*Naruto e todos seus personagens pertencem a Matashi Kishimoto.*
Oh, Well, mais uma fic que já está completa no Nyah!...
Enfim! Essa fic era para ser uma one shot, mas, sinceramente, eu descobri que sou pééééssima em histórias curtas demais... Eu tento, mas sou tão detalhista que qdo eu vejo a porcaria já está com quase 10000 palavras. É tenso!
Bom, essa ideia me surgiu ao ler uma piada que recebi há uns 2 anos quando estava limpando minha caixa de entrada do Outlook. Só por curiosidade, segue a bendita abaixo:
O momento em que estamos juntos é interminável...
Nossos corpos estão tão unidos que posso sentir as batidas do seu coração.
Nossa respiração confunde-se com a do outro...
Nossos movimentos são sincronizados... indo e voltando... para frente e para trás...
Às vezes para, e então, quando nos cansamos da mesma posição, nos esforçamos para mudar, mesmo que seja só por pouco tempo.
O suor de nossos corpos começa a fluir sem que nada possamos fazer...
Um calor enorme parece que nos fará desmaiar...
Uma força ainda maior nos faz ficar ainda mais colados um ao outro e,
Quando não aguentamos mais segurar...
Uma voz ecoa em nossos ouvidos:
'Estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo do trem.'
Bom, para quem mora em SP, sem dúvidas é apropriada... rsrsrs
Mas nessa fic eu não menciono cidade ou estações específicas, então pode servir para muitos lugares, apesar de eu duvidar que em qualquer outro lugar do mundo seja tão ruim quanto no Brasil. Por isso mesmo eu coloquei os nomes com o sobrenome depois, e não como é usado no Japão.
Ah, sim, essa fic terá 5 caps, que já estão prontos, e deve ser concluída em aproximadamente 1 mês, ou seja,um cap por semana. Sem querer fazer chantagem, msm pq odeio esse tipo de coisa, mas se eu tiver uma quantidade agradável de reviews, posso até postar antes, caso contrário será toda sexta-feira, para que haja tempo de mais pessoas lerem e se gostarem, comentar..
Enfim, sem mais delongas, segue o primeiro cap!
Divirtam-se!
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I - Aperto
Aquele vagão estava completamente lotado. Mal havia espaço para se mexer e o suor escorria livremente pela testa e costas daquele loiro de olhos azuis, que havia chegado à conclusão de que trabalhar o dia todo para depois ser obrigado a voltar para casa naquelas condições era a concepção moderna de câmara de tortura e que agora era uma questão de sobrevivência comprar a moto que estava planejando há tanto tempo, apesar de o trânsito ser verdadeiramente um desafio para um motociclista.
Sentiu o corpo do homem atrás de si – e sim, teve certeza de que era um homem – e pensou que se para ele já não era fácil, imagine para uma mulher. Fixou seu olhar na janela em frente para ver a cara do cidadão e por um momento sua mente vagueou, tendo a certeza de que se fosse uma mulher se sentiria privilegiada por ter um cara tão bonito roçando seu corpo assim.
"Que porra, Naruto Uzumaki?" — Pensou, horrorizado. — "Ele é um cara. Um cara!".
Mesmo se repreendendo, não conseguiu desviar o olhar do rosto do moreno atrás de si. Era obviamente oriental e usava terno e gravata. Fora isso era completamente incongruente: traços delicados demais para um homem e o cabelo "emo" demais para alguém que usava terno. E estava nitidamente constrangido com aquela situação.
Como homem, Naruto sabia que, mesmo sem excitação sexual, quando suas "partes baixas" eram estimuladas seguidamente, era inevitável uma leve ereção. Quase riu quando o homem fez uma pequena careta e encarou o teto ao sentir o solavanco do trem ao frear para entrar em mais uma estação.
Quando as portas da composição se abriram, o fluxo de passageiros lutando para entrar e sair fez com que o moreno atrás de si se esfregasse com mais intensidade em seu corpo, e sentiu um arrepio de excitação totalmente fora de hora quando a respiração dele tocou seu pescoço. Aproveitou a movimentação para tentar sair daquela situação embaraçosa e sentiu que o outro rapaz fazia o mesmo. Como um cavalheiro, cedeu seu lugar, próximo a um banco, a uma garota carregada de sacolas, que lhe sorriu ligeiramente e, enquanto o metrô voltava a se movimentar e os passageiros a se acomodarem como sardinhas em lata, percebeu, assustado, que sua situação estava ainda pior, se possível.
Sequer havia prestado atenção em para onde fora o oriental que o estava encoxando há pouco, mas para o azar de ambos, acabaram se acomodando justamente de frente um para o outro, bem no meio do corredor. Naruto não tinha onde se segurar e, mesmo que tivesse, não conseguia levantar as mãos no aperto em que se encontravam. Qualquer movimento a mais que o metrô fizesse acabaria, irremediavelmente, se esfregando no homem. E o mais constrangedor era que estava encarando aqueles olhos negros intensos desde que se deu conta da situação.
Virou o rosto ao mesmo tempo em que o moreno, como se ambos tivessem percebido só naquele momento que se olhavam nos olhos há mais tempo que o normal.
Para seu alívio momentâneo, não houve solavancos antes de chegar à próxima estação, mas quando a voz onipresente anunciou qual seria a parada, quase entrou em desespero. Era a maior estação de baldeação e ali, tinha certeza, as pessoas, desesperadas para chegar em casa, forçariam sua entrada em um local praticamente impossível de caber mais alguém e ele seria espremido ao moreno de um jeito irremediável. Engoliu em seco e tentou mudar de posição quando as portas abriram para a saída dos passageiros, mas não havia para onde ir. O moreno também olhou em volta, parecendo desesperado, para depois encarar os olhos azuis, quase com cumplicidade, como se perguntando ao outro o que poderiam fazer.
Antes que tomassem qualquer atitude a esse respeito, as portas do outro lado se abriram e a massa uniforme de pessoas praticamente os esmagou um contra o outro. O moreno também havia perdido o apoio em que antes se segurava e agora estava com as duas mãos ao lado do corpo. Por sorte, ou azar, não levava nada nas mãos, então, devido ao embaraço, não sabia o que fazer com elas. Naruto, por outro lado, tinha ambas as mãos agarrando-se desesperadamente às alças da mochila que havia tirado das costas quando entrou no vagão. É, ele pelo menos tinha bom senso.
As portas se fecharam e o trem deu seu o solavanco característico para arrancar e, pela falta de apoio, automaticamente as mãos do moreno agarraram-se nas laterais do corpo de Naruto. O rapaz pareceu em choque por um breve momento, antes de tirá-las de lá e murmurar um quase inaudível "desculpe". O loiro não respondeu, pois estava paralisado pela reação de seu corpo àquele toque. Sentiu uma comichão muito conhecida na virilha e tentou se afastar para que o outro não percebesse o quase instantâneo enrijecimento naquela área, porém suas nádegas encontraram o obstáculo de outro corpo atrás de si e ele se virou ligeiramente para verificar que era outro rapaz, que o olhou de maneira estranha, o que o fez voltar à posição inicial rápido demais, chocando seu quadril com o do oriental à sua frente.
"Isso foi um gemido?" — Perguntou-se estarrecido, voltando o olhar para o rosto do rapaz, apenas para vê-lo com a cabeça levemente abaixada, mais vermelho do que imaginava possível e olhos fechados, obviamente envergonhado pelo som que deixou escapar involuntariamente. Pôde perceber também a ereção formando-se gradualmente, como se o outro tentasse impedir com todas as forças que seu corpo agisse daquela maneira. E para seu total espanto, seu pênis decidiu ter vida própria naquele momento e reagiu da mesma forma. Sentiu um calor incomum nas maçãs do rosto, mas não conseguia deixar de olhar a bela face do moreno, que abriu os olhos e o encarou.
Tentando transmitir um mudo pedido de desculpas com o olhar, Naruto implorou mentalmente para que fosse entendido e, aparentemente, foi. O moreno deu um leve sorriso torto e meneou a cabeça para os lados, como se estivessem falando sobre crianças desobedientes. Pelo menos era assim que Naruto se sentia com relação ao seu pênis no momento. Esse pensamento foi tão insano, que precisou se conter para não rir, o que foi percebido pelo moreno, que franziu as sobrancelhas como se perguntasse qual era a graça.
— Desobediência... — Sussurrou e sorriu, desviando o rosto para o lado. Ouviu uma risada fraca e seu sorriso aumentou.
— Isso é estranho. — Comentou o outro em voz baixa. E se sua boca não estivesse tão próxima à orelha de Naruto, este não teria ouvido o complemento, que foi apenas um sopro: — Eu não sou gay.
— Nem eu. — Respondeu de volta, em tom baixo e defensivo, como se houvesse sido acusado.
— Não disse que era...
Durante a breve conversa, podiam sentir que ambos estavam completamente excitados agora. O que começou apenas como um momento constrangedor estava mexendo com eles de uma maneira inédita e insana. O calor que os tomava não era apenas devido ao aperto com outras pessoas, e sim pela intimidade do contato um com o outro.
Mais uma estação e mais pessoas movimentando-se à volta dos dois. Dessa vez não tentaram se afastar, mesmo podendo. O espaço ainda era mínimo para se movimentarem, mas se quisessem realmente poderiam ter, ao menos, mudado de posição. Deram-se conta disso e mais uma vez se olharam, permanecendo assim. Uma senhora gorda levantou-se de um dos bancos, para tentar chegar à porta e empurrou o moreno, que acabou colocando uma mão na cintura de Naruto, movendo-se sinuosamente contra seu corpo.
— Oh, shit! — Naruto exclamou baixo, mas não foi uma reclamação, e isso ficou claro pelo tom empregado. Ele passou a língua pelos lábios e fixou seu olhar nos do moreno, que subitamente lhe pareceram muito tentadores. E uma frase muito conhecida lhe veio à mente. — "Quando o estupro é iminente...
— ...relaxa e goza!" — Completou o moreno, sussurrando. Ele aproximou a boca da orelha de Naruto e disse baixinho, num tom cheio de quintas intenções: — Sou Sasuke, muito prazer.
— Naruto. — O próprio também se apresentou e não conseguiu evitar sorrir, quando percebeu o quanto seu rosto estava próximo ao pescoço do moreno. Decidiu ser ousado e, dando uma olhada furtiva em volta e percebendo que ninguém prestava atenção a eles, passou o nariz suavemente na pele branca e macia, inalando o perfume delicioso que se desprendia dela para depois dar uma leve chupada no local e sentir a pele úmida e salgada devido ao suor.
— Hum... Naruto! — Sasuke gemeu junto ao seu ouvido.
Já nem prestavam mais atenção às estações que se seguiam uma à outra ou aos demais passageiros que se espremiam ao redor. Na verdade, aquele aperto estava sendo muito bem-vindo. Esfregavam-se cada vez mais um ao outro e as mãos percorriam discretamente os corpos; cintura, barriga, nádegas. Não podiam fazer nenhum movimento ou barulho que os denunciasse, então soltavam apenas suspiros discretos no ouvido um do outro.
— Droga, eu nunca pensei que fosse tão bom ficar me pegando com outro cara... — Naruto soprou essas palavras no ouvido de Sasuke quando sentiu a mão deste massagear seu pênis de leve, fazendo o moreno rir baixinho.
— Nem estamos "nos pegando" tanto assim. A situação não permite. — Ele se afastou um pouco para poder olhar nos olhos azuis que transmitiam tanto desejo. — Eu nem pude beijar essa sua boca gostosa...
A menção à sua boca o fez morder o lábio inferior, tentando imaginar como seria o beijo de Sasuke. Seu lado hétero o dizia para parar de imaginar essas coisas, mas o lado homo, recém-descoberto, mandava que o hétero calasse a boca e aproveitasse tudo o que aquele conhecimento fortuito tinha a oferecer. Resolveu mandar sua heterossexualidade à merda.
— Qual é a próxima estação? Ah, foda-se! Vamos sair daqui...
— Isso soou muito pervertido. — Comentou Sasuke, mas parecia mais do que disposto a acompanhar Naruto para onde quer que ele quisesse levá-lo.
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Continua...
Espero que tenham gostado!
