treinamento, mas nunca havia entrado em contato. – Sou o líder de vocês de agora em diante e vou começar a explicar o modo de trabalhar de um Turk.
- A gente não recebe nem parabéns quando entra aqui? – cochichou o ruivo ao ouvido de Rude.
- Eu não vou explicar duas vezes.
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Quase três horas se passaram. E Tseng não havia explicado duas vezes.
- Agora vamos conhecer algumas áreas restritas da companhia.
O homem se virou e começou a andar na frente.
Reno levantou os braços ao se espreguiçar e bocejou. – Sorte a sua estar usando óculos escuros.
Rude deu um sorriso.
O ruivo tinha certeza que o outro Turk dava umas cochiladas entre uma explicação e outra... Ele resolveu adotar o mesmo estratagema...
- Por que você está colocando óculos agora?
- Algum problema, chefe?
Por que Rude podia e ele não?
Naquele primeiro dia não houve nada de especial, Tseng andou pelos corredores da sede da ShinRa explicando... tudo. Vincent prestava atenção em cada palavra. Rude se esforçava para prestar atenção. Reno se esforçava muito para prestar atenção. Ao final, alguns documentos foram entregues para que eles pudessem estudá-los.
- Já não basta o que tivemos que passar nos testes ele ainda quer que a gente estude mais! Eu pensava que a gente ia ter um pouco mais de ação...
- Se ele quer que a gente faça isso, é porque é necessário – disse Rude.
- Ele quer é acabar com a minha paciência!
- Como se você tivesse muita...
Vincent observou a conversa dos dois... Eles pareciam se conhecer. Rude permanecia quieto a maior parte do tempo. Aparentava ser confiável. Não seria difícil trabalhar com ele. Já o outro rapaz... aparentava estar ligado a uma fonte elétrica o tempo inteiro. Ele falava alto, gesticulava muito e fazia expressões exageradas... Provavelmente seria um bom ator, já como Turk... sua seriedade ainda era duvidosa.
- Nenhuma comemoração...? Só obrigações? Eu não sei por que eu entrei nessa...
- Por causa do salário?
- Eu preciso ver se eu não vou enlouquecer antes de receber meu primeiro pagamento.
Uma risada silenciosa.
- O que é engraçado, Rude?
- Você já é louco.
Uma expressão de indignação. Os olhos de Reno se estreitaram e ele abriu a boca em sinal de protesto, mas em vez de uma resposta, um longo suspiro escapou por ela.
- Quer saber, já que eles não organizaram nenhuma festa pra gente, a gente podia sair para comemorar! O que você acha?!
-...Você acha que é um bom dia?
- Todo dia é um bom dia pra encher a cara. – Ele ser virou para o silencioso Turk que estava de fora da conversa. – E não pense que esquecemos que você está aqui. Você pode ser quieto, mas não tem como não perceber...- Os olhos verdes passearam pelo corpo de Vincent de baixo a cima. -...Sua presença.
- Eu agradeço o convite, mas prefiro não ir. Amanhã temos que estar bem cedo na reunião.
- A gente acabou de passar um dia inteiro com o Tseng e você já tá pensando em encontrar ele de novo?
-...É um compromisso.
- É verdade, acho que é melhor a gente comemorar outro dia, Reno.
- Outro dia quando? Quando a gente se aposentar? Só pode ser, a gente vai comemorar por estar finalmente saindo daqui!! O rapaz cruzou os braços, contrariado. Depois olhou com cara de cachorro abandonado.
-...
-...
Seus olhinhos verdes brilhantes começaram a implorar.
-...
- Eu estou indo para o meu quarto, espero que tenham uma boa noite e não se esqueçam da reunião de amanhã – disse Vincent ao se despedir.
- Rude, você vai me deixar sozinho??
Um suspiro. – Tudo bem... vamos... Mas... não podemos demorar...
- É claro que não vamos demorar!! – Reno arrastou Rude pelo caminho. – Ouvi falar de um bar por aqui...
Vincent sorriu discretamente e começou a caminhar.
- E não pense que eu vou esquecer de você!! – gritou o ruivo. – Eu ainda vou te arrastar para sair com a gente!!
Rude acenou.
E Vincent caminhou na direção oposta aos dois.
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Tudo era tão sério. Cada parede, cada sala era a imagem do profissionalismo... e da monotonia. Nos corredores, todos andavam arrumados e com passos decididos.
Vincent passou uma noite silenciosa, estudando os arquivos que Tseng havia passado. Ele tentou se recordar de cada instrução, cada explicação e de todos os lugares por onde passaram. Havia uma quantidade enorme de informação, mas ele achava que era seu dever saber de tudo o que acontecia, afinal, como um Turk suas responsabilidades aumentariam. Era um trabalho difícil. Um erro e as conseqüências podiam ser graves.
Deitado em sua cama, ele viu a lua branca pela sua janela. O rapaz respirou o ar ameno da noite. Aquela escuridão o agradava tanto... Ele poderia olhar por horas para o céu negro acompanhado da luz prateada e nunca se cansaria.
Apesar do dia cansativo, ele estava satisfeito.
Naquele momento ele só precisava do silêncio da noite.
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Todos os dias era a mesma rotina. Receber algumas explicações de Tseng e ter mais informações. Ao final do dia, Vincent se recolhia em seu quarto e estudava, ou lia um livro. Às vezes, ele admirava a noite no silêncio de sua cama, ou andava por lugares desertos até achar um ponto ao ar livre que oferecesse alguma visão interessante. Havia um local em especial que ele gostava muito. Ele ficava um pouco afastado da sede da companhia, mas mesmo assim, a sombra da sua construção ainda o alcançava.
Alguns degraus enormes se espalhavam em um semi-círculo. Havia algumas cercas de arame, mas não para impedir a passagem de alguém. Elas estavam ali apenas para dividir as regiões.
Mas o que interessava a Vincent era a visão do horizonte. O céu se tornava gigantesco, esmagando as pequenas luzes da cidade. O lugar era tão deserto que parecia que ninguém havia descoberto o tesouro que ele guardava.
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Os três novos Turks voltavam juntos.
Reno sempre reclamava que estava cansado de ficar sem missões. Quando as primeiras delas foram dadas...
- Eles só dão pra gente aqueles trabalhos que ninguém quer fazer!!
- Nós somos os novatos aqui... era meio óbvio que fizessem isso.
- Mas podiam pelo menos passar alguma coisa com um pouco mais de ação... Você tem noção de quantas horas a gente ficou lá parado, sem fazer nada? Só porque aquele garoto metido resolveu dar umas voltas pela cidade.
- Você quis dizer que o vice-presidente teve um compromisso importante?
Tseng havia se aproximado do grupo.
- Ah! – Reno olhou assustado. – Eu... estava falando de outro garoto mimad... er outro garoto!!
Seu líder não parecia nem um pouco contente.
Um esquema de segurança havia sido montado para a saída do sucessor da presidência. E os três novatos foram escalados... para o lugar mais monótono...
- Já que está querendo mais "ação", você ficará satisfeito ao saber que amanhã, vocês terão uma nova missão.
Os detalhes da operação foram explicados.
Reno parecia animado.
- E não se esqueçam de estarem preparados antes do nascer do sol.
Reno já não parecia tão feliz.
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Embora Vincent tivesse que acordar cedo, ele resolveu visitar seu lugar favorito, pretendendo ficar pouco tempo.
Ele estava sentado no último degrau, seus braços apoiados em seus joelhos.
A lua estava especialmente bela naquela noite. Seus raios prateados pareciam ter um brilho mais intenso, ofuscando algumas estrelas pequeninas.
Mas, em seu momento de paz, ele sentiu algo diferente.
Alguém estava ali.
Ele virou sua cabeça e encontrou um homem parado a vários metros de distância. Seus cabelos eram compridos e voavam levemente com a brisa da noite, criando a impressão de um rastro prateado no ar.
Vincent não estava acostumado a ser observado, mesmo acreditando que o outro estava lá pelo mesmo motivo que ele. O outro rapaz apreciava a tranqüilidade da vista silenciosa, mas era como se aqueles olhos verdes estivessem olhando para ele.
O moreno caminhava na mesma direção que o outro, não porque quisesse confrontá-lo, mas porque era a direção de seu quarto. Quando chegou mais perto, ele pôde perceber como aquele homem era alto. A altura de Vincent já não era de se menosprezar, mas aquela figura de cabelos prateados conseguia ser maior que ele.
Por um momento, um breve instante, seus olhares se cruzaram.
Era como se o tempo houvesse parado.
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A missão consistia em eliminar um pequeno grupo terrorista nos Slums de Midgar. Embora não tivessem uma expressividade muito grande, eles já haviam causado alguns tumultos para a companhia. Era melhor dar um jeito na doença enquanto ela está no começo, antes que ela se espalhasse.
Alguns dias para colher informações. Planejar sua eliminação. O ataque finalmente aconteceu. Os Turks não tiveram que tirar nenhuma vida. Os Soldiers fizeram isso. Mas os cadáveres estavam no chão para todos verem.
Era estranho. Saber que os resultados de seu trabalho muitas vezes seriam mortes... Mas se ele não fizesse isso, outros fariam...
Eles eram tão jovens. Todos. Os alvos e seus perseguidores. Vivendo para matar ou morrer.
Vincent olhou para um dos corpos abaixo. Era um rapaz. Sua pele era branca e seus cabelos eram negros. Não parecia ter mais que 16 anos, não muito menos que ele. Seus lábios haviam se tingido de um vermelho intenso. Seu sangue havia sido expelido, como resultado do golpe que roubou sua vida. Não havia sido o Turk que o matara, mas era como se fosse. Ele deu o primeiro tiro. E depois disso, vieram os Soldiers. E as mortes.
Um braço envolveu a cintura de Vincent.
- Você quer sair com a gente esta noite?
O moreno olhou para baixo e não encontrou o sorriso costumeiro no rosto de Reno. – Eu prefiro...
- Ficar trancado em sua solidão... eu sei, mas... só hoje.
- Para comemorar o sucesso da missão? – O moreno sentiu fel em sua boca.
-... – falou Rude.
- Olha... o chefe liberou a gente do trampo amanhã... Acho que a gente podia comemorar isso... É melhor aproveitar a oportunidade... pode ser a única.
Silêncio.
- Tudo bem.
- Então, eu vejo você outro dia... – Reno se virou e começou a caminhar, depois parou e olhou para trás. – Você disse que ia com a gente ou eu estou começando a ter problemas de audição?
- Eu disse que eu acompanharia vocês.
-!! – expressou-se Rude.
De repente, o ruivo saiu correndo pulou em cima de Vincent, colocando seus braços em volta do seu pescoço.
-!!
-!!
Rude quase engasgou de susto. E depois tossiu para avisar que todos os Soldiers estavam olhando para seus dois colegas.
Reno voltou ao chão.
- Você não vai se arrepender!!
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- Você é tão sério... precisa se divertir um pouco mais...
Os três Turks estavam caminhando pelas ruas quase desertas da noite de Midgar.
- Eu gosto do jeito que eu vivo.
- Isso não é viver... é desperdiçar a sua juventude trancado no quarto... e sem ninguém para te acompanhar...
- E por que eu precisaria de alguém?
- Ora... todos precisam de alguém... nem que seja por algumas horas...
- Eu não preciso...
-...Isso é um desperdício tão grande Vince... – Reno olhou de uma forma curiosa para ele. – Acho que você está escondendo alguma coisa... Você passa suas noites com alguém naquele quarto e não quer contar...
Aquilo assustou Vincent. – É claro que não!
- Ah, mas eu não acredito que alguém nessa ShinRa não pegou pelo menos uma pessoa da companhia.
- Reno... acho que você está exagerando...
- É verdade!! Porque você acha que aquilo ali fica vazio de noite? Tá todo mundo escondido em algum lugar com outra pessoa!
-? – Vincent ergueu uma sobrancelha duvidando.
- Dessa vez eu tô falando sério... Todos os que eu conheci até agora... E conheci muita gente... me contam cada vez uma coisa nova. Eu sei de cada história que rola por aí, acho que ninguém se salva... Às vezes, eu queria ser um cara da vigilância para olhar o que as câmeras vêem pelos corredores da ShinRa. Eles devem ter material para se divertir à vontade...
-...- Aquilo incomodou Vincent... Não parecia ser a mesma ShinRa que ele conhecia. – Pode até ser que isso aconteça algumas vezes, mas devem ser apenas algumas pessoas...
- Quando eu disse todo mundo, eu quis dizer todos mesmo!! Não tem ninguém que se salva. Aquele cara ali, por exemplo – Reno acenou para um Soldier que passava à distância. – Já pegou pelo menos uns 30 por aqui... ele gosta muito dos novatos... sempre que chega algum garotinho ele fica louco atrás, mas isso quando... – O ruivo apontou para outro Soldier. -...O amigo dele não chega primeiro. Eles não brigam não, eles têm algum tipo de competição... mas diferente do outro, aquele lá topa novato, veterano, até um Turk de vez em quando... – Reno ficou pensativo por um momento. – Mas ele não é tão bom na cama quanto dizem...
Uma tosse abafada foi ouvida. Rude havia se engasgado outra vez.
- Você anda com uma tosse muito estranha... – Reno deu uns tapinhas nas costas do outro Turk. – Tá legal, cara?
O rapaz acenou que sim. Na verdade, ele só tossia em certas ocasiões que estava com seu amigo ruivo.
-...Como eu tava dizendo, aquele lá não é grande coisa... Mas o irmão dele...
Vincent podia ver que Rude estava meio incomodado, mesmo que ele não demonstrasse. Apenas pelos pequenos movimentos que seus olhos vermelhos observavam atentamente, ele podia saber que havia algo de errado. Aqueles olhos sempre estavam atentos a todos os detalhes...
- Acho que a gente pode deixar essas conversas para depois – disse Vincent ao tentar salvar seu amigo e seus ouvidos.
- Mas eu preciso contar a história daquele Turk que eu conheci semana passada...
- Reno...
- Isso vai ser rápido. – O ruivo sorriu. – É, foi rápido mesmo, mas até que foi legal...
Rude já estava bem mais agitado. Vincent já nem prestava mais atenção, apenas desejando que eles chegassem logo...
- E aquele Sephiroth, ele parece não gostar muito de Turks, mas mesmo assim eu ainda acho que tenho uma chance com ele.
Aquele nome chamou a atenção de Vincent de volta à conversa.
- Mas... ele parece que não é dessas coisas...
- O Sephiroth?? – Uma risada. – Ele deve ser o que mais se dá bem aqui... Também, ele consegue todo mundo que quer... e todo mundo quer ele...
- Você... tentou algo com ele? – perguntou Vincent com um incômodo que ele mal percebeu.
- É claro!! Não custa tentar!! Eu teria medo da Masamune dele, mas ele já deve estar tão acostumado com gente tentando sair com ele... – Reno parou por um momento e mostrou um sorriso de alguém que acaba de descobrir um segredo. – Valentine... por que o interesse?
- Eu... eu só estava perguntando... Não veja coisas que não existem!
- Você acha que eu não percebi que você ficou calado por um tempão, depois, de repente você vem cheio de curiosidade! Confessa! Você quer algo com ele...
Naquela noite em que ele viu Sephiroth pela primeira vez, eles não trocaram nenhuma palavra. Apenas seus olhares se cruzaram. Apenas isso... Aquilo não significava nada...
- É lógico que não! Por que eu teria?
- Por que ele é perfeito?
- Eu não me interessaria por alguém que saísse com a ShinRa inteira.
- Mas ele não saí com a ShinRa inteira... só com os bonitos mesmo... e você tem chance... por isso que se eu fosse você eu arriscaria...
- Eu não gostaria de passar uma noite que não significa nada com alguém.
- Ohhhh você é romântico...
- Eu não estou dizendo isso, pare de colocar palavras na minha boca, Reno! Eu só estou dizendo que não estou interessado em...
- Uma noite intensa de paixão avassaladora com um cara que é o deus do sexo na terra.
Uma alta risada ecoou pelas ruas.
Um olhar mortal se revelou pelos olhos vermelhos.
- Tudo bem!! Não precisa me matar!! Eu já entendi que você não é muito ligado em caras de longos e sedosos cabelos prateados... Quem sabe, os ruivos?
- Eu vou voltar para o meu quarto.
Reno agarrou o braço do rapaz.
- Eu já parei... – Risada. – Eu já parei!!
Vincent se perguntava o que o levou a aceitar o convite...
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Era um lugar bem grande, mas parecia pequeno pela quantidade de gente quase amontoada por todos os lados. O extenso balcão e as várias mesas estavam ocupados, as pessoas bebiam encostadas à parede ou a qualquer canto que encontrassem. O bar sorria com uma luz amarelada e havia risos e conversas animadas por toda a parte. Muitos esbarravam nos outros, mas ninguém se importava... estavam muito bêbados para se importar com qualquer coisa.
Só de ver aquele ambiente abafado, esfumaçado e com tantas pessoas juntas, Vincent já sentia um incômodo crescer.
- Ali!! – Reno puxou cada um dos seus amigos pelos braços. Uma mesa havia sido liberada e eles precisariam correr para tomar posse do lugar. Não se sabia quando uma outra oportunidade como aquela surgiria.
Após esbarrar em dezenas de pessoas no meio do caminho eles conseguiram abrir passagem no mar de gente e alcançar a mesa. Reno sentou-se no meio e Rude ficou ao seu lado direito, enquanto Vincent ocupou o lado esquerdo.
- Olha quem está ali... E não é que estávamos falando dele... Acho que é um sinal Vince...
Os olhos rubros se voltaram na direção da mesa à frente. Sephiroth estava lá olhando para seu copo e aparentemente alheio a tudo a sua volta. Mas ele não estava sozinho. Ao seu lado direito, havia um Soldier. Seus cabelos eram negros e suas mechas pareciam um pouco descontroladas, como se cada uma quisesse ir para uma direção diferente.
Vincent não pôde deixar de reparar na proximidade entre eles... aquilo... de alguma maneira o perturbava. Seu olhar captou com um detalhamento espantoso cada movimento do Soldier. Sua mão deslizou mais que amigavelmente sobre o braço de Sephiroth e pousou em suas costas. Ele se inclinou ainda mais sobre seu superior e beijou seu pescoço.
- Você parece surpreso Vince... é ciúme?
-...- Um olhar que disfarçava a irritação. – Eu só estou surpreso em como eles conseguem... ter esse tipo de intimidade em um lugar como esse.
- Você é mesmo inocente... Eles fazem isso porque ninguém liga. O pessoal tá muito acostumado com isso por aqui. Só não acontece mais coisas neste lugar por falta de espaço...
O Soldier continuou com suas nada tímidas demonstrações de afeto e parecia estar se divertindo bastante. Porém, Sephiroth parecia não se importar, bebendo silenciosamente, como se não houvesse um rapaz grudado a ele. Seus olhos verdes não pareciam observar nada em especial, às vezes olhava para sua bebida, apenas isso.
De repente, seu olhar se voltou diretamente para Vincent. E o General sorriu.
Aquilo parecia ter imobilizado o Turk por um momento. Mesmo que seus olhos quisessem fugir dos outros, eles não conseguiam.
Finalmente, Sephiroth quebrou o contato e voltou a olhar para seu copo.
Os outros dois Turks pareceram não ter percebido aquele pequeno momento. Eles conversavam alegremente. Quer dizer, Reno falava muito e Rude escutava. Algumas vezes, o ruivo esbarrava um dos seus braços ou pernas em seu amigo silencioso, sem segundas intenções, pelo menos uma vez na sua vida. È que havia passado um bom tempo desde a chegada ao pub e ele já estava um tanto embriagado, tornando seus movimentos que já eram exagerados, ainda mais... expansivos... Rude tremia a cada vez que seus corpos entravam em contato.
Vincent relutantemente retornou seu olhar para a mesa à frente, e viu que um garoto havia se aproximado de lá. Seus cabelos eram loiros e ele possuía uma expressão de inocência em seu rosto. Ele parecia um daqueles aspirantes a Soldier e... novo demais para freqüentar um lugar daqueles...
Quando o Soldier de cabelos negros viu a chegada do garoto, ele abriu um enorme sorriso e se desvencilhou de Sephiroth.
- Cloud!! Vem aqui!!
O loirinho levantou uma sobrancelha e fez uma expressão de questionamento, voltando seu olhar para Sephiroth e depois para seu amigo seguidamente.
-...Zack...- Sua boca se abriu novamente para dizer algo, mas logo ele se calou.
O moreno apontou um lugar para ele sentar e após alguns segundos, o jovem estava ao lado dele. O que aconteceu em seguida foi uma série de movimentos desajeitados do Soldier tentando agarrar o loirinho, que o afastava sem muito esforço a cada nova investida. Quando isso acontecia, Zack cruzava os braços, emburrado. Depois, voltava a dar um gole na sua bebida e mexia nos cabelos loiros. Quando Cloud o afastava, ele colocava a mão sobre as costas ou sobre as coxas do garoto, que estava ficando com uma cor avermelhada em suas faces... e não por efeito da bebida...
Os olhos atentos de Vincent leram os lábios do moreno balbuciar algo como "não é nada disso". Em seguida, o loirinho deu um suspiro e beijou seu "amigo", que respondeu alegremente ao gesto e o abraçou de maneira desajeitada, quase os fazendo cair no chão.
Vincent viu as horas e disse para seus companheiros que estava de saída.
O ruivo acenou para seu amigo que acabara de levantar e depois voltou seu olhar para o balcão, onde havia um Soldier olhando de volta para ele.
- Eu acho que é melhor a gente ir também.
- Agora não, Rude. – O ruivo piscou para o rapaz encostado ao balcão.
Vincent viu aquele olhar - Acho que é melhor você ir também, Reno...
- Você já bebeu demais.
- Mas o álcool é meu combustível... Sem isso meu organismo não funciona...
Pela primeira vez, Rude perdeu a paciência e segurou Reno pelo colarinho, arrastando ele para fora do bar. O ruivo ainda se esticava para alcançar seu copo até o último segundo antes de ser levado para a saída.
O olhar de Vincent ainda percorreu o pub pela última vez, antes de acompanhar seus amigos.
Enquanto eles andavam pelas ruas desertas, Reno se apoiava em Rude e os dois faziam um trajeto um pouco... cheio de voltas demais pelo lugar. Não contente em fazer uma pessoa ter que segurá-lo, o ruivo ainda se agarrou a Vincent e sussurrou ao seu ouvido:
- A gente já trabalha junto faz algum tempo... mas ainda não tivemos tempo de nos conhecermos melhor... se é que me entende.
- Você está bêbado – disse Vincent sem ligar muito para o que o outro dizia.
Uma alta risada ecoou pelas ruas.
- Mas eu teria dito isso mesmo se não estivesse... Então, o que me diz?
Vincent apenas recusou com o olhar.
- Você é muito sério, Valentine... a pessoa mais séria de toda a companhia.
- Ao contrário do que você pensa, Reno, também há pessoas sérias trabalhando na ShinRa. Como nosso líder, por exemplo.
Um sorriso zombeteiro.
-Mas ele também tem as diversões dele...
- Mas o Tseng não parece do tipo que sai para passar a noite inteira fora para beber e se encontrar com um monte de gente por aí...
- Porque ele tem uma coleira. Se ele não tivesse, eu tentaria tirar aquela expressão séria da cara dele... e substituir por uma outra bem mais interessante.
Um discreto sorriso se formou no rosto de Vincent. – Eu aposto que você já tentou. – Ele imaginou a cena em sua mente e uma imagem curiosa se formou... Ele até que gostaria de ver a expressão de Tseng com a aproximação de Reno...
- É... É lógico que eu já tentei... daí que eu descobri...
- Ele contou que tinha um compromisso com alguém.
- Não.
- Ele deu a entender que tinha?
- O vice-presidente me viu agarrado a ele.
Quase Vincent sorriu ao imaginar uma cena mais curiosa ainda.
- Eu me pergunto como você escapou... fez uso do seu charme com ele também?
- Com aquele loiro desgraçado? NÃO!
Vincent arqueou levemente uma sobrancelha. - Eu pensei que você tentaria algo com ele também...
- E eu tentaria!! Se ele não tivesse tentado algo comigo primeiro!
- Eu não quero saber o que aconteceu depois.
- Nada...
- Mas você gostaria que tivesse acontecido algo...
- Aquele garoto egoísta não queria dividir seu líder Turk... mas ele me disse depois que se eu quisesse, nós podíamos nos divertir juntos... só nós dois...
- Então, você conseguiu até o vice-presidente...
- Não... aquele Tseng egoísta disse com o olhar que se eu aceitasse eu seria um homem morto...
O resto da caminhada foi em silêncio, porque Reno estava quase dormindo coma a cabeça encostada ao braço de Rude, que precisava redobrar seu esforço para fazê-lo caminhar.
Finalmente, eles chegaram ao seu destino.
- Você precisa de ajuda para levá-lo? – perguntou Vincent ao ver o ruivo quase escorregando ao chão.
- Não tem problema, eu consigo levar ele.
- Vem com a genteeeeeeee Vince...
- Hoje não, Reno.
- Amanhã?
-... – O olhar de Vincent se voltou a Rude. – Boa noite.
O rapaz acenou com a cabeça e começou a arrastar o ruivo pelos corredores.
Os olhos vermelhos viram os dois se afastarem... Parecia que todos tinham companhia para sua noite.
Menos ele.
Sephiroth parecia bem acompanhado por aqueles dois...
Ele suspirou. Por que ele estava pensando naquele homem em uma hora como aquela? O moreno começou a andar lentamente em direção ao seu quarto.
Sozinho.
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Continua...
Se alguém se interessar por um fórum voltado para RPG yaoi de FFVII, procurem pela Northern Crater (link no meu perfil).
Visitem meu perfil também para conhecer mais fics de FFVII. Também escrevi sobre FFVIII, Castlevania-Symphony of the Night, Castlevania-Curse of Darkness, Yu Yu Hakusho, Yami no Matsuei...
Até o próximo capítulo que chegará em breve!
