Deusa das Estrelas
Capitulo 1
Todo dia primeiro de setembro era a mesma confusão. A estação de King`s Cross lotada de pessoas entre jovens e adultos que carregavam carrinhos com baús e gaiolas com corujas. Jovens entre onze e dezessete anos iriam à busca de conhecimento mágico que iriam adquirir na famosa escola de magia e bruxaria de Hogwarts.
Os primeiranistas exalavam excitação e andavam pela estação com os olhos brilhando, cheios de expectativa por essa nova etapa de suas vidas. Os alunos que já estudavam na escola, procuravam seus amigos, distanciados pelas férias. E eu era um desses jovens.
Caminhava ao lado do meu pai, procurando encontrar algum conhecido naquele mar de gente. Não demorou muito para avistar meus tios e alguns dos meus primos. Somos uma família numerosa e muito conhecida no mundo bruxo, por coisas boas e por coisas ruins. A nossa família é considerada antiga e nobre, e com isso vem certas tradições, a nossa é o gosto pelas artes das trevas e a mania pela pureza do sangue. Era muito comum os familiares casarem entre si, e em sermos em grande quantidade. Outra tradição era odiar trouxas e outros seres que consideravam inferiores, mas é claro que em toda família tem ovelhas negras. E com a família Black não seria diferente. No entanto, essa exceção não era a minha tia Walburga, que tinha como costume decapitar os elfos que estavam velhos demais para carregar uma bandeja com chá.
Na estação, tia Walburga estava ao lado de seu marido Orion, com as mãos apoiadas nos ombros de seu filho caçula, enquanto lançavam para seu filho mais velho um olhar de repreensão, que este ignorava completamente.
– Walburga, Orion! Como estão? Vejo que já chegou a hora de Sirius entrar em Hogwarts. Como passa o tempo, me lembro perfeitamente quando era a minha estrela indo para seu primeiro dia. - Meu pai os cumprimentou, chamando a atenção deles e desviando a atenção do jovem rapaz.
– Bom dia, meu irmão. Só espero que Sirius não desonre a nossa família. Até hoje esse moleque só nos trouxe problema. Sendo o filho mais velho deveria dar o exemplo para o Reg.
Ao responder o cumprimento, Walburga repete rapidamente o olhar severo para o filho, não perdendo a chance de destratar Sirius. Nesse momento, Régulo olha para o irmão mais velho, choramingando e reclamando que queria ir para a escola junto dele.
– Não se preocupe Reg. Vou te enviar uma bandeira da grifinória. - No mesmo momento Walburga da um berro com o filho para calar-se e deixar seu precioso filho em paz.
– Ora Régulo. Você sabe que irá para Hogwarts ano que vem, então pare de reclamar. Vamos aproveitar que vai passar um ano longe do Sirius e fazer de ti o herdeiro Black que ele deveria ser. - Rapidamente Régulo encolhe-se e pede desculpa para sua mãe e seu pai, mas agarrando ainda mais firme a mão de seu irmão.
– Alphard, como estão os seus negócios?
Meu pai começou a responder a pergunta, quando minhas primas juntaram-se a nós. As duas apesar de irmãs eram muito diferente uma da outra, tanto fisicamente quanto na personalidade e eu me dava bem com as duas explorando a peculiaridade de cada uma. Narcisa era loira e tinha os olhos claros, tinha uma mania de superioridade e como o próprio nome dela já diz, era narcisista, não podia passar por um espelho e não se olhar, penteava o cabelo cem vezes por dia. Apesar desse lado dela, nos divertíamos muito fazendo compras, usava seu humor ácido para contar as novas fofocas sobre as famílias puros sangue. Era apenas dois anos mais velha que eu e já estava pensando em casamento, coisa que eu quero passar longe. Iria prestar seus N.O.M.s esse ano, apesar de inteligente estava mais preocupada em botar uma aliança no dedo.
Andrômeda, por outro lado, era o contrário, tinha os cabelos ondulados e negros, assim como os meus, como era habitual na família Black, com raras exceções. Apesar de ela ser quatro anos mais velha que eu, preferia conversar mais com ela. Trocávamos confidências e ela dava-me conselhos. Por seu modo de pensar poderia ser considerada uma ovelha negra na família, mas como eu fazia, guardava esses pensamentos para si, ao contrário do nosso primo Sirius, que fica muito satisfeito de mostrar que é diferente da família. Andrômeda faria seus N.I.E.M.s esse ano, e queria muito notas elevadas para poder afastar-se um pouco da família.
Deixando os homens falando de negócios, Walburga vira-se para as meninas com uma expressão de preocupação no rosto, em relação ao seu irmão, pai das meninas, que tinha as deixado virem sozinhas para a estação.
– Papai estava um pouco indisposto hoje de manhã, creio que vem trabalhando muito. – Respondeu Narcisa, abrindo um sorriso ao olhar por cima dos ombros de sua tia, vendo seu futuro pretendente, pois já falara para sua mãe começar a fazer um arranjo com os pais dele, para uma futura união.
Revirando os olhos pelo motivo do sorriso de sua irmã, Andrômeda termina de responder sua tia.
– Eles acham que não precisam mais nos acompanhar. Dizem que já somos velhas o suficiente para isso e Bellatrix não nos acompanha mais, já que acabou de se casar, nossos pais não precisam ficar de olho nela.
Ao terminar de falar, Andrômeda faz um leve movimento de cabeça, enquanto olha em minha direção. Compreendo o sinal disfarçado para conversarmos mais tarde em particular.
Logo após as irmãs Black sumirem na multidão novamente na multidão em busca de seus amigos, sai do lado do meu pai e me aproximo de Sirius, enquanto os adultos conversavam distraidamente.
– O que tu aprontou dessa vez Sirius, até seu pai parece bravo contigo, geralmente é a sua mãe que perde a cabeça com tuas loucuras.
Sirius abriu um sorriso maroto, deu uma piscadela e disse que depois me contaria. Percebo que meu pai me olhando com olhar de repreensão, desvio meu olhar e contive um sorrisinho que tentava aparecer.
– Depois eu te vejo no trem e tu me conta. – Passo a mão em seu cabelo e vou até meu pai, para abraçá-lo e me despedir. Ele segura meu rosto com as duas mãos olhando diretamente nos meus olhos azuis claros, olhos herdados de minha mãe. Era algo que ele raramente fazia, pois o lembrava dela e a saudade apertava em seu peito. Após beijar minha testa, fala no meu ouvido como eu era parecida com ela. Já com lagrima nos meus olhos, forço-me a parar de demonstrar fraqueza em público, afinal sou uma sonserina.
Faltavam quinze para o expresso de Hogwarts sair da estação. No trem havia ainda várias cabines vazias ou com poucos estudantes dentro. Não demorei muito para encontrar a pessoa que estava procurando, sabia que ela chegaria cedo como sempre. Abri a porta com um grande sorriso.
– Brenda, minha linda que saudade de ti.
Assim que me viu deu um pulo do acento e correu para dar um abraço apertado. Nossa amizade tinha sido quase imediata, colegas de dormitório, nossa amizade começou quando trocamos olhares e caímos na gargalhada após ver nossas duas colegas de quarto usando uma máscara noturna de coloração preta e usando bobs nos cabelos. Com a Brenda fazer imitações fantásticas das duas gêmeas loiras, rindo percebemos que íamos nos dar muito bem, já que pensávamos parecido e tínhamos história de vida parecida.
Terminamos de nos abraçar e quando sentamos observei que, para a minha surpresa, o cabelo da Brenda estava vermelho vivo, sendo que antes das férias era um castanho claro. Ao notar o meu espanto pela mudança, explicou que resolveu tingir o cabelo, porque achada que estava muito normal. Com essa justificativa não pude deixar de rir.
– Realmente, ser normal não lhe cai muito bem. – Brinquei com ela, que me mostrou a língua num gesto infantil. Começou a me contar o que tinha aprontado durante as férias, tinha fugido de casa no meio da madrugada e tinha ido ver um show de uma banda de rock trouxa. Jurou que da próxima vez me levaria junto, nem que fosse arrastada.
Após o trem sair da estação, disse a Brenda que ia dar uma olhada no meu primo, que estava indo para Hogwarts pela primeira vez e que prometia aprontar todas. Encontrei Sirius em uma cabine cheia de crianças, que não ouviram quando bati na porta avisando minha chegada, pois estavam numa discussão
No mesmo instante que entrei, um menino de cabelo preto liso levantou-se e puxou uma garota pela mão, chamando-a de Lily. Ambos saíram pela porta com muita indignação expressada em seus rostos. Olhei para Sirius com as sobrancelhas levantadas esperando sua explicação, ele apenas deu um sorriso e um olhar inocente.
– Esse seu ar de inocente não me convence tão facilmente, te conheço garoto, falo logo o que fez para eles estarem tão revoltados.
Ele caiu na gargalhada, conhecendo ele desde que nasceu sabia que eu saberia se mentisse, então começou a explicar que o "ranhoso" estava os insultando dizendo que preferia ter cérebro a músculos.
– Como se aquele cabelo engordurado dele não fosse derreter o cérebro daquela futura cobrinha.
– Sirius, isso não é algo legal de se dizer. Você nem conhece o rapaz, sair insultando as pessoas sem nem mesmo conhecê-las é perigoso. E não esqueça que você vem de uma família sonserina e tem grande chance de você ser também.
Sirius fez uma careta, que não consegui segurar o riso.
– Não se eu puder evitar. Quero ir para a grifinória, ser bem diferente de todos dessa família.
–Cuidado priminho, assim vou me ofender, se esqueceu que sou da casa das cobras? Não me diga que você falou isso tudo para seus pais? Não me admira que tenham ficado bravos.
– Você é uma das poucas sonserinas que eu gosto. Deixe apresentar meus amigos e futuros companheiros de casa. Este ao meu lado é Tiago Potter, o rapaz amante de livros ali é o Remo Lupin, e ao lado dele é Pedro Pettigrew.
Potter deu um pulo do acento, bagunçando seu cabelo ainda mais do que já estava e beijou minha mão de modo sedutor, já Lupin apenas deu um aceno com a cabeça e vou a focar sua atenção no livro que apoiava em seu colo. Pettigrew, um gordinho com cara de idiota, apenas olhou para mim e inclinou a cabeça para o lado.
– Boa sorte, Sirius. Para cair na casa que tu queres e com seus pais depois. – Dei um aceno para eles e sai da cabine.
Quando estava indo para a cabine juntar-me a Brenda, avistei o rapaz e a garota ruiva numa das cabines, bati na porta e entrei. Eles me olharam temendo mais incomodação. Para suavizar o momento dei um pequeno sorriso e comecei a falar.
– Podem relaxar, eu vim na paz. Para falar a verdade, vim pedir desculpas em nome da minha família pelo comportamento de meu primo Sirius. Posso me sentar? – Suas expressões faciais suavizaram e acenaram afirmativamente.
– Eu sou Yane Hidra Hera Fawle Black.
Assim que eu acabei de falar meu nome a ruiva confusa olhou para o rapaz e ele voltou a ficar tenso.
– É um nome realmente grande. Meu nome é Lilian Evans e ele é Severo Snape.
Depois que ela apresentou-se foi que entendi a reação do rapaz Snape. Pelo visto eram amigos há um tempo. A família Black era conhecida pelo desprezo a nascidos trouxas e parecia que esse era o caso da garota. Parece que Snape sabia dessa fama e preocupou-se com sua amiga.
– Sim, é desnecessariamente comprido. Tradição de família. Então senhorita Evans, já pensou em que casa de Hogwarts vai ficar?
– Pode me chamar apenas de Lilian. E sim, já pensei muito sobre isso. Eu li Hogwarts: uma história, e pelo visto vou ficar entre a grifinória ou a corvinal. Pena que eu e o Severo vamos ficar em casas separadas, já que quer ficar na sonserina e lá não aceitam nascidos-trouxas como eu.
– Não há necessidade de desmanchar uma amizade por isso. Podem muito bem rivais de casa e amigos ao mesmo tempo. – Snape apenas me lançou um olhar de descrença e deboche. Eu sabia e parece que ele também, que se você cai na sonserina não se relaciona com grifinórios, ainda mais com nascidos-trouxas. Comete-se esse erro passa a ser um pária dentro da própria casa. Revirei os olhos e despeço-me deles.
Quando entrei na minha cabine, a Brenda comentou a minha demora. Comentei que estava resolvendo um desentendimento do meu primo com outros novatos, e a burrice dele de fazer inimigos sem conhecê-los. Passamos o resto da viagem conversando, lendo, jogando xadrez e dormindo. Finalmente depois de horas chegamos à escola.
O grande salão estava como sempre lotado de jovens conversando de modo animado. No entanto o barulho do salão cessou quando as portas abriram e entrou a professora Minerva McGonagall acompanhada dos primeiranistas, alguns dava para perceber a perna tremendo de medo e outros arrogantes e confiantes desde novinhos.
Após o chapéu seletor cantar o hino da escola, os alunos começaram a ir até a professora para ser colocado o chapéu em sua cabeça e serem selecionados. Estava distraída observando os novatos, quando ouvi o nome do meu primo ser chamado, arrogante como todo Black, ele foi até o banquinho e sentou. Demorou alguns minutos para que o chapéu decidisse qual casa ficaria. Apesar de deu comportamento já mostrasse, ainda fiquei surpresa. Sirius tinha se tornado o primeiro Black a não ir para a sonserina, fazendo ainda pior, entrando na casa dos leões.
A seleção continuou, da mesa sonserina, vi a felicidade do Sirius ao ter seus amigos indo pra mesma casa dele. Vi também a tristeza disfarçada de Snape, enquanto observava da mesa sonserina, sua amiga Lilian sendo cumprimentada pelos seus novos companheiros grifinórios. Após a confraternização do novo ano letivo, cada aluno encaminhou-se para seu salão comunal.
A sonserina era uma casa diferente, tinha suas próprias leis e funcionamento. O diretor casa, o professor Horácio Slughorn, estufou o peito e coçou o bigode grosso ao entrar no salão comunal. Quando o viram, os monitores colocaram os novatos em linha na frente do professor, por trás dele observava junto com os outros alunos do terceiro ano. Os outros sonserinos estavam espalhados pelo salão não dando muita atenção ao momento e ao discurso do professor.
– Novos sonserinos, a partir do momento que foram escolhidos para a nossa nobre casa, vocês nasceram de novo. Aqui, somos uma família e todos irão ajudá-los a fazerem o seu melhor e serem grandes, pois é Esso que a família faz. Espero que saibam se comportar como honrados sonserinos. E para ajudá-los nisso, cada um de vocês receberam um companheiro do terceiro ano, para serem responsáveis por vocês até o momento de receberem essa responsabilidade por outros.
Com uma pequena listinha, o professor foi apadrinhando os novos alunos. A Brenda tinha sido escolhida pra ficar ao lado de uma menina loira de cabelo cacheado e óculos, que não prestei atenção no nome. Estava surpresa por quem seria meu afilhado de casa, Severo Snape. Coincidência grande eu ter falo com ele no trem e agora ser sua madrinha. Após o professor sair da sala, aproximei do meu afilhado de casa e estendi a mão esperando ele apertar.
– Seja bem-vindo a sonserina Severo. Vou te ensinar a sobreviver aqui e na vida.
