Normal: narração e fala

Itálico: pensamento

Love Hina Alternative

Capítulo 1.

Kanagawa*, Japão. 15 horas da tarde.

Na ponta de uma escadaria que levava à um lugar antigo chamado Hospedaria Hinata, um rapaz que aparentava ter por volta de 20 anos, com cabelos e olhos castanhos, a encarava com uma "gota" na cabeça. E não era pra menos: a escadaria era enorme e não tinha nem rampa para deficientes!

A acessibilidade está andando muito devagar! - reclamou, por pensamento, ao mesmo tempo que começava a subir a escadaria.

Depois de muitos degraus, e alguns minutos para recuperar o fôlego, o rapaz olhou em volta: diante dele estava a hospedaria. E a alguns metros estava um lugar que ele conhecia muito bem: a casa de chá Hinata.

Me pergunto como irão reagir ao me ver. Já faz muito tempo desde que estive aqui. E se considerarmos os acontecimentos dos últimos anos... - pensou, divagando por alguns instantes. Uma vez que recuperou a compostura, dirigiu-se à casa de chá.

X_X

Dentro da casa de chá, Haruka Urashima, a proprietária, estava limpando a bagunça deixada pelo último cliente.

O movimento anda fraco ultimamente. Será que preciso fazer mais propaganda? - pensou, sendo interrompida apenas com a entrada do que, provavelmente, era um novo cliente. - Bem-vind... AH!

Haruka arregalou os olhos ao ver quem tinha acabado de entrar, recuando alguns passos em completo pânico. Se não fosse o fato de haver uma parede atrás dela, provavelmente teria recuado até sumir.

O fato do rapaz ter aberto um sorriso irônico não ajudava muito.

- Não era bem essa a recepção que eu esperava da sua parte, tia Haruka. - afirmou o rapaz, ainda com o sorriso no rosto. Mesmo quando Haruka, zangada e já recuperada do choque, jogou um prato na sua direção, que ele quase não conseguiu se desviar.

- Kaito Urashima, quantas vezes vou ter que dizer QUE É "HARUKA"?! NÃO SOU SUA TIA! - berrou ela, voltando a se aproximar, enquanto o rapaz, chamado Kaito Urashima, apenas revirava os olhos.

- Quando foi adotada pela vovó, você se tornou minha tia. Sem falar que não tem moral nenhuma pra me dar sermão depois de ter virado as costas pra mim. QUE NEM O RESTO DA FAMÍLIA!

O grito, acompanhado por punhos chocando-se violentamente contra o balcão, fez Haruka recuar, novamente assustada.

- Falando na família, recebi uma carta da vovó, me pedindo pra vir aqui. - afirmou, mais calmo e massageando os punhos. - Sabe do que se trata, Haruka?

Com uma "gota" na cabeça graças à mudança repentina de humor do Kaito, e tentando se acalmar, Haruka respondeu:

- É um assunto relacionado à antiga hospedaria, mas acho melhor esperarmos o Keitarô chegar para eu poder explicar melhor.

- Esperarmos o Keitarô chegar? - surpreendeu-se ele. - Agora fiquei mais curioso ainda. Que tipo de assunto requer a presença do meu irmão-gêmeo?

Apesar da surpresa inicial, Kaito logo deu de ombros, tirou a mochila das costas e colocou-a no chão, antes de sentar-se em uma cadeira diante do balcão.

- Só espero que ele não demore muito. Tenho que resolver alguns problemas com a síndica do meu apartamento. Ela está ameaçando me despejar de vez. - confessou, dando um suspiro derrotado. - E quanto à vovó?

- Ela viajou. - respondeu Haruka, sentando-se diante dele. - Ao redor do mundo, atrás de um novo amor. E aproveitou também para mudar de negócio.

- Mudar de negócio? Ela vendeu a hospedaria?

- Não, ela a transformou...

Antes que Haruka pudesse completar a frase, um grito a interrompeu. Um grito incrivelmente alto, que fez Kaito pular de susto da cadeira.

- O que foi isso?!

- Eu não sei. Mas algo me diz que seu irmão chegou.

Foi a última coisa que Haruka teve tempo de dizer, antes dela e de Kaito saírem correndo da casa de chá.


*Eu ouvi que a história de Love Hina se passa numa cidade japonesa com esse nome, mas não tenho certeza. Qualquer coisa, me corrijam.