Bom, gente... Olha eu aqui de novo! Hehehe
Lembrando que Heero e Relena, assim como todos os personagens de Gundam Wing não me pertencem e não ganho nada por escrever histórias com eles... Além de minha própria satisfação, é claro!
E o personagem Dante, é um empréstimo que a autora Co-Star me fez. Então créditos pra ela!
Obrigada pelo carinho de você e boa leitura!
1. Escolha...
A sala era ampla e repleta de livros. Cada móvel era delicadamente trabalhado a mão por algum caprichoso artesão. A escrivaninha que centralizava elegantemente a sala era feita de mogno maciço, combinando com a cadeira também de mesmo material e cor. Mas a cadeira possuía também veludo preto no acento e no encosto, ambos preenchidos de algodão para formar uma almofada para sentar e encostar, deixando a cadeira extremamente confortável. As outras duas cadeiras que compunham o conjunto situado do outro lado da escrivaninha eram iguais a cadeira principal, porém de encosto mais baixo, deixando a beleza destacada na cadeira principal.
O rei estava sentado na cadeira principal de sua escrivaninha em seu escritório. Seu olhar era distante, porém concentrado. Quem o via, não sentia felicidade, e nem tristeza. Era algo frio. Depois de alguns longos segundos com seu olhar fixado no nada, voltou a olhar para o outro rei que o encarava sentado em uma das outras duas cadeiras.
O que deixava claro sua nobreza, além de suas elegantes vestes, eram suas coroas de ouro puro fixadas em suas cabeças. Ambos estavam sérios e suas atitudes eram firmes. Então, o primeiro Rei quebrou o gelo...
- Acho que não entendi direito, meu irmão... Você quer meu filho?
O segundo rei voltou a respirar e baixando o olhar, depois o devolvendo ao irmão mais novo, respondeu:
- Sim!
- Ao menos tem noção do que me pede? – Perguntou o mais novo, perplexo.
- Sei... Que é algo estranho a se pedir...
O mais novo, limitou-se a apenas concordar com um gesto de cabeça.
- Porém... Não tenho alternativa... – Concluiu o mais velho.
- Não tem? – Perguntou o mais novo.
- Sou avançado em idade, e sabemos que bem mais que você meu irmão... Porém, tenho um agravante... Sou estéril. Já você... Possui dois varões e eu quero que tudo o que tenho, fique em família.
- Hum... Entendo! Mas, é fácil, é só deixar no seu testamento os meus filhos como sucessores.
O mais velho revirou os olhos e se levantou. Deu as costas para seu irmão e respirou fundo, três vezes antes de voltar a falar com ele.
- Dante... Por favor, você sabe muito bem que apesar de sermos irmãos o meu reino não possui as mesmas leis que o seu. Somos diferentes... E eu gostaria de preparar uma criança, do meu sangue, para ser meu sucessor! Um verdadeiro líder!
- Ninguém mandou você mudar algumas leis... Deveria ter mantido todas iguais as do nosso pai.
- Tipo o que? Um homem ser obrigado a casar para poder assumir ao trono que lhe é direito por lei? Isso é um absurdo!
- É algo justo... – Dante se levanta com um tom irritado. – Como pode o governante se um reino não ter uma família estruturada?
- Concordo... Para se governar um reino precisa ter a seu lado uma bela esposa, porém não às pressas... Não a primeira que achar, porque o príncipe precisa assumir correndo seu trono...
- E desde quando precisa procurar tanto? A única coisa que se precisa saber é de que linhagem vem à moça: Sendo de família nobre e tendo boa educação já é o suficiente para se casar!
Arturo levou a mão e a passou incrédulo sobre a face. Pensava que com o passar dos anos seu irmão mais novo tinha mudado, mas não... Seguia sendo a cópia fiel do pai. Dante se assemelhava demais a seu pai: Sempre frio e prático em suas ações. Não se importava com o amor, tinha em mente que o sentimento vinha com a convivência. Já Arturo tinha puxado muito de sua mãe, sempre cuidadoso e atencioso, acreditava que as pessoas tinham sentimentos e que era importante saber respeitar isso. Acreditava que o amor era a arma mais forte para se vencer qualquer batalha!
- Temos pensamentos muito distintos um do outro, meu irmão!
- Eu sei... Mas acredito que estou certo! Mas... Continuando. O que você quer fazer?
- Quero que me dê um de seus meninos pra que este seja meu sucessor!
- E por que eu deveria?
- Porque, se não aceitar terei que criar outra criança como filho e essa criança, tendo ou não sangue nobre, será rei!
Agora sim, Dante ficou preocupado. Conhecia seu irmão e sabia que ele seria capaz de dar seu reino para um desconhecido...
- Isso é um absurdo! O reino que pertencia a nossa mãe? Sendo de um ninguém?
- É isso mesmo! Um ninguém hoje... Depois de criado por mim: Um Rei! – O tom de Arturo era autoritário.
- Você seria capaz? – Perguntou Dante, curioso.
- Ainda duvida?
- Mas...
O barulho da porta do escritório se abrindo os interrompeu. Era Amanda, esposa de Dante. Uma mulher radiante, amável e sincera. Adorada por todos seus súditos e muito compreensiva com seu marido. Ela era o oposto de Dante: Ele era frio e ela era quente... Os dois juntos formavam um equilíbrio. Amanda sempre foi voltada para família, e por conta disso, adorava quando seu cunhado vinha visitá-los. Dante também gostava da companhia do irmão, mas, era péssimo em demonstrar sentimentos.
- Arturo que bom revê-lo... Vim assim que soube de sua chegada! – A rainha foi até o cunhado e carinhosamente o abraçou.
- Amanda... Linda como sempre! – O carinho entre eles era recíproco.
- Já dei ordens para que preparem seu prato favorito. Ficará para o jantar, certo?
- E recusar tamanha hospitalidade? De forma alguma... Vou ficar sim! Provavelmente, passarei a noite com vocês. Se o Dante permitir! – Arturo olhou para o irmão com os olhos estreitos esperando uma aprovação.
Dante se levantou de sua cadeira, olhou para o irmão com um olhar assassino e saiu. Sua esposa, Amanda, observou a cena sem nada entender. Mas, como as atitudes de seu marido nunca a surpreenderam deixou passar. Voltou para o cunhado e continuou...
- Então Arturo, não pensa em se casar de novo?
- Não... – Arturo deu uma longa pausa, lembrando da morte de sua esposa, para depois voltar a olhar sua cunhada e continuar. – Acho que estou bem assim.
- Mas, você ainda não possui nenhum herdeiro. Como fará? – Amanda inocentemente perguntou.
- Bem... – Arturo sorriu e baixou a cabeça antes de continuar. – Pretendo adotar um rapaz.
- Sério? E quem é ele?
- Ainda não sei. Mas, você será a primeira, a saber. Prometo!
- Bom... Sendo assim... Vamos pra sala. – Sua cunhada sorriu gentilmente e resolveu mudar de assunto. Apesar de sua curiosidade, respeitou os limites do cunhado.
- Certo!
Com um gesto cavalheiresco, O rei deu passagem para que sua cunhada saísse em primeiro.
-/-/-
Dante estava passeando pelo jardim do castelo. Suas feições estavam fechadas, suas mãos juntas em suas costas e seu ar pensativo, chamavam a atenção dos empregados do castelo.
De repente algo puxa sua mente que vagava, abruptamente para a realidade. Os gritos de um garotinho de dois anos chamaram sua atenção. O rei agora, nervoso apressadamente se aproximou de onde estava o garoto. E pode observar a cena cautelosamente antes de falar.
Compunha o "quadro" dois garotos, um de cinco anos, que estava calmo e sério, em pé olhando para o outro menino. Este tinha dois anos de idade, chorava aos gritos, fazendo manha. E uma senhora que já tinha os cabelos grisalhos, amarrados em um coque em baixo de um lenço branco tentando acalmar a situação. Na mão do menino mais velho tinha uma vareta, que ele soltou ao ver a chegada do pai. Mas, suas feições não mudaram em nada.
- O que está acontecendo aqui? Por que esses gritos? – Se tinha algo que irritava Dante, eram gritos.
- Majestade... Eu posso explicar... – Quando a ama começou a falar o menino mais velho a interrompeu.
- O que acontece, meu rei, é que o Lúcius, resolveu brincar com essa vareta e acabou acertando o rosto com ela. Então eu a arranquei da mão dele e ele começou a chorar. – Dante olhou para o filho e depois procurou confirmação com a senhora que antes tinha começado a falar.
- É isso mesmo que aconteceu, majestade! – Confirmou a ama.
- E onde ele arrumou essa vareta? – Perguntou Dante para a senhora. Ela baixou a cabeça e novamente o menino voltou a falar.
- Eu que encontrei. Estava ali, jogada no meio da grama e a peguei. Meu irmão viu e quis brincar. – O menino, com seus cinco anos de idade, impressionava com seu porte e forma de falar.
- Heero... Você não sabe o quanto brincar com essas coisas é perigoso?
- Sim meu rei!
- Então porque pegou?
- Não peguei para brincar. Eu ia jogá-lo fora, mas Lúcius pegou enquanto eu não estava vendo...
- Está tentando se desculpar? – Dante não aceitava descuidos, nem mesmo de seu filho de cinco anos.
- Não senhor. Só esclarecendo como aconteceu!
- Você... Some com essa coisa daqui! E você... – Apontou para ama que já começou a acalmar o menino mais novo. – Leve meu filho para dentro, veja se ele se machucou gravemente ou não!
Dante mal terminou de concluir, e Heero já estava em seu caminho de volta para dentro do castelo. A ama ajeitava como podia as coisas em uma mão e no outro braço carregava o filho caçula do rei. Dante se demorou um pouco prestando a atenção na pose de seu menino mais velho saindo. Heero era alguém que conseguia impressionar até mesmo a Dante.
A cena toda havia sido observada por Arturo, que de um dos corredores que mostrava o jardim, pode assistir a cena inteira ao lado da rainha. Nesse instante, ele fez a sua escolha...
-/-/-
Após o jantar, Dante e Arturo bebiam um drink na sala de estar, sentados de frente para a lareira. Então, o irmão mais velho foi o primeiro a falar:
- Eu quero o Heero!
Dante que estava quieto, olhando atentamente a chama do fogo se mexer, e bebendo mais um gole de sua taça, ficou em estado de choque por alguns segundos. Depois devagar foi virando seu rosto para direita até encontrar o olhar do irmão. Seu olhar era fechado e sua face séria e fria.
- O que você disse?
Arturo deu um leve sorriso de canto, conhecia bem as reações de seu irmão e sabia quando conseguia deixá-lo irritado. E havia conseguido. Mas nunca se intimidava com o temperamento do irmão e não ia ser agora que começaria a se intimidar. Sabia bem o que queria e lutaria pra conseguir.
- O que você ouviu! Eu quero levar o Heero comigo!
- Isso só pode ser uma brincadeira... – Dante se levantou ficando de frente para seu irmão. – Você quer levar O Príncipe? O meu herdeiro?
- Bem... Ainda te sobra o Lúcius.
- Lúcius é um Infante... Ele não é o herdeiro do trono! – Dante estava muito irritado.
- Mas, pode vir a ser... Pense que honra seria para esse rapaz?
- Então leve ele...
- Está me dando seu filho mais novo? Aquela criança ainda precisa de uma mãe! Eu não tenho uma esposa! – Agora Arturo se levanta e começa a encarar de volta seu irmão.
- Mas... Heero?
- Pude observar nesta tarde, o tanto que você é ríspido com o garoto!
- Agora insinua que sou um mau pai?
- Não... Digo apenas que você não sabe demonstrar carinho a esse garoto...
Dante observava seu irmão, que agora começou a andar pela sala... Ia da cadeira que antes sentava a janela, enquanto falava...
- Aonde quer chegar Arturo?
- Heero já tem cinco anos. Idade suficiente para entender uma mudança de família... Pude observar essa tarde o quanto ele é avançado em entendimento, para a idade que tem. – Dante escutava pensativo. – Por isso... Tenho certeza que será um excelente aprendiz. Fora, que depois que eu morrer, ele poderá voltar e assumir seu reino. Com o acréscimo do meu! Já pensou nisso?
- Deixe-me ver se entendi direito... Você quer levar meu filho mais velho para criar, assumir seu reino e mais tarde você o devolve pra poder assumir o meu?
Arturo, ao ver que seu irmão começou a dar atenção a ele esboçou um leve sorriso. Depois voltou a encarar Dante, sério, e terminou...
- Encare isso como um empréstimo! – Dante ficou pensativo. E Arturo continuou. – Bom... Agora se me der licença... Vou dormir. Pense nisso e amanhã pela tarde me de uma resposta. Boa noite meu irmão!
Antes de se retirar, Arturo passou e colocou a mão no ombro de Dante. Deu uma ultima olhada pra ele e saiu.
-/-/-
Dante estava deitado em sua cama. Olhava para o lado e observava com carinho sua amada esposa dormir. Carinho este que só demonstrava quando ninguém via. Sempre foi adepto do ditado que dizia: "O sentimento é uma fraqueza mortal", frase que seu pai o ensinou desde sua adolescência.
Levantou de sua cama e com passos leves, foi até o quarto de Lúcius, o mais novo. Era um bebê de dois anos, que não possuía maturidade alguma e mal sabia andar direito... Riu ao se lembrar o quanto ele era desastrado. Vivia se machucando quando tentava fazer algo. Corria e tropeçava. Realmente, ainda um bebê.
Saiu de lá e foi para o quarto de Heero. Quando entrou, era visível a diferença de atmosfera. O quarto de Lúcius era uma bagunça. Cheio de brinquedos espalhados pelo quarto. Já o de Heero era pura organização. Tudo aquilo com que brincava era devidamente guardado após seu uso. O garoto só tinha cinco anos de idade e já era um homenzinho. Sempre muito educado, corajoso. O orgulho de qualquer pai.
Dante foi até a cama do menino e puxou a coberta para cima. O menino estava mal coberto e ele quis cuidar para que aquela criança não ficasse doente. Passou a mão na cabeça do menino e sorriu tristemente.
Era um fardo enorme aquele que seu filho carregava, e era algo que nem ele como pai ou como rei poderia apartar daquela criança. Era por isso, que normalmente preferia ser duro. Em especial com Heero, porque sabia que ser o herdeiro do trono não era um destino fácil. Porém, uma coisa que ele nunca contou, nem mesmo a sua adorada esposa, era que:
- Senti orgulho de você desde o dia em que nasceu! – Falou em sussurro, porque não queria que o menino acordasse. – E cada dia que passa, sinto mais!
Esse era um lado de Dante que ele nunca demonstrou e nunca irá demonstrar para ninguém. Era algo que ele guardava para si. Amanda, sempre sentiu que esse lado dele existia, mas nunca pode comprová-lo. Mas, o simples fato de apenas sentir, que existisse um lado assim em Dante, fez com que ela se apaixonasse por ele e se casasse.
Com os mesmos passos leves que usou para adentrar, Dante agora usava para sair do quarto de seu filho. Deu uma última olhada para trás e se certificar que Heero continuava dormindo. Olhou para os dois lados do corredor e após confirmar que o menino dormia e não havia ninguém no corredor saiu. Foi direto para seu quarto e deitou.
O que ele faria com respeito ao pedido de seu irmão? Como daria a notícia a sua esposa? Como Heero reagiria? Eram perguntas que tiravam seu sono. Mas, forçar-se a dormir era a melhor alternativa naquele momento...
-/-/-
Dante não desceu para o café da manhã, ao invés disso se fechou em seu escritório a pensar na decisão que deveria tomar. Amanda, estranhando a ausência do marido, após tomar seu café da manhã, se certificar que seus filhos estavam bem e seu cunhado não precisava de nada, preparou uma bandeja de comida e levou para o rei. Ao chegar, bateu na porta pedindo permissão para entrar...
- Entre! – Disse Dante com sua habitual dureza na voz e autoridade.
- Bom dia rei! Descansou bem? – Disse ela sorrindo e levando para escrivaninha a bandeja.
Normalmente, ela manda alguma servente levar, ou alguém carregar a bandeja e ela acompanha. Hoje foi diferente de tudo isso. A própria rainha carregou a bandeja e serviu o marido. Dante observou a esposa, estranhado. Não que suas reações fossem percebidas por ela. Mas em seu interior, ele se perguntava, se ela suspeitava que houvesse algo errado. E em seu interior, ele também sabia que Amanda não era nada boba...
- Por que não mandou alguém trazer isso? Deve estar pesado! – Disse ele ajudando-a a colocar a bandeja na mesa.
- Queria fazer algo pessoalmente para o meu rei!
Ele não respondeu. Apenas concordou com um gesto de cabeça. A rainha, vendo que seu marido não ia apenas falar, resolveu se sentar e amavelmente se mostrar a disposição, para que pudessem conversar. Dante a observou. Sabendo que ela não sairia dali, sem uma explicação do que ele tinha, resolveu começar a comer...
- Gostou do bolo? – Ele assentiu. – Fui eu que fiz. Segui a receita que sua mãe, a rainha, me deu. – Ele a olhou e continuou comendo. – É bom ver Arturo aqui... Ele trouxe boas notícias?
As últimas palavras dela o fizeram engasgar. Então, Amanda soube que estava no caminho certo. E que aquilo que preocupava seu marido veio junto com a visita de seu cunhado. Resolveu, então, esperar que Dante terminasse o café da manhã, para voltar a perguntar o que estava acontecendo...
-/-/-
Heero estava sentado em um banco, que ficava de frente para a fonte no jardim que ligava alguns corredores do castelo, lendo. Enquanto Lúcius brincava de barquinho na fonte com a ama. Arturo se aproximou, passando primeiro pelo mais novo. Sorriu para o menino, passou a mão na cabeça dele e em silêncio, se dirigiu até Heero. Este quando viu que seu tio se aproximava, se pôs de pé e fez uma reverência ao rei. Arturo riu com a atitude do jovem príncipe.
- Sente-se Heero! – O menino obedeceu em silencio à voz do tio. – O que esta lendo?
- Táticas de guerra...
- É um livro muito pesado para uma criança de cinco anos de idade, não acha?
- Eu não sou uma criança, senhor... Eu sou O príncipe! Meu destino é governar esse reino.
- Hum... E por acaso você consegue entender o que diz o livro?
- Meu pai diz que o entendimento vem com o conhecimento! Sendo assim, o que não entendo ainda, entenderei com o passar do tempo. Mesmo assim, tem muitas coisas que já consigo compreender.
Era realmente impressionante aquele jovem príncipe. Ele sabia falar corretamente e falava com a entonação de um adulto. Era realmente algo majestoso aos olhos do tio.
- Excelente! Diga-me uma coisa Heero... Você aceitaria passar uns dias comigo? No meu reino?
- Se essa for à vontade do Rei! Não me importaria em ir...
- Ótimo! Continue lendo... Não te incomoda eu ficar aqui ao seu lado, não é?
- Não senhor... Fique a vontade! – Após dizer isso, Heero voltou a ler, concentradamente, enquanto seu tio o analisava em silêncio.
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- Terminei! Obrigado por me trazer algo de comer...
- Estou aqui para servi-lo, meu Rei! – Dante assentiu. – Meu senhor, conceda-me um favor?
- Diga rainha!
- Me preocupa vê-lo assim. Poderia confiar em mim a sua preocupação?
O que ele temia, aconteceu. Amanda sabia que havia algo errado, e sua esposa era tão teimosa quanto ele. Sem contar, que se ela tivesse lhe perguntado como esposa, ele poderia ter se negado a responder-lhe, mas ela era astuta, e fez uma pergunta formal, como rainha...
- Arturo, precisa de um herdeiro... – Parou e observou a reação dela. Ainda nada demonstrou. – E quer levar Heero com ele!
Agora sim. A rainha arregalou os olhos e entrou em estado de choque por alguns instantes... Ela não se movia, não falava e mal se notava que respirava. De repente, uma voz falha, saiu...
- O-O que você... Disse? – Isso era para que ele repetisse o que acabara de falar, mas ele sabia que ela não precisava ouvir de novo, por isso prosseguiu.
- Ainda não dei uma resposta a ele... Mas, como ele é estéril, me pediu Heero como um empréstimo. Assim que ele se tornasse rei no reino Wing, ele poderia voltar a Sank e governar aqui também!
- Meu... Meu filho? Você quer dar meu filho? – Agora ela dizia entre soluços. As lagrimas começavam a escorrer...
- Ah, por favor, Amanda. Não é o fim do mundo! Pode até ser bom para o menino!
- Bom? – A rainha levantou os olhos e encarou ao rei. – Você quer doar o nosso filho? – Apesar do tom de voz baixo, aquela frase saiu com uma petulância tamanha, que não passou despercebida por Dante.
- Eu não estou doando ninguém... E também, não preciso me explicar.
- É MEU FILHO! – Pela primeira vez em todos os anos de casados, Amanda aumenta o tom de voz para o marido.
- É MEU TAMBÉM! – Ele revida no mesmo tom. – E acho que será bom pra ele crescer... – Ela estava em prantos. – E já está decidido. Heero irá com meu irmão. E assim que ele tiver maturidade suficiente, assumira os dois reinos!
O rei saiu para chamar o irmão mais velho e foi seguido de sua esposa, que se ajoelhava e, segurando as vestes do marido, implorava que este reconsiderasse. Dante estava ficando nervoso com aquela situação. Imaginava que aquilo fosse um choque para sua mulher, mas nunca imaginou tal reação.
Os gritos desesperados da Rainha ecoaram pelos corredores do castelo e chamou a atenção de servos, guardas e do Rei Arturo e Heero que não estavam tão longe assim.
Ao reconhecer a voz da mãe, Heero largou o livro imediatamente e correu de encontro aqueles gritos. Seguido pelo tio e pela ama que carregava o jovem Lúcius. Ao chegarem, viram a cena mais estranha e assustadora do mundo. A rainha estava chorando incontrolavelmente caída aos pés do Rei. Ela implorava entre soluços, que não fizesse aquilo com ela.
Quem via a situação, de nada entendia. Heero ao ver sua mãe naquele estado, correu até ela e a abraçou. Dante ainda de pé, abismado com a atitude da esposa, viu o filho a socorrer e se surpreendeu ao ver o menino lhe devolver um olhar frio. Nunca imaginou que o filho fosse defender a mãe daquele jeito. Ao menos não com a idade que tinha.
Heero olhou para os lados e ao ver todos reunidos vendo ao espetáculo, se recompôs e disse:
- Voltem a seus trabalhos. Agora! – Era tão firme aquele tom de voz que saiu do menino de cinco anos que todos ficaram em silêncio e obedeceram ainda assustados. Então ele olhou para ama e concluiu. – Por favor, leve meu irmão daqui...
A criança que agora, todos notavam estar chorando, foi levada pela ama que estava aflita com todo aquele barulho. Então, Arturo depois de, assim como todos, se surpreender com pequeno príncipe. Resolveu falar.
- O que está acontecendo aqui? Dante... O que você fez?
O mais velho estava abismado. Nunca viu sua cunhada naquele estado. Ela apenas chorava. Nem a atitude de seu filho a despertou. Ele encarou Dante, quem estava até então analisando o filho e a mulher, viu o irmão respirar fundo e lhe dirigir o olhar de volta...
- Tomei minha decisão...
- Como? – Arturo, naquele momento não tinha entendido de que se tratava. Tudo havia sido um enorme choque.
- Heero irá com você! – Após ditas aquelas palavras, Dante deu as costas para o irmão e saiu. Entrou no escritório e bateu a porta atrás de si.
Foi aí então, que Arturo entendeu. Era a notícia que deixou sua cunhada naquele estado. Incrédulo, olhou para a rainha. Ela estava abraçando seu filho, Heero que tinha a face pensativa, e encarava a ele, seu cunhado, com os olhos cheios de lágrimas. Seu olhar era triste e através dele um pedido mudo de piedade.
Arturo respirou fundo e passou a mão no rosto. Aquilo tinha sido bem pior do que ele esperou. E agora? O que ele deveria fazer?
Continua...
Cadê minhas reviews?
Quero todas que puderem mandar e comentem muitooo!
Beijos a todos!
Saudades de vocês!
