Vidas Proibidas
Prólogo
Condado dos Evans – Verão de 1442.
O sol ia se pondo enquanto duas crianças brincavam sob o imenso carvalho que havia sido plantado no meio do pátio do castelo.
Eram uma menina e um menino. Ela tinha nove anos e ele completaria doze em breve. Os dois mexiam livremente na terra e faziam bolas de barro, as quais empilhavam com cuidado, formando uma pequena montanha de bolinhas.
- Lily? – chamou o garoto timidamente, e ela o fitou, curiosa, os olhos verdes-esmeralda refletindo a fraca luz do sol poente. – Por que acha que eles ainda não vieram brigar conosco por estarmos brincando com o barro?
A menina pensou por um instante e deixou-se deitar sobre a relva antes de dizer:
- Mamãe disse que vamos nos casar. – Ela franziu o cenho. – Eles devem estar conversando sobre isso.
Ela sabe, pensou ele.
- E... O que você acha disso? – perguntou ele, encostando-se na árvore.
- Bem... – Ela fechou os olhos e fez uma nova expressão pensativa. – Não é algo que possamos mudar, não é?
- Mas e se pudesse? – ele perguntou e se amaldiçoou por isso logo em seguida.
- Como assim, Jamie? – Ela tirou algumas mechas dos cabelos acaju que o vento fazia voar em seu rosto com as mãos enlameadas.
- Eu quero dizer que... Se... Se você pudesse escolher entre casar-se ou não comigo, o que você escolheria? – Ele a mirava sem piscar, o vento brincando com seus cabelos arrepiados e escuros.
- Que bobagem! – ela exclamou. - Você sabe que o papai é quem escolhe alguém conveniente para se casar comigo. Se ele escolheu você...
- Lily! – ele interrompeu. – Esqueça que seu pai é quem escolhe o seu marido. Estou perguntando se... Se você se casaria comigo se pudesse escolher!
- Ah! – ela exclamou em sinal de entendimento. – Acho que sim. Nós brincamos juntos e você me deixa manejar a espada quando eu peço.
Fez-se um silêncio durante o qual James brincou com algumas pedras, jogando-as longe, e Lily cantarolou uma canção, baixinho.
- Sabe... – ele começou sem olhá-la. – Eu não me importaria de me casar com você, assim como não me importo de lhe emprestar a espada.
Ela riu docemente e os olhos dele brilharam com aquela visão.
- Obrigada. Tenho certeza de que você será um excelente marido. Papai diz que você vai ser um grande cavaleiro. – Lily suspirou e abriu os olhos. – Só não sei se serei uma boa esposa.
- Por que você acha isso?
- Porque... Ah, você sabe. Eu não gosto de ficar aprendendo música, dança e latim... Gostaria de aprender esgrima e equitação, como você.
- Não é tão divertido quanto parece. – Ele pigarreou constrangido, lembrando-se que o pai dela era seu mestre, e passou as mãos pelos cabelos – Mesmo assim, não há nada que você goste de aprender?
- Bem, na verdade, gosto um pouco do piano – ela murmurou. – E gosto de aprender sobre ervas medicinais.
- Isso é bom. As enfermeiras são importantes em guerras como esta – ele respondeu. – Meu pai disse que elas impedem que milhares de cavaleiros e soldados morram.
- Eu jamais poderia ser uma enfermeira de guerra – ela falou num tom triste e irritado. – "Sou uma dama e devo me comportar como uma. Devo aprender tudo o que preciso para ser uma esposa digna para meu futuro marido e senhor" – ela imitou a voz da mãe e pôs a língua para fora quando terminou.
- Deve ser realmente chato – ele disse, mais para agradá-la que para concordar.
- É! – ela se sentou, encarando-o. – Tanto que, às vezes, gostaria de ser um garoto.
- Se você fosse um garoto não poderíamos nos casar! – ele exclamou imediatamente e arregalou os olhos.
- Mas poderíamos ser companheiros e defenderíamos a Inglaterra juntos, nas guerras – ela argumentou.
- Eu gosto de você como garota – ele afirmou. – Gosto de ouvi-la cantar, e tocar... e gritar com a ama porque está cansada de só fazer isso – ele terminou num tom divertido.
- É porque não é com você – ela disse ofendida.
- Talvez, se você fizer suas obrigações corretamente, seu pai permita que aprenda mais de medicina e até equitação.
- Você acha que ele faria isso?
- Claro. Conde Evans é um homem bom e justo – ele disse num tom estranhamente sério para uma criança. Estava claro para qualquer um que olhasse aquela cena que ele desejava mais que tudo impressioná-la.
- Será que ele me ensinaria esgrima? – Ela se abraçou para se proteger do vento cortante da noite que se aproximava.
- Acho que esgrima seria demais...
Ela fez um bico, mas se conformou.
- Vou tentar! – Lily afirmou, pondo-se de pé.
- Esforce-se ao máximo em suas obrigações como dama e futura condessa. – James levantou-se também. – Se ele mesmo assim não permitir que você aprenda, pode ser que eu a ensine quando nos casarmos.
- Você faria isso? – os olhos dela faiscaram de excitação.
- Com prazer – ele respondeu, sorrindo e passando a mão suja pelos cabelos rebeldes.
Uma porta se abriu ao fundo e dela saiu uma mulher alta e loira.
- Senhorita Lily! – ela gritou para a pequena. – Venha já tomar o seu banho! Se sua mãe a pegar nesse estado, terá um acesso!
- Já vou, ama Minnie! – ela gritou em resposta. – Onde está Meggae?
- Esperando-a no quarto de banho – respondeu a ama. – Não se demore!
A mulher voltou a entrar pela porta, deixando-a aberta para que a menina passasse. Lily voltou-se para James, limpando a mão pequena na roupa e estendendo-a para ele, numa pose de pequena lady. Ela havia decidido se esforçar o máximo possível em suas aulas para que pudesse pedir que lhe fossem dadas outras aulas.
- Torne-se um grande cavaleiro para que nos casemos, senhor James Potter. – Ele segurou a mão suja da menina e beijou-a suavemente.
- Prometo que assim farei, senhorita Lily Evans. – O menino fez uma mesura.
- Já é tarde – ela disse, fazendo também uma leve mesura e olhando para o local por onde sol sumia. – Tenha uma boa noite.
- Tenha bons sonhos, senhorita. – Ele sorriu, mais uma vez hipnotizado pelos olhos da pequena.
Lily virou-se de costas e correu até a porta, onde parou, e virou-se para trás vagarosamente. Seu olhar encontrou-se com o de James e ela sorriu, pela primeira vez naquele dia, um sorriso radiante. Segurou então os lados da túnica e correu para dentro do castelo no momento em que a ama voltava a chamá-la.
NB - Livinha: Ah, que maravilha ter o prazer e o privilégio de ser beta de sua primeira estória, Di!! O Prólogo já me fez ter vontade de querer ler cada vez mais! Muito romance vindo a caminho! Uma Lily obstinada, o que sei que não poderia ser diferente. Um James apaixonado por essa ruivinha de personalidade! Ávida por mais, querida! Beijos pra você.
NA - Primeiro tenho que agradecer por ter uma beta tão fofa e indicá-la pra todos: Mistério de Starta e Dez Beijos, gente!
Como já postei na Floreios, vou copiar aqui o que disse lá:
Hm.. Oi! Bem, aqui estou, muitas inseguranças e medos depois, postando o prólogo da minha fic. Confesso: tô MORRENDO de medo de ninguém gostar, de estar horrível e... e... Aiai.
Chega de drama. A história é a seguinte: eu adoro escrever e tenho escrito essa fic há um tempo, às vezes, pensando em postar, às vezes, não. Então, surgiu essa idéia e eu tive tanto apoio que fui meio que coagida a postar!
É uma fic UA (obviamente) e NC18 num futuro. Se passa no século quinze, transição da idade média para a idade moderna, na alta nobreza da Inglaterra, durante a Guerra dos Cem Anos. (que na verdade durou 116, como brincou a minha beta). Vai ser romance, aventura, ação, drama, um pouco de tudo.
É muito difícil saber sobre os costumes e fatos daquela época, portanto, perdoem-me as gafes e saibam que várias delas serão propositais, não vão afetar nada nem fazer perder o sentido. (não vou enfiar uma geladeira na fic, prometo!)
Acho que sobre a fic é isso, espero que vocês gostem e comentem sinceramente!
Agora, à minha parte favorita: AGRADECIMENTOS.
Livia: Preciso nem falar, não é, Terrível? Você foi, tipo, essencial! GENTE! Essa menina descobriu até o TÍTULO perfeito pra fic. ashusahsauhsa Muito, muito, obrigada. E não esquece que pode me falar qualquer coisa, ok? Beeeeijo!
Naty: Incentivo é apelido. Muitíssimo obrigada e espero que goooste, dançarina de bellydance! Beijo!
Sally: Lembra que quando eu mal conhecia você (sabe, a Nika) eu coloquei uma foto da 'Sally Owens' no topico Wanted pra procurar você? Até hoje fico pensando de onde tirei coragem pra brincar com a mestra daquele jeito! Bem, muito obrigada pelo apoio, saiba que SEI que vou precisar de ajuda e se vc achar algo historicamente incorreto pode me dizer, tá? Brigadaaaa! Beijos.
Clarinha: Não vou agradecer a você. Você me AMEAÇOU! Hehe. Brigada! Beijo, mana!
Sô: Conheço muito pouco mas já me identifiquei bastante (clube das inseguras de plantão), admiro seu trabalho apesar de conhecer pouco dele, muiiito obrigada pelas palavras de incentivo! Beijo.
Bruna: AAAH! Essa coisa mais chuchu que me recebeu tão bem no fórum! (merchân: ) Muiiito obrigada pelas palavras doces e pelas brincadeiras! Beeeijo!
Paty, Pri e Pam: (tenho que puxar saco das donas do fórum, afinal elas me suportam lá) Sempre inspiração pra pobre novata, sim? Muito obrigada por tuuuudo! abraça roda e afofa ahauhauahuahau!
Max: Eu seeeei que você vai enxer a paciência, mas... O morcegão do Lumus não pode faltar, né? Sempre elogiando, fazendo piadas e exigindo caps... Beijo!
Acho que é isso! Se eu esqueci de alguém TRILHÕES de pedidos de desculpas, me avisa que na próxima eu me desculpo!
Como sempre digo: eh minha primeira vez, sejam carinhosos...
(mais) Beijos!
Diana Black.
