Disclaimer: Todos os personagens pertencem ao Profº Tolkien. Eu só os peguei emprestados por um tempinho.
Linha Temporal: A fic se passa no momento em que Denethor envia Faramir para defender Osgiliath dos orcs em O Retorno do Rei.
Como sempre, essa fic é dedicada às meninas do Tolkien Group que me incentivaram a escrever e ainda agüentam ler tudo isso.
Novamente uma fic beeeeem curtinha. Mas espero que gostem!
-x-x-x-x-x-x-x-
"Eu gostaria"
Depois que seu pai confirmou o que sua cabeça já sabia, mas seu coração ainda se recusava a acreditar, Faramir sentiu toda a sua esperança que tinha de seu pai um dia amá-lo evaporar-se e desaparecer.
Por um momento ele sentiu as pernas fraquejarem.
Ele sempre soubera que seu irmão era o preferido de seu pai. Seu pai nunca escondera seus sentimentos, mas Faramir não se importava, pois amava o irmão e sabia que o irmão também o amava muito.
Boromir sempre fora um bom irmão, sempre cuidara dele de modo que Faramir nunca esteve sozinho, mas ouvir seu pai dizer com todas as palavras que preferia vê-lo morto e Boromir vivo era algo que nunca imaginou que aconteceria e isso o machucou profundamente.
Ele se sentia fraco e solitário. Não tinha mais ninguém. Seu irmão se fora, morto por orcs e seu pai não o amava.
Mesmo assim, ele sabia que tinha tentar mais uma vez. Ele não poderia deixar as coisas como estavam. Enquanto rezava por uma resposta positiva, não conseguiu evitar pedir a seu pai que, quando voltasse, seu pai lhe desse mais valor.
Houve uma longa pausa antes que seu pai respondesse. Faramir nem percebeu que prendera a respiração esperando pela resposta do pai. Porém, ele não estava preparado para ouvir a resposta de seu pai. Não estava preparado para ouvir que a realização desse desejo dependeria da forma que ele voltasse.
Faramir sentiu um nó se formando em sua garganta. Sabia ser quase impossível o contrário acontecer, mas mesmo assim ainda tinha esperança de que seu pai demonstraria pelo menos um pouco de afeto ao mandar-lhe em uma missão praticamente suicida. Mas mesmo depois de tudo o que passara e fizera pelo pai e por Gondor, Denethor ainda não o considerava digno. Não o considerava um bom filho, herdeiro ou capitão.
Ele não encarava o pai. Não podia. Sabia que toda a esperança, amor e desejo de viver haviam desaparecido de seu coração dando lugar à apenas escuridão. Sentiu seus olhos lacrimejarem, mas não choraria. Demonstrar essa fraqueza só faria seu pai odiá-lo ainda mais.
Ao invés disso, ele respirou fundo, levantou a cabeça e deixou a câmara, sem notar que era seguido pelos olhos de um pequeno Hobbit que havia testemunhado a cena e cujos olhos e coração choravam as lágrimas que sabia que o jovem capitão de Gondor, embora precisasse, não poderia chorar.
