Cá estou eu, postando uma nova fic. Trata-se de todo um processo de casamento, incluindo o noivado e os preparativos. O tema escolhido pode até não ser dos mais originais, entretanto, Afrodite de Peixes é um dos meus personagens favoritos. Espero que gostem da estória. Mais uma vez digo que adaptei todas as idades para ficarem compatíveis.
Grande beijo e boa leitura!
Capítulo 1
Segundos Mudam a Eternidade
Mais uma virada de páginas rapidamente e os músicos começaram a executar uma música mais marcial: Pompa e Circunstância, de Edward Elgar. Como o nome já diz, a música é elegante, pomposa, marcial, propícia para a entrada de Afrodite, que apareceu ao lado de sua mãe, sorrindo. Andava através do caminho florido com orgulho, sabendo que aquele momento era único em sua vida. Os músicos tratavam de obedecer ao passo do noivo, adequando o andamento da música ao estilo do mesmo, apenas observando-o andar pelo caminho.
-No meu casamento vai ser diferente...
-Acorda, Aioros. Nem namorada você tem... – Debochou Shura.
Jisty e Jamian olharam para o casal e com um gesto ríspido, pediram para os dois ficarem quietos.
-Continuando... – O professor de Filosofia cochichou - O cara ia entrar tocando violino na minha frente!
Num gesto brusco para imitar o músico, Aioros bateu no arranjo disposto na parte da frente do banco e o derrubou no chão.
-Não acredito que você fez isso, cara! – Shura saiu de si e começou a chacoalhar o corpo de Aioros – Era só o que faltava!
-Ei, calma aí! – O grego empurrou o amigo e gritou – Eu não fiz de propósito! Tava imitando o cara do violino!
-Vocês estão vendo isso? – Mu arregalou os olhos – A voz dela é...
-Grossa demais! – Exclamou Aldebaran – Talvez devêssemos tentar acalmá-los...
-Esses parentes do Afrodite são todos iguais a eles?
-Devem ser, Kia. Estranhos... Aquele Misty é outro!
Shura deu um tapa na cabeça de Aioros. O professor de filosofia resolveu devolver o tapa. Nessa hora, não só Mu, Kia e Aldebaran prestavam atenção nos dois discutindo, mas a igreja toda. Ninguém parecia acreditar no que via.
Afrodite, que andava sobre o tapete vermelho sorridente, parou de caminhar em direção ao altar, quando se deparou com aquele cabelo escuro e par de olhos pequeninos. O outro par de olhos azuis reluzentes começaram a provocar dentro de si, uma imensa cólera.
Os músicos, as câmeras e os fotógrafos que o seguiam também pararam e por causa disso, somente a discussão dos amigos era ouvida. Eiri também parou com os sinais, assustada. Anisah se levantou da cadeira que ocupava e foi até o gradil de cimento para ver o que se passava.
-O que foi que houve?
-Confusão com algum dos convidados, Orfeu.
-Devemos parar de tocar?
-Por hora, Sorento. – A violinista finalmente percebeu o que se passava.
-Acho melhor a senhorita descer, Anisah.
-Também acho, Mime. – A árabe se virou para os três rapazes – Eu volto logo.
Astride olhava para o filho intrigada. Ele não parava de encarar os dois. Foi então que sua expressão facial mudou do sorridente para raivosa.
-Por que todos estão olhando para nós? – Aioros perguntou a Shura sem olhar para o melhor amigo enquanto seus olhos cruzavam com os olhos de todos os presentes.
O espanhol levou as mãos a cabeça e percebeu que sua peruca havia caído. Na hora que olhou para Aioros, viu que a peruca do amigo estava fora do lugar.
-Mas é o Aioros! – Exclamou Marin – E o Shura!
Aioria olhava com raiva para a dupla de melhores amigos.
-Eu sabia que isso não era cabelo de verdade! – Falou Kia.
-HAHAHAHA! – Miro gargalhou – Que péssimo modo de ser descoberto, hein Aioros?
-Então era isso que você estava aprontando! – Saga olhou para o irmão gêmeo – Você não tem jeito mesmo, Kanon!
Não havia melhor oportunidade para Lígea agir do que aquela. De cima do altar, a grega olhou firmemente para Hagen.
-Detetive, pode levar todos!
-Tinha que ser essa louca pra tumultuar o casamento da minha prima! – Jisty olhava com raiva para Lígea.
-O quê? Como assim, pode levar todos? – Aioros começou a entrar em desespero ao ver Hagen se aproximando dele - Não! O senhor não pode me levar!
-Ei! Eu exijo respeito! – O padre olhava de um lado para o outro – Estamos na casa de Deus! Isso não pode acontecer aqui dentro!
Mas ninguém ouviu os pedidos do padre.
Anisah chegou a tempo de ver os participantes do golpe assustados com a ação comandada por Lígea.
-Vocês estão presos por falsidade ideológica, estelionato e formação de quadrilha!
O detetive fez um sinal e três dos policiais que estavam com ele foram até Kanon, Máscara da Morte e Giorgia. A jornalista olhava desesperada para Lígea, que sorria gostosamente de volta para ela. Depois, lágrimas caíam de seus olhos ao ver a expressão de pânico de Aioros.
-Vocês não têm provas contra nós! – Kanon olhava assustado para os policiais vindo em sua direção.
-As fitas do hotel comprovam a ligação de vocês três com os dois farsantes. – Hagen falava seriamente – Além do mais, vocês dois são reincidentes. Já foram presos por estelionato.
-Putz! Sujou, Mask!
-E aí, Einstein? Ninguém desconfiava de nada, não é Kanon? Agora estamos ferrados! – Máscara da Morte tentava soltar suas mãos em vão – Você vai ver a hora que eu te pegar pelo pescoço!
-Cala a boca, Mask! Quer ferrar a gente ainda mais?
- X -
Afrodite sempre foi um garoto um pouco... Diferente. Enquanto a maioria dos outros meninos jogava bola ou se interessavam por lutas, guerras, carrinhos de controle, ele gostava de espelhos, roupas, sapatos, tudo que podia deixá-lo mais bonito do que já era. Havia nascido com uma beleza extrema, algo divino e por isso, sua mãe optou por chamá-lo assim.
Afrodite, na mitologia grega, como a maioria deve saber, era a Deusa da Beleza.
Sempre fora brilhante, estudioso e chamava a atenção das garotas. Mas como ele sabia que era bonito, não deixava se envolver com nenhuma delas. Achava que só se aproximavam dele por causa de sua beleza. E na maioria das vezes, estava certo.
Apesar de seu currículo escolar ser impecável, não havia garoto que quisesse se tornar amigo dele. Tentava se aproximar, mas eles sempre fugiam ou debochavam de seu jeito. Não seria por isso que ia mudar sua maneira de ser e de agir. Quanto mais os garotos o rejeitavam, mais as garotas se aproximavam dele.
Até que um dia sua vida tomou um novo rumo. A possibilidade de estudar em um outro país, sem ser a Suécia, abriu um novo leque de possibilidades. Estocolmo podia ser uma cidade maravilhosa e agradável, porém as pessoas eram um pouco distantes. Atenas não. Os gregos eram mais calorosos e recebiam os visitantes bem, entretanto, nada mudou para o sueco. Foi recebido com o mesmo preconceito, mas aos poucos, foi conhecendo os outros colegas que faziam parte de sua sala. No último ano do colegial, acabou se tornando amigo de Dohko e Kamus, também estrangeiros, e conhecendo a mulher de sua vida: Shina.
Chegou até fazer parte de um triângulo amoroso, disputando involuntariamente o coração de sua mulher com outro rapaz. Shura.
Em umas de suas discussões, Shina o deixou para ficar com o espanhol de olhar penetrante. E o que Shura e Aioros fizeram com ele, jamais ia esquecer.
Atualmente, Afrodite estava se formando em Biologia pela Universidade Federal de Atenas. Já estava defendendo uma tese sobre o cultivo de flores pertencentes à família rosaceaeem estufas, na Suécia. Com a ajuda de sua mãe, construiu uma em sua própria casa e dedicou seu último ano de estudos a essas flores. Vinha daí o seu sustento.
Shina era diferente dele. Bonita, popular, cheia de amigas e de um caráter invejável. Alguns diziam que ela era ríspida e grossa por falar o que pensava sem se importar com que os outros poderiam dizer ao seu respeito. Era batalhadora, nunca desistia de seus sonhos. Muito independente até para sua pouca idade, o que às vezes assustava Afrodite. De vez em quando, gostava de sair com as amigas ou totalmente sozinha, deixando o namorado sueco em desespero.
E por causa dessa tal independência de Shina, já tinham terminado algumas vezes e em uma delas, se envolveu com Shura, colega de classe no colegial, fazendo com que seu noivo estremecesse de ciúme.
Italiana, um pouco exagerada em suas ações, mas qual italiano que não é? Mas de bom coração.
Havia sido ela quem se aproximou de Afrodite no último ano escolar, em Atenas, na Grécia.
Começaram juntos a fazer os cursos alternativos e se destacou principalmente na arte do corte e costura. A partir daí, desejou se lançar no mundo da moda. Seu estilo era ousado, moderno, assim como sua personalidade. Era um verdadeiro "mulherão".
Shina não era tão conhecida como um Versace, Vitor Hugo ou Armani, mas o que desenhava e mostrava na faculdade fazia sucesso. Com ajuda de seu pai, Francesco, a italiana estava investindo em uma loja própria de calçados. Seu maior desejo era mostrar para todos que quem está no ramo da moda não precisa ser necessariamente fútil.
Embora suas personalidades fossem de diferenças gritantes, ambos pareciam ter nascido um para o outro.
A insegurança emocional de Afrodite era nutrida pelas demonstrações extremas de carinho e amor vindas de Shina. E como a maioria das mulheres, Shina sempre achou incrível a sensibilidade de Afrodite e o admirava ainda mais por não esconder a sua essência. Não existiam máscaras envolvidas, a sinceridade era total e o sentimento muito verdadeiro.
Resolveram se casar após 5 anos de namoro bem vividos. E se dependesse de ambos, tanto o noivado, quanto o casamento, seriam inesquecíveis.
Afrodite cuidaria da decoração dos eventos e Shina dos trajes que iriam vestir.
Tudo sairia impecavelmente. Ou melhor dizendo, quase.
Cinco segundos podem determinar toda uma eternidade.
